Jornal GGN – Os brasileiros depositaram R$ 1,369 bilhão do que retiraram da caderneta de poupança ao longo do mês de setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central. O valor corresponde à menor entrada de recursos apurada para o mês desde 2005, quando o total de saques ultrapassou o de depósitos em R$ 708 milhões.
O volume dos rendimentos creditados nas contas dos investidores alcançou R$ 3,568 bilhões. O saldo total passou de R$ 638,474 bilhões, em agosto, para R$ 643,412 bilhões, em setembro.
No mês passado, os depósitos na caderneta de poupança somaram R$ 145,095 bilhões, enquanto os saques totalizaram R$ 143,725 bilhões. Em agosto, os depósitos somaram R$ 135,575 bilhões, ao passo que as retiradas ficaram em R$ 135,057 bilhões.
Nos nove primeiros meses de 2014, a captação líquida – diferença entre depósitos e retiradas – correspondeu a R$ 15,53 bilhões, valor 68,2% inferior aos R$ 48,94 bilhões registrados de janeiro a setembro do ano passado. A captação líquida foi a menor para o período desde 2011, quando o ingresso líquido tinha somado R$ 9,5 bilhões.
Quanto aos valores relacionados ao SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos), o saldo contabilizado em setembro ficou em R$ 1,694 bilhão, resultado de R$ 117,875 bilhões em depósitos e R$ 116,181 bilhões em retiradas.
O principal responsável pela diminuição do interesse pela poupança foi a manutenção da taxa Selic (juros básicos da economia) em 11% ao ano. De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), os juros altos acabaram tornando alguns investimentos em renda fixa mais atraentes do que a poupança.
Desde abril, o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) mantém a Selic em 11% ao ano. No entanto, nos últimos 15 meses, os juros básicos foram reajustados em 3,75 pontos percentuais, para encarecer o crédito e segurar a inflação.
As taxas mais altas aumentaram o rendimento da poupança desde o fim de agosto do ano passado. Pela regra, se a Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento será equivalente a 70% da taxa básica de juros, mais a Taxa Referencial (TR). Acima desse nível, a caderneta rende 0,5% ao mês, mais a TR.
Apesar da melhoria no rendimento da poupança, os fundos de renda fixa passaram a render mais na maioria dos casos. Por lei, a poupança é isenta de Imposto de Renda e de taxas de administração. Mesmo assim, de acordo com a Anefac, os fundos tornaram-se mais vantajosos, principalmente em aplicações superiores a seis meses.
(com Agência Brasil)
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