Aaron Swartz, um mártir da revolução tecnológica contra o c

O espaço virtual, um local para acumulação de capitais
 O capital precisa ampliar continuamente os seus espaços de acumulação. Neste sentido, o espaço virtual é um destes lugares privilegiados de, por enquanto, uma ampliação infinita da mais-valia. Quando estão em esgotamento, as regiões do planeta onde o capitalismo ainda não chegou, se é que elas ainda existem. E, onde suas práticas se encarregam de alterar o modo de produzir das populações locais. O capital se volta para um espaço, em construção, onde as leis do capital têm dificuldade de se estabelecer hegemonicamente. 
As novas tecnologias da informação impõem derrotas constantes ao capitalismo, pois aumentam as possibilidades de compartilhamento. Ao compartirmos, é como se tivéssemos a impressão de que os arquivos pertencem a todos indistintamente, constituindo-se não, em patrimônio de alguns, mas de toda a humanidade. Por conseguinte, podemos afirmar que na Web as forças produtivas contradizem continuamente as relações de produção. 
Desesperados com este fato, impossibilitados de controlar a onda caótica das trocas de material digital, estratégias e mais estratégias já foram tentadas. Desde o uso de material infectado nos programas P2P até mais recentemente, o fechamento de “sites” como o Megaupload e a prisão de seu fundador, Kim Dotcom, além  da tentativa de estabelecimento de leis de  governança internacional como o Sopa (Stop Online Piracy Act), o Pipa (Preventing Real Online Threats to Economic Creativity and Theft of Intellectual Property Act) e o Acta (Anti-Counterfeiting Trade Agreement).


Aaron Swartz, um agente de transformação da ordem atual
É neste contexto, que acontece a morte, causada por suicídio, de AaronSwartz. Jovem hacker, co-autor do RSS, co-fundador do Reddit e do Creative Commons e de outras tantas iniciativas criativas de tecnologias da informação. Lutava para escapar de uma pena de 35 anos, acusado de ter compartilhado milhares de arquivos científicos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
Com isso, o capital se dá o direito de ameaçar, enclausurar e matar aqueles que criam o futuro do planeta e possibilitam o surgimento de novas relações de produção ao se confrontar com os ditames capitalistas.
É como se Albert Einstein, tivesse sido morto pelos alemãs ao se comunicar e trocar informações com Eddington, durante a 1ª Guerra Mundial. Sim, senhores, estamos em uma guerra, ainda dando seus primeiros passos, mas os cadáveres já deslizam pelas estradas virtuais e reais.
 
Aaron morre pela mudança
Aaron Swartz é vítima deste embate, de um lado, aqueles que defendem os interesses das grandes gigantes empresas capitalistas, interessados em tornar mercadoria a mais simples comunicação na Web, de outro, os que apoiam a liberdade total de acesso ao conhecimento científico pela população do planeta, sem exceções. Adeptos de conceitos como cultura livre e inteligência coletiva. 
Hoje, podemos fazer isso. Podemos trocar documentos, vídeos, fotos, músicas, e quem sabe o quê  mais, no futuro, sem a interferência da busca do lucro e da mais-valia. A cultura digital nos permite. 

Isto se constitui em uma revolução. Já temos alguns mártires revolucionários. Podemos citar Bradley Manning, preso e torturado por vazar informações do governo americano, no Iraque, e Julian Assange, do Wikileaks, praticamente encarcerado na embaixada do Equador, em Londres. Mas, alguém como Aaron Swartz para lembrar, é novidade, pois agora o sangue jorra, uma vida se perdeu. Um símbolo deste confronto, entre as forças de vanguarda e os reacionários. A luta está só em seu início. O espaço virtual ainda verá muitas batalhas.

Redação

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