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The Road Not Taken – A Estrada Que Não Foi Seguida
Por Robert Frost, um dos maiores poetas americanos.
O original está abaixo da tradução, que é minha, mas existem diversas outras na internet.
A estrada bifurcava num bosque outonal,
E triste, vi que não poderia pegar as duas
E sendo um só viajante, fiquei ali longo tempo
E olhei uma delas até onde pude
Ate onde fazia uma curva bem longe;
Então peguei a outra, tentando ser o mais justo possível,
E tendo talvez a melhor das intenções,
Porque era a mais verde e a menos usada;
Embora para outros caminhantes
Talvez parecessem a mesma coisa,
E ambas naquela manhã se estendiam igualmente
Em folhas ainda não pisadas.
Oh, eu deixei a primeira para um outro dia!
Mas sabendo que um caminho tomado leva a outro,
Duvidei que algum dia ali eu voltaria.
Eu direi com um suspiro
Em algum lugar daqui a muito tempo:
A estrada divergiu em duas naquele bosque, e eu –
Eu peguei a que menos usada me pareceu,
E isso fez toda a diferença.
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Two roads diverged in a yellow wood,
And sorry I could not travel both
And be one traveler, long I stood
And looked down one as far as I could
To where it bent in the undergrowth;
Then took the other, as just as fair,
And having perhaps the better claim,
Because it was grassy and wanted wear;
Though as for that the passing there
Had worn them really about the same,
And both that morning equally lay
In leaves no step had trodden black.
Oh, I kept the first for another day!
Yet knowing how way leads on to way,
I doubted if I should ever come back.
I shall be telling this with a sigh
Somewhere ages and ages hence:
Two roads diverged in a wood, and I—
I took the one less traveled by,
And that has made all the difference.
Habitar o tempo
De um dos três maiores poetas brasileiros, João Cabral de Melo Neto
Para não matar seu tempo, imaginou:
vivê-lo enquanto ele ocorre, ao vivo;
no instante finíssimo em que ocorre,
em ponta de agulha e porém acessível;
viver seu tempo: para o que ir viver
num deserto literal ou de alpendres;
em ermos, que não distraiam de viver
a agulha de um só instante, plenamente.
Plenamente: vivendo-o de dentro dele;
habitá-lo, na agulha de cada instante,
em cada agulha instante: e habitar nele
tudo o que habitar cede ao habitante.
E de volta de ir habitar seu tempo:
ele corre vazio, o tal tempo ao vivo;
e como além de vazio, transparente,
o instante a habitar passa invisível.
Portanto: para não matá-lo, matá-lo;
matar o tempo, enchendo-o de coisas;
em vez do deserto, ir viver nas ruas
onde o enchem e o matam as pessoas;
pois como o tempo ocorre transparente
e só ganha corpo e cor com seu miolo
(o que não passou do que lhe passou),
para habitá-lo: só no passado, morto.