A promíscua relação entre Globo e CBF

Do Blog do Paulinho 

O dia em que a Globo homenageou Ricardo Teixeira

Submissos, clubes abrem mão de concorrência para renovar com a Rede Globo

Há alguns anos, enquanto brigava com Ricardo Teixeira para adquirir a exclusividade de transmitir partidas da Seleção Brasileira, a Rede Globo apresentou um “Globo Repórter” histórico, demolidor, até, escancarando os atos de corrupção do dirigente.

Tivesse dado sequencia nos dias seguintes, e muita coisa errada poderia ter sido evitada no futebol nacional.

Mas não, a Globo utilizou-se do material, e, principalmente, do que não mostrou, para atingir o intuíto e facilitar as negociações com a CBF.

Desde então, parceiros, a emissora e a Casa Bandida convivem em triste harmonia.

O acordo comprometeu a lisura do jornalismo que passou a se comportar como promotor de eventos da CBF.

Porém, acordo nenhum, mesmo em meio a tanta promiscuidade, justificaria a deplorável homenagem feita pela emissora a Ricardo Teixeira, no Jornal Nacional, na data de sua saída do trono máximo do futebol nacional.

O texto, falado (e provavelmente escrito) por Tino Marcos, trata um dos símbolos máximos da corrupção no esporte como salvador do futebol brasileiro, elencando seus “feitos”, escondendo (e defendendo) as acusações de maus-feitos.

Exemplo, no melhor estilo da propaganda nazista nos tempos de 2ª Guerra Mundial, de como contar uma enorme mentira dizendo apenas a verdade.

Doze de Março de 2012: a nobre profissão agoniza, desde então.

Confira abaixo, vídeo e transcrição

https://www.youtube.com/watch?v=O5eiMQ-1HjE

Da REDE GLOBO – por TINO MARCOS

Número 70 da Rua da Alfandega, centro do Rio. Vinte e três anos atrás, Ricardo Teixeira entrava neste prédio para ser empossado como Presidente da CBF.

Há nove anos o prédio deixou de ser a sede da Confederação… há algumas horas Teixeira deixou de ser o Presidente da CBF.

Ricardo Teixeira assumiu a presidência da CBF em 1989, seguindo os passos do sogro, o então presidente da FIFA, João Havelange.

Sob o comando de Teixeira, o Brasil conquistou 112 títulos em várias categorias do futebol: o último deles, em agosto do ano passado, quando a Seleção Sub-20 foi penta-campeã mundial.

A primeira conquista veio logo no início de sua administração, o título da Copa América, pela Seleção principal, deu fim a um jejum que já durava quatro décadas. Aquela taça foi a primeira de uma série de cinco Copas Américas na gestão dele.

Ricardo Teixeira esteve a frente da CBF em seis Copas do Mundo, de 90 na Itália até 2010 na África do Sul, foram três finais consecutivas.

Em 94, com Carlos Alberto Parreira no comando, o Brasil voltou a vencer depois de 24 anos sem um título.

Quatro anos depois, em 98, na França, outra final: derrota para os franceses por três a zero.

Em 2002, a geração talentosa de Ronaldo e Rivaldo reconquistou a hegemonia mundial com o penta-campeonato no Japão.

Nas últimas duas Copas ele presenciou as derrotas, na Alemanha e na África do Sul, apesar de a Seleção ter conquistado a Copa das Confederações nos anos anteriores aos dois mundiais.

No comando da CBF, Ricardo Teixeira organizou o calendário do futebol nacional e instituiu a formula dos pontos corridos para o Campeonato Brasileiro. Foram medidas benéficas para a economia dos clubes, que passaram a ter atividades o ano inteiro.

Com uma gestão longa, Ricardo Teixeira colecionou amigos e adversários. Seu jeito centralizador gerou desafetos, de Romário a Pelé, passando por dirigentes esportivos.

O mais recente: o atual presidente da FIFA, Joseph Blatter.

Da lista, houve muitos com quem selou a paz, como Ronaldo “fenômeno”, que, este ano, depois de restabelecidas as relações, foi nomeado pelo próprio Ricardo Teixeira para integrar o Comitê da Copa de 14.

Ao longo da carreira, Ricardo Teixeira foi alvo de denúncias.

Diante de todas elas, Teixeira sempre disse que as acusações eram falsas e tinham caráter político.

A denúncia mais contundente foi a de que ele, e um grupo ligado a FIFA, teriam recebido dinheiro de forma irregular nas negociações de uma empresa de marketing esportivo, em 1999. Viu os processos serem arquivados pela Justiça.

Teixeira assumiu a Confederação Brasileira quando a Seleção tinha apenas dois patrocinadores. Deixa a Seleção com dez patrocinadores e a CBF com um faturamento anual de R$ 271 milhões (números de 2010).

Sua última realização a frente do futebol brasileiro não foi alcançada no gramado.

Em 2007, Ricardo Teixeira comandou a campanha vitoriosa que fez a FIFA conceder ao Brasil o direito de organizar a Copa do Mundo de 14.

 

Nos últimos cinco anos foi o Presidente do Comitê Organizador Local. Hoje, sai de cena, há dois anos do Mundial.

 

Redação

6 Comentários

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  1. Globo, teu outro nome é chantagem!

    a Globo fez o que sabe fazer melhor:  chantagear!

    monta uma matéria para chantagear e arrancar dos seus alvos, seja políticos, juizes, empresários, governo, jornalistas, quem for, os acordos mais nefastos possíveis e se salva sempre chantageando o judiciario.

    os juiízes, ao verem a chantagem televisiva, ao invez de botarem um freio, morrem de medo de serem chantageados tambem, de terem sua vida destroçada, sua reputação destruida.  Grande parte do quadro atual que vivemos é culpa desta corvardia do judiciário, que deixa um operador jogar um jogo muito sujo, quase livre de qualquer punição.

    Globo, teu outro nome é chantagem!

     

     

     

  2. Curioso. A origem desse

    Curioso. A origem desse imbróglio todo na FIFA está nos DIREITOS DE “TRANSMISSÃO TELEVISIVA” dos torneios por ela patrocinados. No Brasil, a REDE GLOBO ganhou os direitos sobre TODOS OS TORNEIOS. Mesmo quando em “”””licitações””””” sua proposta era matemática e flagrantemente menos interessante financeiramente. PORQUE DIABOS O FBI não incomoda a GLOBO?Porque ela segue livre, leve e solta se não resta dúvida que foi a PRINCIPAL BENEFICIÁRIA DO ESQUEMA? Será que os filhos do Sr. Roberto Marinho vão conseguir DESMORALIZAR o F.B.I.? Ou realmente o único objetivo é mesmo tirar a próxima Copa da Rússia?

  3. Ricardo é puro

    Acho que o J. Hawila vai fazer como o Yusef, delator premiadissimo, vai entregar os chefões da Fifa, para que os americanos comprometam a copa da Rússia. Como eles nada tem com o futebol não se preocupam se vão ou não acabar com esta competição.

    Mas duvido que o Hawila vá entregar de Havelange ao fenômeno passando pela globo. Não acho que os americanos tenham interesse em desmontar este esquema. O que pode ocorrer é a quebra da blindagem da cbf na mídia e no judiciário e, principalmente, na receita. Mas se for adiante a globo quebra.

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