Ação de Witzel com atiradores desrespeitou normas impostas pela Justiça

Tiros só podem ser dados de helicópteros quando forem "estritamente necessários" e com o objetivo de "proteger vidas". Não é permitido alvejar nenhum alvo, somente dar um tiro de cada vez

Jornal GGN – A operação com atiradores no Rio de Janeiro, na presença do governador Witzel e outras autoridades, no final de semana passado, desrespeita uma normativa publicada ainda em outubro de 2018 pela antiga Secretaria de Segurança Pública do Estado, por determinação da Justiça.

A normativa restringe o uso de helicópteros para disparos de arma de fogo pelos policiais em atividade no Rio a situações em que é necessário salvar vidas, e limita a atuação dos agentes. Ela foi criada dentro do contexto de intervenção militar no Estado, justamente para reduzir o impacto das operações contra os civis.

No sábado (4), Luis Nassif, editor-chefe do GGN, denunciou o caráter genocida da operação com Witzel. O governador disse que estava “acabando com a bandidagem”, mas moradores relataram disparos em regiões que não tinham relação com o tráfico. Uma delas, no bairro Campo Belo, tinha uma barraca utilizada por evangélicos que foi alvejada pelo helicóptero com o governador.

Folha de S. Paulo e um programa de jornalismo da TV Globo do Rio confirmaram que foram os atiradores de Witzel que atacaram a barraca, mas sem deixar feridos.

Pela normativa criada pela Justiça, tiros só podem ser dados de helicópteros quando forem “estritamente necessários” e com o objetivos de proteger vidas. Não é permitido alvejar nenhum alvo, somente dar um tiro de cada vez.

Leia: Witzel é um genocida que precisa ser detido

Leia também: Atiradores de Witzel disparam contra barraca evangélica em Angra 

Procurado, o governo do Estado disse que a operação no sábado “foi para reconhecimento de áreas atingidas pela criminalidade e não houve vítimas.”

Witzel foi denunciado na última terça (7) à ONU (Organização das Nações Unidas) pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e pela deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ).

A Renata Souza (PSOL), que preside a comissão, já havia encaminhado uma denúncia semelhante à OEA (Organização dos Estados Americanos), por conta do recorde de 434 pessoas mortas por policiais no Rio só nos primeiros 3 meses de 2019.

 

 

Redação

3 Comentários

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  1. Está surgindo a pior das milícias…
    uma com a maior base de apoio que já se viu, o próprio Estado

    nas comunidades já se fala em divisão de comando, um só para venda de armas

  2. onde já se viu milícia apoiada pelo próprio estado?
    rio abaixo, rio acima, como termina seu conto a terceira margem do rio, o genial guimarães rosa…
    mas não há nenhuma graça nesse
    sobrevôo genocida witzeliano…
    deveria perder o cargo e ser preso por incitação à morte….

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