Agência Yacows vendia cadastro para envio ilegal de WhatsApp

Página com oferta de números de celular foi apagada durante a campanha eleitoral de 2018; prática é proibida pela lei eleitoral desde 2009

Lindolfo Alves Neto (dir.), um dos donos da agência Yacows, presta depoimento à CPMI das Fake News. Foto: Roque de Sá/Agência Senado (via Agência Senado)

Jornal GGN – A empresa de marketing digital Yacows mantinha um site onde comercializava cadastros com números de celular atrelados a CPFs e outros documentos para disparos de mensagem de WhatsApp durante campanhas eleitorais.

As regras eleitorais proíbem a venda de cadastros para uso que favoreça candidatos, partidos políticos ou coligações (a lei está vigente desde 2009), mas a página da plataforma Bulk Services, que pertence à Yacows, oferecia milhões de linhas de celular, cadastros com documentos e até mesmo campanhas segmentadas por zona eleitoral durante o pleito eleitoral de 2018, como mostra reportagem do jornal Folha de São Paulo.

A página da Bulk Services foi retirada do ar em 18 de outubro de 2018, data em que o jornal Folha de São Paulo publicou reportagem revelando essa prática, e mostrando que empresários bancaram esses envios tanto na Yacows como em outras agências.

Um dos donos da agência, Lindolfo Alves Neto, negou que usasse CPFs de terceiros para registrar chips ou que usasse bancos de dados de terceiros em seu depoimento à CPMI das Fake News, em 19 de fevereiro.

Por outro lado, o ex-funcionário da Yacows Hans River do Rio Nascimento apresentou em seu depoimento imagens que indicam que a empresa realizava disparos ilegais de mensagens pelo WhatsApp.

Após esse depoimento, Nascimento afirmou que negou dar as informações solicitadas e que a jornalista Patricia Campos Mello, da Folha de São Paulo (e responsável pela matéria) tinha como objetivo “um determinado tipo de matéria a troco de sexo”, insinuando que a repórter teria se insinuado sexualmente a ele, o que abriu uma série de ataques contra a jornalista por parte de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Redação

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