Total de famílias endividadas volta a subir em dezembro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O número de famílias endividadas voltou a subir em dezembro após três meses consecutivos de queda. No último mês de 2015, exatamente metade das famílias da capital paulista tinham dívidas, o que representa um aumento de 0,7 ponto porcentual em relação a novembro. Os dados foram divulgados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Na comparação com dezembro de 2014, quando atingiu 43,1%, a proporção de endividados cresceu 6,9 pontos porcentuais. Em números absolutos, o total de famílias com dívidas passou de 1,546 milhão para 1,793 milhão – aumento de 247 mil famílias em um ano.

O número de famílias inadimplentes recuou na reta final de 2015, favorecido pelo recebimento do 13º e pelo conservadorismo cada vez maior dos bancos e das famílias. Em dezembro, 17,2% das famílias paulistanas informaram estar com as contas atrasadas, número praticamente igual aos 17,1% de um mês antes e inferior aos 18% de outubro, quando a proporção de inadimplentes atingiu o maior valor do ano. Em dezembro de 2014, o valor estava em 10,9%, de forma que o crescimento em um ano revela a dificuldade que muitas famílias encontraram ao longo de 2015 para manter as contas em dia por causa da deterioração do cenário econômico.

Entre as famílias de baixa renda, a proporção de inadimplentes caiu de 20,8% em novembro para 19,7% em dezembro – em dezembro de 2014, o valor era de 13,6%. Já entre as de renda superior, a proporção subiu de 8,5% para 10,8% – em dezembro de 2014, estava em 4,3%.

Entre as famílias com renda superior a 10 salários mínimos, não chama atenção apenas o crescimento da proporção de inadimplentes, mas também a parcela de famílias que não conseguirão pagar as contas no próximo mês, que passou 0,8% em dezembro de 2014 para 2% em novembro e 4,6% em dezembro de 2015. Entre as famílias com renda de até 10 salários mínimos, a proporção passou de 5,4% em dezembro de 2014 para 9,5% em novembro e 8,3% em dezembro de 2015.

Com isso, a proporção total de famílias que não terão condições de pagar as contas atingiu 7,3% em dezembro, o maior valor desde setembro de 2009, evidenciando que o cenário para a inadimplência merece atenção, já que deve se deteriorar ao longo de 2016 principalmente por causa do aumento esperado para o desemprego.

O cartão de crédito novamente despontou como principal tipo de dívida das famílias paulistanas, citado por 71,8% das famílias endividadas, seguido por carnês (17,9%), financiamento de carro (17,8%), financiamento de casa (12,7%), crédito pessoal (12,5%) e cheque especial (8,7%).

Na avaliação da assessoria econômica da Entidade, o recebimento do 13º salário foi importante para muitos consumidores colocarem as contas em dia, se precaverem das incertezas econômicas e já se prepararem para o acúmulo de obrigações financeiras e tributos no início do ano, mas recorrer à poupança também tem sido uma estratégia para quitar débitos. 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

1 Comentário

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  1. E olhe que não teve nenhum

    E olhe que não teve nenhum feriado em que se costuma comprar presentes, viajar, reformar a casa ou trocar utensílios para aumentar o endividamento.Do nada todo mundo passou a dever mais.

    Só ironizando esses índices idiotas.

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