Alguns dados para ajudar na discussão sobre os caças Gripen

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Comentários ao post Os caças Gripen representam um salto na indústria de defesa

Por junior50

Algumas explicações, sem comprometer

 1. ” os americanos vão embaçar com os motores” ou melhor dizendo: “não vão querer vender e depois integrar e fornecer manutenção ao conjunto propulsor “

  Resposta: Papo furadissimo, o fornecimento dos GE F414  ao governo brasileiro, já foi autorizado desde 2008, pelo congresso dos Estados Unidos ( é item não sensivel, fomos liberados junto com a India ), alem do que, há mais de dois anos, escrevi neste espaço, que o Centro de Pesquisas e Ddesenvolvimento da GE, Ilha do Fundão -RJ, já se encontra preparado para mantenir estes motores e as mais de 200 turbinas GE utilizadas no Brasil pela Petrobrás.

 2. ” O Gripen é um projeto/protótipo ” e ” não foi testado em combate “

   Resposta: Verdades parciais e vantajosas, pois sendo um “não congelado” ou “prateleira”, nossa participação no desenvolvimento será maior – e foi testado em combate durante a intervenção NATO na Libia, onde apresentou 100% de disponibilidade operacional – o Rafale chegou á 80% – e o JAS 39 C/D conseguiu somente aparecer nas telas dos AWACS da Nato, quando ligava seu Link 12/16.

 3. ” Não é pareo para os SU-30MKV venezuelanos, armados com os R-77″

    Resposta: Verdade tb. parcial, pois o ambiente NCW venezuelano não consegue ficar operacional (os chineses, venbdedores dos radares em terra, não querem fornecer os códigos de comunicação com os sistemas S-300/SAM), e os vetores em questão são diferentes, um é uma plataforma de misseis para intervenções a longo alcance, outro é um caça otimizado para defesa aérea em um ambiente NCW composto, e a evolução européia do R-77 (RVV-AE) e do R-73 – atualmente considerados alguns dos melhores misseis ar-ar – o Iris-T e o Meteor, já se encontram incorporados a avionica de missão do JAS39.

  4. Aquisição da versão “navalizada”: O JAS39E, é o unico que consegue operar com peso bruto total, com as catapultas do NAE São Paulo (A-12), portanto com pequenas modificações no trem de pouso (reforços), ele pode substituir futuramente (2020) os AF-1M, sem necessitar de outro porta-aviões.

  5. Defesa Aeroespacial: O “pilar” central de nossa defesa aeroespacial, que voa, são os E-99 do esq. Guardião, que equipados com o Radar Ericsson Erieye (atualmente em processo de up-grade nacional), e os datalinks BR-2 (DCTA/ITA) e sistemas Rohde & Schawrz criptografados por software NOSSO C4I SECOS, podem se comunicar, sem fonia, com os A-29, F-5EM, A-1M, AF-1M e os Gripen – se adquirissimos os Rafale, somente com mais uns US$ 100 milhões isto seria possivel (sria necessária toda alteração na avionica de missão), com os F/A18EFG nem pagando ( teriamos que utilizar os Datalinks NATO 12/16), e quanto aos celebrados, por muitos, os russos – sem chance, como já ocorre com os MI-35M (AH-2 Sabre), pois eles não abrem seus datalinks – um problema que estamos tentando resolver referente aos Pantsyr, a abertura dos sistemas de comunicação por dados SECOS ( secure comunication ) através de softwares próprios com “salto de frequencia ” e IFF ( identificação codificada eletronica amigo ou inimigo), e retirar dos Pantsyr os radares originais (primarios) e substitui-los por uma versão do Saber M-100 ou M-200.

Disseminação tecnológica – Pequena Empresa

  Em 2010, um amigo engenheiro quimico, que trabalha em uma pequena empresa paulistana ( 80 empregados), foi contatado pelo nascente Consócio T-1 ( Akaer / INBRA/SAAB ), para o fornecimento de rebolos diamantados destinados ao acabamento de peças autoclavadas feitas de ligas de carbono, que na industria de defesa/aeroespacial teem que respeitar uma tolerancia maxima de 0,02 microns – tecnologia inexistente a época. 

   Dois técnicos da empresa foram para a Suécia, aprender como fazer, e hj. as peças da Akaer e da Inbra (inclusive as fornecidas para Helibrás), já são “desbastadas” por rebolos nacionais, portanto uma pequena empresa pode participar e ter dividendos tecnológicos, mesmo em um projeto desta magnitude – basta dizer que no caso indiano, do SU-30 MKI os consóricos de fornecedores indianos, liderados por 4 – 5 grandes empresas, recebem peças e/ou suprimentos de mais de 2.000 empresas indianas.

    E uma das razões que o “Caça do PT/SP” ( JAS39 E/F Grifo), foi o escolhido, é que a SAAB iniciou seu road show para fornecedores muito antes das outras (2008), o da Boeing foi somente no ano passado, em 2010 o Luiz Marinho (PT/SP) prefeito de SBCampo, já tinha garantido investimentos na região pela SAAB de R$ 300 milhões e 1,8 mil empregos diretos – as cifras são grandes, a Inbra, do Dr. Jairo Candido ( Comdefesa – FIESP – ABIMDE), somente em 2008 recebeu da SAAB, R$ 7 milhões, a titulo de pesquisa e trasnferencia de tecnologia iniciais.

     Outra razão foi o comprometimento com a inovação, através das bolsas do “ciência sem fronteiras”, das bolsas CISB/SAAB, e das bolsas integrais ” Desafio Suécia 2014″ – todas iniciativas do CISB ( Centro de Inovação Sueco-Brasileiro) www.cisb.org.br

      Quanto a Selex-Galileo ( Atmos ) e o Raven ES05 AESA, a Atmos já participa do desenvolvimento deste radar desde 2010, na parte teórica, quanto a industrial  – promessa da Selex a SAAB, e ao governo brasileiro – ainda dependerá de conversações governo – governo, apoio a universidades e empresas da area eletroquimica ( os terminais de arseneto de gálio – tecnologia sensivel não exportavel), mas existe uma grande vantagem: conhecemos muito bem como funcionam os sistemas da Selex e como é realizada sua integração de hardware e software, afinal ela é parceira da Embraer e da AEL, em varios sistemas já operacionais, como os Grifo dos F-5EM, os Seaspray dos Linx e dos P-95M, alem de prime-contractor ( com códigos abertos) do futuro conjunto radar +eletronica embarcada do KC-390 ( T-20 Gabbianno).

      O JAS39E/F Grifo, sempre foi o escolhido da “engenharia”, das industrias, das universidades – quanto a opinião de pilotos ( capitães/majores/tencel ) pouco importa, treinando eles voam o que aparecer.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

11 Comentários

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    1. Assis, como tinha lobistas

      Assis, como tinha lobistas atuando nesse negócio. Você não imagina……Os interessados fizeram e promoveram muitas comitivas e bla..bla…bla………O mais importante de tudo, a prevalencia do Brasil no projeto de comum acordo com o fabricante original. Não se imagina o passo que foi dado…..Somente ao longo dos próximos anos, perceberemos isso. 

  1. De fato, perfeita exposição e

    De fato, perfeita exposição e argumentos. O detalhe final foi dito “O JAS39E/F Grifo, sempre foi o escolhido da “engenharia”, das industrias, das universidades – quanto a opinião de pilotos ( capitães/majores/tencel) pouco importa, treinando eles voam o que aparecer. É a realidade para os aviadores. O que interessa é o “brinquedinho novo”….Mas, a mídia só apresenta a opinião dos aviadores, bla..bla..bla……chegando ao ponto de coloca-los em horario nobre. Não deveriam se manifestar afinal a palavra é do CECOMSAER – Centro de Comunicação Social da Aeronaútica. Teve um “amigo” contrariado que me informou que a “bandeirantes” tinha acabado de colocar no ar, três opiniões de aviadores especialistas, contrariando a decisão tomada pela Presidencia da Republica. Querem é falar………

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=Jq1Yix_FNjw align:center]

  2. Bomba atômica

    Sendo bom para a industria da aviação civil ta bom demais da conta até mesmo pq ter armas para competir com os EUA  que pais consegue isso além daqueles que tem a bomba atômica

  3.  o fornecimento dos GE F414

     o fornecimento dos GE F414  ao governo brasileiro, já foi autorizado desde 2008, pelo congresso dos Estados Unidos 

     

    Se quisermos vender para a Venezuela, estamos liberados tambem?

     

    1. Não, só os paulistas,

      Não, só os paulistas, inclusive, os caças serão destinados pra defender apenas o estado de São Paulo, outros estados que se defendam com o que tiverem.

      Realmente, uma sacanagem, com tantos pólos industriais mais competitivos e preparados que o paulista. Em MG, por exemplo, o grande governador Aécio Neves fez investimentos bilionários na “cidade administrativa”, que contribuiu muito para aumentar os níveis de produtividade do estado. Infelizmente, nada disso foi levado em consideração, foram considerados apenas os pólos existentes em SP, como o núcleo da indústria bélica na região de São José dos Campos.

      1. Gripen

        Caros amigos paulistas e mineiros…  esqueceram-se de comentar as imensas fronteiras petroliferas entre o norte do Rio de Janeiro e Santos. Este sim deverá ser prioridade com todo o respeito.

  4. Texto interessante, mas

    Texto interessante, mas incluo uns achismos meu.

    1. A venda das turbinas não estão autorizadas pelo congresso de lá. A autorização não antecede a assinatura do contrato, o que se tem é uma “promessa de autorização”. E também podem embargar o fornecimento de peças a qualquer tempo.

    2. O Rafale participou ativamente das operações na Líbia. O Gripen praticamente só estava a passeio. E o Gripen proposto ao Brasil é o NG, e não o C/D.

    3. A FAB não irá utilizar os Iris-T, mas o A-Darter. E quanto aos Meteor, nem se cogita adquiri-los, e sim continuar com os Derbys, pelo menos a curto/médio prazo. Acredito que o futuro NG será sim tecnologicamente muito superior aos SU-30MKV venezuelanos, que é uma versão das menos sofisticadas do Flanker. Mas perde em persistência de combate.

    4. Acredito que a versão navalizada do Gripen não passa de divagação de vendedor. A navalização de um caça compreende muito mais do que modificaçõe nos trens de pouso, como reforço estrutural em todo o airframe e certificação de toda a eletrônica embarcada. Praticamente seria necessário projetar um novo Gripen. E não seria interessante projetar uma nova aeronave para o São Paulo, que entrará na reta final de sua vida operacional antes que esse Gripen naval fosse concluido.

    5. Qualquer aeronave adquirida deveria utilizar o datalink BR2.

    Não gosto do Gripen para o Brasil e o considero o menos capaz do F-X. Mas se toda essas promessas de capacitação industrial se materializar, espero mesmo queimar a língua. A capacitação para desenvolvermos um caça 5G, por exemplo, deveria passar pela Embraer e outras nacionais, e não por uma filial da Saab e outra de israelenses, penso eu.

  5. Bem o Grippen de fato é o

    Bem o Grippen de fato é o menos capaz de todos mas é sempre bom lembrar que ele NAO PERTENCE a mesma categoria deles

    Ele era o unico monomotor e tambem o unico caça leve de todos

    Uma comparaçao natural seria entre ele e o J 10 Chines avioes que seguem a linha do antigo F 16 e nao fosse o fato de que o F 35 ser furtivo e de quinta geraçao poderia colocalos juntos na mesma categoria numa analise linear

    O qaue é necessario no programa agora é o governo Brasileiro se compromenter SERIAMENTE com o desenvolvimento do NG e tratar de alocar maiores encomendas confirmando a expectativa de comprar entre 120/150 caças

    Do contrario a venda dos 36 avioes corre o risco de nao dar acesso a tranferencia tecnologica nos niveis esperados, e ai nos teriamos o pior dos 2 mundos

    Pois a principal razao da escolha do Grippen ser bem vista por todos ( eu incluso ) é a transferencia de tecnologia e a importancia colossal desta transferencia para nosso parque industrial

    mas estou seriamente considerando a ideia que o governo ira se acomodar e congelar tudo nos 36 caças…   

  6. É possível usar outros motores?

    ““A integração de um motor é muito cara. mas se no futuro o Brasil quiser desenvolver um caça próprio com outro motor, nós vamos mostrar como se integra esse motor. Nós mostramos como integrar o motor num caça supersônico. Depois, se o Brasil quiser escolher outros motores, é possível.” 

    http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1308445-5601,00-SUECIA+OFERECE+DOIS+CACAS+PELO+PRECO+DE+UM+AO+BRASIL.html

     

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