A Mulher e a Democracia, por Almir Forte

Obra de Vanessa Rosa

A Mulher e a Democracia, por Almir Forte

O mundo nesse início do século XXI não está confirmando a ciência, que segundo Charles Darwin, as espécies evoluem e vão se tornando superiores, melhores, mais inteligentes e mais preparados para o habitat em que vivemos. Assistimos consternados que alguns avanços sociais e econômicos, por menores que sejam, de repente estão seriamente ameaçados.

As mulheres, mais especificamente, com sua luta permanente conseguiram muitos avanços desde o século passado, no entanto, nos últimos anos, estamos assistindo alguns seres que se dizem humanos em nossa sociedade se comportarem pior que o homem das cavernas quando se trata de direitos e garantias da mulher.

O dia de hoje, 08 de março, é o resultado de muitas lutas e reivindicações das mulheres no século XIX e início do século XX, princialmente nos USA e Europa, por melhores condições de trabalho, direitos sociais e políticos, que desde o trágico episódio de 08 de março de 1857, em uma fábrica têxtil de Nova York, em que as mulheres foram massacradas, até o ano de 1975, quando a ONU passou a celebrar o Dia Internacional da mulher e os dias atuais o mundo mudou significativamente.

Enquanto isso no Brasil, onde a misoginia tomou conta da politica brasileira ao ponto de uma mulher sofrer um golpe e ser retirada da Presidência da República, sem ter cometido qualquer crime, um ano após ter sido eleita por mais de 54 milhões de votos, demonstra claramente que ainda temos muito que aprender e lutar para que o país volte a se tornar uma democracia.

Nesse dia 08 de março, temos muito que lutar e pouco a comemorar, principalmente em um estado onde os números da violência contra a mulher bate recordes alarmantes, enquanto o governo do Estado, assim como o governo federal falam apenas em combater o deficit econômico contando os investimentos sociais, o que contribui de forma efetiva para agravar a situação.

Não vou apresentar os números da violência, até porque não pretendo transformar esse dia de lutas e homenagens a mulher em um momento de lamentos, para que não percamos a esperança na construção de uma nova sociedade, onde o respeito e consideração pela mulher não seja apenas um sonho, mas sim uma realidade.

E assim, a pré-candidata a Presidência pelo PC do B, Manuela Dávila, resumiu o atual momento em que vivemos: “Ser mulher e concorrer à presidência é bastante difícil. O conservadorismo se manifesta de forma muito intensa. De forma ultraliberalizada na economia, de um lado, e, de outro, super-conservadora tentando tutelar nossos corpos e nossas vidas”.

“É um desafio ser a única mulher de esquerda que concorre à presidência da República, mas é um desafio que eu vou levar com coragem”. Coragem, é a palavra-chave que trouxe muitas conquistas, mas ainda há muito a conquistar, e, o principal para reconstruir o país, será a restituição da democracia para garantir o que foi conquistado e continuar avançando.

Viva o dia internacional da Mulher e viva a democracia.

 
Redação

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