Ministros do Supremo veem com cautela e petistas como politização a indicação de Moro na pasta da Justiça
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Jornal GGN – O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) reconheceu que o trabalho de Sérgio Moro o beneficiou politicamente. O juiz da Lava Jato foi quem divulgou conversas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então presidente Dilma Rousseff (PT), em disputa pela reeleição, antes do pleito presidencial de 2014. Mais recentemente, dias antes do segundo turno da eleição, Moro divulgou a delação de Antônio Palocci.
O juiz também foi quem assinou a prisão de Lula e, em julho, interveio na decisão do desembargador em plantão no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), Rogério Favreto, impedindo a soltura do ex-presidente, numa movimentação controvertida porque agiu impedindo a concessão de habeas corpus de um magistrado acima dele.
“O trabalho dele muito bem feito. Em função do combate à corrupção, da Operação Lava Jato, as questões do mensalão, entre outros, me ajudou a crescer politicamente falando”, disse Bolsonaro em entrevista para alguns veículos de imprensa ao falar da nomeação de Mero para o Ministério da Justiça.
O convite, aceito por Moro, teve repercussão entre petistas apontando o fato como mais uma prova da parcialidade do juiz. Em nota, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, disse que a nomeação prova o que a defesa do ex-presidente tem afirmado “em recursos apresentados aos tribunais brasileiros e também ao Comitê de Direitos Humanos da ONU”:
“É o lawfare na sua essência, uma vez que Lula sofre uma intensa perseguição política por meio do abuso e do mau uso das leis e dos procedimentos jurídicos”, completou.
Alguns ministros do Supremo Tribunal Federal também apresentaram preocupação com outra proposta de Bolsonaro, a de levar Moro para a Corte em uma das vagas abertas em 2020 ou em 2021, com a aposentadoria compulsória dos ministros Celso de Mello e Marco Aurélio, respectivamente.
Segundo informações da Folha de S.Paulo, o mal-estar se deu primeiro porque Celso de Mello tem demonstrando disposição e saúde para trabalhar até a aposentadoria. Em segundo lugar, porque Bolsonaro fez o comunicado sem antes conversar com os ministros, desrespeitando um costume que poderia causar atrito entre o Judiciário e o Executivo.
Tradicionalmente, o presidente leva o nome que quer indicar para ser discutido com os ministros do Supremo antes de formalizar e levar para a aprovação do Senado.
Outro ponto que chama atenção, e está sendo explorado pelo PT, é que o convite para Sérgio Moro, segundo disse o próprio Bolsonaro, foi feito pelo vice, Hamilton Mourão, ainda durante a campanha, período em que o juiz da Lava Jato também decidiu soltar a delação de Antonio Palocci, mesmo estando com ela há seis meses na gaveta.
Quando questionado sobre esse fato na coletiva que deu para alguns meios de comunicação, a resposta do presidente eleito foi:
“Ah, não sei, não sei. Tenho pouco contato com o Mourão, estou aprofundando o contato agora com ele”, arrematando que concordou em dar autonomia a Moro para nomear e conduzir as atividades da pasta.
O Ministério da Justiça irá integrar as pastas da Segurança Pública e da Transparência. Ainda, segundo Bolsonaro, uma parte do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) deverá ser inserido na Justiça.
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
Palpite
Não é combate à corrupção.
Não é marketing nem recompensa.
Não é para perseguir os adversários (ainda).
Palpite: talvez seja para garantir a governabilidade de Bolsoladro. Trazer os amigos para dentro da linha, nos moldes produção de dôssies do Serra?
O preço a pagar é ter o departamento de justiça dos EUA instalado dentro do governo brasileiro. Mas quem se importa com soberania no Brasil?
Estudo diz que 90% dos eleitores de Bolsonaro acreditaram em fak
Estudo diz que 90% dos eleitores de Bolsonaro acreditaram em fake news
PATRÍCIA PASQUINI, Folhapress 10 horas atrás
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Estudo da organização Avaaz apontou que 98,21% dos eleitores do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), foram expostos a uma ou mais notícias falsas durante a eleição, e 89,77% acreditaram que os fatos eram verdadeiros.
A pesquisa, realizada pela IDEA Big Data de 26 a 29 de outubro com 1.491 pessoas no país, analisou Facebook e Twitter.
“As fake news devem ter tido uma influência muito grande no resultado das eleições, porque as histórias tiveram alcance absurdo. A informação das fraudes em urnas eletrônicas com o intuito de contabilizar votos para Fernando Haddad, do PT, alcançou 16 milhões de pessoas nas redes sociais 48 horas após o primeiro turno e a notícia continuou viva no segundo turno”, afirma o coordenador de campanhas da Avaaz, Diego Casaes.
De acordo com dados da pesquisa, 93,1% dos eleitores de Bolsonaro entrevistados viram as notícias sobre a fraude nas urnas eletrônicas e 74% afirmaram que acreditaram nelas.
“As pessoas conhecem o problema das fake news e têm clareza do impacto negativo que causam, mas as notícias falsas trazem elementos passíveis da verdade, como a montagem do vídeo no caso da informação sobre a fraude nas urnas, por exemplo”, declarou Casaes.
O estudo também revelou que 85,2% dos eleitores do Bolsonaro entrevistados leram a notícia que Fernando Haddad implementou o “kit gay” e 83,7% acreditaram na história. Dos eleitores de Haddad entrevistados, 61% viram a informação e 10,5% acreditaram nela.
CEO e fundador da Avaaz, Ricken Patel disse que a democracia brasileira está se afogando em notícias falsas. “Essas histórias foram armas tóxicas cuidadosamente fabricadas para destruir a elegibilidade de um candidato. E, com a ajuda do Facebook e WhatsApp.”
A OEA (Organização dos Estados Americanos) afirmou que o fenômeno observado no Brasil de uso massivo de fake news para manipular o voto por meio de redes privadas “talvez não tenha precedentes.” Diversas pesquisas conduzidas antes do segundo turno por outros institutos concluíram que a maioria das notícias falsas foi direcionada contra o Haddad e o PT.
Campanha contra a prática de fake news nas eleições A Avaaz recebeu mais de 100 denúncias de fake news desde o lançamento de uma campanha para coibir a prática, em 18 de outubro deste ano.
O objetivo é identificar casos intencionais de divulgação de notícias falsas que possam ter partido de um dos candidatos à Presidência.
A campanha premiará três pessoas com US$ 100 mil cada.
A reciproca tambem eh verdadeira
Ao perseguir Lula politicamente, o Moro ajudou juridicamente o Bolsonaro a crescer politica e eleitoralmente. Agora o Bolsa de m***a retribui a ajuda, ajudando o Moro politicamente