13 episódios que provavelmente estão na #VazaJato (post colaborativo)

GGN lista nesta publicação uma dezena de eventos da Lava Jato, entre 2015 e 2018, que podem ter sido objeto de conversas entre os procuradores de Curitiba e o ex-juiz Sergio Moro

Jornal GGN – Enquanto Intercept Brasil e veículos parceiros não divulgam novas informações que compõem o dossiê contra a Lava Jato, o GGN lista abaixo 13 episódios que podem ter sido objeto de conversas entre os procuradores de Curitiba e o ex-juiz Sergio Moro.

O leitor do GGN está convidado a participar da construção dessa publicação, deixando sugestões de eventos no box de comentários.

Vamos aos episódios:

1. Quando o TRF-4 decidiu, em setembro de 2016, que a Lava Jato tem caráter excepcional e não precisava seguir o ordenamento jurídico comumO entendimento foi reafirmando em julgamento de recurso de Lula contra Moro, em 2017. Foi o primeiro grande sinal de apoio das instâncias superiores à operação desenhada em Curitiba, mesmo diante das reclamações de abusos.

2. Quando a defesa de Lula divulgou à imprensa, em junho de 2017, provas de que o triplex no Guarujá não poderia ser ocupado enquanto um depósito com valor correspondente não fosse feito à Caixa Econômica Federal Com isso, os advogados revelaram que o apartamento que Léo Pinheiro, da OAS, dizia que reservou para Lula foi, na verdade, dado como garantia a um banco.

3. Quando procuradores de Curitiba assediaram testemunhas para construir o caso do sítio de AtibaiaO Conjur fez uma matéria especial sobre isso em 2018, mas os fatos teriam acontecido em 2016.

4. Quando Toffoli criticou duramente o uso de prisões preventivas em operações midiáticas, dizendo que nem o Mensalão precisou abusar desse expediente. Decisão foi dada em junho de 2016, no âmbito da operação Custo Brasil, criada pelo Ministério Público Federal em São Paulo em dezembro de 2015, a partir de documentos apreendidos na 18ª fase da Lava Jato, a Pixuleco 2.

5. Quando da derrota de Lula no STF o durante julgamento de um HC preventivo, e sua consequente prisão. A decisão é de 5 de abril de 2018. A defesa de Lula foi pega de surpresa, pois não esperava prisão a curto prazo. Glenn Greenwald já antecipou que, naquelas horas, os procuradores de Curitiba festejaram como se fosse Natal.

6. Quando da absolvição de Gleise Hoffmann no STF, em junho de 2018, por unanimidade. Ministros da segunda turma aproveitaram o julgamento para criticar duramente o uso exaustivo de delações sem prova pela Lava Jato. Foi uma das maiores derrotas da operação e não teve grande repercussão na mídia.

7. Quando Lula foi absolvido em Brasília, em meados de julho de 2018, com o Ministério Público Federal apoiando a decisão por falta de provas da delação de Delcídio do Amaral. O senador cassado acusou Lula de arquitetar um plano para comprar o silêncio de Nestor Cerveró e obstruir investigações (coisa que ele mesmo fazia, aparentemente). O parecer do procurador Ivan Cláudio Marx é uma lição para a turma de Deltan Dallagnol.

8. Quando o STF limitou o uso das conduções coercitivas, um dos expedientes favoritos da Lava Jato.

9. Quando, em 2017, o STF libertou José Carlos Bumlai, o “amigo de Lula”, e criticou a “farra das prisões preventivas” na Lava Jato.

10. Quando da guerra de despachos entre Rogério Favreto e Gebran Neto, desembargadores do TRF-4, com o apoio velado de Sergio Moro e aliados, em julho de 2018.

11. Quando Gilmar Mendes repercutiu as denúncias da indústria da delação premiada e cobrou de Raquel Dodge uma investigação sobre o procurador Diogo Castor de Mattos, que tem um irmão advogado com atuação na defesa de delatores da operação. Diogo abandonou a Lava Jato e, após os vazamentos do Intercept, foi alvo de fake news que o apontavam como responsável pelos vazamentos.

12. Quando a Odebrecht tentou denunciar cooperação internacional irregular dos procuradores de Curitiba junto à Suíça, e Moro interveio em favor da Lava Jato. Em 2015, o então ministro da Justiça José Eduardo Cardoso recebeu advogados da Odebrecht que reclamavam de cooperação irregular. Era fevereiro. Em janeiro de 2015 e novembro de 2014, os procuradores viajaram à Suíça e os defensores da empreiteira desconfiaram que eles viram provas de contas no exterior, que foram usadas para pressionar delatores, sem a devida burocracia da cooperação. Saiu nota de Moro dizendo que a agenda da Odebrecht junto ao Ministério da Justiça era “intolerável”, pois clara tentativa de interferir no Judiciário por meio político.

13. Em 2015, quando o STF concedeu habeas corpus a vários empreiteiros que estavam negociando delação premiada enquanto estavam presos em Curitiba, e os advogados cogitaram que era um “freio” de arrumação em Moro.

 

Redação

40 Comentários

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    1. O desembargador Fausto de Sanctis, defende sem conhecimento de causa, apenas por puro corporativismo. Sustento tal argumento em razão de iniciar suas declarações declarando que um hacker obteve as informações, quando em momento algum, a Intercept disse que recebeu de hacker. Em seguida afirma da nulidade das provas, logo ele, que aprovou gravações obtidas pela Abin para estabelecer condenações. Quem te viu e quem te vê… Ignora inclusive a tese do ministro do STF Valdemort, que um funcionário público não é beneficiado pela ilegalidade da obtenção da prova, se cometer crime. Outro aspecto é que o telefone é ou não funcional, ou seja, do Estado? Por fim, os fins não justificam os meios, não é? Fui didático o bastante?

      1. Sim. Mas, para lembrar, quando De Sanctis tentava pegar Daniel Dantas supostamente de forma não ortodoxa não houve reparos sobre sua atuação

        1. Doutor de Sanctis era muito elogiado por sua atuação, conhecido como “mão pesada”. No entanto, ao “cair em suas mãos casos envolvendo banqueiros, políticos, empresários amigos’ a mídia passou a atacar. Ele foi processado, humilhado, transferido.
          O Procurador Geral Luiz Francisco de Souza também.
          Quando o STF condenava José Dirceu no caso Mensalão todos os Ministros que condenavam eram “heróis”, depois de acordo com conveniência, interesses, El ODIO de milhões de pessoas (nunca imaginaria que eram tantos) vai mudando.
          Lamentável a entrevista do Dr. De Sanctis.

  1. Quando Tacla Duran denunciou a proposta da Lava Jato para reduzir a multa dele de 15 para US$ 5 milhões, com pagamento de igual quantia à quadrilha lavajatista.

  2. Sobre os 13 itens listados pelo GGN eu diria que são veniais,não mortais segundo o maior cretino parido pela politica brasileira nos últimos 100 anos.Tem coisa pior,mas bem pior do que nossa vã consciência possa imaginar.Paciência pessoal,um pouquinho de paciência.Vou palpitar:O Gringo de Ouro vai conseguir abrir a caixa preta do Judiciário.

  3. preciso de tempo para ver mas na carta maior tem um
    monte de materias, um vasto historico da lava-jato,
    subidividido em:
    A FARSA DE HOJE: Análises, entrevistas e reportagens sobre o vazamento das conversas da equipe da Lava-Jato
    A FARSA PELO MUNDO: A cobertura sobre o escândalo da Vaza-Jato pelos principais veículos de informação do mundo
    A FARSA DE ONTEM: Artigos, análises, e conteúdos publicados pela Carta Maior que já questionavam a legalidade da operação antes do vazamento das conversas
    além disso é interessante ver o histórico do famigerado
    e infame mensalão, donde iniciou o tal
    estado de exceção seletivo com o stf com tudo
    principalmente joaquim barbosa e rosa weber e sua assessoria….
    além das manifestações de 2013, claro….

  4. origem de tudo,o mensalão…
    “Em sua coluna no Nocaute, o jornalista José Augusto Ribeiro fala sobre as revelações de Onyx Lorenzoni, em entrevista a Roberto D’avila, de que Sérgio Moro já acompanhava Lula durante o mensalão. Na ocasião, Moro discutiu com Lorenzoni a adoção de medidas para combate à corrupção. Depois disso foi criada a delação premiada. E Lorenzoni concluiu sua narrativa dizendo que por isso o mensalão não chegou no Lula e a Lava Jato sim”.

  5. As idas e vindas na negociação da delação do Palocci entre 2017 e 2018, terminando com críticas públicas (ou publicadas) entre MPF e PF (que acabou fechando a negociação) com as bençãos do TRF-4 (Gebran Neto).

  6. Quando Teori manobrou para mudar a Jurisprudência do Supremo quanto a prisão após 2ª instância.
    HC 126292, julgamentos em 15-12-2015 e 17-02-2016.

  7. O que será que Moro disse a Dallagnol sobre o pauerpointe? Antes e depois?

    E antes da tentativa frustrada de levar Lula para Curitiba coercitivamente, o que será que Moro falou com alguém da firma “Globo”? Alguém do MPF? Algum assessor?

  8. sequestro do Lula, na coercitiva, envolvimento das forças armadas. Grampos no Gilmar Mendes, Instruções norte americana para investigar a eletronuclear e prisão do Almirante Othon.

  9. 1. Na condução coercitiva de Lula – quando houve o episódio no aeroporto e surgiram denúncias de enfrentamentos entre a autoridade aeroportuária e a Polícia Federal, deve ter havido muitas conversas entre Moro e os procuradores.
    2. O episódio – já citado no comentário de “Emerson 57” – da Catapreta ficou bastante embaçado na época, tendo havido uma série de denúncias e acusações nunca esclarecidas. E onde está aquela advogada? 2.a. Também na mesma citação o episódio em que a delegada que levou ao suicídio do reitor da UFSC deve ter registros de muitas conversas e auxílios entre Moro, a delegada e outros participantes do MPF.
    3. O episódio das escutas dos advogados de Lula – citado nos comentários de Paulo Val – com certeza houve um sem número de trocas de mensagens entre os envolvidos naquela operação “secreta”: PF, MPF, Moro e outros envolvidos.
    4. O episódio do Panamá Papers – em que se chegou às intermediações que envolviam familiares dos herdeiros de Roberto Marinho: os três filhos do fundador do O Globo. A mansão de Angra em área de proteção ambiental e com praia cercada e exclusiva para uso dos Marinho com a falsa criação em cativeiro junto à praia de frutos do mar.
    5. O caso da compra dos caças da Força Aérea – se da França ou da Suécia – em que Lula fora acusado de tentar influir na escolha do país que venderia a frota de aeronaves mais a questão da transferência de tecnologia.
    6. O episódio do Almirante e a construção do submarino atômico também pode ter produzido muitas conversas nada republicanas entre os envolvidos na operação.
    Fico por aqui. Deixo outros leitores e internautas lembrarem de mais fatos.

  10. Quando o Bozo, segundo ele próprio, assumiu compromisso com Moro.
    Esta seria uma ótima oportunidade de sabermos do que exatamente trataram e qual exatamente seria a moeda da troca nesse compromisso.
    Seria ela o vazamento para a grande mídia da delação premiada do Palocci, às vésperas da eleição, a troco do Ministério da Justiça? Ou a troco do cargo no STF? Ou as duas coisas?
    Bem prováveis…

  11. A paródia que fiz outro dia foi alterada, e agora está em vídeo com a música.

    Construção – Chico Buarque [Destruição – paródia]
    https://www.youtube.com/watch?v=Qfx3OqL1y6Q

    Palpites
    1 – a morte de Teori Zavascki
    2 – a perseguição a jornalistas da mídia progressista
    3 – a ofensiva contra as universidades públicas
    4 – as manobras no ano eleitoral de 2018, como a que envolveu Patifalhocci e a que tirou de Beto Richa a vaga ao Senado que ficou com Flávio Arns (acabei de descobrir que é do partido Rede…)
    5 – o pós condução coercitiva e as tratativas com a Globélica sobre a entrevista de Lula
    6 – viagens aos USA para receber ordens
    7 – a relação com figuras do Judiciário, como Janot, Rosa Weber, advogados das delações, a nova PGR, presidentes de associações como Ajufe, ANPR, OAB, e naturalmente os chefes no DOJ.
    8 – a breguice dos encontros com subcelebridades e o lançamento de filmes e séries sobre os deslumbrados, e a visita de atores e atrizes a uma prisão no Paraná, como se um zoológico
    9 – os casos Marcelo Odebrecht e Léo Pinheiro, em especial quando falaram mal de Dilma, o primeiro, e Lula, o segundo, como passaporte para vantagens e a exploração disso na mídia
    10 – o mercado de palestras e cursos, como um na PUC-RS com rábula e outros do mercado financeiro (oh, quanta coisa em comum), e eventos midiáticos que tiveram repercussão negativa, como o “vinho homerótico com Karnal”

    Se tiver estômago e tempo, e nada melhor para fazer, rs, volto a essa lista podre – o GGN podia fazer um sorteio, quem acertar mais ganha alguma coisa, uma caneca com a foto do Glenn, uma camiseta vermelha com o logo “não tenho culpa, eu sou progressista”, ou uma cesta de orgânicos by MST e produtos Bela Gil (estou pensando em mim nesse último item, rs). Afinal, a gente também quer ganhar alguma coisa com essa história… material guys and girls.

    Madonna – Material Girl (Official Music Video) – pensando em outra paródia… rs.
    https://www.youtube.com/watch?v=6p-lDYPR2P8

    Sampa/SP, 27/06/2019 – 02:05

  12. Como foram as conversas quando Teori recriminou Moro por divulgar conversas ilegais na Globo

    Como foram os preparativos para essa divulgação. Com quem os lavajateiros combinaram a divulgação

  13. Sugiro incluir a operação triplo x, em que fizeram busca e apreensão no escritório Mossak Fonseca, viram os Marinho, e fecharam a operação

  14. 14: Tacla Duran
    15: Gabriela sei lá o que a juiza copia e cola
    16: sobre as chantagens contra Fachin, Carminha e Fux, ou seja, JBS, Carlinhos Cachoeira e o conjunto da obra
    e por aí vai

  15. “Não ficará pedra sobre pedra” Dilma; ” Que Deus tenha misericórdia desta nação” ; Se o brasileiro soubesse tudo que eu sei, seria muito difícil dormir ” Carmem Lúcia. ” “Então… Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar” e o tiro de misericordia: O então relator da Lava-Jato no STF, Teori Zavascki, morreu em um acidente aéreo em janeiro, em Parati (RJ). Quatro meses após a queda do avião, a Força Aérea Brasileira ainda não concluiu a investigação do caso. Na semana passada, em um post publicado no Facebook, apagado logo depois, o filho do ex-ministro do STF, Francisco Prehn Zavascki, acusou o PMDB de tentar barrar a Operação Lava-Jato a qualquer custo. “Derrubaram a Dilma e assumiu o Temer. Do que eles são capazes? Será que só pagar pelo silêncio alheio? Ou será que derrubar avião também está valendo?” 23/05/2017 – 18h11min GAUCHA GZH

  16. Tantos momentos para mostrar e não mostram nada, depois de 4 semanas e ainda vão se unir a trolha, e dizem, a in-veja, dois dejetos jornalisticos……….., por que não ao GGN, ao Tijolaço, ao Brasil247, ao PHA? Ao Azenha? Jornalistas tambem consagrados e isentos?
    O povo todo fica na expectativa, o tempo passa e os audios e videos que dizem ter à mancheia continuam ocultos…..
    Enquanto batem boca em publico e nada revelam. ….os lojistas descontam a bronca em Lula…..

  17. 14) Quando da questão envolvendo os recibos de aluguéis do apartamento ao lado ao daquele em que Lula reside. Moro duvidou da existência deles e provocou a defesa para que os apresentasse; e a defesa apresentou. Seguiu-se, então, uma série de tentativas para desqualificar os recibos.

  18. “A exemplo do colega Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, Noronha(ministro João Otávio Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) é adepto da tese segundo a qual uma prova de origem ilícita pode ser utilizada para isentar pessoas que eventualmente tenham sido condenadas injustamente. Mas ele declara, em timbre categórico, que a prova será “totalmente” inválida se não vier acompanhada de um laudo pericial incontroverso. “Na dúvida, não pode se considerar provados fatos que não estão devidamente certificados.”

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