A humilhação de Penteu

 

 


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Era noite de 12 de agosto de 1995. O cenário, o belíssimo Teatro de Arena de Ribeirão Preto, no alto do Morro de São Bento, com a Lua Cheia ao fundo. Tratava-se do Festival de Teatro Grego de Ribeirão Preto, que ocorreu durante uns três anos seguidos e depois sumiu para sempre.

Tivemos o privilégio de assistir, nessa noite, a As Bacantes, de Eurípedes, na montagem da turma do Zé Celso Martinez Corrêa. Trupe tão ilustre que estava na plateia o Sr. Prefeito, Antonio Palocci Filho, e sua esposa, a Primeira Dama.

Na peça, Penteu, rei de Tebas, proíbe o culto a Dioniso naquela Cidade-Estado. O Deus se vinga do rei prepotente, humilhando as mulheres da cidade e o próprio Rei Penteu, por meio de intervenção, de trama ardilosa de suas sacerdotisas, as Bacantes. As Bacantes levam o povo de Tebas e sua autoridade máxima ao ridículo, ao vexame.

Pois bem… por essa hora do desenlace da trama, lá por volta de uma hora da manhã (as peças do Oficina são longas…) uma bacante nua dirige-se até a autoridade máxima da cidade de Ribeirão Preto e se senta gostosamente, nuamente no colinho do jovem alcaide. Filho da mãe, esse Zé Celso… A vergonha palocciana foi tanta, mas tanta, que o homem ficou mais vermelho que os lábios da linda moça nua. E a Primeira Dama, ali, do ladinho, com cara de estátua, lívida.

É claro que o maluco do Zé Celso quis fazer uma anologia entre o Rei Penteu e o Rei Palocci. Passaram-se uns cinco minutos e o Primeiro Casal deixou o Morro de São Bento, à francesa.

Bem, eu, desentendi-me com minha namorada vestibulanda para medicina, que estudava de doze a quatorze horas por dia, devido à minha insistência de ficar para ver o final da peça. A apresentação deve ter terminado às duas da manhã, quando houve churrasco no morro, em homenagem a Baco. No dia seguinte, terminamos namoro de um ano e oito, quase nove meses. Demorei anos para me recuperar da perda do grande amor da minha vida até o momento.

Eu sou curioso para saber se o Zé Celso, o Marcelo Drummond e outros atores antigos do Oficina têm conhecimento de que aquele prefeitinho caipira de 1995 era o poderoso Ministro Palocci.

Redação

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