As diferenças entre o cristianismo e os deuses indígenas

Por Antonio J. Pontes

Comentário ao post “Tupã, Jaci e Guaraci também pedem reconhecimento
 
Triste História.
 
O deus dos cristãos aportou cá, há 500 anos, desbancando uma mitologia reinante tão legal.
 
Esse deus judaico/cristão veio distribuindo folhetos fazendo marketing de alguns assuntos esquizofrênicos, como por exemplo: vendendo a ideia do tal “pecado capital”, o surgimento do sofrimento humano e a morte decorrentes, o  filho “salvador dos pecados”, que na verdade era esse mesmo deus que precisou inseminar a própria mãe para nascer. Foi citado no panfleto a lorota da serpente falante (que conseguiu ser mais esperta do que o próprio criador dela, mas não digam isso para esse deus, ele é explosivo, poderá enviar outro dilúvio).
 
Essa mitologia estrangeira trouxe junto o ranço da misoginia peculiar ao colocar a culpa desse desastre criacionista na mulher, ela culpada por ser “originária” do sofrimento humano.
 
Também é esquisita ao mostrar uma outra face desse deus, a face “boazinha”. Depois de tudo que aprontou, resolveu definitivamente nos perdoar, depois de tamanha ineficiência na produção do universo e do homem, enviando-se como filho dele para sofrer por três dias e depois assumir o posto de comandante do universo. Que moral estranha é essa? Ele sabia que ia reviver e “voltar” como todo-poderoso, assim qualquer um de nós faria a mesma coisa.
 
Na Criação, seguiu um manual em que dizia na capa “Estúpido Design”. Ele não deveria estar bem naquele dia.
 
Vejam só, perdoou-nos por ele ter falhado.
 
Enfim, chegou, mostrou arrogância e ganhou a batalha mitológica nesse mundo nosso de cá. Piorou a sociedade, e está aí o reflexo.

 
Somos agora uma cultura temente a um deus esquizofrênico e misógino, que praticou incesto inseminando uma menina virgem casada (a própria mãe), apoiou a escravidão e a chacina de indios nas Américas (para esse deus, índios não tinham alma).
 
Eis o exemplo de uma mitologia rancenta e cheia de psicopatias, típica daquele povo que inventou esse deus.
 
——–
 
A nossa mitologia indígena é muito mais humana e linda.
 
Não criou o pecado, não colocou a culpa na mulher de nada, não precisou inventar um motivo para o sofrimento. Não tem estórias de filhas transando com o próprio pai bêbado, a familia que o próprio Deus quis salvar (imagine como eram as outras).
 
A nossa mitologia não precisou pirar. Nada.
 
Inclusive uma deusa ajudou o processo de criação, que maravilhoso.
 
E isso fez com que os indios fossem muito mais saudáveis emocionalmente. Não havia conflitos espirituais, não havia medo, não havia misoginia na mitologia indigena, isso.até chegar o mito do deus maluco do além-mar.
 
Enquanto isso, os crentelhos daquela misoginia cristã/judaica “se acham”, tal como o deus deles.
 
Sim, “ganhamos a salvação”, palmas para esse deus. Só tem um probleminha, a estória ainda não acabou. Ele mesmo disse, antes de morrer, que se não o seguirmos iremos para o inferno, criado especialmente para quem não seguir o egão carente de amor. Mas não nos salvou definitivamente? Então o sofrimento foi em vão? É um deus pirado ou não é?
 
Renunciem a esse deus maluco antes que seja tarde e voltemos às nossas origens: Tupã e Jaci são muito mais legais.
Redação

33 Comentários

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  1. Cristianismo e Indígenas

    A Igreja Católica com seus jesuítas destruiram, em todos os sentidos, os felizes moradores do antigo Brasil.

    Perdão é pouco ! 

  2. O pecado como sentido de atrofia

    Para um  espírito que se diga verdaeiramente absoluto,  a misoginia, a homofobia, a agressão ao meio ambiente, o capitalismo, a defesa da escravidão e o pré-conceito gerado pela ignorância são pecados capitais mas alguns homens que arvoraram-se de iluminados quando na verdade eram seres ordinários, decretaram que nada disso que, como sabemos, é atrofiante, era pecado, muito pelo contrário…O resultado está aí, nem preciso desenhar, as sociedade cidades-estados com sua área rural cujos sócios (animais, seres humanos e pessoas jurídicas) que a compõem sob completa desagregação, o mundo em contradição, patológico, e sem perspetiva da instalão de um Poder Curador que, ao invés de julgar humilhar atrofiar matar, cure, não é mesmo Joaquim Barbosa, vc mesmo que atribui a si mesmo uma espécie de divindade.

    1. Os índios se alimentavam

      Pelo menos os índios, em sinal de comunhão com suas vítimas,  se alimentavam com o churrarrasquinho, Hans Staden escapou por pouco. Já a cristandade fazia muito pior que isso, era só maldade mesmo

      1. IV Avatar
        No século passado,

        IV Avatar

        No século passado, em cerca de 50 anos os regimes, seculares e ateus, da China, União Soviética, Coréia do Norte  e outros países menores, mataram,  por perseguição religiosa ou politica, entre 50 a 100 milhões de pessoas.. A inquisição cristã católica matou em 300 anos 20 mil pessoas.

        1. A maldade praticada em nome de deus

          Não vamos mudar de assunto, o tema do post é sobre deuses e não sobre regimes políticos de exceção, é claro que as ditaduras, seja elas do proletariado ou da burguesia(inclua-se nesta categoria o nazismo), mataram muita gente, que o diga o nazismo, as ditaduras na AL, Europa… 

           

          1. verdade

             na verdade, vc esqueceu de contabilizar muita gente que morreu por ação ou inação das religiões, como indígenas forçados a ¨aceitar jesus no coração¨ e que acabaram morrendo de doenças levadas por missionários, e todos os que se contaminaram com o virus da AIDS porque a igreja diz que não se deve usar preservativos.

            Somente dois exemplos, tem muito mais.

          2. Peraí, mas no ponto

            Peraí, mas no ponto específico das epidemias que se abateram sobre os indígenas qualquer pessoa razoável não pode pôr a culpa na Igreja nem nos cristãos, não. Não havia medicina avançada naquela época nem cura para essas doenças. Os europeus que pegavam esses surtos epidêmicos morriam também, só que a diferença é que a maioria dos europeus já tinham desenvolvido imunidade, enquanto os indígenas não tinham praticamente nenhuma. Houve casos em que SOLDADOS, não sacerdotes, espanhóis ao que parece deliberadamente, notando que os indígenas pegavam doenças facilmente, jogavm roupas de brancos e indígenas mortos em epidemias perto de tribos ou davam para eles, mas o “grosso” da mortalidade foi de indígenas pegando doença pelo ar ou por contato mesmo, e isso aí os cristãos não tinham mesmo o que fazer. Simplesmente não havia tratamento para essas coisas até o século XIX.

      2. Vamos deixar de dourar a

        Vamos deixar de dourar a pílula só porque esses povos acabaram sofrendo e sendo em sua maioria extintos. Eles não comiam os inimigos por “comunhão” coisísima nenhuma, e sim para absorver supostas qualidades e “forças vitais” para reforçar os guerreiros da tribos, dentre outros membros das aldeias. Não tinha preocupação nem ritual de “comunhão” nenhuma com o inimigo aprisionado. Tudo bem, era uma tradição, mas não vamos aqui “santificar” essa tradição, que não tinha nada de boazinha nem era feita com empatia com a vítima, mas sim com a preocupação de extrair sua “força” e transferi-la para os “nossos” (o pessoal da “nossa” tribo). 

  3. Tupã, Jaci, Iavé, Jeová e outras mentiras

    Quer dizer então que Policarpo Quaresma não morreu? Bom saber. Mas fico a imaginar a razão da gente descartar uma mitologia e abraçar outra, quando temos questões mais urgentes a tratar, e nenhuma delas passa pela influência de mitos ou estão sob o olhar de quaisquer deuses, sejam eles judaico-cristãos, indianos, indígenas, africanos, etc. Vou por meu boi para dormir.

  4. Vamos acusar o inocente e poupar o culpado

    Vamos culpar Deus, a bíblia, o Jesus bíblico pela falta de bom senso dos homens.

    E vamos poupar aqueles que manipularam os escritos da bíblia para escravizar, matar, manter o povo na miséria e os poderosos na riqueza. Vamos poupar os que usaram a bíblia para difamar, queimar mulheres dizendo ser bruxas, manter as mulheres na marginalidade. Vamos também proteger e poupar reis como o da Inglaterra que matou muitas de suas mulheres manipulando os escritos biblicos.

    Podemos, de igual forma, culpar Einstein pela criação da bomba atômica.

    E não diferente, poupar os governantes americanos de terem destruído Hiroshima e Nagasaki e matado milhares de pessoas.

  5. Quanta bobagem…

     Nassif,

    Quanta bobagem no seu site… Vejo que alguns aqui estão “pegando no pé” dos cristãos, crentes, católicos, evangélicos, e etc…, nesse fim de semana. Um post por dia!!!????

    Alguém poderia analisar aqui se foi ou é diferente a implantação e manutenção do comunismo na Europa Oriental, na Ásia, na Albânia e em Cuba? Foi à custa de quê??? Quantas vidas morreram? Quantas culturas dissipadas?

    Quem tiver “problemas” com o passado, ou arrepende dos seus pecados, ou vá fazer análise ou aderir as cotas raciais do governo.

    1. Quem com ferro fere?

      Ah, tá, é aquela coisa de quem com ferro fere, com ferro será ferido. Cala tua boca que eu não falo contigo. Quem tem fantasmas em casa não se refere às assombrações alheias. Quem finge que crê nalgum deus deixa que os demais professem a mesma mentirosa fé, tudo a bem dos interesses de cada um. Bom sensismo de direita também pode servir à esquerda – afinal, trata-se de disputa de poder, não mudar os critérios do mundo, né?

      Quanta bobagem…

    2. ????

      Quem tiver “problemas” com o passado, ou arrepende dos seus pecados, ou vá fazer análise ou aderir as cotas raciais do governo.

       

      Esclareça, por favor, qual a relação entre ¨pecado¨ e ¨raça¨ ?

       

  6. AntonioJá que falaste tanto

    Antonio

    Já que falaste tanto da mulher eu recomendaria o livro do Alessandro Rocha, pastor carioca, que faz uma (re)leitura do feminino em Deus a partir do Espirito Santo. Rocha usa a palavra hebraica ruah, que é do genero feminino, e que significa , em geral, vento sopro, potência criadora, rspiração de Deus e tambèm a palavra grega  pneuma e que pertence ao genero neutro – pneuma significa vento, hálito, sopro, suspiro, princípio vital. A tradução para a língua latina, que depois gerou o portugês, não encontrou uma forma feminina ou neutra para ruah e pneuma usando, então, o masculino Espirito .Rocha discorre e, sobretudo, analisa todas as incursões do Espirito Santo na Bíblia a partir de atributos femninos. Rocha defende que o aspecto feminino na Bíblia/Cristianismo  é a Pomba/Espirito Santo. Algo que ele diz,  consenso desde sempre  entre cristão e teólogos, é que Deus não é homem ou mulher. Deus é.

    Acho que a religião organizada do homem ocidental  cristão, ou do Oriente, no caso o Islamismo,   são alicerçadas por uma teologia que lhes dá uma estrutura diversa da dos mitos indigenas que são basicamente orais. E, sobretudo, no caso dos indigenas,a religião  implica muito mais uma relação com a natureza do que a busca de alicerce moral e ético para suas vidas. No entanto, há algo em comum com o Cristianismo, em várias culturas indigenas mundo afora, e inclusive no Brasil, há lendas sobre um dilúvio universal.

    Dizer que os europeus “desbancaram uma mitologia indigena local”, sugere pensar que, hoje em dia, todos os indigenas, no Brasil, são cristãos ou islâmicos, no entanto, ao contrário, seus mitos, grosso modo, estão preservados. Quanto ao Brasil, não havia religião, nada mais comum do que “adotar” a religião,  costumes e culinária,  “tecnologia”,  técnicas agricolas e  técnicas de construção    dos conquistadores.portugueses. Assim como adotamos  língua portuguesa. Ou será que a gente deveria falar Tupi Guarani? Ou por que não criar uma língua brasileira?

    Nada muito diferente do que ocorreu em Cuba, China, Albânia etc, quando os “iluminados” comunistas, e ateus, levaram sua ateoliga e visão de mundo secular e socialista para países que tiveram que abrir mão de seus mitos e religiões em favor do mito do socialismo soviético. 

    1. E lá vem…

      E lá vem a pretensa sofisticação teológica a serviço da hipocrisia. Cultura cláasica; filigranas em grego e latim; colocar as coisas em seus devidos lugares: animismo versus metafísica. Mentiras de calibres diversos: umas apontam para o céu sem perceber de fato nada; outras sonham com a arma apontada desde o céu para a cabeça daqueles que tem medo.

      1. MarcosAcho que pior que a

        Marcos

        Acho que pior que a ignorância é a presunção da sabedoria.

        Se teologia cristã é sofisitcada, e ela o é,  não é para impressionar a gregos ou troianos mas o é, sobretudo, por que a religião cristã não lida com mitos, por mais que Bultmann defendesse isso. Ao contrário, a teologia cristã lida com a necessidade de se decodificar signos do Cristianismo que são perenes. Não é àtoa que quando você escreve um cheque você coloca 2013, isso em respeito a um signo do Cristianismo que resiste a mais dois mil anos: a Cruz. 

        1. Data é convenção

          Tá faltando autocrítica da sua parte;

          Data? Ora, data é convenção mantida à cuta de dominação global, ma non troppo: há outras medidas de tempo em voga que não partilham da dominação cristã que, aliás, nem dominação chega a ser direito, pois 2/3 da humanidade não é cristã, e estes 2/3, quando aceitam o calendário gregoriano, o fazem em razão do movimento dos mercados, não dos discursos “sofisticados”, bizantinos, que guardam apenas a pretensão da sabedoria quando nada mais são do que empulhação a serviço de processos de opressão que lançam mão de ideologias várias para atingir seus objetivos, e uma dessas ideologias é a cristã;

          Olhe para sua própria ignorância, enfim.

          1. Marcos Quais são as outra

            Marcos

             

            Quais são as outras medidas de tempo “em voga”? Na China, que não é cristã, por exemplo?

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            Na verdade, a data é só um detalhe bobo. Você encontrará influência cristã na origem do direito, nas artes, na música na ética, na moral etc.

            Não seja só presunçoso – informe-se.

          2. Sério?

             O mundo usa o calendário gregoriano por uma motivo: PODER.

            Os poderosos forçaram a adoção deste calendário.

            E vc acha que isto mostrta que ele é bom?

            isso é ingenuidade ou hipocrisia?

          3. Medida pouca para arrogância muita

            Bem, então você acha que o uso do calendário gregoriano, para fins basicamente de transferência de recursos e assinatura e contratos, atesta a vigência no menos que mito jesus. Bom, eu uso o calendário gregoriano e sou ateu. Como eu, bilhões de pessoas no mundo que descartam o cristianismo e suas balelas. É só uma quetão de negócios. Minha medida real não é o tempo, é a vida. Que não se mede sequer em segundos. Que dirá em razão de um conto de fadas.

  7. Caro Nassif e demais
    É um

    Caro Nassif e demais

    É um texto militante, que tem lado, não se mostra neutro.

    Seia interessante o seu aprofundamento.

    Saudações

  8. Fé e covardia

    De fé por Fé os índios parecem que tem mais pois não temem a morte como os cristãos veem na como uma coisa natural, como de fato é.

    Quanto ao canibalismo, ele tinha um principio de comunhão, aqueles que se alimentavam da carne de um guerreiro adquiriram as virtudes deste.

    Guerreiros prisioneiros sabiam  o seu destino e o enfrentavam coragem e dignidade.

    Os índios ficavam revoltados com a covardia e o choro de Hans Staden.

     Como se alimentar da carne de um covarde sem virtudes? Nenhum guerreiro queria adquirir tais  ”qualidades”.

  9. “o livro negro do

    “o livro negro do cristianismo” 2000 anos de crimes em nome de deus autores :jacopo fo, sergio tomat, laura malucelli  ,  ediouro. bom de ler para os credulos e incredulos.

    1. Carlos  Os autores, os

      Carlos 

       

      Os autores, os três, tentam em apenas 250 páginas , de forma canhestra e, sobretudo, com uma bibliografia pobre cobrir 2000 anos da história cristã, no entanto, só conseguem falar mal da igreja católica. Dawkins o apóstolo maior da neoateísmo, em seus livros contra o Cristianismo se prepara melhor. E, não aro, escreve melhor e olha que o Dawkins mistura e omite fatos o tempo todo.

      Quanto a crimes, no século passado, em cerca de 50 anos os regimes, seculares e ateus, da China, União Soviética, Coréia do Norte  e outros países menores, mataram,  por perseguição religiosa ou politica, entre 50 a 100 milhões de pessoas.. A inquisição cristã católica matou em 300 anos 20 mil pessoas.

  10. ….  gostaria de ir mais

    ….  gostaria de ir mais longe:   se tem feriado para deus cristao porque nao tem para deus indigena.  alguem precisa lembrar nossos politicos.

    e tem mais …..  nao me conformo com essa estoria de “happy birthday to you”.   eh a maior prova de capachismo cantar musica estrangeira para parabenizar alguem pelo aniversario.  por que nao pedem para os indegenas escreverem uma letra sobre  isso.

     

    da mesma forma um senhor de roupa vermelha, de feltro, quente como um inferno se aboletou por estas plagas e impuseram q dezembro eh natal e tem de comprar presentes e sacolinhas para o mundo todo.

    quer outra:  ha 500 anos chegaram uns senhores da europa por aqui.  acharam a terra maravilhosa …. e astutamente começaram a emitir escrituras de posse ja q os indigenas nao tinham cartorio e carimbos.  e assim lhe tomaram as terras na mao grande.

    mas como nao existe o elemento etnico brasileiro vamos sempre lambendo as botas dos grandes senhores !!!

     

     

  11. Respeitar os indígenas não deve implicar “santificá-los”

    Não havia medo, não havia misoginia, não havia sofrimento entre os indígenas? Ah, por favor, é santificação e martirização demais dos indígenas para um texto tão contrário ao cristianismo, mas que parece não conseguir se livrar da tendência de muitos cristãos à busca do “Éden perdido” versus o pecado da sociedade impura. Os indígenas aqui tinham muitas qualidades e defeitos na sua cultura, na sua política, na sua história. Eram gente como a gente. Impuseram, dominaram, oprimiram menos porque simplesmente não tinham os meios para o expansionismo, o imperialismo, o domínio amplo que os europeus haviam desenvolvido, e é só isso. Prova disso é que os nossos indígenas americanos que chegaram a dominar todas as técnicas necessárias para isso também aprontaram muito das suas, com seus próprios modelos de imperialismo, exploração de mão-de-obra serva, deslocamentos populacionais forçados (uma especialidade inca para desestimular a resistência dos nativos dominados, dispersando povos pelo imenso território do Império), etc.

    Além disso, não custa lembrar que há evidências arqueológicas e linguísticas de que os indígenas que mais contato tiveram com os portugueses aqui no Brasil no séc. XVI e XVII, os tupi-guaranis, não estavam aqui em paz e “quietinhos” há “milhares” de anos como muitos no afã de defendê-los – e a sua defesa é justíssima, porque são humanos e já viviam aqui, não porque não são brancos nem cristãos. As evidências são de que os tupi-guaranis tinham um território gigantesco demais e línguas próximas demais para estarem vivendo nelas há muitíssimo tempo como alguns achavam. Hoje se acredita que eles surgiram como um povo perto de Rondônia, na Amazônia, e se expandiram fortemente na Idade Média para a costa brasileira, conquistando boa parte do território brasileiro. Ou seja, nos 1.000 anos antes dos portugueses eles foram um conjunto de tribos expansionistas e, a seu modo, “imperialistas” que com certeza dispersaram, mataram ou absorveram outros povos que já viviam nesse imenso território. Ou seja, eram povos humanos como todos os demais do Velho Mundo.

  12.  
    Nunca compreendi bem qual o

     

    Nunca compreendi bem qual o critério, se é que há algum, adotado por deus para atender aos pedidos de salvação e cura de seus crentes e devotos. Seria por ordem de chegada. Ou, por algum mérito pessoal. Quiçá, por indicação de um prestigioso santo. Ou ainda, como nós costumamos fazer aplicando o famigerado QI (quem indicou).

    Outra dúvida a dificultar meu retorno aos braços da santa igreja. É o seguinte: quando um avião despenca com uma porrada de passageiros. Naturalmente trato de uma mera suposição. Pois muito bem.  Na hipótese em que, entre os passageiros, haja um cabra ateu, como é meu caso, teria o gajo alguma chance em detrimento de um membro fiel do rebanho?. Imagino, que assim agindo, o senhor daria prova de republicanismo, pois não? Não obstante, seria uma tremenda injustiça com os demais crentes do rebanho. Creio eu.

    Entendo como factível, ocorrer naquele desespero de iminente sinistro, de o cabra abandonar o orgulho por um instante, e, todos apavorados, inclusive o ateu, supliquem ao céu implorando ao todo poderoso, que interceda, mesmo modificando seus desígnios, e, lhes salve as respectivas carcaças da morte.

    .Abro aqui um parêntese para registrar encerrando, a não compreensão. pra que diabo sustentar uma religião durante anos de sacrifícios, e, no final, concorrer brigando por uma vaga, com um ímpio ateu? Pode?

    Orlando

  13. Quando eu era menino lá em

    Quando eu era menino lá em TUPÃ, por volta de 1960, estudava na Escola India Vanuire, lá uma professora nos ensinou que em cada lugar em qualquer aldeia do mundo sempre havia um CACIQUE e um MORUBICHABA.

    Traduzindo, sempre um Rei e um Feiticeiro, no Oriente tem um, no Ocidente outros, na Ásia, e assim por diante, sempre com suas respectivas CAVERNAS SUPERSTIÇÃO, poucos conseguem sair delas e ver a LUZ.

     

     

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