Bolsonaro deixou escapar a estratégia de Flávio no Supremo no dia 3 de janeiro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A imprensa noticia nesta quinta (17) que o primeiro escalão do governo Jair Bolsonaro e os militares foram pegos de surpresa com a notícia de que Flávio Bolsonaro recorreu ao Supremo Tribunal Federal para suspender e anular as provas que fomentam a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro contra Fabrício Queiroz. 

Mas, em entrevista veiculada pelo SBT no dia 3 de janeiro, Bolsonaro antecipou a estratégia utilizada agora pela defesa de Flávio no Supremo. Naquela noite, o presidente da República alegou que Queiroz havia sido alvo de uma arbitrariedade, pois seu sigilo bancário teria sido quebrado sem autorização da Justiça.

No final da tarde desta quinta, a imprensa tomou conhecimento de que a defesa de Flávio reclamou no Supremo que o sigilo bancário do ex-deputado também teria sido violado a pedido dos promotores do Rio, que solicitaram os dados diretamente ao Coaf. O pente fino nas contas de Flávio abrangeria desde o ano de 2007 a dezembro de 2018.

Em decorrência desse pedido do MP ao Coaf, que não teria passado pela Justiça, o hoje senador quer a anulação das provas do caso Queiroz.

Um dia após a entrevista de Bolsonaro, vários jornais explicaram que a frase do presidente era uma “fake news” porque o Coaf – órgão que fez a análise da conta bancária de Queiroz – não precisa de aval de um juiz para agir. Queiroz, aliás, foi delatado ao Coaf pelo banco onde mantém a conta corrente.

No Supremo, Flávio conseguiu uma liminar para suspender a ação no Rio, mas o ministro Luiz Fux, que está de plantão na Corte, não analisou o pedido para anular as provas. Ficará a cargo do ministro relator Marco Aurélio Mello, que deve enviar a questão polêmica para a primeira turma.

O colegiado deve decidir se Queiroz passará a ser investigado junto com Flávio no Supremo, onde ele requer foro privilegiado, mesmo tratando-se de uma investigação sobre fatos alheios ao seu mandato de senador. O pedido contradiz, ainda, a tese de que Flávio não era investigado.

Queiroz é ex-motorista de Flávio, ex-PM e amigo da família Bolsonaro. Ele movimentou, de maneira suspeita, R$ 1,2 milhão em 13 meses, sem ter renda nem patrimônio compatíveis, além de ter recolhido parte do salário de outros 9 assessores de Flávio e repassado R$ 24 mil para Michelle Bolsonaro.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

7 Comentários

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  1. E o twiter do General Villas Boas?

    Recordar é viver. Twitter do @Gen_VillasBoas para prender o Lula e emparedar o STF.
    “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”
    “Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais.”
    Estamos agora aguardando (sentados) o twitter do General Villas Boas sobre a decisão do Fux de blindar Queiroz e Bolsonaros.

    1. Parecências

      Entre o seu esperar sentado e o esperar sentado de Villas Boas, você assiste de camarote à estréia dos corruptos de estimação do governo do bolsa e o Villas Boas espera sentado

      “compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia,”

      E eu, vou agora mesmo escovar os meus dentinhos para esperar sorrindo.

    2. Militares entreguistas

      Hoje eu estou convencido de que o general Villas Boas faz parte do grupo de militares entreguistas que desprezam o povo brasileiro e utilizam o fantasma do comunismo para esconder a defesa dos interesses dos que detêm o poder econômico. 

       

  2. As provas contra o Bicheiro Cachoeira não foram invalidadas

    O Demóstenes Torres tinha foro privilegiado mas, mesmo assim, as investigações e provas obtidas contra ele não foram anuladas em razão de se ter descoberto, na época, que o Demóstenes Torres, que tinha foro privilegiado naquela altura do campeonato, era um tremendo bandido.

    Com os bozos será diferente?

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