Carnaval “da representatividade e resistência” é o que Bolsonaro tem para mostrar ao mundo, diz músico da Mangueira

"É um recado político também para o presidente, que tem que mostrar que o Carnaval é isso aqui. O Carnaval é a festa do povo, é a cultura popular, o Carnaval não é o que ele acha que é", disse carnavalesco da Mangueira

Jornal GGN – Carnavalesco da Mangueira, escola que saiu vitoriosa do Carnaval 2019 no Rio de Janeiro, Leandro Vieira mandou um recado para o presidente Jair Bolsonaro, durante uma coletiva de imprensa, na noite desta quarta (6). “O Carnaval não é o que ele [Bolsonaro] acha que é”, disse Vieira. “Ele deveria mostrar para o mundo o Carnaval da Mangueira, o Carnaval da arte, da luta, do povo, da cultura popular”, disparou.

A declaração foi uma resposta à conduta de Bolsonaro, que na noite anterior divulgou um vídeo com atos obscenos nas redes sociais, na tentativa de desqualificar o Carnaval brasileiro, por conta das críticas e ataques que recebeu em desfiles e blocos de rua em todo o País.

Vieira fez um discurso da vitória recheado de “recados políticos”. Ele disse que a Mangueira fez um “Carnaval da representatividade” ao exaltar a história de Marielle Franco e outras lideranças negras e indígenas que foram marginalizadas pela história. “São esses homens e essas mulheres aqui que são os heróis do meu enredo, que merecem sempre ser exaltados”, disse. “Aqui mora o que tem de melhor nesse País, e o que tem de melhor nesse País está nessa festa que todo o mundo aplaude”, defendeu.

Vieira ainda disse que “aqui todo mundo está vivo porque resiste” e que o samba é um “um recado político para o País todo, que tem de entender que isso [a luta pela representatividade e resistência] é importante.”

“É um recado político também para o presidente, que tem que mostrar que o Carnaval é isso aqui. O Carnaval é a festa do povo, é a cultura popular, o Carnaval não é o que ele acha que é. Ele deveria mostrar para o mundo o Carnaval da mangueira, o Carnaval da arte, da luta, do povo, da cultura popular”, encerrou o carnavalesco.

 

Redação

3 Comentários

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  1. Oi, Cíntia.
    Bacana a reportagem.
    Mas só para esclarecer, o Leandro Vieira, que fez a declaração, é o carnavalesco da escola.
    O samba é uma composição de Deivid Domênico, com a parceria de outros músicos.
    Um abraço!

  2. E deu novamente a Mangueira, a Escola que está no bolso da RGT. Que surpresa!!! Não foi o ano da Beja Flor? Seria outra surpresa. Afinal o tal Carnaval é ‘apenas’ a representatividade da Cultura Popular?!! Novamente a Portela, única Escola de Samba, mais tradicional e mais importante, que não está nas mãos deste conluio RGT/ Bicheiro no comando do RJ, não ganhou o campeonato. Coincidência? Afinal, como estamos assistindo na tragédia fluminense e carioca, estamos na Terra das Coincidências”. Coimo era, quando Castor de Andrade mandava no RJ e sua Escola estava em todas as finais. Pura coincidência. Afinal é “apenas” a expressão da Cultura Popular. E divulgar como esta Cultura Popular se expressa pode ofender muita gente. Então censuremos até o Presidente. País de muito fácil explicação.(P.S. Mangueira é aquela Escola de Samba que construiu rota de fuga para traficantes dentro da sua quadra. Polícia e mídia trataram de abafar o caso. Ou o Brasil já se esqueceu?)

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