Acordo de delação premiada de Yousseff é suspenso

Do O Globo

Justiça Federal suspende acordo de delação premiada de Youssef
 
Doleiro obteve benefício em operação da PF de 2004; com a decisão, ele volta a responder por processos antigos
 
Jailton de Carvalho

BRASÍLIA – A situação do doleiro Alberto Youssef, que não era nada confortável, pode se complicar mais ainda. A Justiça Federal suspendeu o acordo de delação premiada que livrou o doleiro de pesadas punições nos processos abertos a partir da Operação Farol da Colina, de 2004. Para a Justiça, o doleiro perdeu direito ao benefício porque voltou a incorrer nas mesmas práticas que deram origem aos processos criminais anteriores. Com a decisão, o doleiro voltará a responder antigos processos.

– Todas as investigações que estavam suspensas vão ser retomadas. Inclusive as investigações que estavam a cargo do Ministério Público Estadual – disse ao GLOBO um procurador que está acompanhando o caso de perto.

Segundo ele, o acordo de delação premiada não implicou em perdão dos crimes imputados ao doleiro. O acerto contemplava apenas a suspensão dos processos a partir de uma série de condicionantes. Uma das exigências era de que Youssef abandonasse as atividades relacionadas à movimentação financeira clandestina. Para o procurador, o doleiro não cumpriu a promessa e, agora, terá que responder pelas antigas acusações.

A Justiça Federal no Paraná determinou que seja investigada a relação entre o doleiro e o deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA). Segundo decisão desta quinta-feira do juiz Sergio Fernando Moro, a PF deve remeter ao Supremo Tribunal Federal (STF) todas as informações que já foram coletadas na operação sobre o envolvimento dos dois, em cinco dias úteis. O mesmo procedimento deve ser adotado se forem identificadas provas de envolvimento de outras autoridades com foro privilegiado.

 

Redação

18 Comentários

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  1. Assim não dá

    Nassif,

    Manobra tucana.

    A empresa e outros interesses do doleiro estão situados no coração do PSDB, assim não dá

    1. Ta parecendo que o golpe eh

      Ta parecendo que o golpe eh outro, Alfredo.  Ta parecendo que nao tinha ninguem do PT na investigacao ate agora e precisam de uma “distracao” pra media encobrir a corrupcao tucana.  Vao achar um petista pra chamadas de primeira pagina.

      Pelo menos eh isso que ta parecendo.  Nao, eu nao acredito na acao (justissima) da PF de suspensao sem trairagem partidaria vindoura.

        1. O único fato novo, mas

          O único fato novo, mas presumível, é a ligação intestinal, como comprovam as gravações da Polícia Federal, entre o petista ex-vice predidente da Câmara Federal André Vargas e o doleito Yosseff.

          1. viomundo diferente

            Walker não cadastrado,

            Engano seu,

            A partir do viomundo.com.br,. Ao final da reportagem tem 2 brindes também da tucanalha.

             

            Denúncias

            Contratos das indústrias Labogen com governos tucanos chegam a R$ 164 mi; em São Paulo somam R$ 67 mi

            publicado em 8 de maio de 2014 às 21:05

            por Conceição Lemes

            Desde o desencadeamento da operação Lava Jato, em março,  as indústrias Medicamentos Labogen e Labogen Química, do doleiro Alberto Youssef, preso na operação, estão na mídia. Ambas foram usadas para lavagem de dinheiro, segundo a denúncia do Ministério Público Federal no (Paraná MPF-PR).

            Inicialmente, elas ganharam todos os holofotes, porque o deputado federal paranaense André Vargas (ex-PT, atualmente sem partido), foi flagrado pela Polícia Federal (PF) em troca de mensagens com Youssef.  Ele seria suspeito de fazer lobby a favor das organizações Labogen no Ministério da Saúde na gestão de Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo. O ex-ministro nega interferências e está interpelando judicialmente Vargas.

            O fato é que:

            1) Como a denúncia foi feita pelo MPF-PR, a mídia passou a impressão de que o esquema se restringia ao Paraná, até porque Youssef é de Londrina. Omitiu, assim, que as organizações Labogen estão sediadas em São Paulo.

            2) Com base no que se sabe até agora,  elas não têm contratos firmados com o Ministério da Saúde, desde o final do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Inclusive, balanço de 2001 da Labogen Química mostra que na época ela recebeu financiamento do Banco do Brasil e da Finep.

            3) Em 1999, na gestão José Serra (PSDB), a Medicamentos Labogen fechou contratos no valor de R$ 30,8 milhões com o Ministério da Saúde, revelou o Tijolaço.Em valores corrigidos até março deste ano somam R$ 97,4 milhões.

            4) Youssef é um dos doleiros envolvidos no maior escândalo do Brasil, o do Banco Estado do Paraná ou Banestado, que atinge fortemente a mídia e o governo FHC. Entre 1996 e 2002, mais de US$ 84 bilhões foram retirados indevidamente do Brasil via contas CC5 do Banestado.

            Curiosamente, à medida que se descobrem ligações das indústrias Labogen com os tucanos, o noticiário sobre elas vai minguando. E talvez diminuam ainda mais.

            Além de contratos com o Ministério da Saúde na gestão Serra, a Medicamentos Labogen vendeu diretamente para a Fundação Remédio Popular (Furp), do governo do Estado de São Paulo, de 1999 a 2005.

            A Furp também firmou vários contratos com a Piroquímica Comercial, oficialmente de Pedro Argese Júnior. Só que ele é testa de ferro do doleiro Alberto Youssef, segundo o MPF-PR. Os contratos foram entre 1999 e 2007, consequentemente nos governos Covas, Alckmin e Serra.

            Esses dados foram obtidos em levantamentos feitos no Sistema de Gerenciamento da Execução Orçamentária (Sigeo) e no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

            Até agora, pelo que apuramos, os contratos da Furp com a Medicamentos Labogen somam R$ 14 milhões; em valores corrigidos, aproximadamente R$ 28 milhões.

            Os com a Piroquímica atingem R$ 20 milhões; em valores corrigidos, cerca de R$ 39 milhões.

            Resultado: os contratos das indústrias Labogen e Piroquímica com os governos tucanos de São Paulo chegam a R$ 67 milhões.

            Entretanto, eles não aparecem na denúncia do MPF-PR, que estranhamente só quebrou o sigilo das empresas denunciadas na Operação Lava Jato a partir de 2008.

            Explico. No pedido ao MPF-PR ao juiz federal, solicitando o indiciamento da “quadrilha”, os promotores argumentam que em “data não precisada nos autos, mas sendo certo, que desde 2008 até 17 de março de 2014”, as pessoas listadas “integraram uma das organizações criminosas comandadas pelo doleiro Alberto Youssef”.

            Ou seja, O MPF-PR diz que não foi possível identificar o início do esquema. O que é intrigante por várias razões:

            1) Youssef é um velho conhecido do MPF-PR, já que operou no esquema de evasão de divisas no caso Banestado.

            2)As empresas investigadas de Youssef já existiam antes de 2009. E se elas lavaram dinheiro depois, por que não teriam lavado antes?

            3) Se os promotores não sabiam quando começou, por que não se investigou?

            4)A denúncia do MPF-PR menciona a MO Consultoria, de São Paulo, criada em 2004. De 2009 a 2013, foram depositados na conta dessa empresaR$ 89,7 milhões.

            Segundo o MPF-PR, a integralidade dos valores recebidos por ela é ilícita e correspondia à parte significativa do montante que foi ocultado pelas operações bancárias pulverizadas para outras empresas como sendo do doleiro Youssef. Entre as quais, Labogen Química, Labogen Medicamento e Piroquímica, que, de 6 de janeiro de 2009 a 20 de junho de 2013, foram abastecidas em R$ 21,3 milhões.

            Considerando que o MPF-PR admite que a lavagem de dinheiro do esquema do doleiro Alberto Youssef passava pela MO por que não quebrou o sigilo dessa empresa de 2004 a 2008?

            Sem contratos fechados não há corrupção.

            Os firmados pelas organizações Labogen com governos tucanos já chegam a R$ 164 milhões: R$ 97,4 milhões (gestão Serra, no Ministério da Saúde) + R$ 67 milhões (Furp, nas administrações Covas, Alckmin e Serra).

            Será que a mídia vai investigar esses contratos realmente existentes ou se calará como fez com o propinoduto tucano? Só o tempo dirá.

            Leia também:

            Metrô e CPTM: Contratos somam superfaturamento de R$ 3,3 bi

            Tucanos implacáveis com quem denuncia corrupção, dóceis com trensalão

             

          2. Tá bom Alfredo Machado

            Tá bom Alfredo Machado cadastrado, vc está praticamente me dizendo: os meus corruptos são melhores que os teus…É isso?

             

          3. Limitado

            Não existe um fato novo, no mínimo dois sendo um concreto, conforme estampado na reportagem que você certamente não leu.

            Não bastasse este seu engano, você resolve pensar por mim e tome bobagens, muito bem.

  2. Jornalismo criminoso.

    jornalismo criminoso a serviço do crime organizado no Brasil, isso  pode e eu não posso me manifestar a não ser aqui. brincadeira…

  3. Uai, se vão suspender a

    Uai, se vão suspender a delação premiada então por que não volta o Banestado? Acorda PF! Ou seu sono é seletivo?

    1. A relação dele é com

      A relação dele é com parlamentares em sua maioria do PSDB. Por isso não querem mais a delação premiada. Nem a relação com 96 parlamentares que recebeu grana dele a imprensa divulgou. Não tinha petistas.

  4.   Nassif, você que identifica

      Nassif, você que identifica (e nisso concordamos) com bombas semióticas como no caso da novela, quando vai parar de grafar o nome do doleiro com dois F? Até O Globo já escreveu o nome do doleiro corretamente, YOUSSEF – diferente de por exemplo ROUSSEFF, NASSIFF.

    1. Boa!

      Tenho certeza que este aí está preso por causa do sobrenome Youssef.

      Deve ter gente achando que ele é parente da presidenta.

  5. Youssef entregou a PF a

    Youssef entregou a PF a relação de 96 parlamentares que receberam grana dele. O Imbassay-PSDB-BA está na lista. Tivesse petistas já estaria sendo divulgada na imprensa “isenta”. Mas não tem e derão um jeito de calar o homem. A relação dele é com o PSDB.

    1. A coisa desandou pro rumo dos tucanos e deram um jeito rapidinho

      A coisa desandou pro rumo dos tucanos e deram um jeito rapidinho de calar a boca do doleiro, triste esse aparato midiático-penal que tomou de conta desse pais prá blindar tucanos ladrões

  6. imagina na Copa!

    … me prende que eu sou inocente, não aguento mais ficar ao lado de tantos tucanos envolvidos com corrupção; tantos tucanos envolvidos com roubalheiras, tantos tucanos envolvidos com narcotráficos, tantos tucanos desviando dinheiro público, tantos tucanos agredindo pessoas indefesas, tantos tucanos vendendo patrimônio público, tantos tucanos aumentando a carga tributária onde ela é reduzida pelo governo federal, tantos tucanos querendo cortar meu salário, tantos tucanos tirando o direito até de beber agua para alimentar a contas bancárias dos acionistas da Sabesp, tantos tucanos desviando dinheiro da saúde, da educação, da segurança, da ação social para comprar previlégios nos meios de comunicação, eu quero ser preso, pois eu sei que na Copa, apesar de tudo isso, vai ter gente mesmo vendo com seus próprios olhos, onde foi gastado cada centavo vai dizer e gritar que foi gasto as obras da Copa no Brasil.

  7. A falta que faz o jornalismo investigativo

    A lista de Youssef conteria 96 nomes de políticos com os quais o doleiro teria tido relação. Uma vez que a maioria dos parlamentares seria do PSDB, é óbvio que a mídia não divulgará nomes/valores. Pena que o jornalismo investigativo não possa dar o ar de sua graça. Lamentavelmente, a CartaCapital deixa de surgir com um furo de tal magnitude; limita-se a ser, em geral, opinativa, pra não dizer meramente reativa…

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