Aras condena métodos da Lava Jato, mas vê “justiça” nas condenações em Curitiba

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"Não concordo com nenhum vício formal, mas não posso ignorar a justiça substancial nas condenações que foram destinadas a muitos daqueles acusados pela força-tarefa de Curitiba"

Jornal GGN – O procurador-geral da República, Augusto Aras, condenou e defendeu a investigação e punição dos métodos heterodoxos praticados pela força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Mas ressalvou que, embora os “fins não justifiquem os meios”, os desvios da equipe coordenada por Deltan Dallagnol não devem ganhar “força superior” ao resultado final das operações, que é a condenação dos investigados.

“Não concordo com nenhum vício formal, eu os combato e apurarei quando eu puder e se tiver a oportunidade. Mas não posso ignorar a justiça substancial nas condenações que foram destinadas a muitos daqueles acusados pela força-tarefa de Curitiba”, disse Aras.

A manifestação do PGR ocorreu durante debate promovido pelo grupo Prerrogativas, que reúne centenas de advogados renomados, alguns com atuação na Lava Jato. Para incrementar a discussão, o Prerrô transmitiu a Aras a pergunta da cineasta Maria Augusta Ramos, que lembrou das “recentes revelações [que] mostram que a Lava Jato cometeu abusos no processo penal”, inclusive maculando casos contra o ex-presidente Lula.

Sem citar nome de réus e investigados, Aras respondeu: “Se eu não posso ignorar que muitos dos atos ilícitos apurados e punidos em todas as instâncias ocorreram e foram justos, eu não posso desacreditar dos vícios formais que foram cometidos em detrimento desses mesmos réus e condenados”, respondeu Aras. “Penso que, no direito moderno, que prima pela verdade real e uma justiça substancial, os fins não justificam os meios. Mas acredito que esses meios ilícitos porventura utilizados devem sofrer o reproche e a punição devida, mas não posso admitir que em prejuízo da verdade substancial e dessa justiça substancial, os vícios formais ganhem uma força superior capaz de promover a impunidade”, declarou.

Confira a partir de 1 hora e 42 minutos:

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Transparente ex-juiz “Moro”? Condenou o ex-presidente (Lula) 100% inocente isto é justiça? Continuamos clamando por justiça a ser feita com o criminoso comprovado pela INTERCEPT de Glenn Greenwald ex-juiz-“Moro” é descumpridor da CF/88. Ate quando vamos ver este criminoso solto?

  2. Na dúvida abraçou o capeta…… afirma que a trolha a jato está cheia de ilegalidades mas as condenações foram justas….a partir de agora inventaram a meia justiça….e ainda acham que vão investigar alguma coisa? Só querem estancar a sangria, é cpi ou nada…
    .

  3. Qualquer visão de que o Lula possa ser beneficiado com o que está vindo à tona é miragem…
    não se deixem enganar mais uma vez

    miragem vem da aparência e perseguição política vem da essência do sistema de justiça brasileiro

    aparência imunda de alguns; essência de todos

  4. Essas castas que dominam os poderes no Brasil fazem parte do mesmo lixo, da mesma lama. Fingem que brigam entre si, mas continuam ferrando quem não pertence aos seus nichos. Trocando um pelo outro, não há ganho possível.

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