A psicanalista do Charlie Hebdo, por Abrão Slavutzky

O terrorismo contra o humor: imagem de manifestação em Paris (Eric Feferberg / AFP)

do Psicanalistas pela Democracia

A psicanalista do Charlie Hebdo

por Abrão Slavutzky

Atentado de janeiro de 2015 vitimou editores, cartunistas e seguranças do humorístico parisiense. E, também, a lacaniana responsável pela coluna “Charlie Divã”

Elsa Cayat acordou cedo naquele dia. Antes da reunião do jornal, teve sua aula de ioga. Iria só à tarde para seu consultório, pois às 10h foi para a sede do Charlie Hebdo. Era 7 de janeiro de 2015, um dia que não será esquecido pela História. Elsa escrevia quinzenalmente no semanário humorístico havia três anos. Sua coluna, Charlie Divã, era muito lida. Escrevia sobre sexo, desejo, temas clínicos e históricos como as raízes do Holocausto. Vinha de uma família de intelectuais de esquerda, pai e tia escritores. O fato de ser judia chamou atenção dos fanáticos islâmicos na sua decisão de eliminá-la. Nenhuma outra mulher que estava na sala de reuniões do semanário foi morta. Recordo que, na mesma semana do atentado, também em Paris, um mercado de comidas judaicas foi atacado por terroristas islâmicos, com quatro mortos.

Uma sobrinha, ao ser entrevistada após o ataque ao Charlie Hebdo, disse que Elsa já havia sido ameaçada. Foram dois telefonemas, nos quais disseram que ela devia parar de escrever – ou seria morta. Não acreditou nas ameaças. Além disso, estava tão contente em participar do grupo do Charlie, amava tanto escrever, que não quis abdicar da sua liberdade.

Naquela manhã de inverno, Elsa ia confiante para mais um encontro com seus amigos humoristas. Havia cuidados de segurança no edifício. Para entrar, era preciso ter uma senha. Havia ainda um policial no interior do prédio, e outra senha na porta blindada da sala da reunião. Mas ninguém imaginou, nem a própria polícia francesa, que dois homens bem armados atacariam o Charlie. Lembro que, depois, houve outros atentados em Paris, com mais vítimas.

Por que o Charlie Hebdo foi atacado? Há uma dificuldade em entender por que o humor é tão temido. Entretanto, todos os totalitaristas, amantes do pensamento único, atacam o humor. O livro Os Ditadores, de Richard Overy, sobre Stalin e Hitler, mostra como, nos regimes dos dois, artistas e humoristas foram perseguidos, presos e mortos. No Brasil, não mataram os humoristas do Pasquim, mas os prenderam. E, depois, o semanário de humor sofreu um boicote econômico dos empresários. Ao longo da História, o simples riso foi também atacado pelo fanatismo religioso, como se pode ler em O Nome da Rosa, de Umberto Eco. O Charlie Hebdo era o espaço do riso, das charges polêmicas, o lugar no qual Elsa tinha seu divã cultural. Os partidários do Todo Um são contra a liberdade da palavra, da graça, da irreverência.

Por que escrever sobre a psicanalista do Charlie? Serge Leclaire disse que a única coisa que um psicanalista aprende ao longo da vida é escutar. Creio que sim, mas aprende também a perguntar e, principalmente, a perguntar-se. Elsa Cayat criou uma ponte entre o mundo psicanalítico e o mundo do humor. Sou seduzido por ambos, porque vejo no humor uma ética que elimina toda forma de hierarquia, seja econômica, política ou religiosa. Uma ética em que os ricos podem revelar-se pobres de espírito, como se percebe na história na qual um ricaço judeu rezava e dizia “Sou nada diante de ti, Todopoderoso”, ao que um pobretão escutava e repetia “Sou também nada diante de ti, Todopoderoso”. O ricaço concluiu: “Veja só quem pretende ser nada diante do Senhor…”.

Elsa Cayat

O Supereu do bem-humorado é benigno, e não sádico e severo. Goza da perfeição. Tolera as falhas. Aprender a jogar o jogo do humor é um caminho para se viver melhor. O humor nada na contracorrente, ao buscar o lado leve do peso da existência, o lado poético da vida prosaica. O humor não nega que a vida é mais para ser suportada. Enfim, o humor é um jogo em que introduz o gozo e a alegria no reino do princípio da realidade. O humor ensina que a vida pode ser vista também como um jogo de crianças.

Elsa Cayat foi corajosa na sua rebeldia, e são os rebeldes que buscam inventar a vida. As raízes da rebeldia são o desejo por novos caminhos, com um olhar diferente à procura de um sonho de mais justiça. Talvez eu não tenha respondido à pergunta sobre por que escrevo essa homenagem a ela, mas, em psicanálise, nunca se diz tudo ou se sabe tudo. O fanatismo tem uma só verdade, que julga ser a verdade total de tudo. Logo, odeia o humor. No dia 7 de janeiro de 2015, o terrorismo atacou o Charlie Hebdo para eliminá-lo. Poucos dias depois, a França teve 4 milhões de pessoas nas ruas como expressão da ética solidária. Hoje, o Charlie cresceu tanto no amor do povo francês como no mundo. Resistir à crueldade é uma forma de manter a graça da vida, a graça de criar um mundo melhor.

Encontro consigo mesmo

Um ano antes do atentado terrorista, Elsa Cayat foi entrevistada em psychologies.com. Vale a pena entrar no site para ler suas longas respostas. Aqui vai uma síntese, com suas palavras, do que ela disse. Elsa respondeu as perguntas ao vivo, durante uma hora, falando sobre a vida conjugal, a liberdade pessoal, o ciúme, a decepção, o sexo e o desejo. Expressou sempre sua confiança no amor – apesar de todos os problemas.

Perguntaram se era possível basear a vida no outro. Ela disse:

– Esse é todo o problema do amor. Não se trata de apoiar sua vida no outro, mas preservar sua vida para si, recentrar em si para poder abrir-se ao outro. Esse é o eixo central dos problemas do amor, um eixo do mito do amor. Um quer se apoiar no outro, quer descansar no outro, pois crê que o amor é a solução a tudo o que falta e assim demanda no outro o amparo a sua fragilidade. Mas isso é falso. O outro não pode preencher nossas faltas. Em geral se pensa que o amor é a solução a tudo o que falta, e então o outro vai nos curar. Repito: isso é falso. O outro não pode nos preencher completamente, e os problemas pessoais irão irromper. Para se resolver os problemas é preciso acertar-se consigo mesmo.

Elsa definiu o amor como um sentimento fluido, móvel, que muda em função de circunstâncias. É mais agradável amar do que não amar, ela ponderou. O problema é quando se idealiza o amor, e algumas pessoas sentem obrigação de amar. Isso mata o amor – o amor não é um dever. O amor não pode ser senão um desejo. É possível ser feliz no amor, em especial quando cada um tem sua vida própria. No amor importa saber que o outro é eleito por razões enraizadas na própria história. O outro fará ressurgir o passado, um passado esquecido, que se reativará na nova relação. Já os ciúmes são decorrentes da diminuição que se sente diante da idealização do outro.

Uma pergunta foi a velha afirmação de algumas mulheres que os homens sempre mentem. A psicanalista do Charlie Hebdo respondeu:

– De onde vem essa visão dos homens? Essa decepção certamente provém de uma expectativa irrealizável. Isso porque está deslocada. Em geral, corresponde a alguém da família de quem a cria.

Outra questão foi se era possível amar sem confiança. A resposta:

– Pode-se amar tendo confiança relativa. O outro existe, é um ser humano como a gente. Entretanto, é diferente da gente. A confiança que se precisa aprender é a confiança em si.

Elsa Cayat se formou em Medicina aos 21 anos, em Paris, e logo fez psiquiatria e psicanálise na escola lacaniana. É autora de Un Homme + Unne Femme = Qoui (“Um homem + uma mulher = o que é”) e Desir et la Putain – Les Enjeux Cachés de la Sexualité Masculine (“O desejo e a puta – Os desafios escondidos da sexualidade masculina”), este em coautoria com Antonio Fischetti. Era casada e deixou uma filha de 18 anos. Foi enterrada no trecho israelita do Cemitério de Montparnasse, em 15 de janeiro de 2015.

 

Redação

7 Comentários

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  1. O pessoal fala de “humor”

    O pessoal fala de “humor” como se as palavras – ou qualquer outro simbolismo – não tivesse importância, não fosse capaz de ferir. Experimenta dizer que não houve holocausto. Experimenta dizer que atos falhos são bobagens, palavras ao vento que não têm importância…

    Não vejo muito amor em gozar, fazer chiste e chacota das fragilidades alheias.

    1. Confesso

      Confesso que não acompanhei todas as edições do “hebdô”, a meu particular sentir não é leitura que me atrai. Mas não consta que tenha zoado do coitadismo vitimista nem do apelo a profetas que Israel usa para justificar suas ações contra os Palestinos, não… “Tem piada que não se faz”, poderia responder o irreverente jornal.

    2. Tá confundindo com Zorra Total? Nao é isso o que Charlie fazia

      Charlie zombava da hipocrisia, do poder, nao de pessoas, pelo menos nao de pessoas comuns.

      1. Há hipocrisias sobre as quais

        Há hipocrisias sobre as quais a turma que escrevia esse jornal poupava, assuntos que não viravam piada mesmo sendo recursos hipócritas, meras desculpas esfarrapadas – e por isso mesmo piada ácidas em potencial – para estabelecimento de poder. Como disse, pouco vi da baixaria agressiva do jornal zoando as desculpas esfarrapadas que os sionistas dão para tentar justificar a submissão e o massacre do povo palestino. Nem zoando dos “argumentos” religiosos como “terra prometida” e menos ainda de poder expresso como “determinação dos povos” (“Se digo que essa terra é minha, ela é minha”). Note: ninguém está falando de pessoas comuns e sim da saga de povos, suas crenças e hipocrisias.

        E bem lembrado: guardadas as proporções – o pessoal desse jornal era mais intelectualizado – o “hedbô” era uma espécie de programa de humor de 5a. categoria, como falei, a meu ver. Intelectualização por intelectualização, há um artigo em pauta aqui no GGN mesmo mostrando o nível de saberes dos oficiais da SS nazista.

  2. a….

    O melhor deste portal de notícias é a revelação da Overdose da Bipolaridade Tupiniquim. Excelente texto, que pode ser tr5ansferido à realidade brasileira. Aqui existe a Patrulhad ad Gestapo de Politicamente Correto e sua busca implacável pelo popder do controle e censura de ideias, opiniões, textos e argumentos. A única diferença é que ainda não chegaram os fuzilamentos. Mas não vamso dar a ideia, não é mesmo?  

  3. Entrevista mencionada no texto

    A entrevista que o autor do texto mencionou é esta: 

    http://www.psychologies.com/Psycho-chat/Comment-aiment-les-hommes

     

    Aqui uma tradução horrorosa via o tradutor do google:
     

    Como os homens gostam?

    Antonio 
    FischettiQuinta-feira, 12 de fevereiro de 2009 – Das 14:00 às 16:00Como os homens amam?

    Os homens e as mulheres realmente fizeram ouvir? A longo prazo? Como os homens gostam? Diferentemente das mulheres e, em caso afirmativo, por que razões? Essas diferenças, esses mal-entendidos podem ser superados, cultivados? Elsa Cayat é um psicanalista. Ela é a autora, com Antonio Fischetti, de “Desejo e prostituta” (Albin Michel, 2007). Ela respondeu suas perguntas na quinta-feira, 12 de fevereiro. LEIA Homens / mulheres: essas diferenças que criam desejo As 6 chaves para um casal feliz Os homens são capazes de amar?

    Relatório do chat

    gwada16> como alguém quer basear sua vida em alguém que não seja o próprio? 
    Elsa Cayat> Olá a todos. Aqui estou instalado para responder suas perguntas até as 16h. Como alguém quer basear a própria vida em alguém que não seja o próprio? Esse é todo o problema do amor. A questão não é tentar basear a própria vida no outro. A questão é manter a vida de alguém para si mesmo, reorientar-se sobre si mesmo para que se possa abrir a si mesmo. De certa forma, o problema que você coloca é o eixo dos problemas de amor. E esse eixo é o mito do Amor. De alguma forma, gostaria de descansar na vida da outra base, por outro, porque acredita-se que todos os seus problemas provêm da falta de amor. Pensa-se que o amor é a solução para todas as suas falhas e, portanto, que o outro pode nos curar de todos os nossos males. Mas isso é errado. Não só a outra pessoa não pode preencher todas as nossas lacunas, mas também problemas pessoais surgirão à luz da intensidade do relacionamento. Para resolver os seus problemas, não se trata de tentar entender a outra pessoa, de tentar colocar-se em seu lugar, mas de se analisar, de se reenfocar em si mesmo.
    Mamita> Gostaria de saber por que não fico com um homem com mais de 6 meses 
    Elsa Cayat> Talvez a resposta esteja contida na pergunta. Seis meses = se eu. 
    pitchounette> Podemos realmente amar a mesma pessoa durante toda a vida? Aos 44 anos, me fazi muitas perguntas, o amor deu lugar a uma rotina que não aguento mais! Eu preciso revivir uma grande paixão! É a crise da meia-idade?
    Elsa Cayat> Por que você deveria amar a mesma pessoa para toda a vida? E por que, em algum lugar, alguém sente separação como inescapável? Finalmente, essas duas questões pressupõem o medo e o desejo de separação. Toda a dificuldade quando você está com alguém, não deve estar na fusão. Na realidade, a fusão não existe. O que mascara essa impossibilidade de fusão é que vamos acreditar no que o outro diz, não teremos diferença alguma do outro. E é essa falta de diferença, essa falta de separação entre si e a outra, que levará a antecipar a separação como o final inescapável do relacionamento. E toda a dificuldade é existir em relação à outra. Não se incline em seu desejo, por medo da perda de amor. o
    Drome> Olá, às 55 em 1 semana, tenho muito pouco amor e não posso fazê-lo com muita aventura de amor na minha vida e quando o tive, era necessário que não durasse, eu sentiu prisioneiro com medo de permanecer fiel ao meu parceiro. Eu não sou uma anágua ou um dragger. Hete comigo e com os outros. Menino único e bonito que diz, simpático, encantador, um pouco inteligente. Na minha comitiva, no trabalho também sou apreciado. Eu vivo sozinho, não devo nada a ninguém, sou realmente autônomo. Na minha infância, não tive mais carinho, não está ocupado comigo. Um fracasso na escola. Aos 15 anos, voltei ao aprendizado no catering tradicional de alta qualidade (servidor, bartender) ou eu explodir e apreciar pelos clientes e empregadores, apesar de horas impossíveis, trabalho duro que desisti de 25 anos. Mudei de emprego várias vezes com períodos de desemprego. Desde 1998, eu sou um oficial administrativo. Eu não tenho pais, um irmão, um sobrinho na minha cidade e o resto da minha família um pouco distante na França ou no exterior. Sinto-me solitário, enfrento tudo. Trabalhe, durma sem muito propósito na minha vida. Gostaria de compartilhar minha vida com um companheiro, a vida é melhor, mas 2 Eu não faço nada para encontrá-lo e, se por acaso, uma reunião que é rara, eu fugir. Para realmente amar, não sei bem e “ser amado” e “amar”. Um estado que me assusta. Falta de confiança em mim. Às vezes, Não me sinto suficientemente alto, mas maduro na minha cabeça. Veja um psiquiatra para me ajudar, por que não, mas encontrar minha vida é difícil. Eu sou bastante reservado, tímido. Obrigado por uma explicação e sugestão.
    Elsa Cayat> Eu acho que você está pronto para ver um psicanalista. Você pensou nisso, você pode encontrar um interlocutor para suas perguntas. 
    NEWJESSY> em um casal é realmente possível que os dois se amem igualmente?
    Elsa Cayat> Não, não é possível. Mas no limite, por que deveria ser absolutamente igual? O amor é um sentimento, fluido, móvel, que se move de acordo com os momentos, as circunstâncias, mas no fundo, está lá. Porque é mais fácil amar do que odiar. É mais agradável de amar do que não amar. O problema é que algumas pessoas tão idealizam o amor que se sentem obrigados a amar. Que se sentem culpados assim que amam menos. O que, no longo prazo, mata o amor. Porque o amor não é um dever. Só pode ser um desejo.
    katseye> sempre decepcionado com o amor, não posso mais confiar em um homem. Até agora, o amor sempre me fez sofrer moralmente, acreditamos um no outro e acabamos sendo traídos. Podemos realmente viver como um casal ser feliz? A felicidade é apenas com um homem? Pode viver sozinho com dois filhos adoráveis ​​o suficiente para a felicidade? 
    Elsa Cayat> Sim, podemos ser felizes como casal! mesmo se a palavra casal é uma palavra muito ruim no sentido de que acredita que uma relação entre dois seres diferentes poderia ser uma entidade indivisível. Agora, o amor não é mais do que uma relação entre dois seres e são esses dois seres que fazem esse relacionamento.
    OMADE> Enquanto desejamos amar e ser amado, é difícil se envolver em um caso de amor. É um absurdo para mim, uma vez que não vai sem o outro. Como explicar essa contradição? 
    Elsa Cayat> A dificuldade de engajamento é uma fantasia de compromisso total. Uma seqüência para a vida. Mas não é isso. Não é porque alguém se envolve, existe em relação ao outro, que não se pode modificar o negócio da relação. Mas, finalmente, o medo do compromisso, o medo de aproximar a mente do outro está ligado ao medo de que o outro se apegue. Em outras palavras, o medo do outro, o medo de que o outro abuse da nossa falta é o reflexo de um medo de si mesmo.
    Olá, eu vivo por 5 anos com meu companheiro, tudo está indo muito bem, mas … Estou obcecado com outro homem, não é a primeira vez que isso acontece comigo. Ao analisar a situação um pouco, vejo que meu companheiro carece de sensualidade, ele recusa a sensibilidade enquanto ele é muito macio comigo (e ele faz o seu melhor para me preencher). O homem que me atrai no momento obviamente tem essa sensibilidade e essa “psicologia” que sinto falta. Por que arruinar minha verdadeira felicidade (pensando todos os dias para outra pessoa me perturba), porque sempre olha do outro lado do prado enquanto a grama é verde em casa e eu tenho tudo para ser feliz ???
    Elsa Cayat> Há duas coisas no que você diz. Finalmente, ser obcecado por outra pessoa, e talvez arruinar tudo, é uma maneira de acreditar no amor absoluto, o homem perfeito que não existe. Em vez de confrontar os problemas do relacionamento. Quem não pode existir. O problema fundamental é o desejo de enganar o outro neste caso, agir para culpar-se de si mesmo e não confessar uma idéia que surge, ou seja, que estávamos errados . Acionar é, portanto, uma maneira de tapar a própria pergunta, a culpa é uma maneira de salvar o outro, de atuar como se tudo venha de si mesmo. Qual é outra maneira de pensar em controlar tudo.
    framb999 Sim, por quê? Esta é a questão que todos nos perguntamos. Eu sempre acreditei que eu era o único a sofrer, especialmente quando adorei “perder coração”. Agora acabei de quebrar o coração de um amigo que acabou de confessar ter sentimentos por mim por mais de um ano. Mas, no que me diz respeito, é muito tarde. Daí a minha pergunta: por que os homens têm tantos problemas para expressar seus sentimentos? Por que eles estão tão ansiosos para acreditar que eles não sentem nada para nós? Para jogar este jogo, um e outro podem perder a PESSOA! 
    Elsa Cayat> Por que é tarde demais para você? A pergunta que você tem sobre o outro é talvez uma pergunta que você não se pergunta. A questão não
    RRGARD> Em primeiro lugar, ola. Quando os relacionamentos são difíceis em um casal, realmente nos amamos? É uma causa ou uma conseqüência? 
    Elsa Cayat> Não há “ligado”. Falar de um é exibir o fato de que existem duas pessoas diferentes. Com o celular, as expectativas, diferentes problemas. O problema com este é que um se instala no outro. E não sobre si mesmo: traduz um vício para o outro, ligado ao esquecimento de seções inteiras de si mesmo.
    Jemma> Tenho 43 anos na idade em que me sinto satisfeito e feliz por descobrir e encontrar homens com um novo visual. Considero-os sinceros, sensíveis e cheios de sutilezas, ao contrário do que dizemos. Seu lado cartesiano é para mim hoje bastante reconfortante e estou feliz em compartilhar momentos de cumplicidade com eles. No entanto, acho que eles são suspeitos e têm dificuldade em deixar ir. Como você explica seu medo? Porque é assim que percebo sua reação.
    Elsa Cayat> Eu não acho que os homens são tão diferentes quanto as mulheres. Mesmo que, em termos de herança, de papel, não tenham aprendido a valorizar a sua interioridade e assim expressar seus sentimentos, suas emoções. Basicamente, eles funcionam do mesmo modo que as mulheres. Porque o importante é que todo ser humano é diferente. E essa singularidade, finalmente, é tão difícil de assumir. Normalmente, um faz uma fraqueza, enquanto essa singularidade que é essencialmente a faculdade de pensar, de pensar e, portanto, de ser renovada, é uma riqueza.
    soniada2009> há três meses, assumi o meu ex depois de uma pausa que durou 2 anos! Duas semanas atrás, enviei-lhe um e-mail, pedindo-lhe para pensar sobre o futuro do nosso relacionamento o que ele pensa fazer … depois de lê-lo, ele me responde mais no telefone! silêncio absoluto, responde mais à minha chamada! silêncio absoluto! Não consigo entender essa reação! Eu não sei o que fazer! Obrigado por me ajudar! 
    Elsa Cayat> Por que esse silêncio te mantém tão apertado? Por que ele tem tanta coisa em você? 
    donia1908> porque, quando amamos, o passado do outro pode nos fazer com ciúmes … infeliz? para nos ver assombrar?
    Elsa Cayat> Porque corresponde a algo em sua própria história. Apaixonado, o que é importante saber é que o outro é escolhido por razões enraizadas em sua história. O outro trará de volta um passado esquecido, que será reativado no relacionamento. 
    DAPHNEE> por que os homens mentem o tempo todo eles estão na hierarquia bancário profissional da França ou empregado simples por que, até agora eu, que odeio a mentira e sou justiciário eu conheço esse tipo de homens, estou no amor, ingenuidade e altruísmo constantemente e em 63 em pouco tempo, estou desapontado e sempre espero uma reunião diferente sem ser preso, me diga o que você acha
    Elsa Cayat> De onde vem essa visão dos homens? Esse desapontamento que vem de uma espera inacreditável, porque mudou-se? Porque dirigido a alguém de sua família. 
    nagatika> está muito apaixonada e casada desde 7 anos; Nós damos ao nosso casal um lugar primário em nossas vidas; Nós temos grande confiança em nós mesmos e nosso amor; e, no entanto, um pequeno conflito às vezes pode levar proporções excessivas e nos odiamos um ao outro; o dia antes de nos adorarmos; Por que podemos passar de um extremo para o outro dessa maneira?
    Elsa Cayat> É como se todo problema encontrado no relacionamento fosse um drama. O que pressupõe o mito de um amor absoluto. Sem falhas. Onde tudo funcionaria sem problemas. O que não existe. No seu caso, cada problema levanta para você o medo do fracasso. Mas não pode haver problema em um relacionamento com outro. 
    Por que, no amor, sentimos ciúmes? 
    Elsa Cayat> Um sente ciúmes, por um lado, porque se idealiza o outro por diferentes motivos e, por outro lado, porque se desvanece diante de outras pessoas do mesmo sexo na frente de quem um ‘it inferior.
    paula-anna> Quais são as suas receitas para não matar o desejo e não fazer o amor um dever? podemos, por exemplo, considerar separar algum tempo para melhor se encontrar (ou não em outros lugares), como explicá-lo às crianças? Obrigado 
    Elsa Cayat> Não há receitas para não matar o desejo. Nós precisamos nos fazer a questão: por que acreditamos que o amor está morto? 
    mimi74> Por minha parte, penso que o amor entre os dois seres não passa de uma atração. O amor não existe, ou mais. Para m 
    Elsa Cayat> O amor existe, mas é o amor absoluto que é uma atração. Mas é uma linda atração que é bom aproveitar quando está lá.
    SANDNENETTE> Como podemos sempre amar uma pessoa que nos fez sofrer muito, quando não contamos mais com essa pessoa? Como esquecê-lo e passar para “outra coisa” 
    Elsa Cayat> Perguntando por que alguém aceitou sofrer tanto? Talvez nos alimentássemos da ilusão de que, mais tarde, o outro mudaria. 
    Foda> Tenho uma garota que me ama demais, mas não consegui nem sentir um pouco desse sentimento. Eu tento fingir amá-la, mas não sinto nada com ela. No início do nosso relacionamento, deixei muito por favor que agora não aceito mais. Ela está fazendo o seu melhor para me deixar feliz. No que me diz respeito, sei que não Eu não gosto disso, mas às vezes acho que não deveria escolher uma garota que me ame. Por favor, aconselhe-me, obrigado
    Elsa Cayat> Talvez você tenha medo de amar … 
    Severine> Eu não pretendo passar minha vida com o mesmo homem porque não acredito no relacionamento eterno e não acho que eu sempre poderia amar o mesma pessoa! sou normal? 
    Elsa Cayat> Não há normalidade. 
    hannap3> Olá. Podemos amar sem confiança? 
    Elsa Cayat> Você pode amar confiando uns nos outros. O outro existe, é um ser humano como a si mesmo. No entanto, diferente de si mesmo. Cabe a você aprender a confiar.
    lucas_idf> Para o seu novo modelo da vida amorosa? Com o tempo, havia Odisséia, contos de fadas … etc. Podemos ainda acreditar? Como dizer às crianças que eventualmente vivem em uma coabitação é normal, 30% dos casamentos terminam em divórcio.
    Elsa Cayat> O modelo da vida amorosa, não é na sociedade que devemos encontrá-la. Mas em si mesmo. Por que é difícil dizer que viver em concubinato não é excepcional? O que você diz assume que o casamento é muito importante para você. Por que o casamento seria tão importante? Como se um oficialmente se comprometa com o prefeito antes de uma audiência, esse compromisso era mais profundo, mais provável que durasse. Mas não é porque este compromisso é dito e escrito que vai mudar o negócio do relacionamento. O relacionamento se move, está vivo e não está morto. Finalmente, o casamento é a ilusão de um relacionamento para a vida. Em outras palavras, uma relação com o lugar da vida. 
    scripturelle> Hello, Love n ‘
    Elsa Cayat> Há algo muito certo no que você diz: de certa forma, investimos o outro com tudo o que nos falta. O que nos dá a ilusão de completude. Uma vez que, claro, ele não poderá nos preencher. Ninguém pode fazer por nós o que não fazemos por nós mesmos. 
    Elsa Cayat> Este gato termina. Desculpe, não pude responder às suas inúmeras perguntas … Eu gostaria de terminar com estas palavras: é importante reaprender a reencontrar-se para abrir-se para o outro. E você tem que saber que o que o ser humano quer é que o amor não é mais nada!

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