A profecia do poeta

 

Almir Forte

 

O mundo moderno vai se transformando de forma inversa ao que sonharam os grandes pensadores durante a formação da humanidade, no que diz respeito a convivência humana. O século XXI, trouxe a chamada revolução industrial quatro ponto zero, com a internet, a nanotecnologia, a inteligência artificial, os famosos drones que servem para fotografar as maravilhas da natureza e, ao mesmo tempo, assassinar os “inimigos” das grandes potências mundiais.

O desenvolvimento científico e tecnológico, que em tese, serviria para diminuir a exploração do homem pelo capital, com mais tempo livre para a família e o lazer, faz um caminho completamente inverso, enquanto acumula grandes fortunas nas mãos de uma minoria, transporta uma imensa maioria de trabalhadores para o desemprego, a fome e a miséria.

E o Brasil, com uma parcela da elite que construiu sua fortuna como um irmão siames do Estado, agora quer o caminho livre para comandar os destinos da nação, como proprietária da maioria dos políticos eleitos, subtraíram sorrateiramente os projetos de um país que caminhava rumo ao desenvolvimento autônomo, soberano e independente, para em nome do “deus-mercado”, servir ao capital financeiro internacional, flutuante, que percorre o mundo dia e noite, sugando suas riquezas na mesma velocidade da luz.

E ao escolher esse caminho, contribuiu de forma decisiva para semear o ódio entre a população, usando a grande mídia monopolista, arregimentando seguidores nas redes sociais para serem porta-vozes de um novo mundo bizarro, do qual certamente serão expulsos, após a consolidação do nefasto projeto, que sem qualquer conhecimento ajudaram a executar, como pequenos camicazes do século XXI.

Colocaram no poder o ilegítimo presidente Temer, denunciado por corrupção e protegido por um diabólico consórcio, formado por uma maioria de deputados federais e senadores, que guiados pelo ódio que ajudaram a consolidar, a serviço das grandes empresas e dos banqueiros, além de retirar nossos direitos enterrando CLT, pretendem acabar com Previdência e entregar o que resta de nosso patrimônio ao capital internacional.

Na realidade, a contribuição que darão a humanidade será a concretização de uma poesia que o grande escritor cachoeirense, João Motta, escreveu no incio do século XX, que nos dias atuais poderia ser interpretada como uma perfeita profecia.

Assim, em sua inspiração quase divina, escreveu o poeta:

O Evangelho do ódio.

Antes de nascer o sol já sofre o pobre /o rigor do patrão à voz do mando / e ninguém, por desgraça, lhe descobre /no rosto triste a lágrima rolando.

E quando a sombra da luz solar encobre, /sob o jugo do rígido comando, /da própria mágoa a vida desprezando, /inda trabalha, inda produz o pobre.

Exausto, à volta do trabalho, em casa, /sua alma de revolta se extravasa /ao dizer o seu lúgubre episódio(…) /o mísero espoliado os dentes rilha / e na dor da família maltrapilha, /ensina aos filhos o Evangelho do ódio”.

 

Redação

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