A vitória da resistência a qualquer mudança civilizatória, por André Singer

Jornal GGN – Em sua coluna de hoje na Folha de S. Paulo, o ex-porta-voz  da Presidência André Singer analisa as causas e consequências da abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma, para ele “uma das lutas mais dramáticas da histórica democrática brasileira”. Ele diz que o lulsimo estava nas cordas desde quando a presidente reeleita escolheu Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda, entregando “a condução do país ao projeto austericida que condenara na campanha eleitoral”. 

Além do fator econômico, há também as revelações e a manipulação da Operação Lava Jato, “a Mãos Limpas Nacional”. Singir que Dilma subestimou o tamanho destes dois fatores. “Independentemente das falhas de avaliação de Dilma, o lulismo foi incapaz de oferecer uma narrativa coerente sobre a avalanche de acusações formuladas pelo Partido da Justiça sediado em Curitiba”, diz Singer.

Por último, ele afirma que “a traumática derrubada do lulismo” interrompe a tentativa de “integrar os pobres por meio de uma extensa conciliação de classe”. Leia mais abaixo:

Da Folha

Nocaute

André Singer

O lulismo estava nas cordas desde a quinta-feira, 27 de novembro de 2014, em que a presidente reeleita anunciou que havia decidido entregar a condução da economia do país ao projeto austericida que condenara na campanha eleitoral. Um ano e meio depois, na aurora desta quinta-feira (12), o exausto lutador caiu. Ao afastar Dilma Rousseff da Presidência por 55 a 22 votos, o Senado encerrou talvez uma das lutas mais dramáticas – embora perca para a de 1954 – da história democrática brasileira.
 
Haverá ainda prorrogação, mas só um milagre reverterá o jogo no espaço senatorial em que se fará o julgamento dos inexistentes crimes da mandatária afastada. Um bloco partidário e social comandado pelo PMDB se formou para isolar, desmoralizar e, caso possível, extinguir o arco de forças comandado por Lula. O lulismo não morreu, mas talvez sejam necessários anos para reconstruir as condições de disputa perdidas na manhã da quinta passada (12).

 
Pois embora o fator econômico tenha sido decisivo, não se tratou da mera derrocada de um governo associado a desemprego, inflação e queda da renda. Foi também o resultado das revelações e da manipulação da Mãos Limpas nacional, conhecida como Lava Jato. Dilma subestimou o tamanho dessas duas encrencas, que apareceram com nitidez no último ano do seu primeiro mandato.
 
Se a antiga ministra da Casa Civil tivesse percebido a força da coalizão capitalista consolidada em torno do ajuste recessivo assim como o potencial que a delação premiada traria à investigação na Petrobras, o mais racional era ter entregue a recandidatura a Lula. O ex-presidente reunia melhores condições para o pugilato de pesos-pesados.
 
Só o tempo dirá em que ponto do percurso Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros personagens das investigações resolveram colocar a bomba atômica que controlavam a serviço da demolição do lulismo. De toda maneira, em março deste ano, quando o juiz curitibano fez a condução coercitiva de Lula e a divulgação do diálogo deste com Dilma, ficou claro que já não havia isenção.
 
Independentemente das falhas de avaliação de Dilma, o lulismo foi incapaz de oferecer uma narrativa coerente sobre a avalanche de acusações formuladas pelo Partido da Justiça sediado em Curitiba. De outro lado, a mídia estimulou um clima de caça às bruxas decisivo para cimentar a maioria que deu suporte ao golpe parlamentar.
 
Com a traumática derrubada do lulismo, interrompe-se mais uma vez a tentativa — no fundo a mesma de Getúlio Vargas — de integrar os pobres por meio de uma extensa conciliação de classe. Venceu de novo a forte resistência nacional a qualquer tipo de mudança verdadeiramente civilizatória. Mesmo a mais moderada e conciliadora.
Redação

28 Comentários

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  1. Boa e realista analise de

    Boa e realista analise de Andre Singer, foge da banalidade de xingamentos idelogoicos para tentar entender as causas primeiras dos fatos que desencadearam o impeachment. Sendo Singer um respeitado quadro do mundo petista, sua analise merece maior credito, a base do vigor dos partidos de esquerda é a autocritica como pratica de reciclagem do

    programa partidario. Singer foi muito feliz na dissecação de erros cometidos e que depois se tornaram irreparaveis.

    Acrescento mais um: a falta de um birô politico de monitoramento das ações de articulação do Palacio com o Congresso, com o Judiciario e com o empresariado.  Nenhum Presidente sozinho pode fazer essa coordenação, algo que exige expertise, inteligencia e visão da realidade.  Dilma nunca teve, até porque não quis, esse grupo proximo de apoio e coordenação, ouviaa de vez em quando conselhos esparsos e ruins de Mercadante ou Cardozo. O mega erro, o erro de todos os erros, foi a absoluta falta de percepção da importancia da eleição de Presidente da Camara, a forca estava lá.

    Tratada a tempo, havia ampla condição do Palacio coordenar um candidato de consenso entre os grandes partidos, que NÃO queriam Cunha, nem o PMDB central queria. Cunha foi eleito porque a estupidez de raciocinio do PT inves de forjar uma aliança até com a oposição, algo que seria possivel se negociado a tempo, para uma candidatura de consenso,

    preferiu bater chapa com uma candidatura absolutamente inadequada e sem nenhuma chance de vitoria.

     A estupidez, a cegueira e a prepotencia insistiu em uma candidatura de inicio inviavel,  Arlindo Chinaglia, quando era

    um dogma da Camara que o PT NÃO PODERIA ter a Presidencia da Republica e a Presidencia da Camara naquele momento. E Chinaglia nunca foi um nome de grande transito na Casa, tinha mais inimigos que amigos. Porque bancar uma candidatura divisionaria?   Havia ampla base para uma candidatura anti-Cunha. Ou, em ultimo caso,

    apoiar Cunha, que tinha, como muitos politicos fisiologicos, fama de cumpridor de acordos. Cunha apoiado o PT poderia fazer a 1ª vice presidencia e ficaria tranquilo, a retaguarda da Camara estaria segura por dois anos.

    Mas tudo isso exisge INTELIGENCIA E JOGO DE CINTURA, algo dificil de encontrar no Palacio.

    Não adianta procurar causas nos outros. A causa do impeachment está dentro do PT, lá deve ser procurada.

    Parabens à frieza e a categoria da analise de André Singer, nivel de pensador e não de militante.

     

    1. Muito boa também sua análise. . .

      Muito boa também sua análise André, mas não concordo que a escolha de Arlindo Chinaglia como candidato contra Cunha para a presidência da câmara dos deputados tenha sido tão ruim, também não condordo que Chinaglia tenha mais “inimigos do que amigos”, ele é considerado uma pessoa ponderada e de diálogo. Um falto que não pode deixar de ser considerado é que, creio eu, nunca houve uma câmara federal tão fisiológica como essa e há suspeitas de que Cunha tenha comprado votos de muitos congressistas.

      1. Arlindo Chinaglia é realmente

        Arlindo Chinaglia é realmente otima pessoa MAS não  soma apoio de deputados fora do nucleo petista, quer dizer, ele não agrega ninguem alem do grupo que votaria em qualquer candidato do PT e isso para uma eleição é uma fraqueza insanavel.  Ele teve exatamente 136 votos na eleição, quase identico aos 137 votos que Dilma teve na votação do impeachment. portanto sua capacidade de angariar votos é NULA, como se apresenta um candidato sem nenhum potencial alem do proprio partido? Politica tem algumas regrinhas simples mas cruciais, não ter voto em politica é fraqueza fatal.

        1. Caro AA,
           
          fantastica esta

          Caro AA,

           

          fantastica esta lembranca da votacao do Chinaglia, 136 votos. Ou seja, desde entao (inicio de 2015) o PT nao conseguiu expandir sua base de apoio. Foram mais de 12 meses politicamente perdidos. O impedimento nao poderia ter tido outra conclusao senao esta que tivemos.

          Uma leitura imperdivel e’ o livro do A. Singer: Os Sentidos do Lulismo – Reforma Gradual e Pacto Conservador. Este livro foi escrito logo apos a vitoria de Dilma, portanto no primeiro ano do primeiro mandato.

          Uma das teses apresentadas aponta, por um lado, a promocao de um reformismo fraco (para evitar conflitos), e por outro lado a grande lentidao na reducao da taxa de desigualdade nacional ( em tudo similar aos outros grandes movimentos nacionais como a escravatura durante o Imperrio). Isso levou, sendo Singer a “reformismo fraco … lento e desmobilizador”.

          O texto acima adiciona, ainda que resumidamente, uma excelente avaliacao de toda a gestao Dilma. E que voce fundamenta o argumento de que o governo Dilma termina no final de 2014.

          De uns tempos pra ca’ eu vinha pensando nisso, que o governo da Presidenta Dilma tinha esgotado se esgotado no quarto ano de seu mandato, e que outro candidato deveria ter sido proposto. Infelizmente nao existia este candidato aa mao, o unico nao queria e nem poderia, que era o proprio Lula.

          `As vezes penso que `a sombra de uma grande e frondosa arvore nao crescem arvores que possam tambem crescer tanto quanto aquela.

          um forte abraco,

           

            Onkoto

          PS: gostei do teu artigo de hoje mais cedo, ou seria de ontem, sobre o tratamento dado ao embaixador americano Shannon. A doutrina do DOS se sobrepoe ao presidente em exercicio. Este gesto nao poderia passar em branco, mesmo que eu ache que o POTUS tinha certa afeicao a Dilma.

          PS2: li em algum lugar hoje uma definicao interessante sobre a Dilma: uma tecnocrata que odei a politica. Dai acredito que foi gestado o vazio plotico de toda sua gestao. E em politica nao existe vazio por muito tempo, alias nem por pouco tempo.

        2. . . . o problema não era o Chinaglia. . .

          Chinaglia teve 136 votos, Dilma 137 votos. Isso mostra que o problema não era o Chinaglia, qualquer outro candidato até de outro partido, perderia provavelmente com a mesma quantidade de votos. Como disse a senadora Regina Souza (a tiazinha do café), a negociata já  vinha sendo montada desde a posse de Dilma, e os traidores, tal qual ratos de navio, já pressentiam que  a nau estava afundando (crise política e economica), e se uniram para derrubar o governo. Rei morto, Rei posto, é o lema deles.

  2. E ……………….

    Pode ser, mas faço minhas restriçoes quanto a focar somente nos erros do governo petista, qdo sabemos que houveram vários, e ficar repetindo diuturnamente quais foram, é ficar repllicando somente.

    Volto a dizer que os erros são vários e os parlamentares que votaram pela saída de Dilma, são somente parte de um todo, qual seja,interessa não somente a elite lnativa a entrega de nosso patrimônio, como tb o atgendimento aos acordos que possivelmente fizeram para que isto acontecesse.

    Boff em seu artigo no viomundo, coloca de maneira concisa de como os interesses do império estão sendo defendidos pelos entreguistas e apátridas!!!!!!!!

    Bando de traidores. Nada mais !!!!!!!!!!!!!!!!!!!! 

  3. e a autocrítica?

    Como petista desde 1980 não posso deixar de lembrar sempre os terríveis erros do ‘lulismo” ao rasgar as bandeiras da ética na política e aderir à governabilidade do dinheiro, relações promíscuas com grandes empreitieros etc. E isto não é invenção da midia golpista, são fatos.  Fico pasmado com a leniência de intelectuais com a corrupção do governo petista. Como defender a democracia e a constituição e a república com a instrumentalização de empresas públicas como a Petrobrás? Há sim algo de podre neste reino. Contra o golpe mas com coragem de fazer autocrítica.  

  4. Resistência, Ruptura e Constituinte

    Há que resistir, combater diariamente o governo plutocrático de Temer.

    A ruptura – que será em breve – deve ser o momento de instauração de uma Assembléia Constituinte para restabelecer um novo Estado Democrático de Direito, pois a Constituição de 88 está extinta.

    Se não houver um novo pacto democrático, o Brasil afundará em violência e desagregação social.

     

  5. Erro de Dilma , Lula e do PT
    Erro de Dilma , Lula e do PT foi não colocar ninguém de esquerda no judiciário no STF, no MPF. Tivessem colocado esse golpe morria no nascedouro.

    O que mais tem é jurista defendendo Dilma denunciando esse golpe, defendendo o PT ,Lula denunciando os abusos as perseguições políticas do judiciário co tra Lula contra o PT , e denunciando as ilegalidades dessa Lava Jato, e desde a época do Mensalão do PT já tinha essas juristas que denunciava as condenações sem provas, e Dilma e Lula não indicaram um deses juristas para cargos no STF, MPF, Ministério da Justiça!
    Não souberam ocupar o poder , e agora da pagam por isso, pois não duvide vão prender Lula, e todos do PT e da esquerda, não importa se tem provas ou não, jamais deixaram a esquerda e o PT voltar!

  6. As pessoas que foram e são a

    As pessoas que foram e são a favor do impeachment de Dilma, já começam a se dar conta do que fizeram e estão fazendo.

    Absolutamente ninguém é a favor de Temer na presidência. Por isso começam a correr às redes sociais para dize que foi o PT quem colocou Temer “lá”.

    Ora, não há como negar que Temer vice, é produto do PT, porém Temer PRESIDENTE é produto dos golpistas. E ELES SABIAM muito bem disso!

    Mostram o quão IRRESPONSÁVEIS são, vindo agora com essa.    

  7. Essa obsessão do André Singer

    Essa obsessão do André Singer pelo Lulismo e sua destruição já cansou. Não sei se é um problema de vaidade desmedida ou simplesmente ganha pão. Porque deve dar algum dinheiro bater nessa tecla, apenas desconstruindo, desconstruindo. Não vejo crítica leal nos argumentos, apenas vontade de detonar. Nada mais.

    1. André Singer

      Todo artigo desse André Singer é para   descontruir o PT.Mal sabe ele se malfeitores não prender o Lula com ” a literatura me permite” ele vai voltar a ser nosso presidente.Tenho certeza.

  8. Incompreensível, como

    Incompreensível, como ignoraram  emprego da ABIN desde o  momento que Lula colocou os pés  no Planalto. O preconceito com órgão de inteligência acabaram tendo  esse resultado. Os mínimos procedimentos foram negligenciados.Sequer bastou a revelação de que o  Departamento de Estado dos EUA,monitorou  Dilma,autoridades e a Petrobras,continuaram olimpicamente autistas.

    1. 6 estrelas para seu comentário,

      direto num ponto essencial e completamente subestimado. As críticas à Dilma e ao PT “pela esquerda”, como as do Safatle e do Sakamoto são equivocadas, pela insistência na visão “democratista” do Estado, em última instância simplesmente por que a opinião pública é perfeitamente manipulável, como evidenciaram ad nausaeum as primaveras árabes – e agora a sombria primavera brasileira.

      A questão é que só um Estado e uma esquerda muito ingênua, puerilmente ingênua, pode acreditar que o Estado não preicsa lutar pelo controle da informação, das versões, das pautas do debate público, e evidentente, dos valores e conceitos que firmam, mais ou menos conscientemente nos “cidadãos”. A inteligência é peça chave para essa batalha. Uma política verdadeira para a comunicação, que a pensasse como campo de formação da pauta politica (onde entra sem dúvida a questão do oligopólio, mas isso é só um aspecto) não se sutenta sem inteligência, sobretudo em um país periférico. Finalmente, há a questão da política cultural, que continuou a permitir que o Brasil fosse submetido à síndrome de viralata, ao imperialismo cultural (na verdade, isso só piorou nos governos petistas, com as infindáveis viagens de colonização cultural à Miami e Orlando), de forma passiva, quase completamente despida de visão estratégica.

      Eu fico sempre pasmo quando, no final das contas, não apenas Vargas, até mesmo Geisel esteve muito mais perto de um governo progressista (na soma total das ações) do que os tolos governos da nossa esquerda festiva recentes. 

       

      1. Jessé Souza, há poucos dias,

        Jessé Souza, há poucos dias, disse algo como: “Bastou Geisel começar a implementar uma política nacionalista, de investimento pesado em C&T para que os patrocinadores do golpe de 1964 fossem acometidos por um espírito democrático. Não demorou muito para as Diretas Já”.

  9. boa análise

    boa análise contextualizada…

    parece tb um lamento em nome da democracia e do

    projeto de inclusão  social,

    em contraposição a crueldade histórica da

    casa grande, que impediiu e

    impede reocorrentemente os   avanços sociais…

  10. Materialistas vulgares.

    “Só o tempo dirá em que ponto do percurso Sergio Moro, Deltan Dallagnol e outros personagens das investigações resolveram colocar a bomba atômica que controlavam a serviço da demolição do lulismo.”

    Se não fosse a primeira seria estarrecedor ler mais uma frase assim nessa altura do campeonato.

    Ora, desde que decidiram investigar somente à partir de 2012, do tratamento dado à cunhada do Vacari e da mobilização do Cunha no dia, no dia do recesso parlamentar só não ficou claro pra quem não quis ver que se tratava de uma operaçao política que visava combater um tal “sinistro proojeto de poder”, subideologia cerebrinada desde os tempos da acusação do Roberto Jeferson, que enxergou o dedo do José Dirceu nas provocações de Cachoeira e Veja contra os apaniguados do então presidente do PTB nos Correios.

    2014 terminou com emprego recorde e inflação dentro do combinado. Porém, com a necessikdade urgente de se rocompor as receitas. Portanto, um ajuste no primeiro trimestre seria suficiente para a vida seguir em frente se não fosse a chacrinha eleitoral e o golpismo.

    Queriam o quê, uma espécie de “marcha forçada” “na cara do mercado”?! Cairia muito mais rápido! Terá sido esta a “ingenuidade”, não embarcar em um – aí, sim – populismo consciente e sabidamente contraproducente?

    O que esses materialistas vulgares resistem em aceitar é que o processo de corrosão do “Lulismo” cresceu debaixo dos olhos deles enquanto supunham que somente as condições materiais seriam suficientes para cimentar a lealdade a este ou aquele projeto polítco. A propaganda antipetista nunca cessou um segundo sequer enquanto eles ficavam deitando teses em cima de indicadores econômicos.

    à partir da terceira derrota, em 2010, portanto, os donos da imprensa aprenderam, também tardiamente, que somente o moralismo UDN não bastava, até recorde de emprego precisaria vir acompanhado de um “mas”.

    Ainda assim o jogo ficou empatado nas eleições porque o governo apareceu “falando” alguma coisa. Quase perderam mas não entenderam nada.

    Depois da eleição o governo voltou a se enfiar num mutismo absurdo, catatônico – sequer se pronunciou no 1º de maio achando que a oposição admiraria o “cavalheirismo” e o “animo pacifista”! – e, aí, e, aí, a farsa à jato, então, fez a diferença, forçando um círculo vicioso em que a crise política e a econômica se alimentavam reciprocamente…

    Botar a culpa só em Dilma chega a ser coisa de “mariquinha” visto que a bancada do partido não servia pra nada (diminuiu nas eleições de 2014, quando o emprego batia recordes, bem antes do tal “ajuste fiscal”, portanto); assim como os “teóricos” do partido.

  11. Cunha só foi eleito

    Cunha só foi eleito presidente da Câmara de Deputados em 2015. Mas Joaquim Barbosa e o STF já indicavam desde 2012 como se devia tratar o PT para derrubá-lo: através de exceções e rupturas. Por exemplo, atropelando toda jurisprudência ao julgar em última instância quem tinha direito à primeira, com o uso esdrúxulo da Teoria do Domínio do Fato ou simplesmente porque “a literatura assim o permite”. Na verdade bem antes disso a imprensa da pior qualidade – quanto ao teor, claro; as páginas e as tintas da mais alta e “gourmetizada” qualidade – já vinha cuidando de demonizar o PT e de instaurar clima de terror, medo e raiva. A desaprovação ao que uma presidente mulher proativa como Dilma Roussef fizesse, taxando-a inclusive de “mandona”, que se seguiu e inclusive por quem apoiava ideias socialistas, apenas deu aos setores retrógrados a desculpa de que precisavam. A vitória desses setores foi apenas questão de tempo.

    Considerando que o que parece ter faltado foi firmeza, talvez Dilma fosse melhor quando era “mandona”.

    Será?

  12. Durma com anjos dilminha0

    O que, em verdade, .se interrompeu, foi mais uma tentativa 

    De iludir os pobres pregando a falsa inclusão, tudo pelo

    Apego doentio ao poder…e terceirizar as falcatruas, a culpa,

    Ó Banditismo, o  gangsterismo…bye

    1. Então foi isso que você

      Então foi isso que você assimilou de todo o processo histórico, Geraldo? Só isso? Não foi também a noção de tanto blog de direita, de que Dilma é uma vulgar batedora de carteiras, e de que Lula é um reles pixuleco? Durma em paz com as notícias da Globo e vá achando que a qualdrilha que você ajudou a botar no poder é uma santa quadrilha.

      1. Caro Severino,
        Quadrilha é o

        Caro Severino,

        Quadrilha é o somatório de partidos que levou a Câmara dos Deputados e o Senado a afastarem uma Presidente eleita legitimamente e colocar em seu lugar um traíra. Acho que vocês da direita deveriam ter um pouco mais de educação doméstica e respeito pela discussão política e abandonar termos pejorativos como “batedora de carteira”, pixuleco, etc. Essa atitude é típica de quem não tem argumentos. Discuta dentro do respeito, meu chapa; apresente seus argumentos e não ofenda os outros. Isso é muito feio.

    2. Geraldo Keise, acho

      Geraldo Keise, acho interessantes os seus argumentos: “iludir os pobres com falsa inclusão social”. Afirmações dessa natureza, genéricas, absolutamente desprovidas de dados estatísticos verificáveis, baseadas em “achismos”, empobrece por demais um debate sério a respeito de qualquer tema e, ainda pior, revela um viés ideológico, preconceituoso, que pretende tão somente detratar programas de inclusão social atestados, reconhecidos e premiados por organismos de âmbito mundial, cujos modelos, por seus extraordinários resultados, têm sido copiados por diversos países.

      Outra pérola de sua lavra (e de muitos outros, doutrinados pela mídia embusteira e GOLPISTA): “tudo pelo apego doentio ao poder”. Afora as siglas de aluguel, que deformam o sistema, pelo menos em tese, que outro objetivo haveria para um grupo de pessoas se reunir, criar um partido, preparar candidatos, disputar eleições senão conquistar o poder? Ora, se um partido é vitorioso em eleições consecutivas, por que cargas d’água ele deveria abrir mão de se submeter a novo e soberano escrutínio do eleitorado?

      Gostaria de lhe perguntar se o tal “apego doentio ao poder” vale apenas para partidos de esquerda. Desde o ano de 1994, em seis eleições consecutivas, o PSDB foi vitorioso conquistando o cargo de governador do estado de São Paulo. Em 2018, completar-se-ão vinte e quatro anos de hegemonia política do citado partido.

      Resumindo, em 2018, o PSDB completará 24 anos no poder, em São Paulo. O PT completará (ou completaria) 16 anos, em Brasília, são 8 anos a mais de poder do PSDB, em mandatos consecutivos. Entretanto, curiosamente, só o PT tem “apego doentio ao poder”.

      Fatos, como os acima descritos, evidenciam, com clareza solar, como a grande mídia GOLPISTA manipula fatos e informações, de acordo com seus interesses inconfessáveis, promovendo verdadeira lavagem cerebral na população; tentando interferir, criminosamente, nas disputas eleitorais, cujo ápice estamos a vivenciar, nos dia atuais, onde uma complexa teia de ações, muito bem concatenadas num conluio político-jurídico-midiático, de caráter GOLPISTA, criou o ambiente propício para proceder ao impedimento da presidente da República, de forma fraudulenta, haja vista que não se comprovou o cometimento de ato doloso, tipificado como crime de responsabilidade.

  13. Falar é fácil … diz a sabedoria popular.

    Tudo que cobram do PT, me parece uma tarefa sobrehumana. Além da capacidade de qualquer organização. Ou até mesmo de Hércules. Depois do jogpo jogado, é facil apontar os erros. Dificil é decifrar a esfinge, antes que ela te devore. Houve muitos erro,  sim. Muita ingenuidade, muita soberba, muita cegueira, acomodação e incompetencia mesmo. As nomeações para o STF, por exemplo, foram desastrosas.  O Dias Tofolli é uma piada, um deboche. Mas não muito abaixo das demais nomeções. Sem qualquer cuidado. Por outro lado, para um presidente que deixou o cargo com 85% de aprovação, como advinhar que uma teia de sabotadores e vilões da pior espécie se articulavam pra destruir seu legado?? Quem poderia prever isso hä 6 ou 7 anos atrás?? Ninguém. Nem o próprio Singer, que usufruiu alegremente de toda aquela conjuntura. Agora é facil falar.

  14. O problema maior para Dilma

    O problema maior para Dilma reassumir o mandato, por enquanto, é a própria mídia que fez e faz de contínuo desserviço de propaganda em sua desmoralização, inconvenientemente, com as diversas fontes políticas e juridicas, porque são alimentadas pelos mesmos interesses do mercado.

    Estes discípulos da dominação estrangeira PMDB, PSDB e Banco Central, em termos de ofertas ao sanguessuga (e lagrimas), preparam um banquete tão cheio de sacrifícios ao mercado, que devem deixar para trás qualquer malefício que foi dimensionado pela Troika para consertar a economia europeia.

    Portanto, é prematuro o “modos operatórios” que levou Dilma ao impeachment, para se construir também a estória de conjunto da obra para o Lula em 2018.

     

  15. Lulismo

    A diferença é que o lulismo é um ismo que matou fome, inclusive de protagonismos. Outrora lúmpem, o lúmpem tem mais organicidade, obviamente desorganizada, imposição da pós-modernidade, que o monolítico setor conservador caindo de podre, que para sustentar sua organicidade terá que voltar a tempos idos, e enfrentar, por exemplo, outros ismos agora sismos, como a recepção ao Ministro Mendonça. O ministério Temer é imiscível com a atualidade e os novos atores, estratégias… Resumindo.

  16. Se a antiga ministra da casa

    Se a antiga ministra da casa civil tivesse percebido a força da coalizão capitalista, o que poderia ter feito? Nada. Nada Dilma ou qualquer outro ou outra poderia fazer contra o golpe. O golpe não iria ceder um milímetro se a Dilma fizesse isso ou aquilo, ou tivesse a assessoria do maior gênio político jamais visto no Brasil. Este foi o golpe mais bem articulado de todos os tempos e demandou muito esforço e massa cinzenta para ser dado, não foi o pato da Fiesp nem a panela da Globo que o bolaram, embora obedecessem a sua bolação. O golpe está olhando de longe, enquanto o governo Michel vai apanhando e não se acomodando. Mas o golpe já foi dado e tem agenda: A tirada de Lula de campo para 2018, que não é apenas Lula, mas qualquer liderança do PT ou semelhante. E a internacionalização do présal. Conseguidos estes pontos, o golpe não tem mais preferências políticas. Pode ser qualquer um que esteja no poder, contanto que se mostre razoavelmente estável e seja simpático com tudo o que venha de cima, lá de cima.

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