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  1. The Road Not Taken – A Estrada Que Não Foi Seguida

    Por Robert Frost, um dos maiores poetas americanos.

    O original está abaixo da tradução, que é minha, mas existem diversas outras na internet.

    A estrada bifurcava num bosque outonal,
    E triste, vi que não poderia pegar as duas
    E sendo um só viajante, fiquei ali longo tempo
    E olhei uma delas até onde pude
    Ate onde fazia uma curva bem longe;

    Então peguei a outra, tentando ser o mais justo possível,
    E tendo talvez a melhor das intenções,
    Porque era a mais verde e a menos usada;
    Embora para outros caminhantes
    Talvez parecessem a mesma coisa,

    E ambas naquela manhã se estendiam igualmente
    Em folhas ainda não pisadas.
    Oh, eu deixei a primeira para um outro dia!
    Mas sabendo que um caminho tomado leva a outro,
    Duvidei que algum dia ali eu voltaria.

    Eu direi com um suspiro
    Em algum lugar daqui a muito tempo:
    A estrada divergiu em duas naquele bosque, e eu –
    Eu peguei a que menos usada me pareceu,
    E isso fez toda a diferença.

    ******************************************

    Two roads diverged in a yellow wood,
    And sorry I could not travel both
    And be one traveler, long I stood
    And looked down one as far as I could
    To where it bent in the undergrowth;

    Then took the other, as just as fair,
    And having perhaps the better claim,
    Because it was grassy and wanted wear;
    Though as for that the passing there
    Had worn them really about the same,

    And both that morning equally lay
    In leaves no step had trodden black.
    Oh, I kept the first for another day!
    Yet knowing how way leads on to way,
    I doubted if I should ever come back.

    I shall be telling this with a sigh
    Somewhere ages and ages hence:
    Two roads diverged in a wood, and I—
    I took the one less traveled by,
    And that has made all the difference.

  2. Habitar o tempo
    De um dos três maiores poetas brasileiros, João Cabral de Melo Neto

    Para não matar seu tempo, imaginou:
    vivê-lo enquanto ele ocorre, ao vivo;
    no instante finíssimo em que ocorre,
    em ponta de agulha e porém acessível;
    viver seu tempo: para o que ir viver
    num deserto literal ou de alpendres;
    em ermos, que não distraiam de viver
    a agulha de um só instante, plenamente.
    Plenamente: vivendo-o de dentro dele;
    habitá-lo, na agulha de cada instante,
    em cada agulha instante: e habitar nele
    tudo o que habitar cede ao habitante.

    E de volta de ir habitar seu tempo:
    ele corre vazio, o tal tempo ao vivo;
    e como além de vazio, transparente,
    o instante a habitar passa invisível.

    Portanto: para não matá-lo, matá-lo;
    matar o tempo, enchendo-o de coisas;
    em vez do deserto, ir viver nas ruas
    onde o enchem e o matam as pessoas;
    pois como o tempo ocorre transparente
    e só ganha corpo e cor com seu miolo
    (o que não passou do que lhe passou),
    para habitá-lo: só no passado, morto.

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