Anticientificismo de Trump ameaça o combate à coronavirus, diz a CNN

E o presidente tem culpado a mídia por essa situação, voltando às mesmas táticas que empregou desde que assumiu o cargo.

Análise: a guerra de Trump à verdade toma uma curva perigosa, enquanto ele ataca a cobertura de coronavírus da mídia

Análise por Brian Stelter , CNN Business

Nova York (CNN Business)Desde o início da presidência de Trump, inúmeros especialistas alertaram que a falta de credibilidade do presidente colocaria em risco o país em caso de emergência.

Com o agravamento do surto de coronavírus, esses medos podem estar se tornando realidade.

Os aliados políticos do presidente Trump fizeram declarações excessivamente otimistas apenas para serem contrariadas pelos principais cientistas e médicos do governo. Por exemplo, Trump afirmou na segunda-feira que o coronavírus estava “muito sob controle nos EUA”. Um dia depois, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças disseram que a propagação do vírus para os EUA era inevitável. Ele disse que o mercado de ações está “começando a parecer muito bom”, mesmo com o Dow mergulhando em meio à ansiedade por coronavírus.

E o presidente tem culpado a mídia por essa situação, voltando às mesmas táticas que empregou desde que assumiu o cargo.

Na quarta-feira, em um tweet amplamente criticado, ele afirmou que a CNN e a MSNBC “estão fazendo todo o possível para tornar o Caronavírus o mais ruim possível, incluindo mercados em pânico, se possível”.

Ele digitou incorretamente o coronavírus e o erro de digitação ainda é visível em seu perfil no Twitter mais de oito horas depois.

Mas escrever errado o nome do vírus é o menor dos problemas do governo. O presidente Trump minou sistematicamente a confiança na mídia e em outras instituições que desempenham papéis importantes em emergências de saúde pública. Ele disse explicitamente para não confiar em fontes que não aprova pessoalmente.

Ele se envolveu no que vários colunistas chamaram de “guerra à perícia”. Os cientistas estão entre os afetados adversamente. Em dezembro passado, uma investigação do The New York Times concluiu que a ciência está “sob ataque” por nomeados por Trump.

Serviço Nacional de Meteorologia instruiu as autoridades a se concentrarem nas previsões de Dorian depois que Trump reivindica

Ele também contradiz informações precisas de agências governamentais, como o Serviço Nacional de Meteorologia, como quando insistiu que o Alabama foi ameaçado por um furacão no ano passado. O chamado Sharpiegate causou raiva e consternação dentro das agências federais responsáveis ​​pela previsão do tempo.

Agora, agências de saúde como o CDC estão em destaque. Advertências de alto nível sobre quebra de confiança e morte da verdade têm mais impacto quando mortes por coronavírus são relatadas todos os dias.

“Quando você descobre que tem uma doença perigosa, precisa confiar no seu médico. Quando populações inteiras enfrentam uma perigosa crise de saúde pública, precisam confiar em seus governos”, afirmou a Dra. Leana S. Wen, professor da Escola de Saúde Pública do Instituto Milken da Universidade George Washington, escreveu em um artigo publicado no Washington Post no mês passado.

Esse é um problema neste ambiente, onde a confiança é escassa. Várias pesquisas mostraram que apenas um em cada três americanos acredita que ele é honesto e confiável.

As mentiras do presidente deram ao público amplas razões para desconfiar do que ele diz – e isso afetou negativamente as percepções de seu governo como um todo.
“Este presidente mentiu sobre tudo, desde déficits comerciais à interferência russa nas eleições nos EUA. Ele menosprezou especialistas em quase todas as oportunidades”, disse Daniel W. Drezner, professor de política internacional da Escola de Direito e Diplomacia Fletcher da Universidade Tuft e autor do próximo livro “The Toddler in Chief”.

“Em um momento em que as pessoas esperam garantias do governo federal”, disse Drezner, “ele será pressionado a fornecer qualquer”.

Luis Nassif

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  1. O problema principal vai ocorrer quando o CODVI-19 chegar a plena na África e na América Latina.
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    O OMS tem dito com todas as letras, que está preocupada com a chegada do CODVI-19 nos países com sistema se saúde deficientes. Sistemas de saúde deficientes não querem dizer somente falta de médicos, que já faltam no Brasil, mas também estruturas auxiliares tais como ambulâncias, socorristas e pessoal para atendimento domiciliar e até máscaras de proteção em estoque.
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    Também os hospitais deveriam ter um número razoável de quartos com pressão negativa, ou seja, quartos em que há sucção de ar, as janelas devem ser lacradas e as portas muito bem fechadas, se não o hospital fica totalmente contaminado. Todos os casos suspeitos que já vi até agora no Brasil, as pessoas foram internadas em UPA’s. Uma UPA para aqueles que não sabem, é uma Unidade de Pronto Atendimento, é uma unidade de atendimentos de saúde de média complexidade, ou seja, não tem por exemplo Tomografia Axial Computadorizada, que é uma das formas mais eficientes para ver as condições dos pacientes que estão passando de uma situação de baixa complexidade na direção de alta complexidade. Provavelmente se não houver nenhuma ação governamental urgente vai ser um deus nos acuda, pois uma pessoa com CODVI-19 não pode ficar numa maca no corredor. A China quando foi atingida pelo SARS-CoV teve um CFR (Case Fatality Risk) de 9,6%, já no CODVI-19 este número baixou para em torno de 1%, isto devido aos tratamentos intensivos que foram empregados nos hospitais (oxigênio e outros).
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    O que vai acontecer no Brasil é que os pobres vão ficar empilhados nas UPA’s ou em hospitais públicos enquanto os ricos vão para os hospitais particulares, ou seja, a mortalidade terá classe social.
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    Sugiro que todos que tem mais de 55 a 60 anos que se enfiem em casa e não saiam nem para levar o cachorro para passear, pois nos seis primeiros meses vai ser um inferno.
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    Atenção: Crianças de 0-14 tem o vírus de forma assintomática e somente uns 30% ficam com uma febrinha mas a imensa maioria (praticamente 100% exceto as que tem problemas de rins) se curam sem nada, mas atenção elas são portadoras e se forem dar um beijinho nos avôs e nas avós podem estar dando o beijo da morte.

  2. O problema principal vai ocorrer quando o CODVI-19 chegar a plena na África e na América Latina.
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    O OMS tem dito com todas as letras, que está preocupada com a chegada do CODVI-19 nos países com sistema se saúde deficientes. Sistemas de saúde deficientes não querem dizer somente falta de médicos, que já faltam no Brasil, mas também estruturas auxiliares tais como ambulâncias, socorristas e pessoal para atendimento domiciliar e até máscaras de proteção em estoque.
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    Também os hospitais deveriam ter um número razoável de quartos com pressão negativa, ou seja, quartos em que há sucção de ar, as janelas devem ser lacradas e as portas muito bem fechadas, se não o hospital fica totalmente contaminado. Todos os casos suspeitos que já vi até agora no Brasil, as pessoas foram internadas em UPA’s. Uma UPA para aqueles que não sabem, é uma Unidade de Pronto Atendimento, é uma unidade de atendimentos de saúde de média complexidade, ou seja, não tem por exemplo Tomografia Axial Computadorizada, que é uma das formas mais eficientes para ver as condições dos pacientes que estão passando de uma situação de baixa complexidade na direção de alta complexidade. Provavelmente se não houver nenhuma ação governamental urgente vai ser um deus nos acuda, pois uma pessoa com CODVI-19 não pode ficar numa maca no corredor. A China quando foi atingida pelo SARS-CoV teve um CFR (Case Fatality Risk) de 9,6%, já no CODVI-19 este número baixou para em torno de 1%, isto devido aos tratamentos intensivos que foram empregados nos hospitais (oxigênio e outros).
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    O que vai acontecer no Brasil é que os pobres vão ficar empilhados nas UPA’s ou em hospitais públicos enquanto os ricos vão para os hospitais particulares, ou seja, a mortalidade terá classe social.
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    Sugiro que todos que tem mais de 55 a 60 anos que se enfiem em casa e não saiam nem para levar o cachorro para passear, pois nos seis primeiros meses vai ser um inferno.
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    Atenção: Crianças de 0-14 tem o vírus de forma assintomática e somente uns 30% ficam com uma febrinha, mas a imensa maioria (praticamente 100% exceto as que tem problemas de rins) se curam sem nada, mas atenção elas são portadoras e se forem dar um beijinho nos avôs e nas avós podem estar dando o beijo da morte.

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