Bolsonaro diz que não citou a PF em vídeo ministerial, mas gravação “era pra ser destruída”

As falas foram direcionadas a jornalistas, na rampa do Palácio do Planalto, na tarde desta terça-feira

Jornal GGN – Jair Bolsonaro (sem partido) fez diversas afirmações contra o vídeo ministerial de 22 de abril, citado por Sérgio Moro em inquérito julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como prova da interferência em benefício próprio nos trabalhos Polícia Federal. As falas foram direcionadas aos jornalistas, na rampa do Palácio do Planalto, na tarde desta terça-feira, 12 de maio. 

Apesar de afirmar que no vídeo não citou as palavras “Polícia Federal”, “superintendente”, “investigação” e que vai da “cabeça de cada um” a interpretação sobre suas falas na reunião, Bolsonaro disse que a gravação “era pra ser destruída”.

“Esse vazador está prestando desserviço. Não existe no vídeo a palavra ‘Polícia Federal’, nem ‘superintendência’. Não existem as palavras ‘superintendente’, nem ‘Polícia Federal. A interpretação está na cabeça de cada um'”, disse Bolsonaro.

“Em reunião ministerial, sai muita coisa. Agora, não é para ser divulgada. A fita era para ser destruída. Após aproveitar imagens para divulgação, ser destruída. Não sei por que não foi. Poderia ter falado isso? [que a fita foi destruída] Poderia. Mas jamais eu iria faltar com a verdade. Por isso resolvi entregar a fita. Se eu tivesse falado que foi destruída, iam fazer o quê? Nada. Não tinha o que falar”, afirmou o mandatário. 

Durante depoimento à Polícia Federal, no sábado passado, 2 de maio, Moro afirmou que durante encontro com a presença de outros ministros, em 22 de abril, Jair Bolsonaro ameaçou sua demissão, caso não trocasse o diretor-geral da Polícia Federal.

Dois dias depois, em 24 de abril, a demissão do então chefe da PF Maurício Valeixo foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). Em seguida, Moro anunciou sua saída do Ministério da Justiça e revelou o embate com Bolsonaro, durante pronunciamento ao vivo.  

O vídeo citado por Moro foi exigido pelo ministro e relator do inquérito no STF, Celso de Mello. O governo chegou pedir ao ministro que fosse entregue apenas parte do vídeo, com a retirada de trechos considerados “sensível ao Estado”. Mas com o prazo esgotado, a AGU afirmou que entregou na sexta-feira, 8 de maio, a gravação em um HD externo, sem cortes ou edições.

Presentes na tal reunião, os ministros Augusto Heleno, Walter Braga Netto, e Luiz Eduardo Ramos foram ouvidos como testemunhas do inquérito pela Polícia Federal nesta terça-feira, no Palácio do Planalto.

Durante conversa com os jornalistas, Bolsonaro ainda falou sobre a expectativa em relação ao vídeo que pode derrubar seu governo. “O depoimento do Moro, com todo respeito, quem leu e leu com isenção viu que não tem acusação nenhuma. O do Valeixo, a mesma coisa. Esse vídeo agora é a última cartada midiática usando da falácia e da mentira para tentar achar que eu tentei interferir na PF”, disse.

Com informações de O Globo. 

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Redação

3 Comentários

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  1. O significado disso é que a Globo e o Moro, seu preposto venceram…
    As instituições em sua estrutura não vão mexer uma única palha para reverter a violência contra os mais pobres!
    O brasil de dois pesos e duas medidas!
    Um para os ricos e o outro para pobres!
    E o pobre será o colchão do rico!
    O Brasil já foi governado para 30% da população e é para lá que estamos indo!
    No auge tivemos o Fome Zero!
    Cada categoria vai tentar salvar o seu lado!
    Houve um suborno institucional!
    Deve ter categoria querendo aumento de salários para acompanhar o dólar!
    Até as forças armadas terão aposentadorias diferente do povão!
    É uma violência sem limites!

  2. Nassif: não que eu acredite. Mas uma fonte me contou que a reunião com os ministro do governo se assemelha muito com as promovidas pelo AltoComando dos VerdeSauvas — parece jogo de pelada, “da medalha prá baixo tudo é canela”. Dizer grosserias e palavras de baixo calão é coisa corriqueira na caserna. A moda só fez um esforcinho, prá subiu a rampa do Palácio…

  3. O (des)presidente é problema (precisamos de soluções) já desde aqueles tempos longínquos em que como militar não passava de um encrenqueiro, sindicalista de quartel e terrorista de araque.
    Desde então (senão antes) já se acostumou a desvirtuar a discussão para bobagens e irrelevâncias que não estão no cerne da discussão, além de mentir em provas cabais e relevantes.
    Como no desenho croquis que negou ter sido feito por ele e, após ter sido absolvido por não haver provas, processo encerrado, a PF provou ter sido dele.
    Aí ele já tinha saído de sua tão amada carreira militar e “caído para cima” como parlamentar, passando a ganhar e ter poderes e benefícios muito maiores.
    No caso atual a questão não é se ele falou ou não falou palavras como “PF” ou “superintendência” ou b@b@kisses similares, distracionistas.
    A questão é querer tratar de problemas PESSOAIS em reunião de Estado, num momento de grave crise, com um corpo de ministros de Estado, como ameaças (ao ministro errado) e ações que afinal foram CONCRETIZADAS exatamente como ameaçado.
    TODOS SABEMOS que, se ele não disse, quis dizer. Mas isto NÃO IMPORTA, e o que ele quer é levar a discussão para o lado subjetivo do disse mas não quis dizer, como já fez tantas vezes.
    O FATO é este: usar o tempo de representantes do ESTADO que, mesmo que indicados por ele, são pagos por NÓS (como ele próprio) para resolver problemas da NAÇÂO (país e povo) e não seus problemas pessoais ou familiares, que no máximo podem ser discutidos privativa e diretamente com os envolvidos (ex. sua segurança/GSI) e não com todo o ministério (reunião cara, além de tudo).
    Seus filhos também são representantes pagos pelo povo e em vez de cuidarem dos seus papeis institucionais, trabalham para os interesses do pai, como se fossem uma família real.
    TODOS VIVENDO DE DINHEIRO PÚBLICO, como SEMPRE VIVEU BOLSONARO (custo OFICIAL pessoal de mais de R$ 60 milhões). O papel principal deste adolinquente no momento é coordenar todos os ministérios para combater a pandemia, com ações e recursos em conssonância com a federação.
    Em vez disso cria NOVAS CRISES por motivos CLARAMENTE PESSOAIS, seja de que tipo forem.
    Sua (des)presidência é um DESASTRE EM ANDAMENTO que precisa ser detido.
    Pelo essencial interesse de >210 milhões de brasileiros.

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