Casal cria rede que estimula adoção da bicicleta como meio de transporte

Jornal GGN – Foi a própria experiência de vida, com o interesse de adotar a bicicleta como meio de transporte e de estilo de vida, contribuir com o meio ambiente e melhorar o bem-estar, que levou um casal a criar um aplicativo que une diversas ferramentas em um único espaço. O Bicicletando é um aplicativo com status de rede social que reúne informações, em todas as capitais do Brasil, a respeito de ciclofaixas, pontos de estacionamento de bicicletas (chamados paraciclos) e ainda ajuda o usuário a escolher os melhores caminhos para pedalar, seja a passeio ou até mesmo ao trabalho.

Mas antes de se tornar um aplicativo, a iniciativa do casal começou com uma intensa pesquisa em localidades que usam as bicicletas no dia a dia. Perla Amabile Topper e o marido Fabrizzio viajaram por mais de 60 cidades da Europa para entender os motivos que levam muitas cidades do Velho Mundo a usar a bike no cotidiano. Eles descobriram que não se tratava apenas da infraestrutura, mas de todo um conceito que estimula o uso das magrelas como forma de promover qualidade de vida, mais saúde às pessoas e preocupação ambiental.
A pesquisa durou três meses. De acordo com Perla, algumas cidades da Europa, em especial na Inglaterra, em que há muitas pessoas adeptas das bicicletas, nem desfrutam tanto assim de infraestrutura. “Nós visitamos cidades metropolitanas, grandes e pequenas. Nenhuma delas tem uma super infraestrutura. O uso da bicicleta tornou-se parte da cultura local. Virou símbolo de mudança. Lá, as pessoas que pedalam no dia a dia não são vistas como loucas, como bichos grilos. As bicicletas por lá são símbolos de inspiração, de lifestyle”, explica Perla.

Relacionamento

E foi com essa ideia em mente que o casal criou o Bicicletando, como uma ferramenta de cunho social, que permite que os interessados em pedalar no Brasil, país onde ainda há muita resistência das cidades “feitas para carros”, possam ter acesso a informações sobre os melhores locais onde realizar a prática, as ruas mais seguras, as sinalizações, as ciclofaixas e ciclovias, estabelecimentos comerciais que servem paraciclos e outros serviços para esse público.

A dupla faz uma intensa pesquisa nas capitais do país, recolhendo informações para alimentar o banco de dados do aplicativo. Eles criaram um guia digital com os dados, que agora está sempre em processo de atualização, com novas informações repassadas pelos próprios usuários. Lançado recentemente para iOS, o app teve, de cara, 1,5 mil downloads – número que deve saltar quando o serviço chegar, em cerca de um mês, à plataforma mais popular do mercado de smartphones, o Android. Também haverá, na mesma época, o lançamento para Windows Phone.

O Bicicletando é uma ferramenta social completa, com opções de fazer check-in em locais, seguindo a mesma linha do popular Foursquare. Com isso, os usuários podem também avaliar locais de atendimento, informando, na rede, se o local conta de fato com paraciclo ou outros serviços previamente informados. Também é possível fazer fotos, com a possibilidade de aplicar filtros, como no Instagram. Além disso, o aplicativo gera o que Perla chama de “mapa térmico”, indicando as vias mais usadas pelos ciclistas e criando sugestão de rotas para outros usuários.

De acordo com Perla, o conjunto de serviços e ferramentas oferecidos no Bicicletando cria o aspecto de rede, relacionamento e de integração social, incentivando outros usuários a participar da iniciativa e criar coragem, em definitivo, de adotar a bicicleta como meio de mobilidade urbana.

Parcerias

Para aumentar o interesse de pessoas e empresas, Perla e Fabrizzio criaram uma moeda dentro do aplicativo o “Carbônus”. Funciona assim: à medida em que o usuário percorre as vias de bike, ele acumula a quilometragem percorrida que é convertida na moeda, cálculo que é baseado na emissão de carbono que ele deixou de fazer caso estivesse locomovendo-se por carro ou ônibus. Os valores ganhos na moeda podem ser trocados por vouchers que valem produtos e serviços em empresas credenciadas.

A ideia já está em funcionamento, mas, por enquanto, os usuários do aplicativo só têm à disposição uma loja de camisetas da própria rede para trocar produtos pelas moedas. Perla explica que buscando parcerias de grandes redes de alcance nacional para que a rede de troca de moedas por produtos e serviços seja o mais abrangente possível, já que o aplicativo consta com informações de cidades de todo o país. As viagens do casal pela Europa e cidades no Brasil renderam 450 horas de vídeo. A ideia é fazer outros vídeos com informações de pelo menos outra oito cidades do Brasil, segundo Perla.

Veja um dos vídeos produzidos durante as viagens pela Europa:

https://www.youtube.com/watch?v=llxozEmSw9A width:700 height:395

Redação

2 Comentários

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  1. Não acredito

    Andar de bicicleta faz bem a saúde, não polui, mas é INVIÁVEL como opção de mobilidade urbana em grandes cidades. A realidade européia é outra… A melhor solução sempre será o anti individualista transporte coletivo…

    Por outro lado, recomendo o seu uso fora do horário de trabalho, a título de manter a saúde e descansar a cabeça. O difícil é ir a um lugar seguro, em todos os sentidos, para dar as pedaladas..

    Um abraço.

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