Os viajantes acabam de passar maus bocados no aeroporto de Nova York. Vôos cancelados, desinformação geral, atendentes grosseiros, descaso das companhias, autoridades omissas, gente espalhada pelo chão. A coisa durou vários dias, causando prejuízos incalculáveis. E começou bem antes da famosa frente polar que agora toma o noticiário.
Nada muito diferente do que se costuma sofrer (particularmente o estrangeiro) nos principais aeroportos do mundo em situações críticas. A diferença é que aqui a mídia corporativa chama isso de “apagão”, enquanto nos casos gringos busca uma justificativa razoável e esquece rapidinho.
Se o circo nova-iorquino ocorresse em Cumbica ou no Galeão, as primeiras páginas brasileiras fariam bafafás homéricos. “Imagina na Copa”, rosnariam os colunistas solidários. Não se falaria em outra coisa por semanas.
O transporte aéreo civil está saturado nas grandes cidades estadunidenses e européias há tempos, chegando às vezes a um nível de bagunça que talvez jamais tenhamos conhecido. Alguns (poucos) aeroportos são colossos arquitetônicos, mas basta uma nevasca ou uma greve para a empáfia primeiromundista virar do avesso.
O engraçado de tudo isso é que os nossos bravios colunistas estão cansados de sofrer nos apagões internacionais. Mas, lá fora, tratados como bestas, metem os rabos entre as pernas e reservam o orgulho para despejá-lo contra o país que odeiam.
http://guilhermescalzilli.blogspot.com.br/2008/03/barrados-no-paraso.html
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