"A CPI vem iluminando os porões do governo", diz Renan, em respo

Jornal GGN – “Todos nós sentimos esses odores irrespiráveis que empestearam o Brasil e mataram tantos inocentes”, afirmou o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), em resposta ao presidente Jair Bolsonaro afirmar que “cagou para a CPI” e que não irá responder nada. “Nós não podemos ter medo de arreganhos, ameaças, intimidações, de quarteladas”, reagiu, ainda, o relator sobre a nota das Forças Armadas que intimidou os trabalhos da Comissão.

“A escatologia proverbial do presidente da República recende ao que ocorreu no seu governo durante a pandemia. Todos nós sentimos esses odores irrespiráveis que empestearam o Brasil e mataram tantos inocentes. Nós vamos em frente, sem medo e investigar quem precisar ser investigado. Nós não podemos ter medo de arreganhos, ameaças, intimidações, de quarteladas. Nós vamos investigar, haja o que houver.”

Antes de iniciar os questionamentos ao funcionário do Ministério da Saúde, William Santana, o parlamentar leu uma nota de resposta às manifestações do governo de Jair Bolsonaro durante a semana, com o avanço da CPI. Além das declarações do mandatário, na noite desta quarta (07), as Forças Armadas emitiram uma nota em claro tom de ameaça aos senadores (leia aqui).

“Apesar das bravatas das comissões autoritárias, das inúteis tentativas de intimidação, a Comissão Parlamentar de Inquérito segue seus objetivos fieis, aos propósitos de sua criação, investigar os responsáveis por ação ou omissão, pelo morticínio de mais de meio milhão de brasileiros”, disse Calheiros, afirmando que “medidas responsáveis”, com base na “ciência” poderiam salvar milhares de vidas “contra o obscurantismo medieval” do governo.

“A CPI vem cumprindo seu papel e iluminando os porões do governo”, acrescentou:

Sobre a fala de Bolsonaro em sua tradicional live de quintas-feiras – “caguei para a CPI, não vou responder nada!” – , Renan também comentou: “Ontem nós mandamos uma carta ao presidente da República e o país ficou estupefato com a maneira com que ele respondeu a essa Comissão.”