57% dos espanhóis internados por Covid tiveram problemas neurológicos

Estudo das manifestações neurológicas foi realizado com 841 pacientes internados em dois hospitais

Jornal GGN – Um trabalho científico realizado na Espanha para descobrir a incidência das sequelas de coronavírus no cérebro mostrou que mais da metade dos pacientes internadores desenvolveram algum problema neurológico.

O estudo registrado como “Albacovid” contou com a participação de 841 pacientes internados em dois hospitais de Albacete (o universitário da capital e o de Almansa) no pior momento da pandemia, em março. Os resultados publicados na revista especializada Neurology mostram que 57,4% desenvolveram um ou vários sintomas neurológicos.

“Entre os sintomas mais comuns estão mialgia (dor muscular de origem nervosa), dor de cabeça e enjoos. (…) quase 20% dos estudados apresentaram algum transtorno da consciência, embora esse sintoma estivesse concentrado em pacientes de idade avançada. Outros 20% (não são grupos excludentes) desenvolveram problemas neuropsiquiátricos, como insônia, ansiedade ou psicose”, resumiu o El País Brasil.

Segundo o site, o “leque de problemas é ainda maior”. “Em porcentagens menores, mas ainda significativos (entre 1% e 5% dos casos), os neurologistas detectaram miopatias (doença neuromuscular), disautonomia (alteração do sistema nervoso autônomo) e doenças cerebrovasculares como o acidente vascular cerebral. E com menos de 1% aparecem casos de convulsões, distúrbios do movimento ou encefalite. Em uma dezena de casos, os pacientes entraram em coma. Além disso, as complicações neurológicas foram a principal causa de morte em 4% dos que morreram de coronavírus.”

Um outro estudo, com 909 pacientes de Madri, mostrou que alteração ou a perda dos sentidos do paladar e do olfato ocorreu simultaneamente em 90% dos casos.

“O trabalho mais recente, divulgado na semana passada, foi o de mais longa duração (50 dias) e mais participantes (1.683). Publicado na prestigiada revista Brain, o objetivo do trabalho era detectar e analisar os casos de AVCs na amostra. No total, 1,4% —23 deles— teve algum ataque ou derrame cerebral. O relevante aqui não é o número de casos, já significativo, mas a qualidade dos dados, com base nas imagens do scanner e na análise dos tecidos afetados. São episódios de pequenos derrames cerebrais generalizados que preocupam os neurologistas porque poderiam evidenciar que o coronavírus penetrou na cabeça.”

Com informações do El País

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Redação

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