Bolsonaro escancara fraude retificando exoneração e Guedes já rifa Weintraub

Ministro da Economia diz a interlocutores que se países do Banco Mundial não aceitarem Weintraub, ele não vai insistir

Foto: PR/Divulgação

Jornal GGN – A situação legal de Abraham Weintraub nos Estados Unidos acaba de ficar mais complicada com o presidente Jair Bolsonaro retificando no Diário Oficial da União a data de exoneração do ex-ministro da Saúde.

Investigado em inquérito da Suprema Corte e com medo de ser preso, Weintraub cavou a própria demissão participando de atos antidemocráticos em Brasília. Ganhou de Bolsonaro uma indicação para o Banco Mundial, e um passaporte e visto diplomático (A2) para viajar aos EUA.

Chegou em solo norte-americano em 20 de junho. No mesmo dia, Bolsonaro publicou sua exoneração no DOU. Para Leonardo Freitas, especialista em migração, Weintraub cometeu uma fraude porque usou passaporte diplomático sabendo que seria um ex-ministro em breve. Como mentiu para as autoridades dos EUA, está sujeito a ser deportado.

Agora, com a exoneração publicada em 19 de junho, antes de Weintraub chegar aos EUA com passaporte diplomático, a fraude fica ainda mais escancarada.

Em meio à crise, o ministro da Economia, Paulo Guedes, que sugeriu o Banco Mundial para Weintraub como “saída honrosa”, já começou a avisar interlocutores que se os países que precisam avalizar a indicação não aceitarem, ele não irá insistir.

“Guedes já disse a interlocutores que, em caso de entraves, entregará uma nova sugestão sem fazer esforços para defender Weintraub. O Palácio do Planalto, no entanto, insiste na manutenção do ex-ministro da Educação no cargo”, afirmou a Folha de S. Paulo nesta terça (23).

O jornal afirma, no entanto, que ouviu de diplomatas que eles acreditam que “haverá consenso ao final”, embora seja inédito a falta de consenso sobre a indicação.

O deputado federal Alexandre Padilha protocolou um requerimento na Câmara pedindo explicações sobre a viagem de Weintraub. “O MEC precisa se explicar que balbúrdia é essa de blindar, por meio de Diário Oficial e passaporte diplomático, a fuga de um ministro demissionário investigado pela justiça”, afirmou.

Se aceito no Banco Mundial, Weintraub receberá o equivalente a R$ 116 mil por mês, contra o salário de R$ 31 mil como ministro da Educação.

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Redação

5 Comentários

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  1. Bolsonaro agitando bandeira branca para o STF. Nada menos que isso. Tomara não seja parte do acordo de trégua que ministros do presidANTA levaram a Alexandre de Moraes.

    Espero que cada ministro sinta o cheiro de fraqueza e sangue e entenda como sinal para avançar.

  2. Mas é um mané mesmo. Como poderia usar um passaporte daquela espécie após ser exonerado do cargo que lhe dava a prerrogativa?
    Não se fico com raiva ou com vergonha.

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