Jornal GGN – Jair Bolsonaro reproduziu na sua primeira aparição na Assembleia Geral da ONU a mesma fórmula que empregou no discurso de posse, em 1º de janeiro de 2019: falar para convertidos.
O líder brasileiro passou cerca de 20% de seu tempo diante da comunidade internacional falando sobre sua fantasia favorita: a vitória eleitoral que resgatou o Brasil do socialismo implantado pelo PT nas últimas décadas, com ajuda de guerrilheiros cubanos.
Falou (pasmem) do Foro de São Paulo. Fez defesa do regime militar, da “família tradicional” e dos “valores cristãos”. Citou a passagem da Bíblia que virou seu slogan de campanha (Conhecerei a verdade, e a verdade vos libertará). Disse que identidade de gênero se define a partir do sexo biológico. Defendeu os policiais e se gabou da queda da redução de homicídios no Brasil. Celebrou ter em seu governo o ex-juiz Sergio Moro, cujo único feito citado foi ter colocado Lula na prisão (e, consequentemente, viabilizar a vitória eleitoral da extrema-direita). Os desatinos foram tantos que o ministro de Relações Exteriores de Cuba respondeu que Bolsonaro estava “delirando”.
No Twitter, as hashtags #BolsonaroVergonhaInternacional e “#BolsonaroNaONU” reuniram duras críticas de diversos brasileiros e analistas e jornalistas estrangeiros sobre o episódio.
Do lado da oposição, as críticas convergiram para a falta de bom senso de Bolsonaro, que não se comportou como um presidente diante de outros, mas como um líder de extrema-direita falando para sua claque de ultraconservadores e autoproclamados patriotas.
Veja, abaixo, algumas críticas da oposição:
Ivan Valente (PSOL): “Aí ele chega na tribuna da ONU e fala não pra chefes de estado e como tal, mas como candidato para seu eleitorado ruralista, retrógrado, sem qq proposta afirmativa. Pequenez, distopia e estupidez. Vergonha internacional.”
Sâmia Bonfim (PSOL): “Deplorável o discurso de Jair Bolsonaro na ONU. Defende a ditadura militar, ataca os povos indígenas e mente sobre a preservação ambiental no Brasil. Fala grosso contra ONGs e sequer cita os desmatadores que o apoiam. É um bandido. Vexame internacional. #BolsonaroNaONU
Marcelo Freixo (PSOL): “Bolsonaro não se comporta como presidente de uma nação, mas como um líder fanático que só fala para os seus. É um falso patriota. Mentiu no discurso da ONU, ofendeu o cacique Raoni e os indígenas, atacou a imprensa. Confirmou ao mundo que é inimigo da democracia.” #BolsonaronaOnu
Margarida Salomão (PT): “Mais uma vergonha. Bolsonaro diz na ONU que o Brasil trouxe médicos cubanos “sem comprovação de que eram médicos”. O ponto é que são médicos reconhecidos pela OPAS, Organização Panamericana de Atenção a Saúde. Reconhecida pela própria ONU. Idiota.” #BolsonaroNaONU
Jandira Feghali (PCdoB): “Bolsonaro repudia tanto a questão ideológica que se limitou a fazer um discurso puramente ideológico, raso, repleto de mentiras e fake news em plena ONU. Levou sua ignorância para o palco do mundo. Que vergonha! Uma vergonha histórica.” #BolsonaronaOnu
Orlando Silva (PCdoB): “Bolsonaro está utilizando a tribuna da ONU para fazer um discurso para a sua bolha nas redes: não há fogo na Amazônia, os problemas são de governos anteriores, ONGs, socialismo, Lula, Cuba, Venezuela e blábláblá. Só groselha!” #BolsonaroEnvergonhaOBrasil #BolsonaroVergonhaMundial
Paulo Teixeira (PT): “PARANÓIA: Não há outro nome para esse bla-bla-bla conspiracionista sobre Foro de São Paulo e comunismo. Se @jairbolsonaro se preocupasse em GERAR EMPREGOS como se preocupa com os devaneios de Olavo de Carvalho, a situação do Brasil seria diferente.” #BolsonaroEnvergonhaOBrasil
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Esses tuiteiros fazem o famoso discursinho dos parlamentares de esquerda, mas notem: nenhum deles levanta o Fora Bolsonaro! Todos querem esse pedaço de merda na presidência até 2022! Até a polícia matar 10 mil crianças! Até a Amazônia virar um parquinho dentro de um cercado! Até não existir mais emprego no Brasil, só trabalho escravo! Até o Paulo Guedes vender a faixa presidencial no Ebay! Parabéns à esquerda pequeno-burguesa por sua covardia e falta de radicalismo nas horas críticas! Uns bostas!
Mais uma bozarra, digo bizarra apresentação do presidente adolinquente, do presidente "nono" (no notion) para vergonha internacional de nosso atual braZil.
A maior preocupação é que não estamos sozinhos ao eleger este desastre ferroviário, este elefante aterrorizado por camundongos virtuais em loja de crsitais.
Países de primeiro mundo elegeram um Trump (minoritário), decidiram um inexplicável Brexit.
A diferença é que eles são países do dito primeiro mundo.
Nós não passamos da mais rica, estratégica e dócil colônia da história contemporânea.
Com índices sociais e humanos de terceiro mundo.