As relações promiscuas da Folha

Ainda sobre Datafolha. Na pesquisa cuja coleta findou em 21/05, após as tradicionais perguntais sobre intenção de voto, havia um bloco de perguntas sobre tendências políticas. Os resultados apareceram em uma divulgação à parte, que já conhecemos (aquela que diz que 31% dos eleitores de Dilma se consideram de direita, que x% acha que Serra governará mais para os ricos, etc.)

Porém, havia um conjunto de perguntas polêmicas, perguntas 23 a 25.

A pergunta 25 era sobre adoção de crianças por gays, e os resultados saíram em outra divulgação recente (que a maioria dos mais velhos é contra, dos mais jovens a favor, etc.)

Mas para as perguntas 23 e 24 não houve divulgação (ao que eu saiba) do resultado da tabulação. O instituto não é obrigado a divulgar, sabemos disso, mas porque perguntou? Para quem fica a informação?

Reproduzo as perguntas abaixo e testarei colocar o arquivo do questionário como anexo a este comentário.

P.23 Você diria que é a favor ou contra a punição de pessoas que torturaram presos políticos durante a ditadura?

1 a favor 2 contra 3 indiferente 99 não sabe

P.24 E você é a favor ou contra a punição de pessoas que praticaram atos terroristas contra o governo durante a ditadura?

1 a favor 2 contra 3 indiferente 99 não sabe

x-x-x-x-x-x-x-x

Com tais elementos, não é de se supor que haja uma relação anormal entre a campanha do PSDB e o instituto de pesquisa? Parece com as elaborações de sabatinas e questionários ao candidato pelos meios de comunicação… Estes são propaganda não paga, já realizar pesquisas com dados específicos de interesse se afiguram como uma economia dos recursos do partido (o PSDB poderia perfeitamente encomendar uma pesquisa para consumo próprio, mas isso custaria uns R$ 200 mil.) 

Luis Nassif

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