A lepra incurável, por Doney Stinguel

Por Doney Stinguel

Isso não é um governo, isso é um escárnio.

Essa quadrilha de marginais zomba sobre os corpos dos mais de 75 mil compatriotas nossos, que tombaram por conta da falta de preparo, clareza, lucidez e competência desse desgoverno maldito, muito mais preocupado em safar a própria família miliciana dos múltiplos crimes que perpetraram do que em governar.

Essa fala, de qualquer modo, é sintomática: demonstra cabalmente que tanto os membros quanto os apoiadores desse governo não possuem absolutamente nenhum vínculo com a realidade. Nenhum.

Eles vivem em outra dimensão, em outro planeta, seguindo seus próprios delírios, abstendo-se de qualquer conexão com o mundo real.

A capacidade cognitiva dos seguidores do Papador de Alfafa se resume a ruminar o de sempre: cloroquina, PT, mito, corrupção, mamata, Cuba, STF, Lula, comunismo, Venezuela.

Pince estas palavras do vocabulário deles e a pretensa capacidade analítica que supõem ter se esvai como água no ralo.

Sem essas palavras, seus cérebros limitados (não digo “ocos” porque estão cheios de estrume) não conseguem avançar. Eles travam feito um aparelho eletrônico sem capacidade de processamento.

A direita é o pensamento político capaz de formalizar na prática a absoluta falta de compromisso, de empatia e de solidariedade com os mais vulneráveis.

Quando se vive em um mundo imaginário como os bolsominions, tal tarefa fica muito mais fácil.

Os genocidas conseguem dizer que uma administração que já ceifou a vida de mais de 75 mil brasileiros nesta pandemia é um exemplo para o mundo sem que seus seguidores fiquem abalados ou, pelo menos, constrangidos. Muito ao contrário: formatados pela direita, eles são incapazes de sentir a dor alheia, são incapazes de se colocar no lugar do próximo, são incapazes de se sensibilizar com aqueles que perderam pais, mães, irmãos, filhos, amigos etc.

Não sentem nada. Nada. Essas dezenas de milhares de mortos, para eles, não passam de uma abstração, de um número como outro qualquer.

E como se não bastasse, ainda camuflam toda essa insensibilidade, toda essa falta de respeito e afeto pelo próximo atrás de um discurso religioso tão cínico e inconsequente que faria o pior dos fariseus corar.

Desdenham da vida e da dor alheias, e quando expostos em suas incoerências, respondem com seus discursos raivosos, moralistas e hipócritas, que veem podridão em tudo justamente porque eles mesmos são podres, justamente pelo espelho reverso que fingem não ver.

Em seus delírios sangrentos, ao invés de admitirem que são cúmplices de um genocídio, ao contrário, os seguidores deste marginal ainda pretendem responsabilizar governadores e prefeitos pelo que está acontecendo, quando qualquer pessoa que tenha o mínimo de massa encefálica sabe que a responsabilidade por esse morticínio é TODA de Bolsonaro.

A decisão do STF permitiu que prefeitos e governadores TAMBÉM tomassem ações para conter os efeitos da pandemia. Isso porque Bolsonaro não queria promover o isolamento social que minimiza o contágio da doença. Ao contrário, o Papador de Alfafa sempre falou contra o isolamento e, estimulados por esse fascista de merda, muitos brasileiros não o fizeram. O resultado está à vista: dezenas de milhares de mortos (encaminhando-se para a casa dos seis dígitos) e a economia em frangalhos. Pelas ações e omissões, portanto, a responsabilidade pelo caos que se abate no país é TODA de Bolsonaro.

Mas como explicar isso a pessoas que não se submetem a nenhuma prova de realidade? Como explicar isto a quem não se abala sequer quando este assassino balofo diz que não ficaria doente por conta de seu pretenso histórico de atleta? Como explicar isto a quem não se indigna com as falas “e daí?”, “eu não sou coveiro”, “é uma gripezinha”, “(este vírus) é muito mais uma fantasia”, “é uma questão superdimensionada”, “brasileiro precisa ser estudado, anda em esgoto e não pega nada”?

Como mostrar a realidade? Como fazer enxergar aqueles que simplesmente não querem ver?

O mundo dos bolsominions é um mundo completamente invertido porque, para que a fala deste Führer de opereta seja correta, eles precisam distorcer tudo.

Neste mundo imaginário, para que os relinchos de Bolsonaro e seus filhotes sejam retos e verdadeiros, toda a realidade fica torta e errática: a OMS, a justiça, a ciência, o mundo inteiro.

Para o gado que o segue, todo mundo está errado e ele está certo.

Mas posto que deliberado, esse delírio não os eximem de responsabilidade. Os bolsominions são cúmplices de um genocídio que é perpetrado a olhos vistos. Se escolhem utilizar viseiras de burros, isto não os absolve de nada.

Dançando em cima de cemitérios, apoiadores contumazes da mortandade que se abate contra a população brasileira, ao fim e ao cabo podemos reconhecer que os bolsominions não se abalam com falas como essa da reportagem porque se transformaram em leprosos, mas um tipo diferente deles: em leprosos por dentro.

E eu duvido muito que para tal doença exista cura.

Redação

Redação

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