Jornal GGN – O médico epidemiologista Mauricio Barreto, que atua na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), disse em entrevista à Folha que não há outra estratégia viável contra o coronavírus que não passe pelo endurecimento do isolamento social e, além disso, o Brasil precisa elaborar um plano para contornar a falta de testes em massa.
“Agora a gente não pode ficar parado por causa da testagem, tem de atuar com as condições que tem. A gente não vai ter a estrutura da Coreia do Sul. O que a gente defende é: no momento em que você tem testes limitados, é usar racionalmente o que se tem, focando em determinados grupos, enquanto se aumenta a capacidade”, disse.
Segundo ele, “vai ser preciso adotar medidas diversas, como a paralisação de determinadas áreas de certa cidade, ou de certas cidades. Talvez não uma paralisação global, mas, sim, regional ou setorial.”
Barreto disse que não é possível estimar até quando o isolamento deve seguir. “Não sei e acho que ninguém sabe. Mas não há dúvidas de que deveria se prorrogar por pelo menos quatro semanas mais e depois estudar outras prorrogações, se necessário. Isso deve ser feito por etapas.”