Bolsonaro “nunca quis comprar vacinas”, afirma presidente da CPI da Covid

Para responsabilizar Bolsonaro por dolo na gestão temerária da pandemia, CPI precisa chegar em quem o influenciava, aponta Omar Aziz

Foto: Mateus Bonomi AGIF/AFP

Jornal GGN – O senador Omar Aziz, presidente da CPI da Covid, mostrou em entrevista ao Metrópoles que mudou de opinião a respeito da gestão da pandemia do novo coronavírus e da hipótese de algum depoente ser preso em flagrante por mentir à comissão. Na mesma entrevista, Aziz deixou claro que vê dolo na postura de Jair Bolsonari. Para ele, o presidente da República “nunca quis comprar vacinas” contra Covid-19.

“A declaração de Pazuello de que falava com o presidente uma vez na semana ou a cada 15 dias demonstra claramente o ‘grande’ empenho que eles tinham para combater a Covid. Se eu fosse presidente, meu gabinete iria para o Ministério da Saúde. Ora, (se) eu estou numa guerra, (eu faria isso). Como é que pode o Pazuello dizer isso? Que conclusão você tira disso? Nunca quiseram a vacina”, declarou.

CLIQUE AQUI PARA APOIAR A CONTINUIDADE DO GGN COMO PORTAL DE MÍDIA INDEPENDENTE

Questionado sobre a responsabilização de Bolsonaro, Aziz indicou que o caminho para a CPI é encontrar, primeiro, quem influenciava as decisões de Bolsonaro, ou seja, os membros ativos do tal gabinete paralelo denunciado pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. “Você tem que chegar a quem orientou o presidente.”

Ainda na visão do presidente da CPI, “está comprovado que a gente nunca teve um planejamento para enfrentar a pandemia. Tudo era feito no acaso, principalmente o que houve em Manaus, onde tentaram criar um aplicativo e deu no que deu. Manaus foi usada como cobaia. Isso é brincadeira! A gente identificou que eles apostavam no tratamento precoce, e não na vacina. Nunca foi intenção comprar vacina. Foi o grande erro do governo. Enquanto o mundo apostava na vacina, o Brasil apostava no tratamento precoce, imunização de rebanho e protocolos que não funcionaram.”

Sobre a possibilidade de prender um depoente após a negativa de deter Fabio Wajngarten, Aziz explicou que o cenário hoje é outro. Na sessão com o ex-chefe da SECOM, o presidente da CPI se preocupou em não melindrar testemunhas que estavam entregando documentos à CPI. Mas o pedido de prisão motivou pedidos de habeas corpus ao Supremo Tribunal Federal pelos convidados seguintes, Eduardo Pazuello e Mayra Pinheiro. Como eles escalaram mais um degrau nas mentiras em favor de Bolsonaro, Aziz acredita que agora o STF vai repensar a cobertura com o HC. E qualquer depoente, a partir de então, ficará sujeito à prisão se insistir em mentiras.

Leia também:

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador