A seca e a guerra no hemisfério norte

Esta semana a imprensa internacional noticiou que os EUA está sofrendo a pior seca em 1000 anos: http://www.theguardian.com/environment/2015/feb/12/us-faces-worst-droughts-1000-years-climate-change-predict-scientists

A seca, porém, ocupa menos espaço na agenda governamental e no orçamento dos EUA do que as novas guerras que vem sendo cuidadosamente planejadas e iniciadas para manter funcionando as lucrativas indústrias de armamentos norte-americanas. Quanto os EUA já gastaram na Ucrania e quanto pretendem gastar para poder subsidiar a produção doméstica de armas sofisticadas? A resposta a esta pergunta só pode ser dada por aqueles que conhecem os segredos mais íntimos e mais podres dos corredores da Casa Branca.

Incitados pela mídia a defender a honra de seu país no exterior a um custo desconhecido (e cada vez maior a julgar pelo que foi gasto no Iraque e no Afeganistão) os norte-americanos não afetados diretamente pela seca provavelmente não a encaram como um problema nacional que justificaria a redução das despesas militares do império. Suponho que alguns destes nacionalistas e fanáticos cristãos (que a esquerda liberal dos EUA chama carinhosamente de “morons”) estejam pensando seriamente em pedir à Casa Branca que envie tanques, submarinos nucleares e aviões de guerra para combater a natureza selvagem que insiste em deixar um punhado de seus conterrâneos sem água. A culpa provavelmente será atribuída aos agricultores mexicanos que usam a água do Rio Grande na fronteira entre os dois países.

No Brasil a retomada da campanha “O petróleo é nosso” pretende sacudir os bastiões dos políticos entreguistas ligados aos interesses dos super-capitalistas norte-americanos, europeus e asiáticos que querem explorar o nosso pré-sal sem pagar um tostão aos brasileiros. Nos EUA veremos uma campanha “A água do Rio Grande é nossa” para justificar uma nova guerra colonial contra o México? Só o tempo poderá dizer qual será o desfecho desta drama ambiental temperado por muita má-fé e alguma imbecilidade política dos habitantes dos EUA. 

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

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