Bolsonaro homenageia desembargador que impediu liberdade de Lula

Thompson Flores foi agraciado com a Ordem do Mérito Naval, concedida a quem presta serviços memoráveis à Marinha, diz jornal

Jornal GGN – Jair Bolsonaro entregou nesta terça (21) uma homenagem ao presidente do TRF-4, desembargador Thompson Flores, um dos protagonistas da “guerra de despachos” que impediu Lula de deixar a prisão, em 2018.

Flores, em sintonia com Sergio Moro, defendeu a atuação emergencial de João Gebran Neto, que proferiu uma decisão contra o habeas corpus concedido a Lula por Rogério Favreto, então desembargador plantonista no tribunal.

Gebran, em tese, não tinha autoridade para derrubar a ordem de Favreto. Mesmo a hierarquia entre Flores e o plantonista, naquele caso, deveria ter sido apenas administrativa. O episódio, que contou com a participação de Moro de férias em Portugal – ele acionou a Polícia Federal para não libertar Lula com o HC de Favreto – foi denunciado ao Conselho Nacional de Justiça, que decidiu por arquivar a reclamação.

Flores também ganhou os holofotes da mídia quando defendeu a excelência técnica da sentença de Moro contra Lula no caso triplex, mesmo sem ter tido tempo de ler a condenação na íntegra.

Já Gebran Neto teria recebido de Bolsonaro a promessa de assumir um dos cargos que vagar no Supremo Tribunal Federal nos próximos anos. Leia mais aqui.

Segundo O Globo, Flores foi agraciado com a Ordem do Mérito Naval, que deveria ser concedida a quem presta serviços memoráveis à Marinha. Segundo a BBC Brasil, o presidente do TRF-4 tem um tio trisavô que era coronel. Moro e outras 400 pessoas, entre ministros, militares e juízes, estavam na lista de homenageados.

Bolsonaro aproveitou o evento para homenagear, com a mesma honraria, os filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro – que no mês passado receberam a Ordem de Rio Branco.

 

Redação

13 Comentários

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  1. Uma coisa neste caso tem ser dita. O bolsonaro está cumprindo o que prometeu, Meteu o moro no governo, homenageou esta coisinha do trf4 e quer o compadre do, o gebran, no stf. Tudo certo nesta terra do direito torto.

  2. Condecoração de marinha pra quem afunda embarcações é a primeira vez que eu vejo.
    O homenageado colaborou com o capitão que nos colocou à deriva e agora quer afundar o país.

  3. Taí, todos os lojistas reunidos…..

    A tal benemerência é essa aí…..entre eles mesmos……..

    E o conge junto com o tchutchuca foram impostos goela abaixo do capetão, esses são indemissiveis, só saem se caírem pra cima, uma sinecura temporária pra um, enquanto realiza o sonho lojista de ser presidente, e o desmonte da previdência pra outro, garantindo centenas de bilhões para os bancos, sem a certeza de que um dia precisarão devolver….

    O mundo lojista é uma má rra vi lha. ……

  4. Os memoráveis serviços prestados à Marinha devem ter relação com ajudar a barca da decência e da democracia a naufragar ou talvez por contribuir com a chegada ao poder da canoa furada do bolsonarismo ao poder. Préstimos que certamente trarão atividades às capitanias dos portos.

  5. Uma das características da mediocridade é o desprezo às sutilezas. Tanto que o bozo explicitou ainda mais a negociata. Premios para o Sujomoro, para o Gebran e para o Flores pelos bons serviços prestados.
    Na régua da Farsa a Jato, fundamentado o pedido para prisão preventiva de todos os envolvidos no TOMA LÁ, DÁ CÁ, para evitar o risco de destruição de provas e obstrução da justiça….. embora, não seja necessária.
    Porque as provas dos crimes praticados estão todas registradas e são públicas, como já explicou o Nassif.
    https://jornalggn.com.br/artigos/a-barganha-em-que-bolsonaro-prometeu-o-mesmo-cargo-no-stf-a-moro-e-a-gebran-por-luis-nassif/
    https://jornalggn.com.br/justica/um-habeas-corpus-de-oficio-para-lula-urgente-por-luis-nassif/
    O único problema é que quem tem a atribuição de investigar e punir os crimes faz parte da mesma organização criminosa que os praticou.

  6. Toda vez que um operador da Lava Jato é recompensado pelo o bolsonaro é mais uma uma evidência de que toda a farsa juridica em torno da “operação lava a jato”.

  7. …da trágica e patética banalidade da vaidade humana…
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    Parafraseando Hannah Arendt, eu diria que não é só o mal que pode se tornar “banal”.
    A vaidade e o narcisismo tosco, arrogante, fazem a pessoa perder o bom senso e cair no ridículo, às vezes um ridículo “caro”, desses que mancham ainda mais a biografia do homem público que já enlameou a sua história.
    O desembargador Thompson Flores torna-se um exemplo vivo dessa estultícia tão comum. É tão interessante: age como se fosse um “Mefistófeles de si mesmo” – o cara que, mesmo tendo atingido seu objetivo concreto – manter Lula preso e ser leal aos seus amigos de toga, classe social e ideologia – não se contenta em ter seguido seus maus instintos, ser injusto, cínico, indigno…. o tolo ainda faz questão de PROPAGAR sua miséria moral, de “receber uma medalha” como prêmio por sua sordidez. É quase inacreditável!
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    Me remete a Joaquim Barbosa, coitado, sorridente entre Anastasia e Aécio Neves ao receber uma alta condecoração mineira – no auge do julgamento do mensalão, onde blindava os tucanos e massacrava com perversa crueldade aos petistas e outros, mesmo os claramente inocentes de quaisquer atos, como José Genoíno. A cegueira era tanta que nem percebeu o quanto endossava a tese de que suas decisões eram tomadas por ideologia, ódios pessoais e o desejo de agradar à Casa Grande: o menino pobre e negro compensando, talvez, os recalques do passado e as rejeições obviamente a ele impostas por uma sociedade altamente racista.
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    Alguns atos jamais devem ser cometidos. Se cedemos por falta de caráter ou medo do julgamento dos nossos pares e seguimos ao furor da turba em tempos enfermos e histéricos, a única e mínima REDENÇÃO que pode haver é a pessoa ter um certo pudor, uma certa vergonha, agir “como quem sabe que está cometendo um erro”… – Sei que parece um paradoxo, que a maioria achará tal pensamento um “polianismo para lá de ingênuo”, mas isso acontece, a vida é dialética, paradoxal, até inimigos nossos podem ter momentos de dignidade, como teve Gilmar Mendes ao ligar para Lula e chorar com o ex-presidente ao telefone comovido pela perda do seu neto, o Arthur. Redime o Gailmar de todas as suas maldades? Evidente que não. Mas revela uma faceta humana e resquícios de dignidade pessoal.
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    Pessoas como Moro, Joaquim Baorbosa, Dalagnoll, Carmen Lúcia e suas medalhas e prêmios vindos da Globo, de gente como Dória Jr., Aécio e Bolsonaro, revelam não só sua miséria moral, mas é mais triste ainda: desnudam-se, de um modo absurdamente vergonhoso, mostrando a todos o quanto são carentes da aprovação das elites sociais, o quanto são vazios, medíocres, o quanto são manipuláveis, fracos, o quanto necessitam desesperadamente das migalhas dos holofotes da mídia, das instituições, de um “premiozinho”, como um afago tosco por um “serviço prestado”.
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    Não se permitem sequer um último reduto de vergonha e dignidade: o pudor e a descrição, um certo constrangimento, de quem sabe que está agindo de modo errado, quebrando as leis éticas da própria consciência.
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    Nem essa “pouca honra” se permitem!

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