A Escolha de Iowa

 

Infowars.com

Michael Scheuer após 22 anos de trabalho na CIA se desligou para se dedicar aos livros. Ele é autor de “Marching Toward Hell: America and Islam After Iraq e de “ Imperial Hubris e “Through Our Enemies’ Eyes.

Ron Paul ou a bancarrota dos EUA, mais guerras, e muitos mais soldados e fuzileiros navais mortos.

Os intervencionistas prepararam o linchamento de Ron Paul na mídia.

Dois acontecimentos recentes sublinharam para mim aquilo que os Iowanos terão que votar nesta semana, no campo da política externa, caso não votem no Dr. Ron Paul. No dia de Natal, assisti ao programa de Chris Wallace na FOX. Ele tinha um convidado – Mr. Charles Lane – que fez a falsa e indecente alegação que a política externa do Dr. Paul era a mesma política de ódio à América do reverendo Jeremiah Wright, uma doutrina que atraiu Barack Obama por mais de vinte anos, a qual o presidente e seu partido estão agora implementando. Seguindo essa afirmação imbecil de Mr. Lane chega-se a uma conclusão lógica, os soldados, marinheiros, aviadores e fuzileiros navais dos EUA também devem ser devotos fervorosos do antiamericanismo do Rev. Wright, pois doam muito mais dinheiro ao Dr. Paul do que para todos os outros candidatos republicanos juntos.

Depois, em 26 de dezembro, visitei o novo e extraordinário museu multimídia que documenta a vida de George Washington em Mount Vernon. No final a exposição apresenta vídeos onde os Senadores dos EUA lêem o Discurso de Despedida do Presidente Washington, algo que eles parecem fazer todos os anos. Quando cheguei à apresentação lá estava o senador John McCain no vídeo lendo os claros alertas de Washington sobre os perigos da intervenção estrangeira e do impacto fatal da insensatez que é favorecer um país em detrimento de outro. Ouvir isso do intervencionista, fomentador de guerra, McCain, que só sabe dizer Israel-está-sempre-certo, é sentir as evidências de sua hipocrisia e falsidade, bem como a sua ignorância e também de seus colegas do Senado a respeito das idéias de Washington e da história dos EUA.

Com base nessas duas experiências vamos ver o que os Iowanos, que não votam em Ron Paul, ajudarão infligir à América, já terrivelmente abalada pelo intervencionismo Republicano e Democrata no mundo muçulmano:

1º) Uma política externa que completará a falência dos EUA. Embora se ouça muito sobre o corte de gastos domésticos para colocar a dívida federal sob controle, é óbvio que nenhuma das partes está disposta a fazer cortes substanciais nessa área. Na verdade, ambos estão confiando em drásticos cortes nos gastos de defesa para ajudar a reduzir a dívida federal. Embora eles concordam em sacrificar a defesa, qualquer redução nesta área terá vida curta, e logo será restabelecida para além dos níveis atuais. Obama ou qualquer outro republicano que não seja o Dr. Paul continuará a intervir no mundo muçulmano, motivando, assim, que mais muçulmanos lutem contra nós. Qualquer aluno da terceira série sabe que você não pode cortar os gastos da defesa enquanto Washington com seu inflexível intervencionismo continuar cultivando novos inimigos com intenção de atacar os cidadãos e interesses dos EUA. Se você está sendo atacado, o nosso aluno da terceira série explicará pacientemente, você tem que gastar o que for preciso para se defender. E não existe nenhuma dúvida de que nós e nossos interesses vitais continuaremos sendo atacado por muçulmanos, enquanto continuarmos a intervir em seu mundo.

2º) A manutenção de Obama ou a eleição de qualquer outro republicano, que não seja Ron Paul significa a continuação da campanha do proselitismo, nada secreta, do Departamento de Estado através do Facebook / Twitter incitando as pessoas a derrubarem seus governos em lugares como Irã, Rússia, Tunísia, Síria, Egito, Líbia, Iêmen e outros. [NB: Três escritórios da cruzada elitista pela democracia e pelo feminismo de Hillary no Cairo foram invadidos e fechados pelas autoridades egípcias em 28 de Dezembro de 2011 por intervir nos assuntos internos do Egito.] Esta estúpida promoção da anarquia aliena os governos alvos e acaba por motivá-los a agredirem os Estados Unidos de alguma maneira. Sem nenhum constrangimento para Obama, Hillary Clinton e aos senadores McCain e Graham, é claro, serão os milhares de pessoas jovens e ingênuas que irão morrer nas mãos dos regimes em perigo de queda, instigados pelos burocratas federais e por seus mestres da política elitista, todos eles seguros e protegidos aqui na América do Norte. A política não-intervencionista do Dr. Paul permitirá aos estrangeiros que teçam seu destino político à sua própria maneira e em seu próprio ritmo; evitará acréscimos desnecessários na crescente lista de inimigos da América, e economizará incontáveis vidas jovens.

3º) Todos os outros candidatos republicanos e a administração Obama são totalmente crédulos que a Primavera Árabe trará a instalação da democracia secular em toda aquela região. Isso sempre foi e ainda é um absurdo que só os idealistas adolescentes – ou mentirosos intencionais – podem acreditar, e um fato que comprova é que os islamitas vêm ganhando todas as eleições realizadas desde o início da Primavera Árabe. Nem os obamaites nem os republicanos admitirão que estão errados sobre esse assunto e injetarão bilhões de dólares em ajuda externa aos países da Primavera Árabe em um irresponsável esforço para alienar os muçulmanos a construírem suas democracias seculares e instalarem o desvairado feminismo da Sra. Clinton. Tais auxílios não apenas será um desperdício, mas certamente fará com que mais muçulmanos peguem em armas contra os EUA. Na verdade, a continuação desta guerra bipartidária cultural / feminista ao Islã provavelmente incitará o choque de civilizações conforme previu o Professor Huntington.

4º) A não eleição de Ron Paul vai aumentar ainda mais as chances, já bastante forte, de se espalhar a violência conduzida por islâmicos dentro dos Estados Unidos. Qualquer outro candidato republicano ou Obama reeleito vai continuar mentindo para os americanos, alegando que estamos sendo atacados devido as nossas liberdades, leis de igualdade de gênero, ou nossas eleições, e não por causa da constante intervenção de Washington no mundo islâmico. Esta mentira, agora com duas décadas de idade – mantida com a cumplicidade da maioria dos meios de comunicação – tem escondido dos americanos o fato de que todos os supostos agressores islâmicos que foram capturados neste país foram motivados pela invasão do Iraque, pelo apoio à Israel, ou por qualquer ação dos governos dos EUA no mundo muçulmano. Como Dr. Paul explicou, nossos inimigos islâmicos são motivados pela política estrangeira bipartidária de Washington, e enquanto essa política externa não mudar, o número de jovens cidadãos americanos, muçulmanos e masculinos desejosos em atacarem os seus concidadãos continuará aumentando. Para aqueles que duvidam desta realidade, uma rápida olhada na recém-aprovada Lei das Apropriações da Defesa desanuviará seus olhos. Onde é dada a autorização ao ato dos militares deterem cidadãos americanos dentro dos Estados Unidos é uma prova clara de que os líderes de ambas as partes sabem que a sua política externa vai trazer a guerra para as cidades e ruas da América e que os militares dos EUA serão chamados para lutar contra militantes islâmicos aqui em casa.

5°) Obama e os outros obedecerão servilmente aos cidadãos dominados pelo lobby pró-Israel que os suborna e os paga para entrarem em guerra contra o Irã. Na verdade, Washington, Tel Aviv e Londres já estão realizando uma ação de guerra letal e encoberta dentro do Irã, matando cientistas nucleares iranianos e destruindo instalações afins, bem como incitar Teerã a reagir com violência e, assim, dar ao Ocidente um casus belli. Tal guerra seria um desastre financeiro e militar para os Estados Unidos, e seria assistida com alegria pelos líderes russos e chineses, que – embora seus países perdessem algum comércio com o Irã durante a guerra – aplaudiria outra ferida auto-infligida que corroerá ainda mais a economia que é a base do poder americano. Além disso, se os líderes políticos dos EUA não possibilitaram aos militares americanos, que derrotassem os mujahids (guerreiros santos) afegãos e iraquianos, equipados com armas antiquadas do tempo da Guerra da Coréia, eles certamente não possibilitarão aos militares que derrotem uma nação-estado melhor armada como o Irã. Assim teríamos mais uma derrota imposta politicamente aos militares dos EUA. Mais doloroso para os americanos serão os ataques patrocinados pelo Irã que ocorrerão dentro dos Estados Unidos, se Washington e / ou Israel lançarem um ataque ao Irã. A única ameaça séria que o Irã tem contra os Estados Unidos é o resultado de mais de 35 anos de negligência bipartidária, quase-criminal, cometida pelo executivo e legislativo dos EUA nas áreas de controle das fronteiras e da segurança interna. Tanto os militares como os serviços de inteligência do Irã e seus representantes libanês, Hezbollah, criaram pontos de entrada clandestina ao longo da nossa fronteira sul, assim como uma grande infra-estrutura clandestina dentro do continente americano, que trabalha com redes similares no Canadá, México e Caribe. O Irã é muito inteligente e teme o poderio militar dos EUA, para ele próprio iniciar o ataque usando este aparato na América do Norte, mas a rede é claramente destinada para permitir que o Irã responda violentamente aqui dentro, se o Irã for atacado pelos Estados Unidos e / ou Israel.

6º) Apesar de todos os candidatos republicanos e também Obama falarem de seus planos para tornar, o máximo possível, a América auto-suficiente em energia, não há motivo para acreditar em qualquer um deles. Nos últimos 40 anos, ambas as partes não fizeram praticamente nenhum progresso em direção a essa meta, a menos que você conte a aplicação do horário de verão por três semanas, como um grande ganho. Ambas as partes seguiram o caminho mais fácil e rentável: a dependência do petróleo dos ricos tiranos árabes, uma política que determina que os militares dos EUA gastem bilhões a cada ano para defender uma Península Arábica, cujos estados são fundamentalmente antiamericanos. Você só pode contar com o Dr. Paul para conseguir o desenvolvimento irrestrito de todos os recursos energéticos nacionais, e promover a auto-suficiência energética, permitindo um abandono gradual da nossa utilização do petróleo muçulmano que tanto motiva os mujahids. Porém, nem mesmo o Dr. Paul poderá impedir que os Estados Unidos lutem certa guerra do petróleo, uma que os republicanos e democratas já fixaram na agenda nacional, que a América terá de bancar na região do Delta do Níger. De onde obteremos cerca de 20 a 25 por cento do nosso óleo – devido à insurgência islâmica que está ganhando força na Nigéria e ameaça a estabilidade na região do Delta, rica em petróleo.

A despeito das mentiras infames sobre a política externa do Dr. Paul constantemente proclamadas por seus companheiros candidatos republicanos, em parceria com os cidadãos pro – Israel/pro – intervenção dos EUA, seus amigos jornalistas e a maioria dos meios de comunicação, apenas o cavalheiro do Texas fala em nome da visão não-intervencionista dos Fundadores da nação sobre o papel da América nos assuntos mundiais e no uso do bom senso.

No projeto não-intervencionista dos Fundadores para a política externa dos EUA que é defendida por Ron Paul, os Iowanos vão encontrar um caminho já comprovado para a manutenção da soberania, independência, paz e prosperidade dos Estados Unidos. No âmbito do senso comum, ele bate seus companheiros candidatos, os Obamaites e a mídia, sem grandes esforços. Dr. Paulo desafia os intervencionistas de ambos os partidos sobre seus planos para espalhar a democracia secular – e com isso promovendo as guerras – por razões históricas que são irrefutáveis, porque são excelentes sensos comuns. Nós, mais os ingleses, os australianos, e os canadenses vimos construindo nossas repúblicas / democracias desde a Charta Magna de 1215 – isto é, há quase 800 anos – e ainda não chegamos perto da perfeição. Se os Iowanos e todos os outros americanos realmente pensassem sobre o que o Dr. Paul está dizendo – e não o que os intervencionistas dizem que ele está dizendo – eles responderiam favoravelmente à conclusão lógica do texano, pois aquilo que não realizamos plenamente em oito séculos, não pode ser realizado no Egito, Afeganistão, ou em qualquer outro lugar no mundo muçulmano em 6 semanas, 6 meses, ou seis anos. Até porque nenhuma dessas nações separa a igreja do estado. A precisão do uso da história e do bom senso por Dr. Paul mostra o que realmente é esse exorbitante custo do esforço para construir democracias no mundo islâmico, ou seja, Washington está jogando dinheiro pelo ralo por uma causa perdida desde o início e que irá nos envolver em guerras onde não temos interesses.

Ao contrário, nas palavras dos seus opositores republicanos, dos Obamaites, e da maioria dos meios de comunicação, os Iowanos deveriam ser capazes de ouvirem a elitista, racista, e causadora de guerra, doutrina Wilsoniana de intervir no exterior para impor a democracia secular e crenças sociais aos estrangeiros pela ponta das baionetas. De fato, a política nacional de segurança defendida por tais políticos resume-se ao argumento claro e absurdo que: a América precisa de mais e mais guerras – e o número de militares mortos / mutilados vai aumentando – motivados pela intervenção de Washington no estrangeiro ao invés de estarem protegidos e seguros em casa.
Para os iowanos e americanos como um todo, então, a melhor escolha para seus filhos, netos, e para o país reside com certeza na sabedoria dos Fundadores da política externa que Ron Paul promete aplicar.

Redação

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