Lembro-me na infância, meus 11 anos, meu pai me levou a Belo Horizonte para uma consulta de vista com o dr. Hilton Gosling. Em dos dos dias, fomos visitar Gilberto Faria, um dos sócios do Banco da Lavoura. Faria queria se lançar deputado e convidara meu pai para uma visita à então sede portentosa do banco, Saí de lá com um cofrinho na forma do edifício sede. E meu pai com a promessa de Faria de construir uma quadra descoberta no largo do São Benedito para atender à molecada que morava na Vila Nova no Bairro Aparecida e que descia até o largo para jogar peladas.
A quadra durou um bom tempo. Faria durou menos à frente do Banco da Lavoura. Em pouco tempo rompeu com o irmão Aloysio, saiu, montou o Banco Bandeirantes, mas jamais chegou ao nível de Aloysio.
Morto dias atrás, Aloysio Faria foi um dos grandes banqueiros brasileiros, à altura de Gastão Vidigal, do Mercantil, Amador Aguiar, do Bradesco e Theorodo Quartim Barbosa, do Comércio e Indústria de São Paulo. Não incluo Walther Moreira Salles por não ser um banqueiro tradicional, mas um grande homem de negócios.
Na grande crise de 1929, os fazendeiros mineiros ficaram mais resguardados que os paulistas, excessivamente dependentes do café. Com a Segunda Guerra, quando os grandes bancos internacionais, especialmente o Banco Francês e Italiano, foram dissolvidos, seus executivos espalharam-se por bancos nacionais, ajudando na seu desenvolvimento.
Aloysio Faria montou sua rede de bancos a partir das raízes mineiras. Ganhou massa crítica a partir da clientela mineira e de uma base fiel de funcionários, arregimentando nos municípios mineiros. Depois, mudou a sede para São Paulo que, além de ter se transformado na grande potência econômica, era a porte de entrada para o Paraná, que começava a se desenvolver.
Discretíssimo, apaixonado pelas raízes mineiras, durante algum tempo Aloysio Faria transformou o Banco da Lavoura, depois Banco Real, no maior banco brasileiro. Não apenas isso. Foi uma pessoa permanentemente ligada às mudanças que ocorriam na economia.
Certa vez, quando tinha o programa Dinheiro Vivo na TV Gazeta, convidou-me para um almoço com a diretoria do banco. Na época, o boletim Guia Financeiro era o veículo impresso econômico de maior tiragem. No almoço, com jeito paternal me alertou sobre a necessidade de mudar enfoque pois, em breve, os bancos passariam a ter seus próprios boletins econômicos, invadindo a área.
Avançou em outros projetos relevantes. Adquiriu a Águas Prata, montou uma empresa de distribuição de produtos de construção, a C&C, criou a rede de hotéis Transamérica, a sorveteria La Basque, a Agropalma e o complexo de Comandatuba.
Tinha um estilo peculiar de gestão. Delegava a direção a executivos, mas mantinha um grupo de assessores diretos, espécie de olheiros, com boa noção de qualidade, para lhe dar feedbacks de cada área.
Quando o mercado brasileiro se abriu para bancos estrangeiros, vendeu o banco para o ABN Amro e se fixou no Banco Alpha, de investimentos.
Até pouco tempo atrás, participava das reuniões anuais com executivos de todas as empresas.
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Fico pensando se acabou para sempre o tempo desses “fazedores de país”, como Amador Aguiar, Walter Moreira Salles, Olavo Setúbal, Aloysio Faria e, num outro ramo, Antônio Ermírio de Moraes.
Renato Cruz : para a maioria dos consumidores deste Veículo, o que o sr. diz soa como heresia. ‘Fazedores de País’ foram sendo exterminados e sabotadores a partir do AntiCapitalismo de Estado do Golpe Civil Militar da Ditadura fascista de 1930. Como a própria Matéria indica, este “Mineiro”da safra dos Brasileiros da Vanguarda e Competência da República Velha. República Paulista e sua Elite Mineira/Paulista com quem dividia o Projeto de Nação. Como escrito, nas Privatarias do PROER, nas Privatarias Tucanas de 1990, no Plano ‘ Lá tinha…’ de FHC, no retorno da Escola de Eugênio Gudin e PUC/RJ, vendeu seu Banco. Como Fracassados fizeram fracassar uma Nação? Ainda é preciso desenhar?
…exterminados e sabotados…
O nome do banco é ALFA e não ALPHA.
Aloysio usou as iniciais do seu nome para formar o nome do seu banco (AL-oysio FA-ria).
A história dos bancos mineiros e seus dirigentes os Faria, os Araújo, os Guimarães, os Magalhães Pinto e outros é muito mais longa e complexa. Merece um livro ou um belo filme!
Sobre os banqueiros em Minas. O Chico já fez uma brincadeira:
menubuscar
Chico Buarque – Ópera do Malandro
O Malandro
Chico Buarque
Hino de Duran
Chico Buarque
Viver do Amor
Chico Buarque
Uma Canção Desnaturada
Chico Buarque
Tango do Covil
Chico Buarque
Doze Anos
Chico Buarque
O Casamento Dos Pequenos Burgueses
Chico Buarque
Homenagem Ao Malandro
Chico Buarque
Geni e o Zepelim
Chico Buarque
Folhetim
Chico Buarque
Ai, Se Eles Me Pegam Agora
Chico Buarque
O Meu Amor
Chico Buarque
Se Eu Fosse Teu Patrão
Chico Buarque
Teresinha
Chico Buarque
Pedaço de Mim
Chico Buarque
Ópera
Chico Buarque
O Malandro 2
Chico Buarque
close
Ópera
Chico Buarque
Opções
JOÃO ALEGRE Telegrama
Do Alabama
Pro senhor
Max Overseas
Ai, meu Deus do céu
Me sinto tão feliz
TERESINHA Chegou a confirmação
Da United coisa e tal
Que nos passa a concessão
Para o náilon tropical
MAX Então nós vamos montar
Em São Paulo um fabricão
TERESINHA Depois vamos exportar
Fio de náilon pro Japão
MAX Sei que o náilon tem valor
Mas comça a me enjoar
Tive idéia bem melhor
Nós vamos ramificar
TERESINHA Já ramifiquei,ha ha
Fiz acordo com a Shell
Coca-Cola, RCA
E vai ser sopa no mel
CORO Que beleza
Que riqueza
Tá chovendo
Da matriz
Ai, meu Deus do céu
Me sinto tão feliz
MAX Que tal juntarmos
Esses capitais
Abrindo um banco
Em Minas Gerais
TERESINHA Que brilhante idéia, meu amor
Que plano original
Com fundos no exterior
Você fundar
Um banco nacional
Sobre os banqueiros de Minas, o Chico fez até uma brincadeira.
CORO Que beleza
Que riqueza
Tá chovendo
Da matriz
Ai, meu Deus do céu
Me sinto tão feliz
MAX Que tal juntarmos
Esses capitais
Abrindo um banco
Em Minas Gerais
TERESINHA Que brilhante idéia, meu amor
Que plano original
Com fundos no exterior
Você fundar
Um banco nacional