Carlos Bolsonaro recebeu ex-assessores investigados por “rachadinha”

Fotografias mostram visitas em um único dia; ex-funcionários prestaram depoimento ao Ministério Público do Rio

O vereador Carlos Bolsonaro, investigado pela prática de rachadinha no Rio de Janeiro. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Jornal GGN – As câmeras de segurança da Câmara Municipal do Rio de Janeiro registraram a visita de ex-assessores do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), todos eles alvo de investigação do Ministério Público por suspeitas de “rachadinha” ligadas ao filho do presidente Jair Bolsonaro.

Imagens e documentos obtidos pelo jornal O Globo mostram que quatro ex-assessores do vereador estiveram no gabinete do parlamentar em 30 de outubro – no mesmo período, esses ex-funcionários prestaram depoimentos para a investigação sobre as suspeitas de “rachadinha” ligadas ao gabinete de Carlos, que estava na Câmara no dia das visitas.Um ex-auxiliar do hoje senador e ex-deputado estadual Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), também investigado, esteve no gabinete de Carlos no mesmo dia. Nenhum deles frequentava mais a Câmara regularmente.

Os dados e fotografias da Câmara Municipal mostram que, em 30 de outubro, Carlos Bolsonaro registrou presença no plenário da Casa às 14h15m. Contudo, a sessão daquele dia ficou suspensa até as 15h40m. Ele só surgiu nas imagens da sessão no plenário às 16h12m quando votou pela primeira vez. Carlos esteve no plenário até as 17h36m, quando votou pela última vez naquela tarde. Depois disso, não foi mais visto no plenário.

As visitas desses ex-auxiliares do vereador são incomuns. Dois deles, que são irmãos, constaram como assessores de Carlos entre 2001 e 2008, e a Câmara não tem registro de visita dos dois ao gabinete desde 2015. Eles entraram no Palácio Pedro Ernesto junto com a mãe no dia 30. Ela foi exonerada no início do ano passado e também não tinha mais retornado ao local. Outros dois ex-auxiliares, pai e filho, só estiveram juntos no local em junho.

As visitas do dia 30 de outubro ocorreram dias antes de um período em que Carlos ficou recluso e até desativou as redes sociais, em 12 de novembro. Naquela semana, ele também foi passar alguns dias em Santa Catarina. Carlos só reativou seu Twitter depois, em 8 de dezembro. Todos os procedimentos de investigação tramitam sob segredo de Justiça.

Flávio, Carlos e os ex-assessores são alvos do MP-RJ em procedimentos sobre suspeitas de uso de funcionários fantasmas para devolução de salários, a prática conhecida como “rachadinha”.

Redação

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