Botando os Pingos No I

 

René Amaral

Muita celeuma sobre mais esse ato dos tempos modernos, dessa tão cantada, e decantada, globalização.

Uma borboleta bate as asas aqui, e uma estrela explode nos confins do universo.

Nego peida num gabinete da NSA e uma bomba explode no Afeganistão, dois idiotas (2013) manipulados pela CIA soltam bixas de rodeio numa maratona e nego que já era aleijado aparece como vítima,  pra esconder a comemoração de Waco.

Outros dois idiotas, do outro lado do Atlântico, matam 12 pessoas, dentre eles 4 idiotas de péssimo gosto, que faziam charges baixaria pra alimentar o discurso do ódio que os vitimou!

Caiamos na real, nessa semana, em que o bode expiatório Dzhorkar Tsarnaev vai a julgamento por causa de algo que provavelmente não fez, e que possivelmente nem aconteceu, vemos o mundo perplexo com mais essa cortina de fumaça para nos cobrir os olhos e enganar.

Vivemos num mundo com tanta informação que não dá tempo pra processar, e entender tudo. O inimigo da vez, o raghead (cabeça de trapo, em alusão aos turbantes), pintado como Satã, ou Saddam, se preferirem, mais uma vez criado pela imaginação xenofóbica ocidental.

Nossa mania de execrar o diferente, o exótico e o incompreendido nos leva a demonizar o outro, numa atitude demoníaca em si. 

Esquecemos que, se eles tem esse jeito meio medieval, é porque NÓS, ingratamente, os esquecemos e ignoramos por séculos. 

Depois do fim das cruzadas o Ocidente cagou e andou solenemente para um povo que já foi o mais evoluído da antiguidade. Pais da matemática, da navegação pelas estrelas, da astrologia e astronomia, do primeiro contato com a milenar cultura chinesa e diversos outros feitos culturais e científicos; eles foram abandonados ao domínio otomano e mergulhados em trevas que só começaram a se dissipar no início do século XX, ao fim da 1ª Guerra Mundial, e do Império Turco_Otomano.

E o que fizemos quando acabou a treva??? 

Lançamos mais trevas ainda sobre eles.
 

Afinal, os ‘idiotas’ estavam sentados sobre quatrilhões de toneladas de Petróleo. O abutre ocidental, sedento por ouro negro, abriu as asas sobre esse povo, a escuridão continuou.

 

Escuridão essa que hoje nos aparece ao fim do túnel.

Antes de entrar no mérito da baixaria das charges (charge quer dizer ataque) vamos nos reportar historicamente ao relacionamento do ocidente, mais particularmente França, com o Islã.

Portugal e Espanha, invadidos pelos mouros (Islã), devem a eles boa parte de sua arte, musica, arquitetura e cultura de uma forma geral, respeitam. 

A França não teve essa benção, manteve-se bizantina e retrógrada até Carlos Magno, não tem respeito ou memória da herança de ragheads como Omar Kayan, que mesmo persa, ainda representava a genialidade do povo que criou os algarismos, e o zero, que permitem que hoje voemos até Marte, e imaginemos, precariamente a eternidade e o infinito.

Talvez seja por isso mesmo que tenham mantido Marrocos e Algéria (Argélia) sob o tacão ferrado da ditadura colonial, e da sem vergonhice de ter sido invadido e ainda assim praticar o mesmo com o próximo (tipo o que judeus fazem com palestinos).

A guerra de liberação da Algeria foi cruenta, a resistência árabe, considerada terrorista. A libertação em 1962, depois de 132 anos de dominação não significou independência.

Ainda hoje vemos preconceito contra os algerianos, como no evento que levou Zidane a dar uma cabeçada em Materazi em 2006, que o chamou de pé preto, “pied-noir”. Essa expressão que significava que ele era um filho de europeus que viviam na colônia francesa da Argélia, uma “ofensa”.

Enfim os Franceses, além de nada terem aprendido com a invasão nazista, ainda desenvolveram um senso de “humor” que nada tem de engraçado. Ácido, desrespeitoso e cruel, ele machuca por prazer e cutuca sem pudor as fraquezas individuais ou coletivas.

Vendo as charges dos últimos tempos dá  pra sentir um certo nojo.

Confundem irreverência com insolência e o mais puro e gratuito desrespeito. Desprezam as pessoas ao atacar as instituições às quais elas, muitas vezes, se rendem desesperançosas, e só conseguem conquistar a admiração dos cruéis, dos sérios obtiveram agora pena e dó, sentimentos que advêm do nojo.

E vejo muita gente boa do lado deles (dos idioticos “chargistas”), não que eu concorde com a atitude dos desvairados ragheads. Estes, muito provavelmente manipulados por sombrios personagens dos tempos modernos, gente que sabe que o ISIS (Estado Islâmico) é a mais nova criação estadunidense, financiada e subisidiada por eles, para substituir a Al Qaeda no demoniário ocidental moderno.

Fico pasmo de ver que  ainda há na esquerda gente que ignore os ensinamentos básicos do nosso mentor, mestre e guru, Leonel Brizola que dizia: “Se a GLOBO é a favor, só posso ser contra!’

 

Redação

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