Apenas 50% de MPEs realizam inovação

Cerca de 50% das micro e pequenas empresas (MPEs) não realizam nenhum tipo de inovação no país, afirma Marcos Aurélio Bedê, economista da Universidade Federal do ABC, convidado para participar do 10º Fórum de Debates Brasilianas.org, realizado na última quinta-feira, em São Paulo.

Segundo pesquisa apresentada pelo professor, empresas que realizam pequenos investimentos para melhorar produtos, apresentam, em média, desempenho 100% superior a de outras empresas com porte e atividades econômicas semelhantes, mas que não investem em inovações.

Existem três categorias de inovações nas MPEs, mapeadas pelo Sebrae. A primeira, são das que realizam Inovações Radicais. Foram reconhecidas aí empresas de base tecnológica, de micro e pequeno porte, “geralmente associadas a incubadoras e com alta capacidade de revolucionar o setor”, completa Aurélio Bedê. O professor aponta que existam cerca de mil empresas mapeadas com essa característica pelo país.

Esse grupo demanda por ajuda de acesso a créditos, pois trabalham com produtos muito inovadores no mercado e que, geralmente, não possuem históricos para que os bancos avaliem os riscos financeiros da concessão de créditos.

A segunda categoria de MPEs realiza o que o Sebrae chama de Inovação Secundária, ou seja, de novos conhecimentos associados a produtos e serviços já existentes mas que tem alto potencial de patente. Foram mapeados nesse grupo cerca de 50 mil empresas, na maioria, ligadas ao setor de indústria e serviços em TI.

Para auxiliar na competitividade desse grupo, a proposta é seguir estimulando a criação de patentes, bem como organizar trabalhos colaborativos entre empresa e instituições de pesquisa.

O terceiro grupo identificado foi das que realizam Inovações Incrementais, ou mudanças simples em tecnologias e métodos disponíveis capazes de serem facilmente difundidos de forma massificada para as demais MPEs. Nesse sentido, a categoria de Inovações Incrementais acaba englobando as mais de 6 milhões de MPEs espalhadas pelo país.

“A massificação de conhecimento tem efeitos fantásticos. Percebemos ainda que essas mudanças exigem baixos investimentos em inovação, que custam até R$ 10 mil por ano, para empresas que faturam até R$ 20 mil por mês”, completa Aurélio Bedê.

A Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) apontam para um universo de 6 milhões de MPEs no Brasil, com participação relevante na economia já que representam mais de 90% do total de empresas e indústrias do país. As MPEs mantêm 52% dos empregos com carteira assinada, 41% da massa de salários pagos a empregados formais, respondendo também por 63% das empresas que são exportadoras e por 1% do valor total das exportações brasileiras.

Redação

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