“Agenda Maia”: Congresso ocupa vácuo de poder de Bolsonaro aprovando reforma

Câmara aprovou reforma um pouco distante do que sonha Paulo Guedes, que quer a capitalização a todo custo. E ainda desmontou o discurso de "nova política" de Bolsonaro, fazendo o governo recorrer a emendas para garantir votos

Rodrigo Maia. Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – A leitura após aprovação do texto-base da reforma da Previdência pela Câmara, na noite de quarta (10), é a de que Jair Bolsonaro deixou um vácuo no poder ocupado pelo Congresso na figura central de Rodrigo Maia (DEM).

A Agenda Maia, de governo paralelo a Bolsonaro, já era bola cantada há semanas, quando o presidente da Câmara começou a criticar a falta de projeto amplo e de curto prazo para tirar o País da rota da recessão econômica.

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Ao discursar pela vitória inicial da reforma na Mesa Diretora da Câmara, Maia deu um grito de independência. Sem citar Bolsonaro diretamente, mandou um recado:

“Nosso papel é recuperar a força do Congresso Nacional, porque estamos fortalecendo a nossa democracia. (…) E não haverá investimento privado se nós não tivermos uma democracia forte. Investidor de longo prazo não investe em país que ataca as instituições”.

Levou adiante uma proposta um pouco distante do que sonhava Paulo Guedes, embora o ministro da Economia e outros caciques do governo mantenham a intenção de retomar a capitalização da Previdência “mais para frente”. Com o adicional de ter levado Bolsonaro a matar o discurso de “nova política” recorrendo a emendas parlamentares para garantir os apoios necessários.

Daqui pra frente, a “Agenda Maia” deve deslanchar. O “foco da Câmara será a votação de uma reforma tribuitária pautada pela simplificação do emaranhado fiscal brasileiro — e não na redução da carga — e uma reforma das carreiras do serviço público, para acabar com o modelo atual em que funcionários recém-concursados entram com vultosos vencimentos”, afirmou O Globo desta quinta (11)

Redação

3 Comentários

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  1. O desespero bate à porta. Na eminência de termos outro Governo Bolsonaro em 2022, alguns lançam suas esperanças em qualquer coisa. Bem diz que ‘o afogado se agarra à palha’. Maia e a sua Nova Política? Escancarar que não vê no aumento de mais 2 bilhões ao Fundo Partidário, que já é abastecido com 1,4 bilhão de reais, nenhum escândalo?!! O País da Miséria e da falta de Médicos, com Fundo Partidário de 3,4 Bilhões? Nova Política para o Projeto de ‘Velha’ Presidência de Maia? Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação. Já percebemos o desespero no ar….

  2. Veremos se a imagem de Maia vai sobreviver ao flagelo da previdência. Bolsonaro apenas o colocou na vitrine enquanto comprava os votos na surdina. Sem nenhum pendor altruista, Bolsonaro pagou mas não quer aparecer.

  3. Bolsonaro se aproveitou bem do ódio do Maia.
    Na luta das vaidades, o bozo, incapaz de se compatibilizar com quem quer que seja, abriu mão da sua vaidade para deixar que o Maia trabalhasse por ele, enquanto ele, como presidente, fica com o resultado:” meu governo conseguiu aprovar a reforma da previdência” ele pode se vangloriar, enquanto Maia chora cansado após o trabalho de parto.

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