Inadimplência oculta afeta recuperação de crédito

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
[email protected]

Ausência de dados de São Paulo afeta comparativo

Jornal GGN – O Indicador de Recuperação de Crédito do Consumidor, obtido a partir da quantidade de exclusões dos registros de inadimplentes da base da Boa Vista SCPC, em todo o país, apontou queda de 3,6% na comparação acumulada em 12 meses (março/2015 a fevereiro/2016 contra os 12 meses antecedentes), aumentando 2,1 pontos percentuais, desde a última aferição divulgada em setembro de 2015.

Na variação comparada com fevereiro de 2015, o indicador apresentou queda de 8,2%. Já na análise mensal (fev/16 contra jan/16), da série de dados ajustada sazonalmente, houve elevação de 10,4%.

Em termos regionais, a comparação dos dados acumulados em 12 meses aponta alta da recuperação de crédito nas regiões Norte (8,2%), Sul (7,6%) Centro-Oeste (6,3%) e Nordeste (2,6%). Já a região Sudeste é a principal responsável pela retração da média nacional, com queda de 10,9%, mantida a base de comparação.

Em decorrência da Lei Estadual de São Paulo n° 15.659/2015, o processo de negativação dos consumidores inadimplentes foi alterado, dificultando os novos registros e, consequentemente, comprometendo a recuperação de crédito na região Sudeste. Conhecida como Lei do AR (Aviso de Recebimento), a norma determina que o consumidor inadimplente e residente no Estado de São Paulo somente poderá ser inserido nos bancos de dados após assinar o Aviso de Recebimento, ao invés da carta simples utilizada até então. Como a dívida não pode ser exibida, um efeito de inadimplência “oculta” é gerado no sistema financeiro.

Com a redução no número de registros de inadimplentes, a recuperação foi fortemente afetada. “Dessa forma, o Estado de São Paulo que possuía uma representatividade média de 65% da recuperação de crédito na região sudeste, passou a corresponder apenas 30% dos valores regionais, influenciando também o resultado negativo do indicador agregado nacional”, diz o levantamento.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador