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Luis Nassif

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  1. Sem quadrilha e sem foro especial, mensalão desaba

    Brasil 247

     

    Sem quadrilha e sem foro especial, mensalão desaba

     

    :

    Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, Simone Vasconcelos, Vinicius Samarane, José Roberto Salgado, Kátia Rabelo, Jacinto Lamas, João Claudio Genu e Enivaldo Quadrado são personagens quase anônimos e, naturalmente, sem foro privilegiado; réus da Ação Penal 470, foram julgados diretamente pelo Supremo Tribunal Federal, ao contrário de Eduardo Azeredo, que renunciou ao mandato; segundo Gilmar Mendes, todos faziam parte de uma “teia”, diferentemente do chamado “mensalão tucano”; mas como existe a teia se não houve formação de quadrilha?; castelo de cartas de Joaquim Barbosa ruiu e recurso à Corte Interamericana de Direitos Humanos se faz urgente e necessário

    30 de Março de 2014 às 19:15

     

    247 – Se a lógica mais elementar se aplica às decisões do Supremo Tribunal Federal, os alicerces que sustentaram a Ação Penal 470 desmoronaram de vez na semana passada, quando o caso do tucano Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais, foi remetido à primeira instância.

    Como se sabe, Azeredo renunciou ao mandato, perdendo, assim, o foro privilegiado. Será julgado em primeira instância e terá direito a todos os recursos até que seu caso chegue ao STF, configurando o chamado trânsito em julgado.

    Como a Constituição estabelece que todos são iguais perante a lei, uma questão central emerge: por que os réus da Ação Penal 470 não foram julgados em primeira instância, podendo também recorrer de eventuais condenações? E não estamos aqui falando de personagens da vida pública, como José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, que, aliás, também não tinham foro privilegiado. Mas de personagens secundários, com vidas distantes da política, como o bancário Vinicius Samarane ou a secretária Simone Vasconcelos. Por que a eles não foi dado o direito de serem julgados em primeira instância? A mesma questão se aplica a nomes como Cristiano Paz, Ramon Hollerbach, José Roberto Salgado, Kátia Rabelo, Jacinto Lamas, João Claudio Genu e Enivaldo Quadrado, entre outros.

    Todos esses foram levados ao STF graças à construção da procuradoria-geral da República, que alegou que agiam de forma integrada, numa quadrilha. “O mensalão era uma rede, uma teia, não havia como separar os investigados. Naquele caso, pouco importava ter ou não direito a foro privilegiado”, disse o ministro Gilmar Mendes.

    Será mesmo? Mas por que será que os réus do chamado “mensalão tucano” puderam ter seus processos desmembrados? Será que Eduardo Azeredo não formava uma “teia” com seu vice-governador Walfrido dos Mares Guia, com seu tesoureiro Claudio Mourão e com o onipresente Marcos Valério?

    Os casos tiveram desfechos distintos porque, no início, não foi aceita a imputação de quadrilha aos réus do mensalão tucano. Quadrilheiros eram, apenas, os petistas. Mas o que fazer, agora, que o crime de formação de quadrilha foi derrubado pelo STF, na votação dos embargos infringentes? Como fica a teia?

    Se essa rede de criminosos não existe mais e se réus sem direito ao foro privilegiado devem ser julgados em primeira instância, diversos cidadãos brasileiros estão presos ilegalmente. E o STF deveria ser o principal interessado em reverter a ilegalidade numa eventual revisão criminal.

    Como isso dificilmente ocorrerá, não resta aos réus da Ação Penal 470 outra alternativa que não seja o recurso à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, da qual o Brasil é signatário. Ela estabelece que todo e qualquer réu, num país democrático, tem direito ao chamado duplo grau de jurisdição, ou seja, a pelo menos uma possibilidade de recurso.

    Este direito foi subtraído de vários réus porque eles formariam uma “teia”, que o próprio STF concluiu não existiu mais.

    Isso demonstra que o castelo de cartas construído por Joaquim Barbosa desmoronou na semana passada. E agora, STF?

    http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/135006/Sem-quadrilha-e-sem-foro-especial-mensal%C3%A3o-desaba.htm

  2. Gilmar AP 470 era “uma teia”, diferente do PSDB

    Brasil 247

     

    Gilmar: AP 470 era “uma teia”, diferente do PSDB

     

    :

    Ministro do Supremo Tribunal Federal votou, no caso da Ação Penal 470, para que o STF julgasse todos os réus, mesmo os que não tinham foro especial; no ‘mensalão tucano’, Gilmar Mendes defendeu que o processo deve ser remetido à Justiça comum, uma vez que Eduardo Azeredo renunciou ao mandato de deputado; ele nega, porém, que haja incoerência nas duas posições; “O mensalão era uma rede, uma teia, não havia como separar os investigados. Naquele caso, pouco importava ter ou não direito a foro privilegiado”; para ele, ao contrário de Azeredo, José Dirceu merecia o foro privilegiado, mesmo sem ter mandato

    30 de Março de 2014 às 08:09

     

    247 – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes votou, no caso da Ação Penal 470, o ‘mensalão’, para que a corte suprema julgasse todos os 38 réus, mesmo que apenas três deles tivessem direito ao chamado foro especial.

    Nessa semana, porém, sua posição no processo da AP 536, o ‘mensalão tucano’, foi de que o caso deveria ir para a Justiça comum, em Minas Gerais. O principal réu, Eduardo Azeredo (PSDB), renunciou ao mandato de deputado federal dias antes de ser julgado.

    Gilmar não acredita, porém, que os dois votos não apresentam incoerência. “O mensalão era uma rede, uma teia, não havia como separar os investigados. Naquele caso, pouco importava ter ou não direito a foro privilegiado”, afirmou.

    Segundo nota do colunista Ilimar Franco, do jornal O Globo, o ministro também faz questão de afirmar que a Ação Penal 470 serviu de aprendizado para o Supremo e seus membros. E afirma, sobre o caso: “Não há condições, no futuro, de o STF ficar dois anos julgando apenas uma matéria”.

    A tese da “teia” citada por Gilmar é controversa, uma vez que caiu a condenação por formação de quadrilha. Após apresentação dos embargos infringentes, a maioria dos ministros reverteu a condenação no final de fevereiro ao entender que os acusados não se reuniam exclusivamente para cometer crimes.

     

    http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/134947/Gilmar-AP-470-era-%E2%80%9Cuma-teia%E2%80%9D-diferente-do-PSDB.htm

  3. ‘Até militares homossexuais foram expurgados no golpe de 1964’

    http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2012/09/ate-militares-homossexuais-foram-expurgados-no-golpe-de-1964-contam-escritores-de-livro.html

    ‘Até militares homossexuais foram expurgados no golpe de 1964’, contam escritores de livro

    Dois militares reformados e perseguidos pela Ditadura Militar Brasileira contam, em um livro, um ângulo pouco conhecido: a perseguição dentro dos próprios quarteis, contra os próprios militares.

    Um ângulo pouco conhecido quando se trata da repressão política da ditadura militar: a perseguição dentro dos próprios quarteis, contra os próprios militares. Ela teria atingido quase 500 oficiais e mais de mil praças, que foram caçados, presos, reformados, aposentados e perseguidos por não terem aderido ao golpe. E dois deles escreveram um livro chamado ‘1964: o DNA da conspiração’.

    Segundo o coronel Jônathas de Barros Nunes, caçado e reformado pelo Ato Institucional 1 (AI-1), havia dificuldades em recomeçar a vida. “Tentei emprego em vários lugares e não consegui, então segui a carreira de físico acadêmico. Sobrou pouco tempo para reescrever aquilo que eu havia passado, o sofrimento inesperado de terminar uma carreira”, explica. O coronel ainda conta que foi caçado no apagar das luzes, acusado de ter feito um curso no Instituto Brasileiro de Educação (Iseb) – considerado de esquerda – e que pertencia a uma corrente do Clube Militar. “Foram acusações vagas. Não participei de nada, eu era professor de uma escola de elite do Exército. Nunca me deram maiores explicações. E, mesmo depois de caçado, só depois de muitos anos que as pessoas me falaram as coisas”, lembra.

    Já o tenente-coronel Gastão Rúbio de Sá Weyne, preso várias vezes e perseguido até pedir para ir para a reserva, também seguiu a carreira acadêmica. Ele conta que era aluno do Instituto Militar de Engenharia, mas que sempre havia se manifestado a favor de João Goulart. “A minha posição era absolutamente clara. Eu gostava do sistema, era legalista. Quando ocorreu o golpe eu fui preso em um navio fundiado na Baía de Guanabara. Fui preso várias vezes, mas permaneci no Exército até 1980”, conta.

     

  4. Guerra emocional de quarta geração

    Do VIOMUNDO

     

    Guerra emocional de quarta geração: Os mísseis da mídia que criam insegurança, na Venezuela e no Brasil

    publicado em 29 de março de 2014 às 11:37

     

    Atrizes cansadas no Brasil e, abaixo, a miss cansada na Venezuela: indignação seletiva mas altamente midiática; as imagens mexem com a emoção e criam associação negativa com os eventos a que se referem.

    20 pistas para entender a guerra psicológica contra a Venezuela

    No Correo del Orinoco | 21/10/2013 09:02 |

    Texto de: Vanessa Davies

    Tradução: Jair de Souza

    Os psicólogos Olivia Suárez e Fernando Giuliani advertem que estão queredo plantar a incerteza e a angústia e pintar um país que supostamente está caindo aos pedaços, a fim de que as pessoas estejam dispostas a qualquer coisa para recuperar “a ordem”.

    Você considera que o país está caindo a pedaços? Acredita que a culpa de todos os males se concentra no chavismo e, especialmente, no governo nacional? Quando você ouve a música que identifica as transmissões conjuntas de rádio e televisão tem vontade de matar alguém? Você está convencido de que todo mundo anda de mau humor porque não aguenta mais “a crise”? Provavelmente, você é vítima da guerra psicológica.

    Sobre a guerra psicológica os psicólogos bolivarianos vêm falando. Assim como o presidente Nicolás Maduro, o qual advertiu que o que está por trás disto é a intenção de derrotar o governo constitucional e livrar-se da revolução.

    Os psicólogos Ovilia Suárez e Fernando Giuliani, integrantes do coletivo Psicólogos pelo Socialismo, advertem que isto não começou este ano, mas que se agudizou a partir do desaparecimento físico do comandante Hugo Chávez. O alvo do presente, alertam, é o povo bolivariano para criar nele desânimo e desalento, mas sem deixar de lado a população que não acompanha o processo socialista. O “Correo del Orinoco” oferece 20 pistas para entender o que está acontecendo.

    1) O que é a guerra psicológica?

    “Uma guerra psicológica não é o mesmo que uma guerra militar. Porém, quando dizemos guerra é porque existe um objetivo de ataque a um alvo. É preciso diferenciar isto, de uma vez, do que seria uma confrontação política de alta intensidade”, explica Giuliani. “A guerra tem como elemento exclusivo atacar um alvo, o que, neste caso, são muitas coisas”.

    Outro elemento que lhe é característico é que está planificada; ou seja, “são estratégias que têm um objetivo e estão planificadas”; há gente por tras que está desenvolvendo “todo um conjunto de recursos, estudando a situação, mobilizando um conjunto de recursos” no rumo desse objetivo.

    O psicólogo acrescenta que esta forma de guerra visa a mente: “O cenário é a mente. E por mente devemos entender muitas coisas: é a mente individual, mas também poderíamos mencionar a mente coletiva, as representações sociais, as atitudes, as relações sociais em todos seus imaginários, as emoções e os pensamentos”.

    O analista afirma que há evidências muito claras de guerra psicológica na Venezuela; por exemplo, é evidente que há um manejo planificado do rumor, planificado. “É evidente que há um manejo planificado de um tipo de informação claramente apontando a objetivos muito concretos”

    Os meios de comunicação “são instrumentos evidentes disto”, e basta uma revisão das manchetes de jornais e de programas televisivos para constatar “que começam a aparecer padrões”. Todos dizem o mesmo, com um objetivo fundamental: “gerar insegurança psíquica; gerar incerteza, gerar estados de alerta que não correspondem à realidade”. O psicólogo coloca o exemplo da influenza AH1N1: “houve, pelo menos, três semanas nas quais as manchetes dos grandes jornais tratavam permanentemente disso. As rádios falavam disso e a televisão falava disso. O desabastecimento: todos os dias começam a falar do desabastecimento”.

    2) Em que se diferencia um fato real da guerra psicológica?

    Há características muito concretas, diz Giuliani. Aqueles que pintam um país em ruínas “nunca terminam de decidir, de demonstrar convincentemente o que estão dizendo”. Retoma o exemplo da influenza AH1N1, porque foi apresentada ao país como se tivesse sido uma epidemia terrível, mas pouco se informou sobre as ações do governo para combatê-la.

    A mídia enfatiza e destaca o negativo, o pior que possa ocorrer. A dúvida é sempre dirigida ao pior. “E sempre tratam de gerar a sensação de que não se está fazendo nada a respeito e que a coisa ainda vai piorar”. São “meias verdades”, que estão baseadas em coisas “que efetivamente ocorrem”, como a corrupção e a insegurança.

    [No Brasil: Rumor na internet: a casa da fazenda do filho do Lula era uma universidade pública!]

    3) Qual é o papel do rumor nesta estratégia?

    Ovilia Suárez acrescenta que o instrumento perfeito para a difusão destas supostas informações é o rumor. “E o rumor sempre parte de uma ação, de um conto, de uma referência que é real. É real entre aspas; ou seja, parte de uma referência que permite que a gente acredite que é real, seja porque você a vivenciou, ou porque sua vizinha acabou de ver, ou porque seu cunhado estava ali quando aconteceu. Sempre vão contá-la como se algo de sua realidade estivesse presente. Quer dizer, não é que me foi contada por qualquer um; é que ali estava meu amigo, meu tio, meu sobrinho, etc.”

    Ao parecer “crível”, qualquer um o retransmite, porque “você parte da boa fé, parte de que algo está acontecendo. O que ocorre com o rumor atualmente? Ocorre que agora estão todos os meios e redes sociais que o retransmitem de forma massiva e imediata”.

    Ou seja, “já não se trata de um rumor que o Fernando me disse, senão que através do Twitter foi passado a 2 milhões de pessoas simultaneamente”.

    4) O que os meios de comunicação fazem?

    Os meios, ressalta Suárez, “são os novos exércitos de sua nova guerra. Ou seja, já não são homens que vão combater corpo a corpo, homem com homem, mulher com mulher; não vão utilizar nem aviões, nem tanques, nem metralhadoras”.

    Utilizam os meios de comunicação, as telecomunicações, as redes sociais, como parte de uma planificação. “São grupos que lançam rumores e grupos que criam situações, que reforçam a possibilidade de que seja veraz”, adiciona. “Você sempre vai ver, portanto, em um supermercado, em um banco, no metrô, numa barraquinha, gente que começa a contar-lhe uma história que pode estar fora de contexto, especialmente sobre algo emocional”.

    Ambos psicólogos creem que não é fortuito que haja grupos que, em diversas regiões do país, estejam falando sobre os mesmos temas. “Chama a atenção a semelhança dos contos em diferentes cenários”, assim também “como se argumenta, como se começa por uma coisa e se termina no ponto alvo do momento; no caso dos supermercados, ao não encontrar alguma coisa”, assinala Giuliani. Há outros setores que, sem se darem conta, se convertem em cúmplices disso. “E sempre há alguém gravando o que acontece ali, que depois sai no You Tube ou na internet; ou seja, são situações que vão reforçar principalmente a emocionalidade que está sendo disseminada dentro da guerra psicológica”.

    O modelo comunicacional com o qual se trabalha é o da incerteza, Suárez afirma. “Quer dizer, lançam uma notícia, e não importa se é verdade ou mentira. Assim como não importa quem a lançou, porque o importante é que nos gere dúvida, e a dúvida está associada ao fato de que você não sabe o que vai acontecer”.

    5) O que se procura?

    Essa incerteza que eles geram “destampa outras emoções como a angústia, o medo, o pânico, a raiva”, Suárez enumera. São sentimentos negativos “que, por um lado, são mais difíceis de eliminar, de combater, e que, por outro, são de muito maior força que os positivos. Então, ao criar sentimentos negativos de tal intensidade, as pessoas ficam em um momento a ponto de desespero, ou desesperadas”.

    Ao levar a população a esse estado, “as pessoas estão dispostas a buscar qualquer coisa que lhes permita sair da situação”, o que as leva à confrontação e a empreender qualquer ação – inclusive violenta – para sair desse “grande caos”.

    A psicóloga acrescenta que esse caos tem algo de certo a nível individual, porque “emocionalmente você está desestruturado”, mas na vida social essa desestruturação não é certa.

    6) A guerra se acentuou com a morte do comandante Hugo Chávez?

    “Totalmente”, responde Giuliani. Não obstante, o especialista se refere à campanha contra o comandante Hugo Chávez, que começou muito antes de que assumisse a primeira magistratura. Uma prova disso é o áudio truncado difundido em 1988, no qual, supostamente, o comandante ameaçava fritar as cabeças dos adecos, que posteriormente se descobriu que era uma montagem.

    [Nota do Viomundo: “Adecos” de militantes da AD, o partido que já foi o principal da Venezuela]

    O psicólogo identifica a persistência dos grupos de poder em manter “essa desinformação permanente”, e estima que isso “fez o seu trabalho”. Além do mais, alimentou “o temor ancestral que se teve aqui em relação à esquerda toda a vida, aqui e em toda a América Latina”. Os sentimentos que são atiçados “não nos predispõem ao encontro e nem ao diálogo”.

    O psicólogo esclarece que é saudável sentir medo, mas alerta que, quando o manipulam de maneira prolongada, há um grande perigo. “Por que são perigosos? Porque são sentimentos e pensamentos que têm um alto conteúdo irracional. Não é porque seja produto de um louco; o que ocorre é que nós temos medos, e os medos não são tão fáceis de identificar. Temos medo de coisas difusas, perante o que o raciciocínio sereno, equilibrado, precisa atuar durante muito tempo para poder se contrapor”, refletiu.

    Um dos problemas que ele identifica é que boa parte da população não crê que isto exista, e muito menos que haja gente organizada para preparar essas condições.

    7) Quais são os alvos da guerra?

    O alvo primordial, neste momento, é o chavismo, alerta Giuliani. “A morte do comandante Chávez abriu para a vanguarda dessa oposição direitista, e também para todos seus grupos aliados, a oportunidade de dividir o chavismo”. O que a guerra psicológica faz contra o chavismo? “Gera insegurança. Insegurança, com relação a quê? Da intencionalidade dos diferentes líderes, sobretudo o presidente Maduro; o sentido da união que tem o projeto chavista, o temor de que, morto Chávez, isto se acabou, porque foi esse o discurso que os opositores sempre faziam”.

    Para isso, “estão se apoiando em uma coisa que é verdadeira, que é o forte impacto psicológico e afetivo que ocasionou a morte do comandante” e o luto posterior. A pergunta lógica de como dar continuidade à revolução “abre em você uma vulnerabilidade que faz você pensar em coisas que seguramente não havia pensado antes”.

    – Por exemplo?

    – A guerra psicológica faz você pensar que isto pode terminar, faz com que você questione se o Maduro poderá dar conta da presidência da República. Por exemplo, pode levar você a se perguntar: “Ele saberá governar como governava meu presidente Chávez? Ele saberá lidar com os problemas que o país tem?”

    [No Brasil: Poucos se dão conta de que os escândalos de véspera de eleição são ‘produzidos’ para aquele momento e alimentam pesquisas que demonstram a influência dos escândalos ‘produzidos’ no eleitorado]

    8) O objetivo é somente o povo chavista?

    “O chavismo é o alvo fundamental, mas não é o único. E o que eles querem gerar aí? É a divisão a partir do temor, a partir da insegurança desde um ponto de vista mental. Mas o resto da gente que não apoia o projeto bolivariano continua sendo um alvo importante”, pontualiza Giuliani.

    Quanto ao setor que não compartilha da revolução, a estratégia se dirige a tentar juntar as pessoas em torno do mesmo: Fazer-lhes crer que o chavismo “é o que de pior já conteceu no país, que é o mais corrupto, que são ineptos, que é uma gente inescrupulosa e capaz de fazer absolutamente qualquer coisa”.

    Tal como ressalta Giuliani, “estão realmente e lamentavelmente convencidos de que efetivamente isto não serve absolutamente para nada”; estes rumores e o discurso persistente sempre apontam “o quão inepto o chavismo é; o inescrupuloso que o chavismo é; o corrupto que o chavismo é. E quando digo chavismo, esta guerra psicológica coloca a questão de tal maneira para que não haja exceções”.

    Eles fecham para esses setores a possibilidade de pensar que há gente honesta e capaz no chavismo, e que o governo esteja fazendo algo de bom, expressa o psicólogo. “E como conseguem? Primeiro, pela persistência, porque vêm mantendo esse discurso por 14 anos; e segundo, pelo bombardeio permanente que não lhes dá oportunidade de refletir”.

    9) Quais são os setores mais vulneráveis?

    Nestes momentos, “os ataques se dirigem a todas as populações, com diferentes tipos de munições e mensagens”, expressa Suárez.

    Em relação aos jovens, insistem em que eles não têm futuro, que devem ir embora do país. “Há uma matriz sistemática, que é a da fuga de cérebros para que a juventude sinta que, estude o que estudar, não tem esperança nem futuro na Venezuela”, comenta. Isso não afeta apenas aos jovens, mas também as famílias, porque entram em jogo o desenraizamento e os vínculos emocionais, assim como o temor “de que esses vínculos se rompam”.

    Quanto às mulheres, pretendem difundir a ideia de que não podem garantir a alimentação de seu lar, que não são livres para comprar o que querem. “Isso tem a ver com o papel das donas de casa que não conseguem, que não podem se sustentar; que não podem ter a liberdade de fazer o que realmente querem fazer”.

    Com os idosos, a estratégia é criar o pânico de que podem morrer, por exemplo, porque não vão ter seus remédios a tempo nos próximos meses.

    “Estão manipulando os temores mais importantes de cada um dos setores”, manifesta. “Nos idosos, é o risco de morrer; nos jovens, o risco do futuro; na dona de casa, o de não ter o controle nem a possibilidade de dar, de compartilhar, de pertencer, de agrupar, de ter o que é preciso ter”. A fratura da convivência familiar, em consequência, afeta as crianças.

    10) A história sobre a certidão de nascimento do presidente Maduro faz parte disto?

    A história sobre a certidão de nascimento do chefe de Estado é um bom exemplo, assinala Giuliani. “Dizem que o presidente é colombiano, mas não têm como demonstrá-lo. O que eles querem gerar com isso? Eles querem gerar a dúvida na população em geral. Se a gente analisar friamente, isso não resiste à menor análise, porque quando o presidente foi inscrever sua candidatura no Conselho Nacional Eleitoral ele teve de levar sua certidão de nascimento. Porém, não há tempo para refletir sobre isso, porque as pessoas recebem essa informação, e o cérebro e os dispositivos sociais têm uma particularidade: tendem a completar a informação que não está completa. Todos fazemos isto”.

    O analista recorre ao conto do telefone para exemplificar o que acontece: como, a partir do conto de uma vizinha que supostamente chegou tarde a seu apartamento, chega-se à história da vizinha que estava com outro homem e teve um problema na entrada de sua moradia.

    “Como pessoa, eu começo a completar, mas sempre completo na via onde teve sua origem; se o rumor vem com algo negativo, eu o torno cada vez mais negativo. E, logo, acrescenta-se, à natureza do cérebro, uma peculiaridade que os circuitos sociais têm, a qual chamamos ‘pressão à inferência’; você está numa fila e talvez não está com vontade de falar, mas se as pessoas começam a falar, então você fala e também acrescenta; depois, você vai a um batizado e todo mundo começa a falar e dizer que há um problema com o abastecimento e que duas mulheres brigaram por um pacote de farinha de milho”.

    O rumor, ele relata, “começa a ter vida própria”, embora careça de fundamentos. Em 14 de abril, ao término das eleições presidenciais, o candidato opositor Henrique Capriles disse que tinha outros números [da apuração], relembra Giuliani. “Mas, nunca mais voltou-se a falar disso, mas o dizer algo assim teve um grande poder, porque foi falado a um povo furioso que, além disso, vinha com a ideia de que o CNE [o TSE venezuelano] não servia”. Pouco importa se Capriles tinha ou não como provar o que disse; ele deixou a ideia correr e nunca a desmentiu.

    [No Brasil: O “mas” é uma presença constante nas boas notícias econômicas]

    11) Os rumores são submetidos à prova da realidade?

    Não. “Nunca esta mídia, estes porta-vozes e esses rumores são submetidos à prova da realidade”, que é a contrastação entre o que se diz e o que ocorre de fato, lamenta Giuliani. Esclarece também que não é apenas uma guerra “muito bem planificada”, senão que “uma franca manipulação e uma mentira gritante”.

    “Assim que, é muito fácil se eu disser: ‘eu tenho outros resultados’, como o Capriles fez, sendo que eu realmente não os tenho. No final, ninguém vai me pedir contas disso, e eu já o disse”.

    O caldo de cultura vai sendo preparado desde meses e anos antes. “Se você o plantar hoje e começar hoje, ninguém vai acreditar, mas, depois de um ano de preparação sistemática do terreno, as pessoas vão acreditar em qualquer coisa”, afirma Suárez.

    12) O que estão tentando criar contra o mandatário nacional?

    Os responsáveis pela guerra psicológica “não apenas têm que dividir, ou fazer com que creiam que há divisões internas no chavismo, mas também rebaixar a credibilidade na liderança da revolução” e no próprio processo, analisa Suárez. Por isso, eles tentam apresentar o presidente Maduro como “mentiroso”, para que o povo não acredite no que ele apregoa. “Tudo aquilo que aponta ao que o presidente diz é mentira, eles vão trabalhar isto psicologicamente”. Há estratégias para isso, agrega: por exemplo, talvez não se diga nada sobre a insegurança, mas se o chefe de Estado falar hoje sobre o tema, amanhã “os meios de comunicação resenharão os atos mais violentos, mais horrendos e mais espantosos que a gente possa imaginar”.

    Uma coisa é a realidade e outra é a percepção da realidade, argumentam.

    – Qual é a percepção neste momento, neste contexto?

    – Quando você vai no rumo da percepção da realidade é para criar, justamente, a ilusão do caos; a certeza de que há um caos.

    – Qual é a percepção do país neste momento? Caótica?

    – Caótica. Ou seja, aqui, agora mesmo – segundo essa percepção – há desabastecimento, há ineficiência, há descontrole. E eles vão estimular tudo aquilo que nos gere o descontrole.

    – Há uma destruição planificada da imagem do presidente?

    – Claro.

    Ela existiu abertamente contra Chávez, descrevem os psicólogos. O líder bolivariano foi submetido à morte moral e usaram sua imagem para todo tipo de manipulação; prova disso é a gravação que circulou há algumas semanas com uma falsificação de sua voz.

    Agora, os que estão por trás da guerra psicológica tomam o que o mandatário diz para desqualificá-lo imediatamente. Por exemplo, “se ele cria a Corpomiranda para poder amenizar todos os problemas de Miranda, no dia seguinte haverá uma manchete: ‘Isso vai ser a mesma ineficiência, a mesma burocracia, um meio de corrupção’. É uma reação imediata para que as pessoas assumam que tudo o que o presidente fizer será sempre um fracasso”.

    Essa difamação permanente do líder pretende, também, que o povo chavista não se aglutine em torno de sua liderança; é por isso que lhe atribuem tudo de mal.

    13) Que papel cumpre o uso de símbolos chavistas por parte do antichavismo?

    Um dos objetivos é aumentar a confusão, enfatizam os psicólogos. Querem fazer crer que, perante a suposta incerteza do chavismo, existe a certeza de que a oposição tem algo melhor a oferecer.

    Também, com o roubo de alguns símbolos, como o gorro tricolor, “estão querendo roubar, ou querendo apropriar-se de concepções” que uniram as grandes maiorias, como a pátria, a independência, os valores, a cultura. “Quando esses setores começam a apropriar-se ou querem apropriar-se de algumas coisas, voltam a desunir”. Os que dirigem a guerra “jogam muito com o marketing que aponta ao descrédito, à desqualificação dos líderes bolivarianos, e por, outro lado, ao posicionamento das lideranças do antichavismo”.

    De acordo com Giuliani, “eles vêm jogando com a apropriação de alguns conceitos do bolivarianismo, do chavismo, do socialismo, da esquerda, para ir apressando e confundindo alguns setores”.

    – Setores dentro do chavismo, não?

    – Setores dentro do chavismo, setores que são indecisos.

    14) Em que se evidencia o caos que tentam incutir na mente das pessoas?

    “No tipo de conversa que as pessoas mantêm; nas conversas cotidianas entre as pessoas”, revela Giuliani. “As conversas estão repletas deste tipo de problemas que vão junto com interpretações. Ou seja, as pessoas não apenas dizem: ‘temos problemas de desabastecimento’, e sim ‘temos problemas de desabastecimento porque tal e tal e tal’. Aí se vê isto evidentemente”.

    O psicólogo explica que, adicionalmente, isto vai acompanhado de verbalizações irracionais, sem uma análise certeira do que as pessoas realmente vivem. Outro exemplo: “Você vai todos os dias a qualquer lugar e é atendido com carinho, porém, um dia você foi mal atendido por uma pessoa em um desses espaços e a coisa se converte em que ‘todo mundo está angustiado, todo mundo está com raiva’, embora não seja certo”.

    Fundamenta-se também na “visão muito parcial que por muito tempo a classe média teve, que vem negando-se sistematicamente a reconhecer que há outros espaços do país e sente que o mundo pode estar muito circunscrito” a seu entorno; nesse entorno não cabem as pessoas que pensam diferente.

    Em sua análise, o psicólogo não deixa de lado os preconceitos. “Se você é uma pessoa que sempre pensou que os pobres são indolentes, que os pobres são indisciplinados, que os pobres devem ser arreiados, que os pobres se encantam com qualquer um porque não têm cabeça”, e a matriz de opinião contra a revolução sustenta que Chávez é “um encantador de serpentes”, seguramente você vai acreditar. “Em sua cabeça, em consequência, não cabe o conceito de um povo organizado”.

    15) Quais são as armas que a guerra psicológica utiliza?

    Giuliani cita um modelo em psicologia social “que tem a ver com a influência social” e que determina “o que você deve fazer para influenciar quando você tem uma opção que não é majoritária”. Ele cita vários elementos: “Você tem que ser insistente e persistente; tem que estar o tempo todo dizendo a mesma coisa; tem que ser conssitente com o que diz e tem que ser resistente frente à prova da realidade; quer dizer, se lhe exigirem que dê provas disso, descaradamente mude de assunto e continue falando. Isso se chama resistência psicológica, ou o que em termos coloquiais alguém definiria como ‘um tipo muito descarado’”.

    Qual é o efeito que causa? “Essas três coisas combinadas abrem em você uma brecha de dúvidas” pela qual pode penetrar todo o resto, alerta.

    Este modelo não é mau per se. O psicólogo assinala que pode ser usado para mudar a visão da população sobre transplantes de órgãos, por exemplo, a fim de aumentar a doação e ajudar a salvar vidas.

    [No Brasil: O mercado é confundido com a opinião pública. “Especialistas” espalham rumores como o do racionamento de energia elétrica sem compromisso com a verdade factual. É a guerra das expectativas!]

    16) Em que momento a guerra psicológica se converte em uma guerra física?

    R. A vanguarda do antichavismo pretende que seja assim, adverte Fernando Giuliani, que cita o que ocorreu em 11 de abril de 2002 em Ponte Llaguno, com um massacre montado para tentar justificar o golpe de Estado contra o camandante Hugo Chávez, e soma a isso a marcha convocada pelo antichavismo para 17 de abril deste ano ao Conselho Nacional Eleitoral. Essa mobilização, proibida pelo mandatário nacional, podia ter concluído em um enfrentamento de povo contra povo: “O que se procurava aí é que se produzisse uma confrontação”, porém, felizmente, o chefe de Estado impediu que o protesto se efetuasse.

    “Basta que haja uma confrontação aqui” para promover a ocupação do país por parte de forças externas, argumenta. Ele recorda o ocorrido no Chile em 1973, quando a direção das Forças Armadas decidiu dar um golpe de Estado contra o governo constitucional para pôr fim ao suposto caos criado pela direita. “No Chile geraram uma necessidade de mudança” que querem repetir na Venezuela, afirmou.

    17) Qual é o objetivo final da guerra psicológica?

    Difundir na população a “necessidade de mudança”, e que a maioria das pessoas pense que qualquer coisa é melhor do que “a desordem” em que elas supostamente vivem. Daí à derrota do governo nacional seria um passo, segundo creem seus promotores.

    Espera-se “voltar a uma normalidade que não é real: é a normalidade dos valores da burguesia, é a normalidade dos valores e a naturalidade do sistema capitalista, ou do imperialismo”, acusa Suárez.

    18) A guerra psicológica é infalível?

    Não, responde Giuliani. Há muita gente, especialmente no chavismo, que “pouco a pouco vai recuperando uma capacidade de leitura crítica, e isso não deve ser subestimado”, porque a guerra psicológica “não é infalível”.

    O psicólogo relembra que entre 2001 e 2002 o povo foi submetido a uma grande pressão por parte destes setores, que incluiu a ressurreição da operação Peter Pan (o ‘regime’ se apropriaria de filhas e filhos e as famílias deveriam levá-los para o exterior). Suárez aponta que em algumas zonas de Caracas chegou-se ao ponto – entre os anos 2002 e 2005 – de guardar óleo fervendo para lançar contra “os chavistas”, assim como gelo pronto no congelador para o mesmo fim. “A crise foi muito forte desde o ponto de vista emocional e o povo resistiu com uma leitura crítica e, claro, tendo muito claro para onde deveria ir”.

    Por isso, “se há um povo que deu exemplo ao mundo de resistência frente à guerra psicológica e à mídia é o venezuelano”, reivindica Giuliani, porque quando Chávez nasceu como candidato não teve mídia a seu favor: “Foi submetido à campanha mais louca e feroz que já houve na história de nossas eleições, e ganhou”.

    [No Brasil: A direita dissemina mentiras óbvias, como a relação do PT, um partido social democrata, com o ‘comunismo’, como forma de despertar ódio social]

    19) Qual é o antídoto contra a guerra psicológica?

    A consciência política do povo creceu muito, asseveram os especialistas. “Houve uma história muito recente e muito próxima, com uns critérios de identificação plena com um líder” que permite pôr em dúvida o que os meios de comunicação e a campanha da direita sustentam.

    Entretanto, afirmou Suárez, a vulnerabilidade aumenta quando a população não tem , se é que cabe o termo, as “antenas” preparadas para captar que há algo irregular, como ocorre nas histórias das telenovelas.

    “Na novela, eles não vão manejar notícias diretas, senão que símbolos imaginários. Ou seja, se, em todas as novelas ou em todas as séries que nós vemos, o medo começa a ser manejado, a incerteza começa a ser manejada, o desespero, a injustiça, a gente fica com essa emoção” que você sente quando vai a um supermercado e falta leite, descreve.

    20) Como as pessoas podem proteger-se da guerra psicológica?

    “A ferramenta primordial para as pessoas se protegerem é a organização”, respondem ao uníssono. Isto implica, entre outras ações, “a criação das brigadas antirrumores, que nos permitam constatar a veracidade da informação”, propõem.

    O Estado deve garantir informação veraz de maneira sistemática, destacam, porque, do contrário, as mentiras se impõem. Neste sentido, também consideram importante punir aqueles que tenham gerado caos com as supostas “informações”.

    Para Giuliani e Suárez, é fundamental que haja “uma altíssima coesão dentro de todo o povo chavista organizado, porque esse é o alvo primordial ao qual estão apontando”. Ambos insistem em que cada um pode continuar com seu pensamento e ideologia, se assim o estimar pertinente, mas remarcam que não por ser de oposição deve-se perder o sentido crítico ante a realidade.

    PS do Viomundo: É a guerra de quarta geração, que o Pentágono tem desenvolvido com tanta eficiência. A direita, que controla os meios, tem aplicado isso com destreza. Nos Estados Unidos, Obama era muçulmano e não nasceu nos Estados Unidos — uma falsa polêmica na qual a Fox News mergulhou de cabeça com o objetivo de disseminar os rumores. No Brasil, Lula e Dilma vivem “brigando” na mídia e o filho do ex-presidente é um milionário dono de uma imensa fazenda — identificada posteriormente como a sede da escola de agronomia de Piracicaba. Em 2006, quando eu era repórter da Globo em São Paulo, uma jornalista especializada em economia dizia que o dólar ia disparar para 4 reais. Ela apenas repetia as baboseiras que ouvia no “mercado”. É a guerra das falsas expectativas. O dólar nunca chegou perto dos 4 reais e ela foi promovida a correspondente internacional!

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/guerra-emocional-os-misseis-da-midia-que-criam-inseguranca-na-venezuela-e-no-brasil.html

  5. Na ditadura, gays eram rejeitados pela direita e pela esquerda

    (Nota do comentarista: na minha opinião, hoje é ainda pior, principalmente pelo lado da ‘esquerda’. A politização da homofobia se travestiu com os discursos ‘opção pelos pobres’ ou ‘anti-imperialismo’, busca se autojustificar sob falácias de ‘realpolitik’, houve imensos retrocessos nos últimos anos no Brasil e demorará ainda mais alguns anos para as pessoas, inclusive LGBTs, se conscientizarem desse imenso equívoco.)

    [1º artigo]

    http://blogs.estadao.com.br/roldao-arruda/na-ditadura-eramos-indesejados-pela-direita-e-pela-esquerda-diz-escritor-e-fundador-de-movimento-gay/

    Na ditadura, gays eram rejeitados pela direita e pela esquerda, afirma escritor e ativista gay

    João Silvério Trevisan decidiu deixar o Brasil em 1973, após a censura proibir a exibição do filme Orgia ou o Homem que Deu Cria, que ele havia escrito e dirigido. Ao voltar, três anos depois e ainda em plena ditadura, ajudou a criar o movimento gay no Brasil, esteve entre os fundadores e principais redatores do histórico jornal Lampião da Esquina e escreveu Devassos no Paraíso, um amplo painel sobre a questão da homossexualidade no País.

    Na entrevista abaixo, Trevisan fala das perseguições sofridas pelos gays durante a ditadura e dos embates com os movimentos de esquerda. Segundo sua avaliação, o movimento gay era rejeitado pela esquerda, que não aceitava sua independência. “Eles eram autoritários e travados”, afirma.

    Além de cineasta, Trevisan, hoje com 69 anos, é romancista, contista,  ensaísta e tradutor. A seguir, os principais trechos da entrevista.

    Você decidiu sair do Brasil no início da década de 1970, no meio de um dos piores períodos da ditadura, na vigência do AI-5. Foi uma decisão  relacionada à perseguição aos homossexuais?

    Foi, indiretamente. Teve a ver com a proibição de meu filme, Orgia ou o Homem que Deu Cria, que envolvia a homossexualidade – não como questão de direitos, mas como vivência. Apresentei uma travesti, cenas sadomasoquistas, homens pelados, dentro de um esquema de provocação, que a ditadura entendeu. A censura proibiu o filme em sua quase totalidade, por considerá-lo obsceno. Diante disso, resolvi deixar o País, o que acabou tendo muitos efeitos colaterais positivos para mim.

    Que efeitos?

    Eu saí para o mundo. Eu e várias outras pessoas. Foi uma geração inteira que teve possibilidades de fazer trocas importantes lá fora e voltar para o Brasil em condições de discutir a nossa realidade sob uma ótica menos fechada do que a existente aqui. No meu caso foram importantes os contatos com os movimentos feminista, homossexual e contra o racismo, além da questão ambiental, que já estava em voga em Berkeley, na Califórnia, para onde eu fui em 1973.

    Berkeley foi um dos principais centros de contestação política dos Estados Unidos.

    Fui para lá de propósito. Eu queria assistir à queda do império americano. Havia acabado de descobrir coisas importantes na minha vida, entre elas, Rimbaud. Assim como ele tinha viajado para ver a queda de Paris, sob a Comuna (1871), fui para ver a queda do império americano. Não vi, mas conheci um outro lado do império, fascinante e fundamental. Tive contatos literários importantes e conheci a esquerda americana, a diversidade da New Left, que está na base da contracultura. Foi uma vivência extraordinária, que durou três anos.

    E como foi a volta, com essa nova bagagem?

    Isso me ajudou na fundação do movimento homossexual no Brasil. Começamos com o Grupo Somos, em São Paulo, e o jornal Lampião (circulou entre 1978 e 1981), no Rio. Logo no início o jornal teve problema com a ditadura. Fomos indiciados num inquérito, sob a acusação de ofensa à moral e aos bons costumes, por conta de uma matéria minha defendendo o jornalista Celso Kury, que já enfrentava processo, sob a mesma acusação. Fui fotografado na Polícia Federal com uma plaqueta no pescoço na qual estava gravado o número 024-0. A escolha do número não era por acaso.

    Estava claro para você que era uma ação contra a homossexualidade?

    Eles não sabiam muito bem o que era homossexualidade. Sabiam que era uma coisa ruim, mas não definiam bem. Quando chegamos lá na polícia, engravatados e acompanhados pelo advogado do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, o cara perguntou: ‘Como devo chamar o senhor?’ Eu respondi: ‘Pode chamar de veado mesmo’. Acho que ele estava esperando uma travesti ou alguma outra coisa próxima do conceito dele do que seria homossexualidade. Num dos interrogatórios, começou a fazer perguntas como se eu fosse um guerrilheiro que tivesse ido para Cuba. Até o que o escrivão parou, os dois cochicharam e resolveram cancelar aquele interrogatório e marcar outro.

    Pode falar do cenário que encontrou na sua volta?

    Quando cheguei, estavam em plena florescência no País o Ney Matogrosso e os Secos & Molhados e os Dzi Croquettes – uma corruptela de The Cockettes, que existia em São Francisco. Era a esculhambação da esculhambação. Também encontrei uma quantidade espantosa de travestis nas ruas. Em três anos de ditadura, portanto, aconteceu uma coisa que nunca consegui entender. Como é que eclodiu esse fenômeno?

    Que palpite você arriscaria?

    Provavelmente essas reações radicais eram uma resposta à repressão. Ou seja: estávamos reagindo à repressão política de uma maneira política, mas que eles não entendiam bem.

    Como acabou o inquérito sobre a matéria no Lampião?

    Não levou a nada. O juiz disse que não havia provas contundentes de que havíamos atentado contra a moral e os bons costumes.

    Que outro tipo de ação repressiva o jornal enfrentou?

    A coisa mais próxima disso foram os folhetos espalhados pela cidade, quando começaram os atentados a bomba contra bancas que vendiam jornais alternativos, como Pasquim, Movimento,Opinião. O Lampião foi colocado no meio, apesar de viver escondido nas bancas. Os donos das bancas não expunham o jornal, porque era considerado uma coisa pornográfica.

    Como foi a relação do movimento com a esquerda?

    Por incrível que pareça, também tivemos embates com a esquerda. Se você considerar que a esquerda era a margem do que estava acontecendo, nós ficávamos à margem da margem. Éramos indesejados pela direita e pela esquerda. É interessante notar que toda a nossa postura, enquanto movimento social que reivindicava direitos, era de esquerda.

    A ditadura não era o inimigo comum a todos? 

    Na visão da esquerda tradicional, os movimentos sociais novos eram diversionistas, dividiam o movimento operário. Por essa visão, éramos minorias e deveríamos nos submeter à prioridade política, que era o movimento proletário. A realidade é que eles mal nos suportavam. Isso chegou às vias de fato durante um congresso do MR-8, quando algumas feministas apanharam. A nossa grande experiência da ditadura pode ser resumida assim: os generais eram horríveis e a esquerda, autofágica. Isso, infelizmente, está sendo pouco analisado. Ninguém está botando o dedo na ferida, para ver como era realmente a esquerda no período. É muito importante rever toda essa questão das prisões ilegais e injustas, das torturas, mortes, mas isso não é motivo para esquecer o que foi a esquerda.

    Por que? Isso ajudaria a entender a esquerda hoje?

    Sim. Os cacoetes das esquerdas do período formaram as esquerdas que vieram a tomar a poder, os governos de centro e de esquerda que se sucederam após a redemocratização. Isso teve um efeito muito danoso, porque não soubemos, na redemocratização, sequer reformar nosso Exército e a Polícia Militar. É um escândalo ver que, depois de 50 anos, do golpe militar, ainda existam pessoas dispostas a ir para a ruas manifestar apoio ao Exército que deu o golpe.

    Como você vê a Lei da Anistia, de 1979?

    Foi uma tentativa de se colocar uma pedra em cima de tudo o que ocorreu e deixar intocadas as velhas ideias. Aconteceu que essa pedra criou vermes, que começaram a se multiplicar. É a questão da sombra junguiana. O Jung diz que a sombra no interior da psique é perigosíssima, porque se desdobra, enquanto não chega à luz do consciente.

    O que lembra das denúncias de perseguições promovidas pelo delegado Wilson Richetti, na década de 1970?

    De fato, ele promovia perseguições. Ia ao gueto, às bocas, abria os camburões e mandava os veados entrarem. ‘Quem for veado vai entrando’, gritava. Era na porrada. Quem sofria mais eram as travestis. Em 1982, quando fizemos uma manifestação contra as ações policiais fomos reprimidos. Aquilo era consequência de uma coisa fascista e reacionária que vivíamos no País.

    Os partidos políticos, as organizações de esquerda apoiaram essa manifestação?

    Não. Veja você: na época das grandes manifestações operárias no ABC, os homossexuais foram ao Estádio da Vila Euclides, em São Bernardo, desfilar na comemoração do 1.º de Maio. Foi o momento do racha do Grupo Somos, porque uma parte dele, da qual eu fazia parte, se recusou a desfilar sob a bandeira da Convergência Socialista. Não queríamos ser confundidos com nenhum partido. Defendíamos a existência de um movimento autônomo. Mas, como eu dizia, uma parte foi ao encontro da classe operária, que estaria abrindo o caminho para o socialismo, nos abençoando para um novo mundo, etcétera e etcétera. Quando fizemos a nossa passeata, no entanto, para protestar contra o Richetti, não apareceu um único membro de sindicato, de partido político.

    Nenhum?

    Na verdade, o Suplicy (Eduardo Suplicy, na época deputado estadual, hoje senador pelo PT) apareceu. Ele acompanhou de perto a questão das travestis. Foi muito solidário. Mas era a exceção. Nossos aliados estavam ao nosso lado enquanto interessava a eles, não quando interessava a nós. Foi um aprendizado muito doloroso. Quero deixar claro que não estou desculpando a ditadura. Saí do País porque o clima era insuportável, porque nossos amigos estavam sendo mortos. Mas isso não me impede de analisar a esquerda.

    Você sofreu alguma censura da esquerda?

    Uma vez mandei para o jornal Movimento um artigo que era uma espécie de introdução à questão dos direitos dos homossexuais. O texto foi submetido aos censores da Polícia Federal, em Brasília, e vetado. O pessoal responsável pela edição do jornal me devolveu o artigo datilografado, explicando que tinha sido censurado. Ao verificar o original, porém, constatei que, antes de ir a Brasília, havia sido inteirinho riscado pelo editor do Movimento. Ele deixou só o que lhe convinha. Sobrou pouca coisa para o censor, que, mesmo assim, vetou. Posso dizer que fui submetido a uma dupla censura. As esquerdas eram autoritárias e travadas.

    Acompanhe o blog pelo Twitter – @Roarruda

    [2º artigo]

    http://dimitri-sales.ig.com.br/index.php/2014/03/26/ditadura-militar-e-direitos-lgbt-legado-do-passado-e-desafio-do-presente/

    Ditadura Militar e Direitos LGBT – Legado do Passado e Desafio do Presente

    A Ditadura Militar, instaurada em 31 de março de 1964 após um Golpe de Estado que contou com apoio de boa parte da sociedade civil organizada, representou um grande retrocesso na história política do país. Além de destituir um presidente eleito pelo voto popular, ferindo de morte a frágil democracia, instituiu uma fase de terror, marcada pela institucionalização da tortura, desaparecimento de pessoas, prisões arbitrárias, cassação de mandatos políticos e mesmo de Ministros do Supremo Tribunal Federal. Foi um período de grande apreensão, cuja ordem era a impunidade!

    Amparados politicamente pela força da repressão, os agentes do Golpe também utilizavam de discursos morais para sustentar práticas de “terrorismo de Estado”, punindo além de opositores ao regime de exceção também pessoas que ousaram trangredir regras de comportamento, negando-lhes o direito à diferença. 

    O discurso moral, que era utilizado para combater o grande inimigo, o comunismo, também serviu para “purificar” a sociedade de prostitutas, lésbicas, gays, usuários de drogas, pessoas negras, desempregados e todos aqueles considerados desviantes de uma sociedade padronizada a partir do viés do “macho adulto branco sempre no comando”.   

    São ainda vivas as memórias das práticas do Delegado José Wilson Richetti, famoso perseguidor de travestis e prostitutas de São Paulo. Em suas operações, apoiado pela impunidade e arbítrio, espaços frequentados por travestis, lésbicas e gays eram atacados de forma violenta. Pessoas eram presas sem qualquer indício de cometimento de crime. Levadas à delegacia, eram humilhadas, torturadas, seviciadas, extorquidas. Há relatos de abortos forçados, ossos quebrados por murros, roubos de objetos de valor ou dinheiro praticados por agentes do Delegado, que já chegavam a bares frequentados por gays gritando “quem for viado pode ir entrando no camburão!”, passando a agredi-los ferozmente.  

    As ações dos agentes da ditadura não eram isoladas em São Paulo ou em outros centros urbanos. Inseriam-se no âmbito de uma política de Estado macro, destinada a afirmar os discursos moralizantes como pressuposto à manutenção da ordem pública. É exemplo desta realidade a campanha organizada para expulsar homossexuais (além de comunistas e alcoólatras) das carreiras diplomáticas do Itamaraty.  

    LampiaoA homofobia se constituiu como um importante instrumento ideológico para justificar a perpetuação de violações de direitos humanos em nome da ordem social. O lamentável é que as organizações de esquerda que atuavam no enfrentamento à ditadura não tivessem posicionamentos mais progressistas no que se refere aos direitos da diversidade sexual. Por vezes, contribuíam para aumentar o sonoro coro da moral sexual homofóbica de então.  

    Mas as ações moralizantes (higienistas em essência) enfrentavam resistências, especialmente no final dos anos 70. Militantes LGBT emprestaram suas forças e ímpeto de luta para afirmarem-se como cidadãos, dando início ao movimento social que ainda hoje ousa lutar contra preconceitos e enfrentar a homofobia. Mais ainda, se somaram à luta maior daquele momento: derrotar a ditadura militar e instaurar um Estado de pleno direito para todos.

    O enfrentamento contra a ditadura impulsionou a luta pela democracia, único espaço possível para exercer direitos humanos. Assim, a realização dos direitos da diversidade sexual depende do amadurecimento do Estado Democrático. Tal fato impõe um dever: somar militantes de direitos humanos e direitos LGBT na luta pela afirmação da democracia.

    Uma das piores heranças da ditadura militar foi conseguir enraizar em nossa cultura política a ideia de que direitos humanos estão exclusivamente ligados à defesa de quem comete crimes, mesmo que se mantenham impunes os agentes do Estado que ainda hoje violam direitos fundamentais. Outro legado marcante foi a preservação de práticas e discursos moralistas tendentes a excluir pessoas “diferenciadas” dos espaços de poder e decisão, expulsando-lhes do convívio social.

    Desmerecida a importância dos direitos humanos e considerando que determinadas igrejas e outras instituições sociais são, na atualidade, protagonistas de atos de violência baseados em concepções meramente morais, a luta pelos direitos da diversidade sexual se torna cada vez mais difícil e por vezes enfraquecida.

    Ao relembrarmos os 50 anos da estúpida ditadura militar, é imprescindível promover debates sobre o legado do regime autoritário, desafios para superação das suas heranças e afirmação dos direitos humanos, em especial dos direitos da população LGBT. São lutas interligadas que pressupõem o respeito às diferentes formas de expressão da diversidade humana.

    É a partir da perspectiva de discutir as imbricações entre ditadura militar e diversidade sexual que será realizada a audiência pública “Ditadura e Homossexualidade no Brasil”, evento organizado pela Comissão Nacional da Verdade em parceria com a Comissão da Verdade de São Paulo “Rubens Paiva”. Será debatido, dentre outras questões, como o regime militar dificultou os modos de vida de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e o surgimento do movimento LGBT nos anos de repressão.  

    Lampiao AudienciaA audiência pública acontecerá no próximo sábado, dia 29 de março, a partir das 14, no Memorial da Resistência de São Paulo (Largo General Osório, 66 – estação Luz).  

    Este é um momento de grande importância para a história do país, uma vez que se abre a possibilidade de discutir como os discursos moralizantes da ditadura foram edificados e marcaram a vida da população LGBT desde então, bem como suas consequências para a defesa dos direitos sexuais até os dias de hoje. Também, possibilitará demonstrar a relação entre democracia e direitos humanos, possibilitando aprofundar a reflexão sobre o papel de cada lésbica, gay, bissexual, travesti e transexual para a defesa do Estado Democrático como pressuposto à salvaguarda de seus próprios direitos, em especial o direito humano à felicidade!

     

  6. Underground também salva, o lado “B” da cultura que vale a pena

    http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/brasil-no-mundo/2014/03/29/underground-tambem-salva-o-lado-b-da-cultura-que-vale-a-pena/

    Durante anos, a cultura “underground” foi relegada aos loucos, depravados, “os fora do sistema”, pornográficos, e qualquer um que estava fora do ambiente, “tido” normal.

    Hoje, o “underground” é uma salvação da cultura. O Brasil, há anos, vem perdendo com a cultura. Praticamente, desde os tempos nefastos da ditadura, o Brasil não vê produção cultural de verdade.

    Hoje estamos imersos em “beijos no ombro”, em “lepos” sei lá o que?, e outras coisas quase impublicáveis que se denominam “funk”. Que pena de James Brown, o rei do Funk. Por sinal, este ano, as telas dos cinemas receberão um filme de sua vida. Espero que os brasileiros entendam o que é “funk”. Nada contra o dito “funk” carioca, que em São Paulo virou enredo de filme pornô bizarro. Eu questiono o quanto, um povo como o brasileiro (tão rico culturalmente), pode produzir tudo isto? E por favor, não me venham com “mimimi” de preconceito. Mas, como diria um grande amigo meu, “deixa estar, eles não têm culpa”. Por sinal, o tradicional “funk” carioca tem um valor fundamental para este ambiente “underground”. Salve Tim Maia!

    Se pensarmos bem, a grande riqueza cultural do Brasil se desenvolveu no “underground”, na contra-cultura, e nos movimentos culturais que quebravam as regras de estética da própria sociedade tradicional.

     

    Veja o “tropicalismo” com Gil, Caetano, Mutantes e companhia, ou o samba “italiano” de Adoniran Barbosa, ou o “apertar” de Bezerra da Silva, estilos tão distintos, que no fim marcam a pureza e a essência cultural, e de valor, no Brasil.

    Ainda hoje, temos “templos” que mantêm vivo o espírito da cultura underground no Brasil. Uma pena que concentrado no eixo Rio – São Paulo, mas que ainda dão o ar da graça da qualidade musical e literária. Um aparte, quando digo concentrado, não significa que nos outros Estados não tenham estes “templos”. O próprio nordeste brasileiro é riquíssimo nesta cultura, como diria o meu amigo Carlos Heitor Mendonça de Aracajú em Sergipe, um dos poucos e valiosos músicos que o nordeste lança para o mundo.

    Em tempos de Copa do Mundo, muitos turistas, brasileiros e estrangeiros, podem aproveitar uma “verdadeira viajem musical e cultural”. Podemos listar e destacar:

    –       Em São Paulo: Shakesville no Astronete https://www.facebook.com/AstroneteAugusta?fref=ts

    –       Em Santos: Vitrolada no Tortohttps://www.facebook.com/pages/VITROLADA/248646218522229?fref=ts

    –       No Rio de Janeiro: Saloon 79 https://www.facebook.com/saloon79?fref=ts

    Estes “templos”, que cultuam o “underground”, o fora do “sistema”, na verdade trazem a mais pura riqueza cultural e musical em tempos de “jabás” e imposições midiáticas.

    Imagina um lugar no Brasil, que você possa dançar “latinidades” entre mambos, salsas, merengues, samba rock com pitadas de swing dos anos 40 e rock and roll? No histórico Torto, no Canal 4 em Santos, tudo isto é possível pela grande criatividade do DJ e alfarrabista, Wagner Parra. Parra, como é conhecido, criou a Vitrolada, festa semanal que acontece todas as terças, e conta com um inusitado repertório musical, principalmente latino e cubano, e coloca todo mundo para “saculejar”. E o melhor, a noite é recheada de DJ’s “acidentais”, pessoas que nunca pensaram em “pilotar” um toca-disco. O grande segredo da Vitrolada está em trazer músicas que realmente fazem dançar, mas que não tocam nas rádios, assim, cada terça é uma surpresa. Sem contar o ambiente cultural que Wagner Parra faz questão de organizar.

     

    Em São Paulo, no conhecido “Baixo Augusta”, entre prostitutas, perversos, loucos e religiosos, existe um lugar que pode ser uma verdadeira “luz” cultural para o momento atual.

    Entre diversas “baladas”, existe o Astronete do Cláudio Medusa, conhecido DJ que em seu repertório, a Soul Music, o Rockabilly e o Punk Rock são influências fundamentais. Todas as sextas acontece a tradicional “Shakesville”, onde além de bandas com excelente produção musical, mas que estão fora dos “jabás” tradicionais, Medusa e convidados trazem as melhores músicas dos anos 50, 60 e 70 para os toca-discos. Interessante que toda decoração do Astronete, para um neófito pode parecer “freak” demais, mas na verdade você percebe que a liberdade cultural extrapola os modelos constituídos pela sociedade, que se diz libertária, mas ainda vive em pudores tradicionais, e bestamente culturais. No Astronete, acontecem diversas festas, mas a Shakesville é fantástica, além de um repertório de clássicos, você percebe que as pessoas dançam “com vontade”. E para apimentar os toca-discos, Medusa tem na equipe, Sergio Barbo, conhecido DJ da cena “underground” paulistana, que tem um dos melhores repertórios de toda São Paulo. E para completar, na porta do Astronete, tem o histórico rocker da cena rockabilly de São Paulo, Alexandre Yé, por sinal, fanático por Chuck Berry.

     

    No Rio de Janeiro, meu destaque “underground” fica lá no Botafogo, e literalmente a casa bota fogo. É o Saloon 79 que tem como proprietário e DJ, o Tony Rocker. A casa é bem conhecida por trazer bandas “novas” e antigas da cena rock and roll do Rio de Janeiro. O ambiente diferenciado, faz rememorar estilos, que só o “underground” conhece. Por sinal, os turistas na Copa, tem um destino certo para uma noite de “loucuras dançantes”, ao bom e velho som do rock and roll e rockabilly. Mas lá, vai de Blues, Country e tributos…. “underground” na veia.

     

    Cultura é diversão. Estas casas são alguns exemplos, mas o grande diferencial está na lógica que música e cultura precisam ser tratadas com respeito, e que o Brasil ajuda a fazer uma diversidade cultural que não existe em lugar algum, assim, por quê não desenvolver cultura com intensidade?

    E para finalizar, recomendo aos leitores, ouçam uma rádio, lógico, “underground” da melhor qualidade: http://www.radiocadillacs.com.br

  7. Banco Mundial: classe média já supera a pobre na A. Latina

    http://economia.terra.com.br/banco-mundial-classe-media-ja-supera-a-pobre-na-a-latina,2be8438b71115410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html

    A América Latina conseguiu reduzir significativamente a pobreza na última década, até o ponto da classe média já superar a pobre, mas apesar disso continua sendo uma das regiões mais desiguais do mundo, disse nesse sábado o vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina, Hassan Tuluy.

     

    “Segundo a última análise do banco, hoje pela primeira vez a classe média supera a pobre”, afirmou Tuluy na Costa do Sauípe (Bahia), onde participa da 55ª Assembleia Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

     

    De acordo com o representante do Banco Mundial, que será substituído em breve pois chegou na idade de se aposentar, a classe média representa atualmente 32% da população latino-americana e a pobre 30%.

     

    A relação ainda poderia melhorar mais, já que entre ambas há uma grande porcentagem que o Banco Mundial classifica como “vulnerável”, que pode subir para a classe média ou cair para a pobre.

     

    Para o organismo financeiro internacional, pobres são os que ganham entre zero e US$ 4 por dia, a classe média a que ganha entre US$ 10 e US$ 50 e os vulneráveis entre US$ 4 eUS$ 10.

     

    “O mais importante é que, além da queda da pobreza, também se reduziu o nível de desigualdade, apesar de ainda ser muito grande”, acrescentou Tuluy, que é de origem turca mas afirma ter aprendido a amar a América Latina nos dois anos em que vem exercendo o cargo de vice-presidente do Banco Mundial para a região.

     

    “O país menos desigual da América Latina, que é Uruguai, está no mesmo nível do país mais desigual da Europa, que é a Turquia”, afirmou.

     

    O funcionário disse que diferentes estudos demonstraram que quando uma região melhora a equidade e ao mesmo tempo cresce, a redução da desigualdade tem um efeito positivo também no crescimento, principalmente na duração do ciclo de expansão.

     

    Tuluy acrescentou que dois terços do sucesso da América Latina na redução da pobreza se deveram ao crescimento econômico e à melhoria no mercado de trabalho, e a outra terceira parte aos programas sociais de distribuição de renda.

     

    O especialista reconhece que a América Latina sofrerá uma desaceleração econômica neste ano pela conjuntura global, após a decisão do Federal Reserve (banco central americano) de retirar seus estímulos para a economia e a possível desaceleração do crescimento na China.

     

    “O banco prevê uma desaceleração geral para as economias emergentes, que podem conseguir uma expansão média de 3%, enquanto que para os países da América Latina a taxa de crescimento ficará entre 2,4% e 3,9%”, disse.

     

    “Em parte será consequência dos efeitos globais, já que o vento a favor agora está contra, mas também porque os países da região ainda têm que iniciar várias reformas para melhora sua competitividade”, argumentou.

     

    O vice-presidente do BID, no entanto, considera que a América Latina está em melhor situação hoje do que há 15 ou 20 anos para enfrentar choques externos e períodos de volatilidade. “Está mais preparada para enfrentar a situação de crescimento mais lento em nível mundial que se aproxima”, disse.

     

    Uma das razões para essa situação mais propícia, explicou, é que a maioria dos países da região melhorou seus indicadores macroeconômicos, com uma forte redução da dívida em moeda estrangeira, uma maior estabilidade no mercado financeiro e uma forte elevação dos níveis de suas reservas.

     

    A segunda razão, segundo o vice-presidente, é que, ao contrário de outros ciclos em que as matérias-primas estavam em alta e a renda procedente dessas exportações se usava no consumo, agora ela também foi utilizada para aumentar os investimentos, tanto físicos como em capital humano.

     

    De acordo com os números citados por Tuluy, o nível médio de investimento da região subiu de 16% até 22%, e no caso do Peru até 25%. Tuluy também citou o investimento da América Latina na educação de sua população como ferramenta para ajudar a reduzir o impacto de crise externas.

     

    Na sua opinião, uma possível desaceleração na China pode afetar países que não se diversificaram, “mas os países latino-americanos diversificaram suas matérias-primas de exportação para não depender de um único produto nem da demanda de um único mercado”. Haverá um grande impacto, prevê, mas a “região está em condições de absorvê-lo”.

  8. ¿Con qué aliados cuenta Rusia?

    http://www.bbc.co.uk/mundo/noticias/2014/03/140325_ucrania_rusia_crimea_aliados_nc.shtml?ocid=socialflow_facebook

    “El presidente ruso Vladimir Putin hizo historia hoy al programar la primera cumbre del flamante grupo de naciones llamado G1”, bromeaba este lunes el columnista satírico de la revista The New Yorker Andy Borowitz.

    Según el imaginado escenario de Borowitz, tras el anuncio -real- del resto de las naciones del G8 (EE.UU., Alemania, Canadá, Francia, Japón, Italia y Reino Unido) que no participarán de la próxima reunión del grupo en Sochi y que decidieron excluir a Rusia, Putin decidió formar su propio club internacional, con un solo miembro: Rusia.

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    Exclusión de Rusia del G8: ¿el origen de un nuevo orden mundial?OTAN dice que Rusia se comporta más como enemigo que como socioCrisis en Ucrania

    Más allá de la broma, las tensiones crecientes entre Moscú y la comunidad internacional acerca de la anexión de Crimea por parte de Rusia, dejan abierta la pregunta de con quién puede contar el Kremlin.

    ¿Qué países realmente apoyan la campaña rusa en Crimea?

    Siria y Venezuela

    Dos. Ese es el número de países que han exhibido una postura absolutamente favorable a Rusia.

    Por un lado, Siria. El 6 de marzo, la agencia estatal de noticias siria SANA informó que el presidente Bashar al Asad le envió un mensaje a Vladimir Putin expresando su solidaridad.

    Bashar al Assad

    El presidente sirio ofreció su respaldo a Rusia.

    Reiteró el “respaldo de Siria al enfoque racional de Putin, que favorece la paz y busca establecer un sistema global que apoye la estabilidad y combata el extremismo y el terrorismo”, según la agencia.

    Rusia tiene en Tartus, Siria, su único puerto militar en el mar Mediterráneo, un enclave estratégico.

    Moscú es además uno de los principales proveedores de armamento del gobierno de Siria y, junto a China, votó en contra de una resolución contra Damasco en la ONU en 2012.

    Por otro lado está Venezuela, cuyo presidente, Nicolás Maduro, dijo días atrás: “Quieren rodear a Rusia para debilitarla, para allanarla, para destruirla”.

    A fines de febrero el ministro de Defensa de Rusia, Sergei Shoigu, dijo que su país estaba pensando expandir su presencia militar en varios países, incluyendo Venezuela, Cuba y Nicaragua, según informó la agencia de noticias rusa RIA Novosti.

    clicLea también: Rusia negocia mayor presencia militar en Venezuela, Cuba y Nicaragua

    En 2008, durante una visita a Moscú, el entonces presidente de Venezuela, Hugo Chávez, manifestó su apoyo a la presencia militar en territorio venezolano.

    “Rusia tiene suficiente potencial como para garantizar su presencia en diferentes partes del mundo. Si las Fuerzas Armadas rusas quieren estar en Venezuela, serán recibidas calurosamente”, señaló entonces el presidente Chávez.

    Nicolás Maduro (foto de archivo)

    “Quieren rodear a Rusia para debilitarla”, dijo Maduro.

    Venezuela también ha comprado armamento a Rusia, que es el segundo exportador de armas del mundo por detrás de EE.UU.

    China

    “China ofreció un modelo ejemplar de cómo jugar a dos puntas”, le dijo a BBC Mundo Nicholas Redman, experto en riesgo geopolítico y de seguridad económica del Instituto Internacional de Estudios Estratégicos (IISS, por sus siglas en inglés).

    Aunque habitualmente el país apoya a Rusia en asuntos de política exterior, esta vez no ofreció un compromiso total.

    “La relación China-Rusia está en el mejor momento de la historia”, había dicho en Canciller chino Wang Yi durante la sesión parlamentaria anual que tuvo lugar semanas atrás.

    En julio pasado, ambos países condujeron los más grandes ejercicios militares conjuntos en la historia de China.

    China es también el país que más petróleo compra de Rusia, aún más que Alemania.

    El problema, dice Celia Hatton, de la BBC en Pekín, es que la separación de Crimea de Ucrania “desafía la habitual reticencia China de involucrarse en lo que percibe como asuntos domésticos de otros países”.

    Además, agrega Hatton, “si China respeta las demandas de autonomía de Crimea, ¿por qué no hace lo mismo en Tibet, Xianjiang o Taiwán?” (todos territorios que buscan, de un modo u otro, independizarse).

    NIño en una manifestación proTibet en La Haya, Holanda

    Si China respeta las demandas de autonomía de Crimea, ¿qué debe hacer con Tibet?

     

    La solución de Pekín fue entonces tomar una posición más bien tibia.

    El 17 de marzo, el portavoz de la Cancillería Hong Lei dijo: “El asunto de Crimea debe resolverse políticamente dentro de un marco legal y ordenado”.

    “La comunidad internacional debe jugar un papel constructivo en mejorar la presente situación”, agregó.

    Dos días antes, China había optado por abstenerse -y no usar su veto- en una votación en el Consejo de Seguridad de Naciones Unidas para condenar el referendo de independencia de Crimea.

    Según Redman, del IISS, estos últimos mensajes por parte de China pueden ser tomados como favorables por cualquiera de las partes: Rusia o Ucrania.

    En este caso, China no se ha jugado el todo por el todo por su aliado.

    Sin definiciones claras

    Rusia juega un rol clave en las negociaciones nucleares con Irán, como uno de los actores más cercanos a ese país.

    Sin embargo, el 1 de marzo, el canciller de Irán, Mohammad Javad Zarif, dijo que a su país le preocupaba la intervención extranjera en los asuntos de Ucrania. Una afirmación que puede a la vez tomarse como una crítica a Rusia o a Occidente y, en todo caso, no revela un claro apoyo a Moscú.

    Mohammad Javad Zarif (foto de archivo)

    El canciller iraní dijo que a su país le preocupaba la intervención extranjera en Ucrania.

    Es decir, Irán no ha adoptado aún una posición clara de uno u otro lado.

    India, tradicionalmente cercano a Rusia y uno de sus principales compradores de armas (le compra un 75% de su armamento a Rusia, de acuerdo con el Instituto Internacional de Investigación por la Paz de Estocolmo), evitó apoyar las sanciones impuestas por Occidente a Moscú.

    Pero en un comunicado del 6 de marzo, la Cancillería india dijo que el país “espera que una solución para las diferencias internas de Ucrania se halle de forma que satisfaga las aspiraciones de todos los sectores de la población de Ucrania”.

    Y agregó que veía como importante que se lleven a cabo elecciones justas y libres. El mensaje es algo ambiguo, porque hay un llamado a elecciones para el 25 de mayo próximo, pero Rusia insiste en que el legítimo presidente de Ucrania es el depuesto Víktor Yanukóvich (quien a su vez había ofrecido llamar a elecciones anticipadas antes de ser removido de su cargo).

    Unión Euroasiática

    Las exrepúblicas soviéticas de Bielorrusia y Kazajistán forman parte de la Unión Euroasiática, la unión aduanera impulsada por Vladimir Putin.

    Eso da cuenta de cuán cercanas son a Rusia.

    No obstante, ninguna salió a defender ciegamente el avance ruso sobre Crimea.

    El presidente de Bielorrusia, Alexander Lukashenko, advirtió el 23 de marzo que la anexión de la península sentaba un mal precedente y llamó a una Ucrania “unida, indivisa y no alineada”.

    Alexander Lukashenko

    Bielorrusia ve con preocupación la acción militar rusa en Crimea.

    Como Ucrania, Bielorrusia entregó su arsenal nuclear a principios de los 90, a cambio de que Reino Unido, EE.UU. y Rusia garantizaran su soberanía e integridad territorial.

    A pesar del fantasma causado por la anexión a Crimea y su expresión de preocupación, Lukashenko reafirmó su lealtad a Rusia.

    Kazajistán, el noveno país más grande del mundo, es uno de los principales aliados de Moscú y ambos países realizan ejercicios militares conjuntos en forma habitual.

    Pero la acción militar rusa en Crimea creó malestar en Kazajistán, donde existe el miedo de que se repita en su territorio algo semejante.

    Como Ucrania, Kazajistán tiene una gran población de origen ruso.

    Su presidente, Nursultan Nazarbayev, le dijo por teléfono a Vladimir Putin que “entiende la posición de Rusia al defender los derechos de las minorías nacionales en Ucrania y sus intereses en seguridad”.

    Pero también llamó a una resolución pacífica del conflicto “basada en la preservación de la soberanía de Ucrania y conforme al derecho internacional”.

    Este tipo de enunciados que exploran un lugar neutral, dice el periodista kazajo Sergey Duvanov, da cuenta de la ambivalencia del país respecto a la intervención militar rusa.

    Nursultan Nazarbayev (izq.) y Barack Obama

    Nursultan Nazarbayev (izq.) se reunió este martes con Barack Obama.

     

    Además, este martes Nazarbayev se reunió con Barack Obama, para discutir su interés en incorporarse a la Organización Mundial del Comercio.

    En general, las exrepúblicas soviéticas de Asia Central, temerosas de sufrir su propio “momento ucraniano” tendieron más a sembrar sutiles dudas respecto a la decisión Moscú que a celebrarla.

    clicLea también: Rusia: ¿será Transnistria la próxima Crimea?

    La peculiar postura de Israel

    A pesar de su profunda enemistad con Siria, aliado feroz de Rusia, Israel sigue siendo uno de los pocos países occidentales que se niegan a criticar públicamente al Kremlin por sus acciones en Crimea.

    “Tenemos buenas relaciones con los estadounidenses y los rusos y nuestra experiencia ha sido muy positiva con ambas partes”, dijo hace un par de semanas Avidgdor Lieberman, ministro de Relaciones Exteriores de Israel en una entrevista televisiva en el Canal 9 de ese país.

    Avigdor Lieberman

    Lieberman, como muchos otros ministros, creció en la ex Unión Soviética.

    “Así que no entiendo la idea de que Israel deba involucrarse en esto”, concluyó.

    Lieberman creció en Moldavia cuando ésta era parte de la Unión Soviética. Varios miembros del gobierno provienen de esta y otras exrepúblicas soviéticas o de Rusia misma.

    Israel tiene más de un millón de habitantes originarios de la vieja Unión Soviética; más del 10% del total de habitantes del país.

    Y Vladimir Putin fue el primer líder ruso en visitar Israel.

    En todo caso, aclara Nicholas Redman, del IISS, “los israelíes no suelen meterse” en asuntos internacionales fuera de su órbita regional.

    Osetia y Abjasia

    Es posible hallar una posible fuente de respaldo internacional en los países que reconocieron la independencia de Osetia del Sur y Abjasia tras la intervención militar de Rusia en Georgia en 2008.

    No son muchos, además de Rusia. Uno es Venezuela y el otro es Nicaragua.

    A estos se suman los pequeños estados del Pacífico Nauru, Vanuatu y Tuvalu.

    Sin embargo, de estas naciones, la única que ofreció un respaldo explícito fue Venezuela.

    Y ninguna de ellas tiene verdadero peso en el concierto internacional de naciones.

    clicLea también: Los primeros impactos de las sanciones económicas a Rusia

  9. Com Marina fora, PV agora defende maconha e aborto

    http://atarde.uol.com.br/politica/noticias/1578479-com-marina-fora-pv-agora-defende-maconha-e-aborto

    Quatro anos depois de ter como candidata ao Planalto, a ex-ministra Marina Silva, o PV se prepara para levar à campanha presidencial temas polêmicos como liberar o aborto além das situações permitidas pela atual legislação e descriminalização do consumo de maconha. Os dois assuntos foram descartados em 2010 em função da religião da então candidata – Marina é evangélica.

    Esses temas fazem parte dos dez pontos programáticos lançados ontem para discussão interna pelo pré-candidato do PV, o ex-deputado Eduardo Jorge. Na campanha passada, o partido não só passou longe desses temas como Marina se colocou publicamente contrária tanto à descriminalização do aborto como à da maconha. Naquele ano, a ex-ministra obteve quase 20 milhões de votos e ficou em terceiro lugar na disputa contra a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra.

    “Não vamos fazer campanha olhando para 2010”, disse Eduardo Jorge. “Questões de orientação sexual, reforma política, reforma tributária e relações com a agricultura não foram bem defendidas em 2010.”

    Ao contrário de quatro anos atrás, o PV não utilizará no programa de governo a “cláusula de consciência”, dispositivo incluído no documento de 2010 como solução para abrigar a candidatura de Marina, que se desfiliou em 2011. Isso porque, segundo integrantes do partido, a defesa do aborto e da maconha sempre foi uma bandeira da legenda, mas isso acabou sendo “temporariamente” revisto para a ex-ministra evangélica se candidatar pela sigla.

    “Essas questões são responsáveis pelo sofrimento de milhares e milhares de famílias. Vamos dar a elas uma opção, a forma de melhor apoiar os brasileiros que se defrontam com esses problemas”, explicou Eduardo Jorge. O ex-deputado reconhece que, entre os eleitores que votaram na candidata do PV em 2010, havia conservadores que foram atraídos pelas convicções pessoais e religiosas de Marina. Afastar o PV desse eleitorado, garantiu o pré-candidato, não é problema, mas solução.

    “Ali estavam os descontentes com o PT, o PSDB, a administração Lula/Dilma, ecologistas, religiosos, evangélicos e mesmo conservadores atraídos pela candidata”, disse Eduardo Jorge. “Não nos interessa se vamos perder ou ganhar votos ao abordar questões tão importantes (como aborto e maconha). Não vamos fugir delas.”

    Alternativa

    Com o debate sobre aborto e uso de maconha, o PV acredita que será a “novidade da eleição”, como definiu Eduardo Jorge. O ex-deputado acredita que, assim, o PV poderá ser o contraponto às propostas das principais candidaturas presidenciais – além de Dilma, as do senador tucano Aécio Neves (MG) e a do governador pernambucano, Eduardo Campos (PSB).

    “O PV é uma corrente política que encarna novidades como a cultura de paz e o desenvolvimento sustentável”, explicou o pré-candidato. “Faz críticas tanto ao capitalismo quanto ao socialismo. Ambos, desprezando os limites ambientais, colocaram a humanidade no século 21 diante de uma crise econômica, social e ambiental sem precedentes.”

    Está será a quarta vez que o PV terá candidato próprio a presidente. O melhor resultado foi obtido em 2010, com Marina. A estreia, em 1989, foi com o jornalista e hoje ex-deputado Fernando Gabeira, que obteve 0,17% dos votos na eleição vencida por Fernando Collor. Em 1998, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu a reeleição no primeiro turno, o PV lançou o deputado Alfredo Sirkis – aliado de Marina que foi com ela para o PSB – e ficou 0,31% dos votos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

     

  10. Carta Maior: Quais são, na

    Carta Maior: Quais são, na sua avaliação, os principais problemas e ameaças que a democracia brasileira enfrenta hoje?

    Tarso Genro: A opacidade do Estado e a captura do Estado pelo capital financeiro. Essa opacidade só pode ser vencida por um controle público da cidadania sobre o Estado, um controle público que não vai extinguir a opacidade, mas vai aumentar a interferência da cidadania nas decisões. A grande questão da democracia brasileira, ao meu ver, é conseguir uma combinação entre a participação direta da cidadania, por meios presenciais e virtuais, e fazer permanentes correções e adaptações na democracia representativa, dentro da perspectiva de estabelecer uma nova relação entre Estado e sociedade.

    Artigo completo:
    http://www.cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FPolitica%2FTarso-Genro-Brasil-sofre-efeitos-de-transicao-imperfeita-para-a-democracia%2F4%2F30606&fb_action_ids=731208866918730&fb_action_types=og.recommends

  11. Golpistas do Brasil e da

    Golpistas do Brasil e da Venezuela pagam a manifestantes exatos 150 nas moedas locais. Simples coincidência?

     

    À esquerda, os jovens brasileiros de R$ 150. À direita, o venezuelano de 150 Bs

    No Brasil, advogado dos jovens que acenderam o rojão e assassinaram um repórter cinematográfico da Rede Bandeirantes afirmou que eles recebiam R$ 150 por manifestação.

    Manifestações que também estão acontecendo na Venezuela, com mais intensidade ainda que as do Brasil, também contam com jovens pagos pela direita golpista. Curiosamente, com o mesmo valor, só que na moeda local, 150 Bs.

    De acuerdo a la Oficina de Comunicación e Información de la gobernación del estado Mérida, (OCI) uno de los jóvenes detenidos aseguró que el activista político de la derecha estudiantil, Vilcar Fernández, les dio 150 Bs. para que generaran violencia en la entidad andina. 

    “Joven detenido asegura que Vilcar Fernández les dio 150 Bs. para que generaran violencia en la ciudad de Mérida”, escribió el organismo a través de su usuario Twitter @PrensaMeridaOCI, junto a una foto del estudiante confesor. [Fonte]

  12. TEATRO DE RUA PARA 31 DE MARÇO DE 64
    TEATRO DE RUA PARA 31 DE MARÇO DE 64
    Cinquenta anos depois, balanço fatalista do golpe militar ajuda a adormecer e confortar consciencias diante de um ataque a democracia

    Por Paulo Moreira Leite

     

     

     Cinquenta anos depois, fico espantado ao reparar que o golpe  de 64 chega a ser visto como simples  fatalidade.

     

     José Serra era presidente da UNE e discursou no comício de 13 de março.  Conforme registra Jorge Ferreira em sua biografia de João Goulart, numa intervenção “inflamada”, Serra exigiu a extinção da “política de conciliação” que as organizações revolucionárias enxergavam em Goulart, acusado de “populista” e “reformista” pela maioria delas.  

    Em seguida, conta o historiador,  “Serra atacou, em tom agressivo e contundente, aqueles que defendiam o fechamento do Comando Geral de Trabalhadores e exaltou, como uma realidade animadora do quadro político brasileiro, a mobilização dos sargentos e militares de baixa patente, “que emerge para as lutas populares.”

     Hoje, Serra acha que em 31 de março o golpe “tornou-se inevitável.”

     Arnaldo Jabor, que era da agitação cultural da UNE, diz que o golpe foi uma “porrada necessária.”

    <!–[if !supportLists]–><!–[endif]–> Não vamos julgar ninguém. Cada um que defenda seu ponto de vista, como achar melhor. Todos temos direito de repensar nossas vidas, avaliar, examinar mais uma vez.

    Só não farei aqui a lista de meus erros e enganos porque dizem que deve-se evitar textos longos na internet. Pelo tamanho, prefiro este aqui. . 

    Esta noite sonhei com teatros políticos que se fazia sob a ditadura militar, quando havia censura, cadeia, tortura – mas tinha uma turma que insistia em ficar dizendo o que era proibido e mostrar o que deveria ser escondido. Tudo mambembe, tão inevitavelmente esculachado porque parecia até que era de propósito.  Claro que são cenas de ficção. 

    Você chegava na assembleia na faculdade, eles estavam lá. Chegava no sindicato, também. Às vezes iam para a rua, imagine.

    Era divertido – apesar de meio pobre e, no fundo, um pouco triste. O Brecht possível, vamos combinar. Brecht, portanto.

     Fico imaginando uma peça onde  o “inevitável” tenta   convencer um personagem de chapéu, voz grossa e sotaque carregado –  Miguel Arraes — que estava todo mundo errado, que ninguém no Brasil acreditava na democracia,  o golpe ia vir de qualquer jeito. Os dois se encontram no gabinete do governador. 

    O inevitável fala tanto que Arraes desconfia, coçando o bigode: o golpe está em andamento mas a tese de doutorado já tinha fica pronta, murmura. 

    Os argumentos do inevitável parecem bonitos, até lindos, de gente que tem vários exemplos na ponta da língua  mas o homem de chapéu não tira o chapéu para eles. Pergunta como assim, quem mandou aquelas tropas para meu palácio, que no fundo é do povo que me elegeu?

     Ele diz para o “inevitável” que não concorda. Fala que não iria fazer aquilo porque, no fim, não é coisa que se faça. Também pergunta:

    — Como sabemos que uma coisa é inevitável antes de tentar evitar?

    Em seguida, Arraes faz menção de iniciar seu discurso pelo rádio onde condena o golpe e o “inevitável” faz um gesto inconcluso. Será que tentaria impedir que fizesse um pronunciamento inútil, segundo sua análise? Não sabemos. 

     Aí aparece outro personagem, o “porrada necessária”. (Seu traje é semelhante aos espermatozoides daquele filme sobre sexo do Wood Allen, só que ele carrega algumas armas de brinquedo além do paraquedas).

    Ele também tenta convencer o homem de chapéu. Mas este se mantém irredutível e eles desistem. A tropa não desiste, é claro, e mantem o palácio do homem de chapéu cercado.

     Na cena seguinte, o “porrada necessária” se encontra com um sujeito gordinho, bigode pequeno, cabelo com a risca do lado direito, o que  chama a atenção porque  todo mundo faz a risca do lado esquerdo. Rubens Paiva. 

     Imagine um diálogo do “porrada necessária”  com Rubens Paiva – aquele que foi para o rádio orientar os trabalhadores para procurar os sindicatos, os estudantes para ir a UNE do “inevitável.” Claro que o “porrada” só pensa naquilo que ele acha “necessário.” Quando os estudantes chegam à  sede da UNE há um alto-falante dizendo: “Era inevitável, era inevitável.” Labaredas. 

     

    Aparece um repórter tomando notas. De repente, ele entra num armário e sái vestido de general. Discursa: 

    — A culpa pelo golpe foi do Jango! A culpa foi do Jango!

    Em outra cena, chegamos a agosto de 2013. Um cidadão comum – naquelas peças sempre tinha um cidadão comum – abre o jornal  O Globo.

    É o mesmo jornal que, em 1961, não queria nem permitir a posse de Goulart após a renuncia de Jânio. Imagine o que fez no 31 de março: saudou a “inevitável porrada necessária.”  Lamentou que fosse porrada, mas disse que era necessária e, portanto, inevitável.

    Mas em agosto de 2013 ele publicou um pedido de desculpas. O cidadão comum lê para a plateia o editorial onde o jornal pede desculpas pelo apoio ao golpe:

     “ o apoio foi um erro (…) A democracia é um valor absoluto. E, quando em risco, ela só pode ser salva por si mesma.”
    O cidadão comum se vira para o porrada e o inevitável e diz:

    Vamos ler o Globo, meninos! O porrada e o inevitàvel vão para o canto, de castigo. A democracia é um valor absoluto!

     A peça ameaça ficar chata – o risco sempre existe – quando aparece Rui Moreira Lima, coronel aviador, condecorado na segunda guerra mundial.

     A cena vai repetir o que ele fez no 31 de março de 64: entrou num caça assim que soube do deslocamento de tropas de Minas Gerais para o Rio de Janeiro.

    O personagem  entra num aviãozinho de papelão e passa por cima de um grupo de soldados que  avançam pela estrada – em sua maioria recrutas que na peça se vestem como formiguinhas – e todos se dispersaram. Estavam desorganizados, sem comando, sem treinamento. Cumpriam ordens de ir para lá.

    Podiam cumprir ordens de ir para cá.

    Moreira Lima volta a base aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, esperando pela ordem de resistir. A ordem não veio.

    Na mesma região,  avista-se um jipe militar correndo pela mesma estrada que o coronel aviador tinha sobrevoado.

    Naquele dia, Castelo Branco estava tão convencido de que o golpe de 31 de março  poderia dar errado – ou seja, era “evitável” — que tentou convencer o general Mourão a desistir assim que soube que ele havia deslocado tanques de Juiz de Fora para o Rio de Janeiro.

    Olha só: Castelo, o chefe supremo,  articulado com Vernon Walthers e o Exército americano, que iria trazer a IV Frota com víveres e armas para ajudar numa eventual guerra civil, mandou um  conspirador, o general Muricy, encontrar-se com Mourão para lhe dar o recado de que deveria retornar aos quartéis para não colocar tudo a perder.

    Por via das dúvidas, Castelo resolveu esconder-se. Estava em companhia de outro oficial, Ernesto Geisel.

    O golpe “inevitável,” a “porrada necessária” começou assim. O primeiro presidente militar se escondeu. O quarto presidente também foi para a clandestinidade.

     Em outra cena, com flashes, aparece um general recebendo uma maleta cheia de dólares.  Amaury Kruel, o general que comandava as tropas de São Paulo e no plano militar decidiu para onde a coisa ia, passou o dia 31 de março em silêncio. Quando aderiu ao golpe, definiu a situação. Necessário? Inevitável?

    O coro de vozes alerta: isso é uma denúncia que não foi inteiramente confirmada. Havia muita corrupção naquela época, a CIA havia mandado, por ordem do presidente John Kennedy, pacotes e pacotes de dólares para ajudar a oposição contra Goulart.

    Conforme um oficial que seguiu os movimentos de Kruel de perto, o lance decisivo ocorreu quando  ele recebeu uma mala de dólares – e mudou de lado. Isso aí. Dólares!

    Verdade? Mentira? O coro pergunta e responde:  

    Ninguém sabe. Mas a mala de dólares está lá, no armário dos mistérios de um golpe que queria acabar com a subversão e a corrupção, dando um conteúdo surrealista a história inteira. Precisa ser apurada, investigada, explicada.

    O cidadão comum pega uma página do New York Times, na edição de 7 de abril de 1964. Lê:

    “– É difícil saber quem está mais satisfeito com a queda do Goulart. Os brasileiros ou o Departamento de Estado do governo americano.”

     A peça está chegando ao fim, o que é bom porque a plateia começa a balançar a cabeça.

    Os atores se juntam a beira do palco e declamam um texto assim:

    Palavras como “inevitável”,  “ou porrada necessária”, adormecem, é conformam, pacificam, confortam.

    Num pedaço chatíssimo, um dos atores fala direto no microfone:

     E aí é bom lembrar que,  50 anos depois, assistimos a manifestações a favor de um novo golpe militar. Ninguém é bobo aqui.

     Vamos dizer daqui a alguns anos que é “inevitável”? “Necessário?”

    Vamos verter lágrimas pelos valores absolutos da democracia?, pergunta o ator.

    Fecham-se as cortinas que, por sinal, não existem. Quando parece que tudo terminou, uma atriz adolescente entra correndo no palco carregando um cartaz com letras escritas à mão. Aquelas peças as vezes davam a impressão de tratar a plateia como burra mas as vezes isso parecia necessário. O cartaz diz:  

     “Não queremos heróis. Só precisamos de quem diga Não na hora certa.”

     

  13. Diplomacia infantilóide e neodemonização da Rússia.

    Do http://redecastorphoto.blogspot.com.br/

    24/3/2014, [*] Frank Furedi, Spiked Online e 30/3/2014, 4th Media, Pequim
    “The Infantile Diplomacy Behind Demonising Russia”

    Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu

    A arrogância autista dos neodemonizadores da Rússia no ocidente é espantosa.

    Vladimir Putin

    Será que diplomatas e jornalistas ocidentais falam sério quando acusam o governo russo de estar lançando uma nova Guerra Fria? Será que realmente acreditam em sua própria retórica, quando dizem que Putin tem ambições expansionistas e quer reconstruir o Império Soviético?

    Será que Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos EUA falava a sério quando disse que as ações da Rússia na Crimeia seriam semelhantes “ao que Hitler fez antes, nos anos 1930s”? Outros observadores anti-Rússia disseram também que a incorporação da Crimeia na Rússia seria análoga à anexação da Áustria pela Alemanha nazista nos anos 1930s. Será que toda essa gente acredita sinceramente na própria interpretação dos atuais eventos geopolíticos?

    É sempre difícil, se não perigoso, especular sobre o processo mental que leva diplomatas poderosos e líderes políticos a dizer certas coisas. É especialmente difícil dar conta do significado da dinâmica que converteu a crise na Ucrânia em perigosa disputa internacional.

    Em entrevista recente, um jornalista russo perguntou-me por que a imprensa-empresa ocidental tornara-se tão descuidada no trabalho de checar informações sobre a Ucrânia e, em geral, sobre a Rússia. Senti-me sem argumentos para responder e fui forçado a pedir tempo para pensar melhor.

    Depois de analisar as declarações sobre a Ucrânia feitas por diplomatas ocidentais ao longo das duas últimas semanas, cheguei à conclusão, nada confortável, de que os motivos por trás da demonização da Rússia são decorrência de convicções sinceras. [1] Claro que há muita propaganda, distorções propositais e muita fantasia nessa campanha – mas a ‘’ideia geral’’ que a campanha manifesta foi tão profundamente internalizada por tantos no ocidente, que, agora, já constitui a realidade deles, uma espécie de para-realidade.

    E o fato de que uma nova ninhada de pressupostos cruzados da Guerra Fria tenham-se autoconvencidos da ‘’verdade’’ da própria retórica pode ter consequências ainda mais desestabilizadoras do que se a campanha fosse só exemplo cínico de realpolitik à moda antiga. A realpolitik tinha o mérito, pelo menos, de ter raízes plantadas no mundo real; a atual campanha anti-Rússia, ao contrário, é baseada em confusão generalizada e, ainda pior, em autoengano

    A hitlerização infantil de Putin

    Dois pesos e duas medidas

    O autoengano do qual padece a atual diplomacia ocidental pode ser mais claramente percebido no modo como aplica dois pesos e duas medidas em suas avaliações dos assuntos globais. O autoengano simplório, quase infantil, do modo como o ocidente se posiciona em relação à Rússia foi-me apresentado, bem visível, em maio passado, numa visita a Budapeste. Depois de várias reuniões sobre o papel dos jovens na sociedade civil, tive oportunidade de conversar com jovens norte-americanos empregados de uma ONG que tem sede nos EUA e que trabalhavam na Rússia.

    Durante a conversa, uma jovem ongueira, de Seattle, disse que muito se surpreendera ao descobrir que alguns funcionários do governo russo a tratavam como se ela fosse “agente de uma potência estrangeira”. Vários colegas dela também se mostravam muito surpresos ante o fato de eles e a ONG para a qual trabalham serem tratados pelos russos… ora bolas!… como o que eles e elas realmente são: empregados de organizações que promovem os valores norte-americanos em outros países.

    Quando me mostrei surpreso ante a reação deles, e perguntei “Mas vocês não sabem que trabalham para uma organização estrangeira e, ainda mais importante, para uma organização que critica muito ativamente o governo do país onde vocês estão trabalhando?”, eles e elas simplesmente não entenderam a pergunta. Quando perguntei: “E como o governo dos EUA classificaria uma ONG russa que estivesse promovendo valores da Igreja Grego Ortodoxa nas ruas de NY”?, ninguém me respondeu.

    Só quando perguntei qual seria a reação do governo do país deles, se um grupo de ongueiros de ONGs russas tivesse oferecido ajuda financeira e de pessoal para o movimento Occupy ou para o Tea Party, um dos meus interlocutores, afinal, reconheceu que eu talvez tivesse alguma razão.

    O movimento Occupy Wall Street em New York City

    Essa minha experiência em Budapeste mostrou-me o quanto é profunda a pressuposição autista, autorreferente, de autoperfeição, nas ações, e de retidão, nos próprios motivos, entre esses agentes que promovem valores ocidentais; a tal ponto, que jovens muito inteligentes, nem por isso, conseguiam ver que, claramente, estavam-se servindo de dois pesos e duas medidas: promover valores norte-americanos na Rússia seria “certo”; mas promsa minha experiência em Budapeste mostrou-me o quanto é profunda a pressuposição autista, autorreferente, de autoperfeição, nas ações, e de retidão, nos próprios motivos, entre esses agentes que promovem valores ocidentais; a tal ponto, que jovens muito inteligentes, nem por isso, conseguiam ver que, claramente, estavam-se servindo de dois pesos e duas medidas: promover valores norte-americanos na Rússia seria “certo”; mas promover valores russos nos EUA seria “errado”. Por que pensam assim? Porque essa diplomacia de dois pesos e duas medidas é construída sobre o implícito de que haveria diferença essencial entre os países, no plano moral.

    Esse pressuposto autorizaria os líderes ocidentais a “dar aulas” aos seus contrapartes estrangeiros sobre comportamentos certos e errados, aceitáveis e não aceitáveis. Diplomacia de dois pesos e duas medidas, que leva um lado a tratar o outro como se o outro lado fosse criança ou, no limite, como se fosse perfeito imbecil.

    Observem, por exemplo, o à vontade com que importantes líderes políticos dos EUA e da União Europeia apareceram em Kiev, há poucas semanas, para manifestar sua solidariedade aos manifestantes golpistas.

    Imaginem a reação, nos EUA e na Grã-Bretanha, se Putin ou algum alto governante russo aparecesse, distribuindo sanduíches em praças, no auge do movimento Occupy ou durante os tumultos de rua em Londres, e declarasse o apoio do governo russo aos grupos na rua. O ultraje seria cataclísmico. Mas, graças à diplomacia de dois pesos e duas medidas, com a Rússia tratada como se fosse criança, os líderes norte-americanos não veem problema algum em agir de modo que considerariam inaceitável, em outros.

    Num ambiente global, onde o tráfego (tráfico?) cultural cresce sempre mais numa direção que na outra, com pequena variação e praticamente nenhuma oposição ativa, a Rússia é demonizada como sociedade atrasada e moralmente inferior, a ser condenada e, se necessário, a ser castigada, até que se modifique e aceite como seus os valores de seus críticos iluminados. E como ficam as coisas se o povo russo tiver outro padrão moral, diferente do que reina em Washington, Londres ou Hollywood? Pouco importa aos diplomatas que só sabem ver o próprio umbigo, especialistas em moral dupla, que querem-porque-querem que todos vejam o mundo como eles veem.

    O ethos dos dois pesos e duas medidas é particularmente danoso no campo político. Formalmente, as elites culturais e políticas que dominam a sociedade ocidental creem nos ideais da democracia representativa. E falam da democracia representativa como pré-requisito para uma sociedade aberta.

    Infortunadamente, contudo, a atual coorte de líderes ocidentais adotaram, de fato, uma atitude altamente seletiva e desonesta em relação à democracia. Entendem que eleições são maravilhosas, se eles são eleitos, ou partido ou candidato aprovado por eles. Se um partido não apreciado pelos iluminados diplomatas ocidentais vence eleições, então, para os norte-americanos, o processo democrático teria falhado; e os norte-americanos passam a trabalhar para a “mudança de regime” mediante golpe; e o golpe se torna(ria) solução legítima. sa minha experiência em Budapeste mostrou-me o quanto é profunda a pressuposição autista, autorreferente, de autoperfeição, nas ações, e de retidão, nos próprios motivos, entre esses agentes que promovem valores ocidentais; a tal ponto, que jovens muito inteligentes, nem por isso, conseguiam ver que, claramente, estavam-se servindo de dois pesos e duas medidas: promover valores norte-americanos na Rússia seria “certo”; mas promover valores russos nos EUA seria “errado”. Por que pensam assim? Porque essa diplomacia de dois pesos e duas medidas é construída sobre o implícito de que haveria diferença essencial entre os países, no plano moral.

    Esse pressuposto autorizaria os líderes ocidentais a “dar aulas” aos seus contrapartes estrangeiros sobre comportamentos certos e errados, aceitáveis e não aceitáveis. Diplomacia de dois pesos e duas medidas, que leva um lado a tratar o outro como se o outro lado fosse criança ou, no limite, como se fosse perfeito imbecil.

    Observem, por exemplo, o à vontade com que importantes líderes políticos dos EUA e da União Europeia apareceram em Kiev, há poucas semanas, para manifestar sua solidariedade aos manifestantes golpistas.

    Imaginem a reação, nos EUA e na Grã-Bretanha, se Putin ou algum alto governante russo aparecesse, distribuindo sanduíches em praças, no auge do movimento Occupy ou durante os tumultos de rua em Londres, e declarasse o apoio do governo russo aos grupos na rua. O ultraje seria cataclísmico. Mas, graças à diplomacia de dois pesos e duas medidas, com a Rússia tratada como se fosse criança, os líderes norte-americanos não veem problema algum em agir de modo que considerariam inaceitável, em outros.

    Num ambiente global, onde o tráfego (tráfico?) cultural cresce sempre mais numa direção que na outra, com pequena variação e praticamente nenhuma oposição ativa, a Rússia é demonizada co[1]mo sociedade atrasada e moralmente inferior, a ser condenada e, se necessário, a ser castigada, até que se modifique e aceite como seus os valores de seus críticos iluminados. E como ficam as coisas se o povo russo tiver outro padrão moral, diferente do que reina em Washington, Londres ou Hollywood? Pouco importa aos diplomatas que só sabem ver o próprio umbigo, especialistas em moral dupla, que querem-porque-querem que todos vejam o mundo como eles veem.

    O ethos dos dois pesos e duas medidas é particularmente danoso no campo político. Formalmente, as elites culturais e políticas que dominam a sociedade ocidental creem nos ideais da democracia representativa. E falam da democracia representativa como pré-requisito para uma sociedade aberta.

    Infortunadamente, contudo, a atual coorte de líderes ocidentais adotaram, de fato, uma atitude altamente seletiva e desonesta em relação à democracia. Entendem que eleições são maravilhosas, se eles são eleitos, ou partido ou candidato aprovado por eles. Se um partido não apreciado pelos iluminados diplomatas ocidentais vence eleições, então, para os norte-americanos, o processo democrático teria falhado; e os norte-americanos passam a trabalhar para a “mudança de regime” mediante golpe; e o golpe se torna(ria) solução legítima. over valores russos nos EUA seria “errado”. Por que pensam assim? Porque essa diplomacia de dois pesos e duas medidas é construída sobre o implícito de que haveria diferença essencial entre os países, no plano moral.

    Esse pressuposto autorizaria os líderes ocidentais a “dar aulas” aos seus contrapartes estrangeiros sobre comportamentos certos e errados, aceitáveis e não aceitáveis. Diplomacia de dois pesos e duas medidas, que leva um lado a tratar o outro como se o outro lado fosse criança ou, no limite, como se fosse perfeito imbecil.

    Observem, por exemplo, o à vontade com que importantes líderes políticos dos EUA e da União Europeia apareceram em Kiev, há poucas semanas, para manifestar sua solidariedade aos manifestantes golpistas.

    Imaginem a reação, nos EUA e na Grã-Bretanha, se Putin ou algum alto governante russo aparecesse, distribuindo sanduíches em praças, no auge do movimento Occupy ou durante os tumultos de rua em Londres, e declarasse o apoio do governo russo aos grupos na rua. O ultraje seria cataclísmico. Mas, graças à diplomacia de dois pesos e duas medidas, com a Rússia tratada como se fosse criança, os líderes norte-americanos não veem problema algum em agir de modo que considerariam inaceitável, em outros.

    Num ambiente global, onde o tráfego (tráfico?) cultural cresce sempre mais numa direção que na outra, com pequena variação e praticamente nenhuma oposição ativa, a Rússia é demonizada como sociedade atrasada e moralmente inferior, a ser condenada e, se necessário, a ser castigada, até que se modifique e aceite como seus os valores de seus críticos iluminados. E como ficam as coisas se o povo russo tiver outro padrão moral, diferente do que reina em Washington, Londres ou Hollywood? Pouco importa aos diplomatas que só sabem ver o próprio umbigo, especialistas em moral dupla, que querem-porque-querem que todos vejam o mundo como eles veem.

    O ethos dos dois pesos e duas medidas é particularmente danoso no campo político. Formalmente, as elites culturais e políticas que dominam a sociedade ocidental creem nos ideais da democracia representativa. E falam da democracia representativa como pré-requisito para uma sociedade aberta.

    Infortunadamente, contudo, a atual coorte de líderes ocidentais adotaram, de fato, uma atitude altamente seletiva e desonesta em relação à democracia. Entendem que eleições são maravilhosas, se eles são eleitos, ou partido ou candidato aprovado por eles. Se um partido não apreciado pelos iluminados diplomatas ocidentais vence eleições, então, para os norte-americanos, o processo democrático teria falhado; e os norte-americanos passam a trabalhar para a “mudança de regime” mediante golpe; e o golpe se torna(ria) solução legítima.

    Argélia, manifestação da Frente de Salvação Islâmica em 12/1991

    Assim, em dezembro de 1991, a Frente de Salvação Islamista obteve vasta maioria dos votos – 181 cadeiras, de 231 – no primeiro turno das primeiras eleições legislativas livres na Argélia. O exército da Argélia reagiu com cancelamento das eleições e entregou o poder a uma comissão de cinco membros não eleitos. Ouviu-se um suspiro de alívio no ocidente e – surpresa, surpresa! – nenhuma sanção foi imposta à Argélia em resposta àquele golpe de estado.

    Ano passado, foi a vez de o Egito descobrir que, quando são eleitos “os errados”, o ocidente num segundo esquece seu compromisso com o princípio da democracia representativa. Outra vez, o golpe militar no Egito derrubou o islamista Mohamed Mursi; e outra vez não se ouviu qualquer pregação, pelos políticos ocidentais, em defesa das virtudes das instituições democráticas.

    E assim chegamos à Ucrânia. O governo livremente eleito do presidente Yanukovich foi derrubado pelo que se conhece convencionalmente como golpe, ilegal; pois para a imprensa-empresa ocidental a coisa não passou de “desenvolvimento democrático”. Hoje, temos uma situação na qual a imprensa-empresa ocidental apresenta o novo governo ucraniano como entidade legal e, ao mesmo tempo, diz que o regime legal que realizou um referendo na Crimeia seria regime ilegal. Extraordinários dois pesos e duas medidas!

    Claro, os que foram escolhidos pelo povo na Argélia, Egito e Ucrânia ao longo das décadas recentes não eram democratas agradáveis, de ideias arejadas. Nos últimos anos, os governos da Ucrânia, incluído o de Yanukovich, apresentaram poucas qualidades recomendáveis. Yanukovich, como virtualmente toda a elite política ucraniana, é membro de uma oligarquia corrupta e interesseira.

    Mas, diferente de Oleksander Turchynov, que foi posto em seu lugar, Yanukovich, pelo menos, é oligarca eleito! Se os governos ocidentais agem como se não houvesse problema algum em derrubar governos eleitos que não os satisfaçam, o que aqueles governos ocidentais fazem e minar a autoridade moral da própria democracia.

    Por isso na Ucrânia hoje a maior ameaça à democracia vem do comportamento dos que são cúmplices na desestabilização e no golpe que derrubou regime democraticamente eleito. Os que protestaram em Kiev tinham todo o direito de protestar e desafiar o governo. Mas, se o veredito das urnas pode ser tão facilmente desmoralizado, o maior problema é que a genuína política democrática está sendo desmoralizada. A política de dois pesos e duas medidas de Washington e da União Europeia em Kiev desmoraliza a autoridade da política democrática em toda aquela região.

    Diplomacia Ocidental Infantil

    Diplomatas infantilóides

    Qualquer pessoa que acredite no que vê e lê na mídia ocidental encontrará motivos para pensar que a Rússia seria potência expansionista e agressiva, à espera de uma chance para capturar o vizinho estado da Ucrânia. Nada mais falso. A realidade é que, apesar de uma ou outra posição nacionalista do presidente Putin, a Rússia está convertida em potência em status quo defensivo clássico. Desde a ruptura da União Soviética, a Rússia viveu um processo no qual seu poder e influência só diminuíram.

    A Rússia lutou para preservar posições no Cáucaso e enfrenta movimento islamista radical muito maior que qualquer das forças que desafiam diretamente as sociedades ocidentais. E em seu front oeste, a Rússia sente-se ameaçada por pressões políticas e culturais que lhe chegam da Europa. Nessas circunstâncias, é compreensível que muitos, na elite russa, sintam que próprio tecido nacional russo esteja sendo esgarçado.

    A principal realização do ocidente, especificamente da diplomacia da União Europeia na Ucrânia, foi empurrar a Rússia para posição ainda mais defensiva. A ação da Rússia na Crimeia é, pelo menos em parte, uma reação ao que os russos percebem como interferência estrangeira sistemática na Ucrânia. Mas… o que a União Europeia esperava que acontecesse, quando tentou anexar a Ucrânia à sua esfera de influência?

    Stephen Cohen

    Como o professor Stephen Cohen observou, esse perigoso conflito foi desencadeado:

    (…) pelo temerário ultimato, em novembro, feito pela União Europeia, para que um presidente democraticamente eleito em país profundamente dividido, escolhesse entre Europa e Rússia.

    O ocidente alega que já vão longe os velhos tempos do século 20, quando potências globais buscavam consolidar e dominar suas esferas de influência. Mas, desde o esfacelamento da União Soviética, o que sempre se viu foram tentativas sistemáticas para aproximar das fronteiras da Rússia, cada vez mais, a esfera de influência ocidental. A linha que dividia Leste e Oeste mudou de lugar: saiu do meio de Berlim, para a fronteira da Rússia.

    Nenhum russo, hoje, dará sinais de paranoia se sentir que seu país está sendo cercado e lentamente minado por forças hostis à sua própria existência. Diplomatas ocidentais que não percebam nem isso são, esses sim, os paranoicos que já perderam completamente o contato com a realidade geopolítica.

    A União Europeia e os EUA agem como se não tivessem nenhuma responsabilidade pela crise na Ucrânia e pelas tensões nas relações entre o ocidente e a Rússia. É possível que o ocidente se tenha autoenganado a tal ponto sobre os assuntos globais, que já nem consiga ver o quanto o próprio ocidente é cúmplice na atual crise. Esse autoengano delirante implica que as regras normais que regem as relações internacionais já nada regem, substituídas por “sermões” e pregações do moralismo mais oco, sempre interessado em gerar a reação mais bombástica, na mídia.

    Essa corrosão da diplomacia ocidental é hoje um real perigo a ameaçar a estabilidade global. Ela mina também a autoridade moral da democracia. Num certo ponto, a política dos dois pesos e duas medidas em assuntos internacionais desmoralizará a tal ponto os ideais democráticos, que até a integridade das instituições democráticas dos próprios países agressores também ruirão, minadas por dentro.

    _____________________________________
     Nota dos tradutores
    [1] Impossível não lembrar Film Socialisme (Godard, 2010): “O que nunca muda é que sempre haverá fascistas. O que mudou hoje é que os fascistas são sinceros”) [aqui traduzido]. Trailer a seguir:

    [video:http://www.youtube.com/watch?v=oLuWoz9OpqU%5D

    ____________________________________

    [*] Frank Furedi (nascido em 1947, em Budapeste , Hungria) é Professor Emérito de Sociologia na Universidade de Kent, Reino Unido. É conhecido por seus trabalhos sobre Sociologia do Medo, Educação, Terapia pela Cultura, Paranoia Parental e Sociologia do Conhecimento.
    Nos últimos anos, seu trabalho tem sido orientado para explorar a Sociologia do Risco e Baixas Expectativas. Furedi, autor de vários livros sobre o tema, mais recentemente escreveu Wasted: Why Education Isn’t Educating (Continuum 2009) e Invitation to Terror: The Expanding Empire of the Unknown (Continuum 2007), uma análise do impacto do terrorismo pós 9 / 11. Suas publicações mais recentes: On Tolerance: A Defence of Moral Independence (Continuum 2011) e Authority: A Sociological Introduction (Cambridge University Press), debatendo os problemas de inter-relacionamento entre liberdade e autoridade. Ele é, segundo pesquisas, o sociólogo mais citado na imprensa britânica.

    Fonte: http://redecastorphoto.blogspot.com.br/2014/03/diplomacia-infantiloide-e.html

  14. Entrevista com o Presidente do Uruguai

    Oi, Nassif.

    Não vi ninguém falando sobre a excelente entrevista do Presidente do Uruguai, José Mujica, no Canal Livre de ontem. Extremamente simples, respondeu todas as questões levantadas pelo trio da Band. O comentário ao final da entrevista pegou de surpresa os jornalistas.

    No site do Canal Livre a entrevista aparece em partes, iniciando no link abaixo:

    http://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?id=14976249&t=mujica-fala-sobre-a-descriminalizacao-da-maconha

     

    [video:http://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?id=14976249&t=mujica-fala-sobre-a-descriminalizacao-da-maconha align:center]

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