Jornal GGN – A mudança no tom de Jair Bolsonaro, tentando manter articulação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e uma série de anúncios populares, incluindo barrar os cortes de Paulo Guedes em áreas sociais, integram as estratégias de nada menos que o ministro das Comunicações, Fábio Faria, em impulsionar uma agenda positiva do governo.
Sendo apontado como o “domador” dos conflitos atiçados pelo clã da família Bolsonaro no governo, apesar de não conter diretamente a postura do mandatário, a estratégia de melhorar a imagem vem sendo trabalhada com as agendas sociais e encontros que o presidente vem participando, principalmente associados a programas populares. Todas as aparas que o mandatário pudesse fazer nesse sentido foram somadas na agenda presidencial.
É neste cenário que entram duas atuações de Bolsonaro, nesta semana: as críticas ao plano ministro Paulo Guedes, em pleno evento da siderúrgica Usiminas (MG), de lançamento da retomada das atividades, e a demissão do porta-voz da Presidência, o general Otávio Rêgo Barros.
No primeiro caso, a crítica do mandatário à proposta de Guedes foi interpretada pela imprensa como uma “fritura” do ministro pelo presidente. Mas o destaque obtido na imprensa foi o objetivo intencional e exitoso das orientações do ministro. Ao passo que mostrava sua cara junto à possibilidade de retomada econômica na cidade do Vale do Aço, o presidente anunciava que o corte de programas sociais para lançar o substituto do Bolsa Família, o Renda Brasil, estava suspenso.
Nos eventos públicos, quase como cumprindo uma agenda de campanha, o mandatário turbinou sua popularidade com a declaração: “Ontem discutimos a possível proposta do Renda Brasil, e falei: ‘Está suspenso’. A proposta, como apareceu para mim, não será enviada ao parlamento. Não posso tirar de pobre para dar a paupérrimos.”.
Enquanto que a declaração foi considerada uma fritura a Guedes, consciente da estratégia, o ministro da Economia apenas respondeu: “ele é o presidente e é quem decide”. Antes disso, Faria anunciava que tinha conversado com Bolsonaro: “Aviso aos torcedores do caos e do conflito diário: perderam. A paz continua!”.
Além da imprensa, o caso repercutiu aonde Bolsonaro também precisa consolidar apoio: no Congresso. Senadores defenderam a fala do mandatário. “Acho que o presidente Bolsonaro, neste ponto, tem total razão”, confirmou a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Simone Tebet (MDB-MS).
Nessa estratégia de mostrar sua própria voz, associada a agendas positivas, a demissão de Otávio Rêgo Barros não foi por acaso. O governo decidiu esvaziar o próprio porta-voz da Presidência da República, porque ele estava “aparecendo demais” com seus discursos oficiais. Junto ao ministro das Comunicações, Fábio Faria, Bolsonaro considerou inecessária a participação do general, que poderia ser facilmente substituída por discursos e declarações do próprio mandatário.
Desde março, o general da reserva já havia sido impedido de fazer pronunciamentos oficiais, ocupando-se, desde então, de ler informes oficiais. De acordo com a Folha de S.Paulo, auxiliares do governo indicaram que o presidente entendeu que ele próprio poderia desenvolver a função de porta-voz de seu governo, mais uma tática de sua agenda positiva.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Impressionante como neste governo não existe nenhum tipo de relação sem conflitos…
engraçado é que Bolsonaro já disse uma vez que em seu governo não existiria o tal de
“quem manda aqui sou eu”
pior momento para se dar asas à desordem interna, é com todos todos tendo que cumprir com as suas obrigações de guiar a Caravela Brasil de Bolsonaro para longe da tormenta
Quando penso que com o PT já singramos este mesmo mar, mas a bordo de um moderníssimo transatlântico, dá até vontade de chorar