Além de salários, esquema de Carlos Bolsonaro envolveu R$ 3 milhões em bônus a funcionários

Jornal GGN – Além de pagar salário a funcionários que hoje são investigados por não comparecerem à Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro para trabalhar, Carlos Bolsonaro também teria usado, no suposto esquema de corrupção, bônus pagos a assessores parlamentares que não teriam ficado com o dinheiro. A informação é de VEJA desta sexta (30).

Segundo a revista, o pagamento de bônus extras a funcionários selecionados por Carlos Bolsonaro totalizou ao menos 3 milhões de reais. São oficialmente chamados de “encargos DAS”, gratificações que podem ser concedidas a quem o parlamentar quiser.

O funcionário pode receber o bônus se, por exemplo, participar de uma comissão da Câmara, mesmo que não tenha formação técnica para tal. Nenhuma prova do trabalho extra é exigido para o pagamento. Um vereador ouvido pela revista disso que os bônus são “a maior caixa preta da Câmara”.

VEJA revelou que a funcionária que mais recebeu bônus no gabinete de Carlos foi Juciara da Conceição Raimundo, exonerada em 2018. Foi um total de 673 mil reais apenas em extras. O valor correspondia a uma média mensal de 7 mil reais em bônus, que se somavam ao salário de 10 mil reais.

Com essa renda, Juciara deveria ter uma vida confortável. Mas de acordo com a investigação, ela mora em uma casa de tijolo aparente, em uma favela dentro de um bairro de classe média na Zona Norte do Rio. As autoridades desconfiam que Juciara jamais teve acesso aos pagamentos integrais da Câmara.

Nas redes sociais, o deputado federal Marcelo Freixo disse que a história se trata de um novo escândalo contra os Bolsonaro e cobrou transparência a respeito dos recursos: “Aonde foi a grana?”

Carlos Bolsonaro é investigado desde 2019 por manter em gabinete supostos funcionários fantasmas (que não apareciam para trabalhar). Os promotores não descartam a hipótese de o vereador ter usado do mesmo esquema de corrupção pelo qual o irmão, Flávio Bolsonaro, também é investigado. De acordo com o Ministério Público do Rio, Flávio que recolhia parte do salário de seus assessores de volta, sob a coordenação de Fabrício Queiroz.

 

Redação

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