
Jornal GGN – O Brasil passa pela pandemia de covid-19 há quase três meses, e só agora que as autoridades eleitorais começam a definir os impactos da doença sobre o calendário das eleições municipais programadas para o final deste ano.
A afirmação foi feita pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em entrevista concedida ao jornal O Estado de São Paulo. Dentre os planos cogitados, estão o adiamento do pleito e a adoção de novas regras de votação.
“Acho que está chegando a hora de se ter uma decisão sobre isso. Como isso foi encaminhado: eu me reuni por videoconferência com médicos de diferentes especialidades altamente respeitados nas suas áreas. Todos eles opinaram no sentido da conveniência de se adiarem as eleições por algumas semanas. Pela percepção que, possivelmente em setembro, a curva da doença já estaria decrescendo. Como a gente precisa programar isso com alguma antecedência, sugerimos adiar por algumas semanas. Mas a decisão é do Congresso”, disse Barroso.
O ministro afirmou que a sugestão apresentada pelo TSE é de uma janela entre 15 de novembro e 20 de dezembro, para que seja possível dar posse aos vencedores até o dia 1º de janeiro. Barroso afirmou que tais informações foram passadas aos presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
“Eles nos pediram que reuníssemos os médicos numa videoconferência para reiterar a posição deles aos líderes dos partidos, o que está previsto para ser em breve. E aí, diante dessas informações, o Congresso deliberará”, afirmou o ministro.
O horário de votação também será debatido, e existe a possibilidade de a votação ser estendida em três horas, das 8h às 20h, para garantir a segurança dos eleitores mais idosos e que não haja aglomeração.