Brasil lidera a desigualdade no Mundo e São Paulo lidera a desigualdade no Brasil

A PNAD 2018 mostra ainda que, no Estado de São Paulo, a concentração de renda avançou mais que no Brasil, como mostra o gráfico a seguir

Do blog Pra Onde Vai São Paulo

A desigualdade e seu aumento está na ordem do dia da imprensa brasileira e mundial. As manifestações mais recentes foram originadas pelo último relatório do PNUD/ONU sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), apontando o Brasil como o país mais desigual do mundo, perdendo, mas por muito pouco, somente para o Catar: no Brasil os 1% mais ricos ficam com 28,3% da renda, enquanto no Catar 29%.

O IDH do Catar, no entanto, é mais alto: 0,848, (41ª. posição) contra 0,761 do Brasil, (79ª posição), pois as outras variáveis que o compõem, educação e saúde, no Catar têm melhor desempenho. O Brasil, inclusive, apesar de um leve aumento de 0,001 no índice, caiu uma posição na classificação mundial em relação a 2017.

Os dados, cobrindo 189 países, podem ser encontrados no Relatório de Desenvolvimento Humano de 2019 (Human Development Report 2019). Ver também a análise Relatório de desenvolvimento humano do PNUD destaca altos índices de desigualdade no Brasil (ONU 09/12/19).

Concentração de renda evoluiu mais em São Paulo do que no Brasil

Na análise da ONU consta ainda que

O relatório lembrou que pesquisas domiciliares no Brasil mostraram que os 10% mais ricos receberam mais de 40% da renda total do país em 2015. Quando consideradas todas as formas de renda, não apenas as reportadas nas pesquisas domiciliares, as estimativas sugerem que os 10% mais ricos de fato concentram 55% do total da renda do país.

O IBGE já havia destacado o problema da desigualdade no Brasil na última edição da PNAD Nacional Contínua publicada em outubro:

O Índice de Gini do rendimento médio mensal real domiciliar per capita, que varia de zero (igualdade) até um (desigualdade máxima), foi estimado em 0,545 em 2018. Entre 2012 e 2015 houve uma tendência de redução (de 0,540 para 0,524), que foi revertida a partir de 2016, quando o índice aumentou para 0,537, chegando a 0,545 em 2018.

=> PNAD Contínua 2018: 10% da população concentram 43,1% da massa de rendimentos do país (IBGE 16/10/19)

Concentração evoluiu mais em São Paulo

A PNAD 2018 mostra ainda que, no Estado de São Paulo, a concentração de renda avançou mais que no Brasil, como mostra o gráfico a seguir.  A evolução desta concentração medida pelo IBGE, entre 2012 e 2018, está em verde. Em vermelho, por outro lado, podemos ver que, no Estado de São Paulo, a renda na mão dos 10% mais ricos evoluiu rapidamente para fatias bem maiores, chegando a 45,5% do total em 2018, perdendo apenas para Sergipe (46,3%), Pará (46,4%) e Paraíba (46,7%).

O crescimento da concentração de renda em São Paulo se deu também com extrema rapidez no período, partindo de 41,3% em 2012, na época valor mais baixo que a média nacional (42,2%), chegando aos 45,5% em 2018, 2,2% acima da média nacional. Dois saltos expressivos se registraram em 2015-2016 e 2017-2018, respectivamente 1,6% e 2,1%.

=> Clique no gráfico para ver os valores exatos em cada ponto e analisar as curvas individualmente

Esta concentração nas camadas mais altas de renda fez sua distribuição por faixa de cada 10% da população se dar também de forma extremamente desigual, sendo que mais da metade da renda se concentra nas mãos dos 20% mais ricos, tanto no Brasil quanto em São Paulo, como mostra o gráfico a seguir.

=> Clique no gráfico para ver os valores exatos em cada ponto e analisar as curvas individualmente

Assim, em 2018, enquanto valores médios de renda mensal per capita  nas faixas de R$ 10.000 (Brasil) e 13.700 (SP) foram registrados para os 10% mais ricos, os 10% mais pobres ficaram nas faixas de R$ 144 (Brasil) e R$ 307 (SP). Mais importante, tanto no Brasil, quanto no Estado de São Paulo, enquanto as rendas médias per capita dos 10% mais ricos tiveram uma vigorosa tendência de alta entre 2012 e 2018, principalmente em São Paulo, o oposto ocorreu com os 10% mais pobres, que viram sua renda média cair ainda mais a partir de 2016. Observar que os valores dos gráficos abaixo são em reais correntes de cada ano, significando que, se for adicionada a inflação, a perda de poder aquisitivo pelas camadas mais pobres foi ainda mais acentuada. Com isso, aumentou a extrema pobreza, como já registrado neste site.

Redação

2 Comentários

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  1. 40 anos de Redemocracia. 40 anos entre Coxinhas e Mortadelas. 40 anos de Partidos projetados a partir de FFELCH da USP, não é mesmo Gianotti? Falando nisto Dallari está aqui, em matéria ao lado. A culpa deve ser dos outros. Deve ser deste tal Trump. Dallari é a cara destes 90 anos de Estado Ditador Caudilhista Absolutista Assassino Esquerdopata Fascista. Não á toa a USP é produto deste projeto. Quanto ganha a Elite da USP, como Dallari? Os Feudos que comandam a Ditadura de Federações Brasileiras. USP que não tem e nega CRECHES aos Filhos de Alunas e Funcionárias. Mas os Contracheques da Elite…….Poderia ao invés de ter feito aquele medíocre Muro de Vidros, juntamente com Dória, ao custo de 25 milhões de reais (já matou mais de 200 pássaros. Alô IBAMA !! Punições, multas, processos, condenações?), ter construído uma Passarela Coberta, iluminada, policiada ao lado da Ponte da Cidade Universitária, para dar conforto e segurança, para Funcionários, Funcionárias, Alunas e Alunos, Paulistanos em geral dando acesso principalmente no final da noite, para se alcançar a Estação de Trens do outro lado da Marginal. Não tem Orçamento? Sabemos. Não tem Projeto? Sabemos. Precisa de um Estudo de Viabilidade Técnica e anos de Licenças e Alvarás? Sabemos. Existem coisas mais importantes que a Segurança de Alunas e Funcionárias da USP, tais como Muro de Vidros. Sabemos. Desigualdade no Brasil é surrealidade inimaginável e incomparável, mesmo usando como referência, aos Nossos Vizinhos, realmente pobres e sem muitos recursos. Como isto foi possível? Deve ser culpa de Trump. Com certeza e culpa dos outros, não é mesmo Dallari? Diz aí Gianotti? Ah! Terra da Censura, “por que não te callas?!!” Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação.

  2. Os países mais igualitários do mundo, são países capitalistas: Dinamarca, Noruega, Suécia…

    Os mais desiguais são quase ditaduras: áfrica, oriente médio!

    Brasil quer ser um Estados Unidos, mas está virando um país do oriente médio!

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