A Ascensão do Bom Senso Futebol Clube e o Calendário do Futebol Brasileiro

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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O calendário do futebol brasileiro, principal problema de nosso futebol, sempre foi considerado anacrônico, irracional, degradante. É sabido, de muito tempo, que a agenda de jogos é mal programada, que estes são mal distribuídos ao longo da temporada, que há uma minoria de clubes que joga muito e uma maioria de clubes que joga pouco.

Era de se esperar que, mediante esta situação, os grandes clubes do futebol brasileiro tomassem a dianteira no processo de exigência por mudanças. Contudo, perante um certo receio dos grandes clubes de assumirem este papel, os jogadores do futebol brasileiro resolveram desempenhá-lo.

Assim, foi criado o Bom Senso Futebol Clube, a associação dos jogadores do futebol brasileiro que busca aperfeiçoamentos da atividade. Dentre as demandas do grupo, a da construção de um melhor calendário para o nosso futebol.

Participo do movimento desde o seu início, na condição de colaborador: ajudo o grupo de jogadores com propostas de melhorias de calendário, analiso propostas do grupo e encaminho pareceres, promovo estudos sob encomenda do grupo de jogadores. Trata-se de um processo de trabalho muito dinâmico e interessante, em que a palavra final sobre qualquer proposta, em qualquer situação, é dada pelo grupo de jogadores, depois de democráticos debates.

Vislumbramos alguns modelos de calendário possíveis, e ainda estamos decidindo se apresentaremos à comunidade do futebol um modelo de calendário a ser proposto, ou alguns modelos de calendário a serem comparados. Algumas diretrizes, contudo, já estão praticamente definidas, para qualquer modelo que venhamos a apresentar, a saber:

Entendemos que há poucos grandes clubes brasileiros que jogam muito (o São Paulo, por exemplo, poderia terminar o ano de 2013 com 87 partidas oficiais), enquanto também existem muitos clubes pequenos que jogam pouco (determinados clubes da terceira divisão do Rio de Janeiro, por exemplo, fizeram apenas dez partidas oficiais em 2013, ao longo de exíguos dois meses). Pois proporemos modelo (ou modelos) de calendário em que o clube que jogue mais faça, no limite, algo próximo a 72 partidas oficiais no ano, ao longo de dez meses, enquanto o clube que jogue menos faça, pelo menos, algo próximo a 36 partidas oficiais no ano, ao longo de nove meses. Por consequência óbvia, os clubes grandes poderão jogar menos, na mesma medida em que os clubes pequenos poderão jogar mais. Todos poderão ter calendário ao longo da maior parte da temporada.

A principal competição do calendário, o Campeonato Brasileiro, poderá ter rodadas apenas em fins de semana, ao longo de todo o ano. Isso valerá para qualquer uma das divisões deste certame, que deverá abranger todos os clubes profissionais do país.

Será proposta uma reorganização dos pouco atrativos Campeonatos Estaduais, onde estes terão menos datas de duração e novos formatos de disputa.

Existem algumas formas para se cumprir essas diretrizes. O Bom Senso Futebol Clube está, através de seus membros, refletindo os melhores caminhos para implementação dessas ideias. Em futuro próximo, teremos novidades a apresentar.

Importante frisar que o apoio de respeitáveis entidades, como a Universidade do Futebol (www.universidadedofutebol.com.br) e o Futebol do Futuro (futeboldofuturo.net), propicia suporte para as propostas do Bom Senso Futebol Clube, seja no que tange ao calendário do futebol brasileiro, seja no que tange ao flair play financeiro – outro assunto de extrema relevância.

A comunidade do futebol pode esperar de nosso grupo empenho e dedicação para se construir um futebol brasileiro mais sólido, organizado e respeitável.

“Bom Senso Futebol Clube: por um futebol melhor para quem joga, para quem torce, para quem transmite e para quem patrocina. Por um futebol melhor para todos!”

Luis Filipe Chateaubriand é autor do livro “Futebol Brasileiro: Um Novo Projeto de Calendário”.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

14 Comentários

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  1. Calendário do Futebol Brasileiro e mundial.

    Aproveitando o post, no sorteio para as chaves da próxima copa do mundo jornalistas e técnicos estrangeiros reclamaram do calor em algumas cidades se referindo mais especificamente às sedes das regiões nordeste e Manaus.

    No entanto se calaram quanto ao horário de muitos dos jogos que serão realizados às 13 horas para que os jogos não sejam transmitidos para os países europeus na madrugada.

    O bem estar dos jogadores e do público que comparecerá aos estádios se torna menos importante do que os que confrontavelmente assistirão as partidas em suas poltronas.

    E viva aos patrocinadores.

    1.               Sobre os jogos

                    Sobre os jogos das 22hs para compatibilizar a programação da Globo, a banda não “apita” nada?

  2. Paixão de muitos, negócio para poucos

    Em algum momento, entre os anos sessenta e hoje, o futebol deixou de ser um esporte, com participação massiva e emocionada de torcedores – com estádios cheios e sem violência, e converteu-se num negócio milionário para poucos.

    O Clube é normalmente pobre e endividado. Os torcedores são explorados. O povo muda de partido, de religião, mas nunca do time do coração. No futebol os torcedores gastam muito e lhes é oferecido um jogo de cartas marcadas (Vasco x Cruzeiro), ingresso caro, banheiro ruim, copo de água a R$10, estacionamento caro, violência na saída, brigas entre torcidas e, finalmente, o milagre de voltar inteiro em casa. Somos burros ou ingênuos demais? Da forma que isso anda vai acabar muito mal, quem sabe em alguma desgraça.

    O recomendável para o Ministério dos Desportes seria assumir que o futebol é mesmo a grande paixão do povo brasileiro e tomar atitudes que defendam essas pessoas dos abusos que hoje sofrem, a cada rodada. Fortalecer os Clubes e os seus afiliados; obrigar ao seu saneamento financeiro; exigir condições mínimas aos clubes para participar dos campeonatos – como estrutura esportiva, salários em dia, impostos em dia, comissão técnica, mínima quantidade de afiliados e/ou média de pública nos estádios; democratização dos salários e transparência perante a legislação: o jogador é um empresário autônomo? (pop-star, etc.) ou é um trabalhador qualquer? (carteira assinada, etc.).

    Os jogadores organizados, hoje sob o nome de “bom senso F.C.” reivindicam horários e calendários melhores, ou seja, o futebol é deles e para eles. Mas, deveriam ser os clubes e os seus sofridos afiliados torcedores os que deveriam reivindicar este e outros assuntos, pois eles são os que configuram o “mercado” esportivo e é dentro desse mercado que os chamados profissionais (jogadores e cartolas) deverão atuar e respeitar.

    Uma turma de executivos de chuteiras, sentados três minutos em campo em atitude provocadora, comparsas entre sim e dos eventuais adversários de final de semana, colegas de balada, vestindo ocasionalmente uma camiseta do Clube da gente. “Bom senso F.C.”? O cacete! Os jogadores são excelentes artistas: fingem pênaltis, caem estrepitosamente girando pelo gramado, correm atrás de bolas perdidas para fazer média com a torcida, etc. Profissionais do engano, do trote manso no meio de campo, de declarações “padrão” para jornalistas “padrão”, que levam emoções fictícias aos torcedores.  Não existe mais Clube A x Clube B, mas apenas um apanhado de artistas, vestindo camisas de cor diferente, de bom salário, fingindo que duelam entre sim.

    Primeiro devemos respeitar ao cidadão-torcedor, logo os Clubes e, finalmente, obrigar aos profissionais desse mercado (todos os que ganham dinheiro com isso) que cumpram as condições estabelecidas ou, caso contrário, procurem outra atividade.

     

  3. “Será proposta uma

    “Será proposta uma reorganização dos pouco atrativos Campeonatos Estaduais, onde estes terão menos datas de duração e novos formatos de disputa.”

    Aí é que a porca torce o rabo. Os campeonatos estaduais são feudos das federações dos estados, e estas federações são o sustentáculo da CBF, pois elegem o seu presidente.

    Reduzir os torneios estaduais acarreta, inevitavelmente, em reduzir a influência de seus dirigentes, enfraquecendo um forte elo do modelo estrutural de poder vigente.

    Além disso, a TV Globo, que paga a conta em forma de gordas cotas, não abre mão de ter o “produto” futebol disponível de janeiro a dezembro em sua grade horária, pois ele alavanca audiência e, portanto, $$$.

    É uma luta bastante difícil a do Bom Senso F.C.. Todavia, quando se observa que de um lado da contenda estão Globo, CBF e federações estaduais, fica fácil constatar que a justiça só pode estar do outro lado.

  4. Bom senso !

    Saúdo este novo time de futebol  e torço para que as suas metas sejam àquelas do futebol moleque de rua:

    1- futebol dura 90 minutos e não 180 minutos, uma mudança “constitucional”da regra e torna a segunda partida, muitas vezes, um treino- o que chama uma das torcidas para a farra antecipada e provocação da torcida rival perdedora – pancadaria e violência que poderiam ser evitadas.

    No passado existia a melhor de três que acabou por falta de datas. O Bom Senso propõe um jogo por semana. Uma decisão poderia ser uma  exceção à regra.

    2- jogos às 19:00h quando no meio da semana.. Permitiria ir do trabalho e chegar em casa em um horário que não atrapalharia  o acordar para o trabalho no dia seguinte.

     

    3- Europa é Europa. Brasil moleque é Brasil moleque. Por que motivo os nossos estádios têm que ser iguais aos europeus. Nós no futebol também somos referência. O brasileiro é conhecido por ser alegre e expansivo – imaginar a torcida do Flamengo ( ou de outro time qualquer) quietinha, não entrando no gramado; comportadinha como os europeus. Que psicólogos orientaram o CBF  aceitar este padrão FIFA.

    As gerais permitiam o mais humilde assistirem os seus times. Agora como é que fica ?  Daí a Globo ser a mandona do futebol brasileiro e ditar as regras.

    4 – estimular os campeonatos estaduais. Os Madureiras. e Bangus também devem ser respeitados como formadores de atletas e promotor social das comunidades onde estão inseridos – formam o “berço do futebol”.

      O padrão cachorro viralata, com a ajuda global, descaracterizou os times brasileiros. Os mais ricos sobrevivem. Alguém acha que os times nordestinos têm condições financeiras de acompanharem os times do sudeste ? Os times nordestinos estão se caracterizando como os lanternas da competição e a sua moral diminuindo  ao serem comparados com os outros competidores mais fortes e por força da Globo, o torcedor nordestino acabará vibrando mais com um time do sudeste do que u seu time local perdedor; já é assim. Vivi no nordeste e via a torcida existente pelos times do sudeste. No sudeste pergunte se alguém tem um outro time além do seu? Acho que a  resposta será não.

    5- um campeonato do sudeste com menos competidores e não tão longo – fere a essência do futebol, que é momento. A ser discutido: 4 meses parece ser um tempo razoável.

          Criar um campeonato nordestino, pelas razões econômicas e também, como forma do torcedor estar mais próximo dos seus times. Imaginar um torcedor de Recife no Beira-Rio é mais fdifícil do que imaginá-lo em outro estádio do nordeste.

        Valorizar os campeonatos da 2a, 3a, 4a, 5a. divisões – são celeiros do futebol.

    6- Acabar com este troca – troca de jogador por conta de dinheiro. Para quem gosta de futebol, jogador veste eternamente a camisa do mesmo clube. Hoje de seis em seis meses jogador muda de clube. Uma boa parte dos que são vendidos para a Europa voltam 3 , 4 meses depois !!!!!!

       Se saiu só pode voltar um tempão depois – 5 anos, por exemplo. Tem que acabar com esta dinheirama envolvida nessas negociações, onde o Clube é o que menos ganha. E também torna o jogador o mais bem pago dos profissionais ( pela sua capacidade de ser negociado n vezes). E os clubes devedores eternos….

     

    Torço pelo sucesso desta empreitada.

  5. Belo  exemplo  dos jogadores 

    Belo  exemplo  dos jogadores  de  futebol,  grupo  tão  menosprezado em termos políticos e sociais  pela  mídia e pela sociedade em geral.

              Estão dando exemplo de dignidade, respeito pela profissão,  solidariedade…Entendem  que  apenas uma minoria tem salários altos, prestígio social, vida confortável..A grande maioria padece de salários aviltantes, condições de trabalho terríveis,  nenhuma perspectiv de melhoria..

            Porque as classes  mais  “intelecualizadas”  como as dos  médicos e professores,  apenas cito essas  para exemplificar,  não  se  organizam,   fora  de contextos  político-partidários e não lutam  por  melhorias  substanciais em suas remunerações e condições de trabalho tanto no âmbito  do serviço público  quanto  nas empresas privadas          

               Os  sindicatos de classe estariam “contaminados ” pela patidarização  política e por isso  enfraquecidos?

              Torço para  que o movimento do Bom  Senso  conquiste ,  ao  longo  do  tempo,  pequenas vitórias,  que irão se consolidar,  no  futuro,  em condições  mais dignas de trabalho  para sua classe.

  6. Fim do Brasileirão de pontos

    Fim do Brasileirão de pontos corridos (que funcionaria melhor nos estaduais).

    Aumento do número de equipes no Brasileirão (20 é pouco para um país continente), mais equipes do Nordeste na série A.

    1. Fim da intenção de “Europalizar” o futebol brasileiro!

      Concordo.

      Não sou do Nordeste, moro na região Sul, mas também penso que regiões como Norte e Centro Oeste devam possuir mais equipes na Série A do futebol brasileiro.

      Não falo em exageros, mas um Campeonato disputado com 32 times, em que todas as regiões estivessem representadas seria mto interessante!

      A única coisa q deve ser copiada do modelo Europeu, é a profissionalização dos executivos do futebol!

      Chega desses velhos “gagás” na CBF, q por sinal, nem deveria ser responsável pelo Campeonato, mas sim uma Liga de Clubes! Isso sim poderia ser copiado.

    1. O consenso do Bom Senso

      São Paulo 0 x 1 Coritiba. Quem tinha ilusão que o time do líder-mor do movimento Alex  fosse incomodado pelo do outro membro da ”diretoria” (o goleiro e presidente extra oficial do SP) rodou…

      O presidente Peter ”coxinha” Simsen ingênua e candidamente aceitou que a Globo marcasse seu jogo com o Galo na penúltima rodada isoladamente num sábado – o que facilitou o trabalho dos demais concorrentes.

      Submissão ao PlimPlim em grau máximo é a marca do dirigente. Agora fica fácil transformar o histórico Estádio das Laranjeiras – palco primeiro da Seleção- em estacionamento(sonho acalentado pela turma da bufunfa tricolor). 

  7. Campeonato Brasileiro

    Campeonato Brasileiro CBF

     

    Quatro divisões / 16 clubes por divisão / 30 finais de semana.

     

    30 jogos por clube todos contra todos no mesmo Horário

    Quarta divisão Sábado 21h00

    Terceira divisão Domingo 18h00

    Segunda divisão Sábado 16h00

    Primeira divisão Domingo 16h00

     

    de 01/03 até 15/06 primeiro turno

    de 01/8 até 15/11 segundo turno

     

    nas quartas feiras – deste período Libertadores Copa brasil e Copa estadual

     

     

     

    Primeira divisão

     

    Quatro primeiros classificados Libertadores

    Cai o ultimo para segunda divisão

     

    Segunda divisão sobe um desce dois

     

     

    Terceira divisão sobe dois descem 04

     

     

    Quarta divisão sobe 04 e descem 04 para regionais

     

     

    divisões de acesso CAMPEONATO REGIONAL

    4 torneios com 16 clubes

    rio – são paulo

    sul – minas

    Norte – centro

    Nordeste – Espirito Santo

     

    campeão de cada torneio vai para quarta divisão

    caem 4 para sua respectiva federação (campeonato Estadual)

     

    Jogos domingo 10H00

     

     

     

    Campeonatos Regionais: (ESTADUAIS) FEDERAÇÔES

    Quantas divisões forem necessárias por estado dividido em 16 agremiações por divisão.

     

    Jogos aos sábados 10H00

     

    30 jogos por agremiação campeão terá direito de disputar divisão de acesso a quarta divisão do Brasileiro. (TORNEIO REGIONAL).

     

     

    Salário mínimo dos atletas definidos por divisão quanto maior divisão maior mínimo

    Atleta que joga uma divisão não pode se transferir para outro time da mesma divisão

    Técnico também não.

     

     

     

     

     

     

    Torneio de acesso aos regionais

    Todo campeão regional, torneio misto de 15/11 a 15/12 classifica 4 times para seu respectivo regional (se necessário)

     

    Torneios Comembol

    Somente poderão participar clubes da primeira divisão

     

    Libertadores da América 21h00

    Comembol 19h00

    32 clubes cada (13 datas de quarta feira)

     

     

    Copa do Brasil CBF

     

    13 datas de quarta feira após competição Comembol

    As 04 primeiras intercaladas com semifinal e final (COMENBOL)

    Terceira divisão contra Quarta divisão na primeira rodada.

    Vencedores jogam contra clubes da Segunda divisão na segunda rodada

    Vencedores enfrentam clubes da primeira divisão na terceira quarta quinta sexta e sétima rodada.

    Se o vencedor não for clube da primeira divisão, este estará automaticamente promovido para essa e deverá ter mais um rebaixamento por divisão necessariamente.

     

     

     

     

    Copas Estaduais (FEDERAÇÔES ESTADUAIS) jogos quarta feira 21h00 ou 16h00

    8 datas pata times das 4 divisões dos brasileiros

     

    Torneio eliminatório classificando clubes regionais para enfrentar clubes nacionais do estado contemplando 32 clubes na segunda fase.

    08 datas para clubes nacionais.

     

    calendário seleções – torneios amistosos e pré temporada dos clubes

    15/01 até 28/02

    15/06 até 30/07

    15/11 até 15/12 – mundial de clubes

     

    férias 15/12 até 1501

     

    Finais da copa do Brasil e libertadores 01 jogo campo pré definido

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