Caso Marielle dá passo decisivo enquanto Polícia descarta envolvimento dos Bolsonaro

Para Marcelo Freixo, prisão de bombeiro hoje pode levar aos mandantes do crime e esclarecimento sobre os Bolsonaro cessa "especulações"

Jornal GGN – A prisão do bombeiro Maxwell Simões Corrêa nesta quarta (10) é um “passo muito decisivo” na investigação sobre o assassinato da ex-vereadora do PSOL Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ao mesmo tempo em que o caso avança, a Polícia Civil crava que a família Bolsonaro não tem conexão com o crime.

Preso em um condomínio de luxo no Rio de Janeiro, o sargento conhecido como “Suel” é acusado de ser cúmplice de Ronnie Lessa, o miliciano apontado como o executor de Marielle e Anderson.

Quando Lessa foi preso em 2019, o bombeiro teria ajudado a esconder temporariamente suas armas, que depois foram jogadas ao mar. Uma delas teria sido usada no atentado contra Marielle.

Na visão do deputado federal Marcelo Freixo, a prisão do bombeiro é decisiva porque pode gerar novas informações. “Maxwell está sendo acusado de ocultar provas, mas é possível que ele tenha muito mais conhecimento e um envolvimento ainda maior no caso”, disse segundo O Globo.

Enquanto a polícia cumpria o mandato de prisão, o delegado Antônio Ricardo Lima Nunes afirmavam à imprensa que “não tem nenhuma participação da família Bolsonaro nesse evento.”

“Não temos indício dessa família no caso. Temos certeza de que não há participação”, garantiu, ressaltando que o caso Marielle ainda não está concluído.

O depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde Jair Bolsonaro e Lessa têm casas, teria sido um erro, segundo o delegado. “O porteiro é um senhor e pode ter se enganado no momento”, disse. “Temos outros inquéritos que vão resultar na prisão de outras pessoas”, acrescentou.

Em entrevista à rádio Bandeirantes, após a prisão de Suel, Freixo disse que o delegado Antonio Ricardo “é uma pessoa com quem tenho muito diálogo, muito respeito”, e que a afirmação isentando os Bolsonaro “é importante porque a gente precisa cessar também com o processo de especulação. Isso não ajuda a investigação.”

“É claro que é papel da imprensa investigar, fuçar, perguntar, é isso mesmo, é assim que se faz o bom jornalismo. Não tem problema nenhum nisso. Mas as especulações não podem estar na mão da polícia. Se as investigações caminham para outro lugar, que não da autoria de qualquer pessoa relacionada ao presidente, acho que faz bem o delegado encerrar isso.”

Freixo disse ainda que não está “surpreso” com o anúncio do delegado. “Eu sei que a investigação caminha para outro lugar – que eu não posso aqui evidentemente falar – mas acho que o presidente já tem tanto problema que estar envolvido em possibilidade de homicídio é tudo que esse País não precisa.”

Para o parlamentar, “já existem fatos graves o suficiente para o presidente ter que falar sobre milícias. Não precisa forçar uma barra.”

A irmã Arielle Franco e a viúva Mônica Benício também se manifestaram nas redes sociais, considerando a prisão de Suel um avanço e celebrando que as investigações não tenham sido federalizadas.

Na Bandeirantes, Freixo comentou que o crime precisa ser elucidado. “A gente quer saber que grupo político no Rio de Janeiro quer matar como forma de fazer política. Isso não pode, é um crime contra a democracia. Não precisa ter conhecido a Marielle para entender a importância do esclarecimento desse homicídio.”

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Redação

21 Comentários

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    1. Depois de uma ação da nova guarda pretoriana federal de BozoNero (®TheEconomist) sobre o desgovernador chefe da polícia, o delegado dizer que:
      “não há indícios de envolvimento…”
      é passivel de aceitação, embora pouco crível. Já ele afirmar:
      “CERTEZA de que não há envolvimento da familia no caso”
      é simplesmente INACEITÁVEL, a menos que a investigação estivesse concluída e esclarecida.
      Colocou-se voluntaristamente suspeito em uma investigação já tão lenta, falha e suspeita.
      Nem policia Civil do Rio, nem Federal, nem MP do Rio ou Federal estão confiáveis.
      É vazamento pra cá, coletiva imediata pra lá, obstrução de Justiça aqui, queima de arquivo ali, mudança de depoimento acolá …
      Tá tudo dominado!

  1. Eu e meu lado Poliana: ano após ano eu me desdobrando para fazer meu imposto de renda e vendo quanto conseguia recuperar do que havia pago.
    A receita, com nem sei quantos métodos de investigar “riquezas” não compatíveis com a declaração, não vê que um bombeiro possui uma casa na Barra e uma BMW incompatível vom os ganhos.
    Tadinhos, não conseguiram rastrear.

    1. Infelizmente, nossa justiça em geral, dados as últimas condenações, é um descrédito só.

      Acho que eles pensam que todo mundo é burro.

  2. O estilo de vida e a fortuna desse simples (ou mero) bombeiro, em si, bem exemplifica a corrupção endêmica naquelas forças: casa de luxo em condomínio de luxo com carro de luxo.
    Só quem não está interessado em combater a corrupção é que não nota tais “aberrações” financeiras grassando entre simples soldados, milicos e bombeiros…

    1. Sempre estranhei a insistência de alguns em armar bombeiros, incluindo bozo nos tempos em que se fingia de deputado. Afinal, se havia uma força que sempre foi bem recebida, festejada até, onde se fazia presente era o corpo de bombeiros. Um detalhe importante é que não havia esta bobagem de “bombeiro militar”, era simplesmente BOMBEIRO (maiúsculas assim). E mais nada precisava ser dito!
      Outra coisa que sempre esteve na mente da população era que os bombeiros deveriam ter remuneração superior e com beneficios equiparados às Forças Armadas.
      E, de repente, isso que vemos neste caso é o que parece se repetir. E ainda querem armar guarda municipal.

  3. Concordo com o Freixo. O envolvimento dos Bolsonaros com as milícias, de uma forma geral, deve ser investigado, mas é preciso cautela quanto ao suposto envolvimento direto da família no caso específico da Marielle, pois é plausível que não tenha, e acaso isso fique realmente demonstrado, os Bolsonaros vão explorar isso como um atestado de idoneidade.

  4. Muito mal explicada essa historia de que “tem certeza de que os Bolsonaro não estão envolvidos nesse caso” e de que o “porteiro é um senhor e pode ter se enganado”. Não passa.

  5. Tudo o que um crime dessa natureza precisa para ser encomendado por qualquer um dos inimigos políticos da Marielle é de incentivo da parte dos que se beneficiam e, talvez, banquem…
    de nada adianta prender um mandante e deixar livres os que incentivam e bancam

  6. Uma investigação a passos de tartaruga paralítica e vem um delegado dizer o que não sabe? Tudo indica que os bozos estão no meio.

  7. Sei não.
    Talvez não tenham sido mandantes, mas descartar envolvimento acho cedo. Muitas coincidências para serem apenas coincidências e o vereador federal fugiu do RJ.
    Mas sim, está na hora de acelerar este processo pois precisamos avançar como país.

  8. Há certas coisas, como a jaboticaba, que só acontecem no Brasil. Por exemplo, o Degolado Antônio Ricardo Lima Nunes, Titular do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), não chega à conclusão de quem participou dos assassinatos da Marielle e do Anderson, mas chegou à conclusão de quem não participou dos referidos assassinatos: a Família Bolsonaro.

    Eu não sei quem matou Odete Roitmann, mas sei que não foi nem o Maluf nem a Joana D’Arc quem a assassinou.

    País de éguas

  9. Se tem cabeça de jacaré, para de jacaré e rabo de jacaré, tem que ser jacaré, a família miliciana não tem nada a ver? Freixo… Freixo … Daqui a pouco vai acreditar que foi crime passional…

  10. Quem mandou matar Marielle certamente foi Luís Inácio Lula da Silva. O porteiro se enganou, o delegado é super competente e honesto e o pessoal da Casa 58 do Vivendas da Barra só deu azar nas mais de 15 coincidências que os entranham com assassinos e entorno dos mesmos. E tem mais, Covid19 é uma invenção.

  11. Temos ai o lance do impeachment do WITZEL né, essa “inocentada” da família BOZZO por parte da polícia civil do Rio está me cheirando a “moeda de troca”.

  12. Tem muitas sutilezas nesse episódio de hoje, que ocorre em paralelo ao inicio do impedimento do Witzel. Não dá pra considerar como uma mera coincidência cronológica. Soma-se a isso a resposta do delegado à pergunta que ninguém fez a ele, dando certeza de que o clã bozo não tem relação com o caso.
    Freixo foi mais sagaz. Afirmou que o envolvimento do clã com as milícias é fato que ninguém mais tem dúvida. Agora partir daí pra investigar o crime específico é uma inversão que não ajuda em nada, só atrapalha. Se há algo que os envolva, aparecerá no correr das investigações (e eu , e mais um monte de gente, suspeito que há) .
    O delegado em questão tem um bom currículo, é habilidoso, competente e tem histórico profissional elogiável. Que não tenha votado do Bozo, sendo policial, já seria exigir demais,são casos muito raros e a maioria, por razões óbvias, vai para o ostracismo.
    O problema é que esse caso ganhou uma dimensão grande demais para ser resolvido com um bode expiatório qualquer. Por isso tarda tanto a solução. O peixe é graúdo. O tempo vai revelar.

  13. O deputado saído na frente, para avalizar a hipótese, coisa estranha, virou da força policial? Digo, pois, salvo engano, o nome do deputado apareceu como sendo o possível alvo a ser abatido, mas escolheram a vereadora, ou é doideira a minha? Pode, espero estar enganado, mas …, pode estar com medo ainda?!…

  14. Numa investigação séria, o mais importante é se perguntar a quem interessava a morte de Marielle. em segundo lugar o porque da visita do criminoso ao amigo dos Bolsonaros, terceiro qual o interesse do Carlos Bolsonaro adulterar e investigar o computador da portaria, por que as câmeras de segurança não foram vistoriadas para saber para onde o visitante se dirigira, o álibi do “Seu Jair” é mais furado que queijo Suíço, meu filho mora em condomínio fechado e toda visita que chega a portaria liga no seu celular pedindo autorização, daí o fato do “Seu Jair” estar em Brasília naquele dia não serve de prova de que ele não atendeu a portaria. O que provaria seria a conta do telefone rastreando as ligações feitas, com certeza não foi periciada a conta do telefone da portaria. E por aí vai tem muita coisa que precisaria ter sido feita e não foi e mais o dito popular “QUEM NÃO DEVE NÃO TEME”, neste caso fala mais alto, se não houve nenhuma ligação com o crime os Bolsonaros deveriam abrir mão dos sigilos telefônicos, pondo por terra qualquer suspeita.

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