Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas.

Redação

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  1. Indignados protestam filiando-se ao PT

    Hildegard Angel @hilde_angel 27 min
    Incrível número hoje de indignados no Twitter se filiando ao PT em atos de protesto contra prisões dos “Zés” de ontem. A onda vermelha pegou.

    XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

    segue o link p/ pedido de filiação, e caso eles demorem a , não deixe de procurar o diretorio da sua cidade/ bairro, eu quero tanto esta filiação que espero ansiosa a segunda feira para ligar p/ o diretorio do PT aqui de minha cidade.

    http://acao.pt.org.br/page/s/mobilizebrasil

      

  2. Barbosa não entende de Direito
    O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Paraná, Juliano Breda, disse nesta segunda-feira (20), em ato político pela criação dos Tribunais Regionais Federais (TRFs), em Curitiba, que é impossível travar diálogo inteligente com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa.

    “O ministro Joaquim Barbosa é uma pessoa com qual nenhum diálogo inteligente pode ser travado”, afirmou Breda para o auditório lotado de lideranças políticas e empresariais.

    O presidente da OAB-PR foi ovacionado pelos presentes quando assegurou que o presidente do STF não entende nada de Direito.

    “Nós todos sabíamos que o ministro Joaquim Barbosa não sabia nada de Direito. Hoje nós descobrimos que ele não sabe nada de organização judiciária no país”, discursou.

    Juliano Breda afirmou ainda que a grande mídia no país vem poupando Joaquim Barbosa, pois terminado o julgamento do mensalão será absolutamente destruído pela imprensa brasileira, e com muita razão. “Terminado o julgamento do mensalão, Barbosa será destruído pela imprensa” – Viomundo – O que você não vê na mídiahttp://www.viomundo.com.br  

     

  3. http://www1.folha.uol.com.br/

    http://www1.folha.uol.com.br/colunas/janiodefreitas/2013/11/1372503-um-nome-guardado.shtml

     

    Um nome guardado

    Jânio de Freitas

    No dia em que for contada a história verdadeira dos fatos cuja versão predominante prestou-se ao chamado julgamento do mensalão, entre outros possíveis personagens novos estará ao menos um que, por si só, muda a configuração e a essência da história conhecida.

    Duas observações urgentes aqui. A primeira é de que não me refiro a Lula, como o personagem de relevância especial.

    A outra é a de que não conheço os fatos completos. A partir de duas inserções breves e bastante sutis, que me foram dirigidas em conversas diferentes há poucos meses, passei a rever muitas anotações feitas desde o começo do caso mensalão, interrogatórios, depoimentos e conversas memorizadas ou com pontos focais por mim registrados. Nada de excepcional no trabalho de jornalismo.

    Como também consigo ser sutil às vezes, foi desse modo que testei minha constatação com um dos que poderiam derrubá-la. Sobreviveu. E, se não posso expô-la por motivo legal, basicamente falta de prova objetiva e firme, posso dizer com convicção: a cada vez que cruzarem a porta de sua reclusão, José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares estarão levando o segredo de um nome e de fatos que não quiseram mencionar. Ou, na linguagem vulgarizada pela ditadura, não quiseram entregar ou dedurar.

    Os ministros do Supremo, como todos os juízes, julgaram o que foi submetido ao seu conhecimento jurídico e, mais ainda, às suas consciências. O mesmo não pode ser dito sobre a Procuradoria-Geral da República, que teve a responsabilidade de reunir e passar ao STF as informações e comprovações apuradas, as conclusões e suas acusações no caso. Ficou muito por apurar e muito por provar. A quem tiver curiosidade e paciência, sugiro começar pela leitura dos interrogatórios da CPI dos Correios, onde se encontra, ligeira e não explorada, uma pista (a primeira, creio) do que veio a ser um segredo por amizade, ou por companheirismo, ou por ética pessoal, com os mesmos ônus nas três hipóteses.
    Civilização

    Por falar no Supremo, sua sessão da semana passada sobre o mensalão não foi apenas uma das mais tensas nesse processo de divergências tensionantes. Voltou a ter ocasiões de hostilidade que desmoralizam o Judiciário e sobretudo o próprio Supremo. Além de não menos desmoralizantes posições como a recusa, com o argumento de que “é preciso acabar com este julgamento”, a reexaminar um erro grave: o réu Jacinto Lamas foi condenado a pena maior do que o chefe dos seus atos, este também autor de maior número das condenadas lavagens de dinheiro. Isso pode ser justiça emanada do Supremo? E aquele é à altura de ministros do Supremo?

    Tão grande foi a balbúrdia da sessão do outrora dito “vetusto tribunal” que ao fim o ministro Joaquim Barbosa não conseguiu dizer o que fora decidido, e precisou adiar a proclamação. Impossibilidade e causa, provavelmente, sem ocorrência, jamais, no velho Supremo.

    Nada disso sequer motivado por questões relativas a petistas, como em tantas vezes. Foi só desinteligência mesmo, em qualquer sentido da palavra. Com os níveis de civilidade, entre a melhor educação e o seu oposto absoluto.

    OLÍMPICA

    Uma exibição de eficiência real no Supremo. Na quarta-feira, a ministra Cármen Lúcia movimentou o processo penal movido contra Fernando Collor, passando-o ao revisor Dias Toffoli. Era um recorde. Na manhã daquele dia, o “Globo” publicara a manchete “Collor está próximo de se livrar da última ação no STF”. Isto porque “o processo está parado no gabinete da ministra Cármen Lúcia desde outubro de 2009 sem qualquer movimentação”. De quatro anos a algumas horas.

    Tofolli não precisou de manchete, liberando prontamente o processo para votação. Mas a verdade é que a sem-cerimônia com que alguns ministros guardam determinados projetos, bem determinados, só é proporcional à rapidez com que as manchetes os apressam.

    (A manchete do “Globo” por certo contrariou um terceiro ministro).

    IMPUNES

    Os comentaristas que veem, no caso mensalão, “o fim da impunidade” e outras maravilhas nacionais poderiam explicar o que se passa, então, com o mensalão do PSDB, que se espreguiça desde 1998, já com prescrições havidas e outras iminentes para seus réus. Também serve uma explicação sobre o jornalismo e aquele processo.

  4. será que a Justiça e a mídia têm lado?

    Latuff: será que a Justiça e a mídia têm lado?

    :

    Genoino, Dirceu e, de certa forma, o PT, estão encarcerados; a dúvida é: haverá empenho para provocar o mesmo desfecho em escândalos que atingem o PSDB e outras forças políticas?

    O “mensalão tucano” caminha para a prescrição, o caso Alstom ficou engavetado durante dois anos no Brasil. Diante de tudo isso, a dúvida é: o Brasil realmente mudou no dia da proclamação da República?

    Abaixo, texto de Eduardo Guimarães a respeito:

    O GRITO DE UM BLOGUEIRO CONTRA A PRISÃO DE GENOINO

    No artigo “Preto, pobre, prostituta e petista”, Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, expressa sua indignação com a prisão de uma das principais lideranças da esquerda brasileira, José Genoino, que deve acontecer nas próximas horas; “isso está acontecendo em um país em que um político como Paulo Maluf, cujas provas de corrupção se avolumam há décadas, jamais foi condenado à prisão”, diz ele, que ilustra seu texto com uma imagem da “mansão de Genoino”

    Por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania

    O Brasil amanheceu pior do que ontem. A partir de agora, torna-se oficial o que, até então, era uma tenebrosa possibilidade: cidadãos brasileiros estão sendo privados de suas liberdades individuais apenas pelas ideologias político-partidárias que acalentam.

    A “pátria mãe tão distraída” foi “subtraída em tenebrosas transações” entre grupos políticos partidários e de comunicação e juízes politiqueiros.

    Na foto que ilustra este texto, o leitor pode conferir o único patrimônio de um político que foi condenado pelos crimes de “corrupção ativa e formação de quadrilha” pelo Supremo Tribunal Federal em 9 de outubro de 2012.

    Junto com ele, outros políticos ou militantes políticos filiados ao Partido dos Trabalhadores, todos com evoluções patrimoniais modestas diante dos cargos que ocupavam na política.

    José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato tiveram suas prisões decretadas com base em condenações por uma Corte na qual, ao longo de sua existência secular, jamais políticos de tal importância foram condenados.

    A condenação desses quatro homens, todos de relevância político-partidária, poderia até ser comemorada. Finalmente, políticos começariam a responder por seus atos. Afinal, até aqui o STF sempre foi visto como a principal rota de fuga dos políticos corruptos.

    Infelizmente, a única condenação a pena de prisão que aquela Corte promulgou contra um grupo político foi construída em cima de uma farsa gigantesca, denunciada até por adversários políticos dos condenados, como, por exemplo, o jurista Ives Gandra Martins, que, apesar de suas divergências com o PT, reconheceu que não houve provas para condenar José Dirceu, ou como o formulador da teoria usada para condenar os réus do mensalão, o alemão Claus Roxin, que condenou o uso que o STF fez de sua revisão da teoria do Domínio do Fato.

    Dirceu e Genoino foram condenados por “formação de quadrilha” e “corrupção ativa” apesar de o primeiro ter estado infinitamente mais distante dos fatos que geraram o “escândalo do mensalão” do que estão Geraldo Alckmin e José Serra dos escândalos Alston e Siemens, por exemplo.

    Acusaram e condenaram Dirceu apesar de, à época dos fatos do mensalão, estar distante do Partido dos Trabalhadores, por então integrar o governo Lula. Foi condenado simplesmente porque “teria que saber” dos fatos delituosos por sua importância no PT.

    Por que Dirceu “tinha que saber” das irregularidades enquanto que Alckmin e Serra não são nem citados pelo Ministério Público, pela Justiça e pela mídia como tendo responsabilidade direta sobre os governos nos quais os escândalos supracitados ocorreram?

    O caso Genoino é mais grave. Sua vida absolutamente espartana, seu microscópico patrimônio, sua trajetória ilibada, nada disso pesou ao ser julgado e condenado como um “corruptor” que teria usado milhões de reais para “comprar” parlamentares.

    O caso João Paulo Cunha é igualmente ridículo, em termos de sua condenação. Sua mulher foi ao banco sacar, em nome próprio, com seu próprio CPF, repasse do partido dele para pagar por uma pesquisa eleitoral. 50 mil reais o condenaram por “corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro”.

    O caso mais doloroso de todos, porém, talvez seja o de Henrique Pizzolato, funcionário do Banco do Brasil, filiado ao PT e que, por ter assinado um documento que dezenas de servidores da mesma instituição também assinaram sem que contra eles pesasse qualquer consequência, foi condenado, também, por “corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro”.

    Isso está acontecendo em um país em que se sabe que dois governadores do PSDB de São Paulo, apesar de ter ocorrido em suas administrações uma roubalheira de BILHÕES DE REAIS, não são considerados responsáveis por nada.

    Isso está acontecendo em um país em que um político como Paulo Maluf, cujas provas de corrupção se avolumam há décadas, jamais foi condenado à prisão.

    Isso está acontecendo em um país em que um governador como Marconi Perillo, do PSDB, envolveu-se até o pescoço com um criminoso do porte de Carlinhos Cachoeira, foi gravado em relações promíscuas com esse criminoso e nem acusado foi pelo Ministério Público.

    Isso está acontecendo, finalmente, no mesmo país em que os ex-prefeitos José Serra e Gilberto Kassab toleraram durante anos roubalheira dentro da prefeitura e quando essa roubalheira de MEIO BILHÃO de reais vem à tona, a mídia e o Ministério Público acusam quem mesmo? O PT, claro.

    Já entrou para o imaginário popular, portanto, que, neste país, cadeia é só para pretos, pobres, prostitutas e, a partir de agora, petistas.

    No Brasil, as pessoas são condenadas com dureza pela “justiça” se tiverem mais melanina na pele, parcos recursos econômicos, se venderem o que só pertence a si (o próprio corpo) para sobreviver ou se tiveram convicções políticas que a elite brasileira não aceita.

    A condenação de alguém a perder a liberdade por suas convicções políticas, porém, é mais grave. É característica das ditaduras, pois a desigualdade da Justiça com os outros três pês deriva de falta de recursos para se defender, não de retaliação a um ideário.

    Agora, pois, é oficial: você vive em um país em que se deve ter medo de professar e exercer suas verdadeiras convicções políticas, pois sabe-se que elas expõem a retaliações ditatoriais como as que levarão para cadeia homens cuja culpa jamais foi provada.

    http://www.brasil247.com/pt/247/cultura/120981/Latuff-ser%C3%A1-que-a-Justi%C3%A7a-e-a-m%C3%ADdia-t%C3%AAm-lado.htm

     

  5. primavera árabe expõe segunda Guerra Fria

    Para Moniz Bandeira, primavera árabe expõe segunda Guerra Fria

    As recentes revoltas árabes, defende, devem ser consideradas no contexto de uma segunda Guerra Fria, desta vez entre EUA, Rússia e China.

    Os recentes acontecimentos que convulsionaram vários países no Oriente Médio e norte da África devem ser entendidos no contexto da estratégia de “full spectrum dominance” (dominação de espectro total) que os Estados Unidos continuam implementando contra a presença da Rússia e da China naquelas regiões. Essa é uma das teses centrais do livro “A Segunda Guerra Fria” (Editora Civilização Brasileira), do cientista político e historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, que volta a visitar um de seus temas preferidos de investigação: a geopolítica e a dimensão estratégica dos Estados Unidos. Ele faz isso examinando a eclosão e o desenvolvimento de recentes rebeliões na Eurásia, na África do Norte e no Oriente Médio.

    Trata-se de um trabalho de história do presente, anuncia Moniz Bandeira logo no início do livro, citando uma passagem de Gramsci: “Se escrever história significa fazer a história do presente, é um grande livro de história aquele que no presente ajuda as forças em desenvolvimento a tornarem-se mais ativas e factíveis”. Para tanto, entre março e novembro de 2012, Moniz Bandeira debruçou-se sobre os acontecimentos nas referidas regiões, sistematizando uma quantidade impressionante de dados e documentos. Para ele, guerras como a da Síria tem em sua origem uma intervenção direta dos EUA:

    “O objetivo dos Estados Unidos sempre foi a derrubada do regime de Bashar al-Assad, de modo a eliminar a presença da Rússia no Mediterrâneo, fechando suas bases navais – Tartus e Latakia – instaladas na Síria, bem como conter o avanço da China no Oriente Médio e no Magreb, isolar o Irã e cortar seus vínculos com o Hezbollah, no Líbano, de acordo com os interesses de Israel”, defende o historiador.

    A atuação dos EUA nesta região, observa o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães no prefácio do livro, deve ser entendida à luz do projeto nacional e internacional de Washington, sintetizado na expressão “full spectrum dominance”: “seu objetivo é estabelecer e manter a hegemonia americana, sob o manto ideológico da defesa de valores universais que, aliás, seguem apenas na medida de sua conveniência, como comprovam a prática dos assassinatos seletivos, a utilização de drones e a escuta ilegal de todos os meios de comunicação, no programa Prism, em todos os países”. Para a execução desse projeto, acrescenta Samuel Pinheiro Guimarães, os EUA contam com 750 bases militares no exterior, 1,4 milhão de soldados, sendo 350.000 estacionados em 130 países.

    Os movimentos iniciais da segunda Guerra Fria

    Ao analisar as revoltas e guerras em vários países árabes e do norte da África, nos últimos anos, Moniz Bandeira sustenta que estamos vendo os momentos iniciais da segunda Guerra Fria, envolvendo desta vez EUA, Rússia e China. Um dos principais objetos dessa disputa seria o controle de uma ampla área produtora de petróleo e gás, envolvendo países do Mediterrâneo, do Golfo Pérsico e da Ásia Central.

    As revoltas da chamada Primavera Árabe seriam o palco desses primeiros movimentos. Moniz Bandeira chama a atenção para um livro de Gene Sharp, “From Ditactorship to Democracy” (Da ditadura à democracia), que foi traduzido para 24 idiomas e distribuído em diversos países pela CIA, fundações e ONGs ligadas aos EUA. O objetivo central desse manual é solapar a estabilidade e a força econômica, política e militar de um Estado sem recorrer ao uso da força, mas provocando violentas medidas, a serem denunciadas como uma reação excessiva e autoritária dos governos que se quer desestabilizar.

    A estratégia apresentada no livro de Sharp, assinala ainda Moniz Bandeira, pautou em larga medida a política de “regime change” incrementada pelo ex-presidente George W. Bush dentro do conceito de “freedom agenda”. O autor descreve assim o funcionamento dessa política: “…a luta não violenta é mais complexa e travada por vários meios, tais como a guerra psicológica, social, econômica e política, aplicados pela população e pelas instituições da sociedade. Tais meios são, por exemplo, protestos, greves, marchas, boicotes, procissões, etc.”

    A principal força de luta, defende Gene Sharp, deve nascer dentro do próprio país para, a partir daí, contar com apoio e solidariedade desde o exterior, mobilizando a opinião pública mundial. Essa estratégia, observa Moniz Bandeira, não chega a representar uma novidade, uma vez que a CIA aplicou métodos e táticas similares, patrocinando golpes de Estado em diversos países, especialmente na América Latina. A novidade é que a antiga metodologia dos golpes de Estado teria sido modernizada para engendrar um tipo de golpe mais sofisticado. Não é a toa, diz ainda o autor, que o livro de Sharp foi traduzido para mais de 24 idiomas e distribuído através do Cáucaso, por exemplo, por organizações como Freedom House, Open Society Institute (de George Soros), International Republican Institute, National Endowment for Democracy (NED), além da própria CIA, servindo de manual para as chamadas “revoluções coloridas” que ocorreram, com maior ou menor sucesso, em países como a Ucrânia, Geórgia, Sérvia e Azerbaijão.

    “Há método nas revoltas árabes”

    Ao falar sobre as revoltas árabes, Moniz Bandeira cita uma passagem de Shakespeare, mais especificamente um comentário de Polônio a respeito do comportamento de Hamlet: “embora seja loucura, há um método nela”. Reconhecendo a existência de condições objetivas e subjetivas para as sublevações que ocorreram nos países árabes, o autor defende, porém, que os Estados Unidos e seus aliados da União Europeia “armaram metodicamente uma equação, com ampla dimensão econômica, geopolítica e estratégica no Oriente Médio e no Magreb”, sobretudo nos casos das sublevações na Líbia e na Síria, iniciadas em 2011.

    O objetivo dos EUA e de seus sócios europeus, sustenta o autor, era “assumir o controle do Mediterrâneo e isolar politicamente o Irã, aliado da Síria, bem como conter e eliminar a influência da Rússia e da China no Oriente Médio e no Magreb”.
    Além de inviabilizar as bases navais russas na Síria, a derrubada do regime de Bashar al-Assad cortaria as vias de suprimento para o Hezbollah, no Líbano.

    O resultado de toda essa equação seria o estabelecimento pelos EUA e seus sócios da UE de um novo equilíbrio de forças no Oriente Médio, garantindo “pleno domínio territorial, marítimo, aéreo e espacial, bem como a posse de todos os ativos do Mediterrâneo, uma região de vital importância estratégica”.

    Levando em conta as peculiariedades objetivas e subjetivas de cada país e sociedade, Moniz Bandeira nos chama a atenção para esse pesado jogo geopolítico que emoldura essas dinâmicas nacionais e regionais. Além de trazer uma quantidade extraordinária de informações sobre eventos recentes da política internacional, seu livro serve de roteiro para acompanhar sua evolução. Para além das primaveras e outras licenças poéticas, nos apresenta um jogo político mais duro e hostil à democracia e à paz que está em curso naquela que é uma das regiões de maior conflito no planeta.

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/Para-Moniz-Bandeira-primavera-arabe-expoe-segunda-Guerra-Fria/6/29510

  6. Entraves ao crescimento: a má

    Entraves ao crescimento: a má distribuição de renda

    Apesar do avanço recente, o Brasil paga vexame nas comparações internacionais envolvendo renda per capita, IDH e coeficiente de Gini. Por Amir Khair

    As análises econômicas pouco se voltam para dois importantes entraves ao crescimento: a) má distribuição de renda e; b) alta incidência tributária sobre ela.
     
    A má distribuição de renda e tributária reduz o uso do potencial existente no mercado interno. Apenas 1% dos mais ricos detém renda próxima dos 50% mais pobres. Quem ganha até dois salários mínimos (SM) paga 49% dos rendimentos em tributos e quem ganha 30 SM, paga 26%.
     
    Apesar do avanço nos últimos anos na distribuição de renda e na incorporação de novos consumidores, o Brasil paga vexame nas comparações internacionais envolvendo renda per capita, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e coeficiente de Gini.
     
    Esses entraves repercutem no setor público, que tem que enfrentar o elevado déficit social com recursos limitados, justamente pelo insuficiente nível de produção e consumo existente.
     
    A maior contribuição para recuperar parte desse déficit veio dos reajustes do salário mínimo. Infelizmente essa contribuição deixa de existir neste e nos próximos dois anos devido à regra de correção se basear no crescimento de dois anos atrás. Essa é uma das consequências da política econômica errática e sem estratégia deste governo. De todo modo a retomada do crescimento é necessária e fundamental para ajudar na questão da distribuição de renda com o impacto do salário mínimo.
     
    Posições em debate – Para retomar o crescimento há que ter clareza quanto às vias de consegui-lo. Alguns defendem que o crescimento deva vir através de menor consumo para gerar poupança e permitir maior investimento. Com maior investimento cresce a produção e o emprego. Afirmam que para garantir crescimento sustentável de 5% ao ano é necessário investimento de 22% do Produto Interno Bruto (PIB). Defendem maior abertura da economia para crescer a produtividade ao expor as empresas na concorrência internacional.
     
    Outros defendem que o maior nível de consumo é que cria as condições para o crescimento dos investimentos, que são gerados, principalmente, pelas empresas, com os lucros ampliados pelo maior consumo. Advogam a desvalorização cambial como principal fator para enfrentar a concorrência internacional.
     
    Infelizmente as análises mais difundidas se perdem no falso confronto entre consumo e investimento como polos opostos quando na realidade interagem positivamente: o crescimento do consumo induz investimento e este, por sua vez, crescendo atende a expansão do consumo. O falso confronto parece mais usado como argumento de fundo político.
     
    Os tais 22% do PIB em investimentos para permitir crescer 5% ao ano não encontra justificativa na história econômica do País, pois: a) durante 30 anos, de 1951 a 1980 o investimento foi de 19,2% do PIB e o crescimento 7,4% ao ano, com produtividade inferior à atual e; b) na década de 80 o investimento atingiu 21,8% do PIB e o crescimento ocorrido foi de apenas 1,7% ao ano.
     
    É inegável, no entanto, que o carro chefe do crescimento econômico, pelo menos desde 2004, tem sido o consumo das famílias. Entre 2004 e 2008, anos dourados do crescimento, com média anual de 4,8%, esse consumo explicou 56% da evolução do PIB. No pós-crise de 2009 a 2012 a explicação passou a ser de 70% com a retração dos investimentos. Mas, de pouco adianta crescer o consumo se esse crescimento vazar para o produto importado, como vem ocorrendo nos últimos anos, e aqui entra a questão cambial como divisor de águas na discussão entre maior ou menor abertura comercial.
     
    Parece temerária a abertura maior e indiscriminada da economia face ao elevado custo Brasil e preços elevados dos insumos fornecidos pelas empresas que se situam no início das cadeias produtivas. Adotar essa política defendida pelos economistas tucanos, que assessoram o candidato do PSDB Aécio Neves, é afundar de vez o que ainda resta de indústria nacional.
     
    Há que separar o joio do trigo. Abertura maior sim, mas para as matérias primas do início das cadeias produtivas, que ainda têm elevada proteção tarifária permitida pelo governo e, com isso, contaminam toda a cadeia produtiva. Se, por exemplo, o aço produzido no País tiver preço acima do internacional, todos os produtos que dependem dele ficam afetados na concorrência externa e elevam os preços internos freando o consumo e/ou elevando a importação.
     
    Câmbio – O câmbio se encontra artificialmente valorizado pelo Banco Central (BC) ao manter a Selic muito acima do nível internacional. Com isso o BC atrai dólares especulativos e barateia o produto importado. O País perde anualmente US$ 10 bilhões para o capital financeiro internacional (média dos últimos seis anos). Essa política danosa ao interesse nacional tem sido a principal política usada desde o Plano Real para controlar a inflação.
     
    Vale observar a evolução do câmbio real (descontada a inflação no Brasil e nos Estados Unidos): há tendência histórica de valorização do real frente ao dólar; b) há valorização acentuada a partir de 2002 (R$ 4,30/US$), caindo ao nível mínimo em 2011 (R$ 1,83/US$) e; c) o valor atual de R$ 2,20/US$ se afasta muito da média histórica (R$ 3,63/US$).
     
    Essa valorização excessiva do real afeta as contas externas que caminham neste ano para um déficit de US$ 80 bilhões. No período 2003/2007 houve superávit nas contas externas e o câmbio médio real nesse período foi de R$ 3,04/US$. Naquele período as relações de troca com o exterior e o forte crescimento mundial ajudaram na formação do superávit. É por esse conjunto de fatores que o câmbio deve alcançar no mínimo R$ 3,00/US$ para restaurar o equilíbrio nas contas externas e parte da competitividade que foi retirada pela política de controle inflacionário.
     
    Política tributária – Quanto à distribuição da carga tributária, nada mudou, mantendo o atraso de onerar pesadamente a classe média e as camadas de menor renda. Historicamente as propostas de reforma tributária passaram ao largo da questão da justiça tributária. Focaram a simplificação do sistema, como se isso conduzisse à redução da carga tributária. Propostas de melhor distribuição da carga tributária sobre os que pagam as contas do governo, ou não saem do Executivo, ou se saem, morrem no Congresso ou no Judiciário.
     
    Aproveitar o potencial do mercado interno pressupõe entre outras coisas reduzir os entraves ao crescimento devido à má distribuição de renda e tributária. Felizmente há espaço para fazer o que já fazem há tempo os países desenvolvidos. Resta fazer.

    http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Economia/Entraves-ao-crescimento-a-ma-distribuicao-de-renda/7/29545

  7. Cuidado Joaquim Barbosa

    Do Correio do Brasil

    Genoíno corre risco de um mal súbito a qualquer instante, alerta médica

    17/11/2013 13:49
    Por Redação – de Brasília e São Paulo

     Genoino, visivelmente emocionado, apresenta-se à Polícia Federal, em São Paulo

    Genoino, visivelmente emocionado, apresenta-se à Polícia Federal, em São Paulo

    O pico de pressão que o deputado José Genoino (PT-SP) sofreu no voo rumo ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde encontra-se no momento, em uma cela, significa mais do que o atendimento de urgência considera plausível no quadro clínico de um prisioneiro. O alerta parte de uma médica do serviço público, que acompanha o estado de saúde do parlamentar desde a intervenção cirúrgica a que foi submetido em São Paulo, por mais de 8 horas, há cerca de 100 dias. Genoino teve uma dissecção da aorta, quando a artéria abre em camadas, o que provoca hemorragias.

    – A formação de um aneurisma, sobretudo em pacientes com um pós-operatório delicado, como é o caso do parlamentar, de 67 anos, é o principal risco à vida, pois um novo pico hipertensivo como este, verificado em condições extremas de estresse, a caminho de uma prisão que ele considera injusta, poderá ser o último – disse a médica à reportagem do Correio do Brasil, em condição de anonimato.

    Mas, a preocupação desta especialista não é isolada. Parlamentares do PSDB, adversários políticos de Genoino, também estão preocupados com a gravidade do quadro de saúde do petista. A possível morte de Genoino, em um presídio público, após um julgamento polêmico, diante da resistência do ex-guerrilheiro em aceitar a culpa, imposta por um julgamento que ele e um dos principais líderes políticos do país, o ex-ministro José Dirceu, atribuem a um “tribunal de exceção“, seria o pior dos cenários para a oposição no país.

    Mestre e doutor em Sociologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em um artigo publicado em sua página na internet, neste domingo, Carlos Alberto Furtado de Melo relata esta preocupação, demonstrada por um senador tucano.

    “Vamos lá. Recentemente, conversando com um respeitável parlamentar do PSDB, uma das peças centrais no governo FHC — sim, também tenho amigos entre os tucanos –, ele se disse preocupado com José Genoíno. Soube de seu precário estado de saúde – realmente sério — e de sua depressão originada por tudo o que está vivendo — mesmo antes da prisão, estava confinado em casa, pois nem ao mercado comprar bananas podia ir sem ser hostilizado de modo muitas vezes covarde e oportunista. Meus caros, não se tripudia a alma alquebrada de um condenado!”, afirma Furtado de Melo.

    “Voltemos ao caso. Esse respeitável e sério tucano disse-me que o insuspeito senador Jarbas Vasconcelos (PMDB – PE) lhe teria afirmado categoricamente que ‘quem acredita que Genoíno seja um ladrão ou é um sujeito muito mal informado quanto à política, ou só pode ser mesmo um completo imbecil’. Disse-me o tucano que o caso de Genoíno lhe inspirava preocupações mais profundas que as disputas partidárias e que há nele um componente de humanidade que não poderia ser desconsiderado; que há nele um problema terrível quanto à qualidade da política que fazemos que precisava de alguma forma ser corrigido”, acrescentou.

    “Não podia fazer muito, mas pediu-me que articulasse uma visita sua à Genoíno; fomos lá, à casa modesta numa rua modesta, resultado de uma vida modesta de uma pessoa modesta. Recentemente, alguém publicou na internet fotos da ‘mansão de Genoíno’ que podem comprovar o que lhes digo; em que pese todo esterco dos comentaristas de internet”, disse.

    “Genoíno se mostrou comovido e agradecido pela visita, pessoa igualmente solidária, compreendeu o gesto de solidariedade à parte da rivalidade partidária e das disputas políticas. Ambos ali sabiam que a política pode ser mesmo muito cruel, brutal até mesmo. Ainda assim, o petista tentava enxergar o mundo e o colega parlamentar com olhar de homem altivo e honrado que sempre foi. Não se falou de prisão, não se falou de futuro, portanto; discutiu-se a saúde, o peso dos anos; medicação, assunto inevitável com o correr da idade. E se falou de passado: Dr. Ulysses, Luiz Eduardo Magalhães, ACM, Nelson Jobim, Segurança Nacional; Regime Militar e a prisão e o exílio de então, Resistência Democrática, Diretas-Já, Constituinte e a reconstrução do Brasil nesses anos recentes; a importância dos governos FHC e Lula. Enfim, a grande Política que um dia se fez neste país e que aqueles dois políticos tiveram a oportunidade de viver e eu de estudar. Saudades daquele Brasil”, lamenta o articulista.

    Forte tensão

    Genoino encontra-se no mesmo presídio que Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o empresário Marcos Valério Fernandes. Eles e outros sete condenados no processo que ficou conhecido como ‘mensalão’ que tiveram ordem de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foram transferidos para a principal penitenciária do Distrito Federal no início da noite passada.

    Dirceu e Genoino, este visivelmente emocionado, apresentaram-se na sexta-feira, à noite, à PF em São Paulo e, de lá, seguiram em um avião da própria polícia para Belo Horizonte, para buscar um outro grupo de sete condenados. Genoino já apresentava sinais de que sofria um pico hipertensivo quando desembarcou em Brasília. A aeronave chegou à capital federal às 17p5. Às 19h, os presos deixaram o terminal aeroportuário em um micro-ônibus com vidros escuros, escoltado por três carros. Outro veículo se desligou do comboio e seguiu em direção à Superintendência da Polícia Federal, onde buscou os ex-tesoureiros do PL Jacinto Lamas e Delúbio Soares (PT).

    As duas mulheres presas – a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello e a ex-diretora da SMP&B Simone Vasconcellos – foram conduzidas para a ala feminina. Além de Genoino, Dirceu, Valério, Delúbio e Jacinto, também estão presos na Papuda Cristiano Paz, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Romeu Queiroz e Ramon Hollerbach. Eles ficarão no complexo presidiário até a definição do local onde cada um cumprirá sua pena.

    A defesa de José Genoino foi a primeira a apresentar recurso pedindo o cumprimento da pena em regime semiaberto. O pedido foi feito esta tarde pelo advogado dele, Luís Fernando Pacheco, que contesta a transferência de Genoino, de São Paulo, para Brasília.

    – Cada minuto no regime fechado, quando ele foi condenado ao semiaberto, representa grave constrangimento ilegal, sem contar o risco que isso representa à vida de Genoino – afirmou o advogado a jornalistas.

    Pacheco estava a caminho do cartório onde ingressou, neste domingo, com um recurso pela prisão domiciliar de seu cliente, alegando problemas de saúde.

  8. Findo o processo do Mensalão, quem ganhou e quem perdeu?

    Em algumas oportunidades, a justiça é feita pelo Judiciário. Em outras, apenas povo está em condições de fazê-la. Foi o que ocorreu neste caso em que o STF/mídia condenou os petistas, mas o povo absolveu e até premiou o PT.

    O julgamento do Mensalão acabou e os réus condenados foram presos. Agora já podemos discutir quem ganhou e quem perdeu durante e este julgamento.

    Sob o ponto de vista político-partidário, a oposição foi a maior perdedora durante o processo. O julgamento do mesmo foi realizado durante eleições, exibido à exaustão pela imprensa e utilizado pelo PSDB e DEM como sua principal arma de propaganda contra o PT. Mesmo assim, o PT manteve a presidência e cresceu enquanto o PSDB e DEM encolheram a olhos vistos.

    A imprensa exulta, pois conseguiu pautar o STF e conduzir o julgamento até ele desaguar no resultado que desejava. Mesmo assim (ou exatamente por causa disto), a reputação do PT cresceu no seio da população. Afastando-se dos anseios populares, a mídia cavou sua própria cova. Quando tiver que lutar contra a Lei de Meios não terá qualquer apoio popular em virtude de ter exigido o sacrifício jurídico-ritual de dois importantes líderes petistas que ajudaram a construir um Brasil melhor (José Dirceu e José Genuíno). 

    Joaquim Barbosa ganhou intensa publicidade gratuita na mídia durante o julgamento. Ele foi até capa de revista na Veja (O menino pobre que mudou o Brasil). Mas depois disto, teve sacadas contra si graves denúncias de desmandos (recebimento de salários sem dar aula, compra de apartamento nos EUA mediante operação financeira ilegal, uso de passagens pagas pelo STF para fins pessoais, etc…). Se tivéssemos senadores à altura dos cargos que ocupam, o Presidente do STF teria sofrido um processo de Impedimento. 

    Em razão de suas posições moderadas, Ricardo Lewandowski foi execrado pela mídia durante o julgamento. A campanha contra ele atingiu seu ponto máximo quando aquele Ministro proferiu seu voto dizendo com todas palavras quem foram os verdadeiros beneficiários do esquema de corrupção denominado Mensalão: Rede Globo, Folha de São Paulo, Estado de São Paulo e Abril Cultural (editora da Veja), empresas de comunicação que lucraram milhões de reais para fazer publicidade político-partidária. Mesmo tendo sido derrotado e perseguido pela mídia, Lewandowski saiu do julgamento fortalecido. Quando se tornar Presidente do STF e tiver a oportunidade de apreciar um pedido de liminar em ADIN movida contra uma Lei de Meios considerada danosa aos interesses dos barões da mídia ele terá oportunidade de ser coerente. Esperamos que ele trate com o devido rigor a corja de canalhas que controla a mídia e que se beneficiou do esquema do Mensalão sem sentar-se no banco dos réus. 

    O STF foi o grande perdedor desta história. Primeiro porque julgou o Mensalão do PT (mais recente) antes do Mensalão Tucano (mais antigo), dando a entender que a Justiça brasileira não trata de maneira igual os desiguais. O tratamento desigual dispensado aos desiguais seguirá sendo uma nódoa na história do STF, especialmente se o Tribunal deixar prescrever o Mensalão Tucano (hipótese que se torna mais provável a cada dia que passa). Além disto, a mesma imprensa que silenciou sobre o caráter seletivo do STF durante o julgamento do Mensalão do PT, certamente fará intensa propaganda contra a cúpula do Judiciário quando ela resolver tratar Eduardo Azeredo como se ele fosse José Genuíno. Num futuro próximo, o STF pode se tornar tão impopular na elite quando se tornou execrado nos meios populares. As consequencias disto certamente não serão benéficas para a instituição.  

    Em segundo lugar, o STF também sagrou-se perdedor durante este julgamento por causa dos cochilos de Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes diante das câmeras. A autoridade da atividade judiciária depende bastante da respeitabilidade do julgador. Ninguém respeita um Tribunal cujos membros dormem em serviço. As cenas grotescas dos bate-bocas iniciados por Joaquim Barbosa, o tratamento indigno que ele dispensou aos seus colegas (especialmente Ricardo Lewandowski) também macularam bastante o STF e o relator do processo. Afinal, só os tiranos julgam com raiva esquecendo-se da razão e da necessidade de convencer com educação.

    O protagonismo midiático do STF certamente comprometeu o resultado do julgamento. Durante todo o processo alguns Ministros demonstraram que estavam dispostos a reagir à exposição na mídia de maneira absolutamente simétrica à reação que a mesma tinha acerca das posições que eles adotavam. Isto provocou uma confusão entre os campos jurídico e midiático, ao ponto de vermos alguns Ministros se comportarem no STF como se fossem atores/telejornalistas enquanto alguns jornalistas passaram a julgar o caso nas páginas dos jornais e revistas como se fossem Juízes. Esta confusão conseguiu produzir um grande espetáculo, mas empobreceu a qualidade da decisão que foi proferida. Afinal, a imprensa é privada e visa lucro e o STF é um órgão público encarregado de distribuir a melhor justiça possível de acordo com a legislação vigente (algo que não ocorre quando a isenção do Juiz é comprometida em razão de sua paixão pela notoriedade).

    Por fim, ao condenar os réus do Mensalão com base em ilações jurídicas distorcidas e usando como provas as matérias jornalísticas produzidas e divulgadas à exaustão pelos seus inimigos políticos (Joaquim Barbosa), porque a literatura assim o permite (Rosa Weber) e em virtude deles não terem conseguido provar sua inocência perante o Tribunal (Luiz Fux) a maioria dos Ministros do STF agiu de maneira brutal. No futuro, serão inevitáveis as comparações históricas entre o julgamento do Mensalão do PT e a condenação de Tomás Antonio Gonzaga e/ou a repressão judiciária contra os participantes da Revolta dos Quebra-Quilos (episódios que mancharam respectivamente a Justiça Colonial e o Judiciário Imperial) . A violência constitucional praticada no caso do Mensalão do PT é inaceitável e custará caro à imagem do STF dentro e fora do país no futuro.

    O povo viu e ouviu o julgamento durante as eleições presidenciais, mas votou de maneira diferente da desejada pela mídia. A imprensa usou o Mensalão do PT acreditando que conseguiria produzir uma vitória do PSDB e DEM. Mas a esmagadora maioria dos brasileiros elegeu Dilma Rousseff provendo-a de uma bancada parlamentar suficientemente grande e forte. Desde então, a imprensa perdeu todos os embates que teve com o governo no Congresso Nacional. Nada indica que isto venha a se modificar num futuro próximo, pois nenhum dos candidatos presidenciais apresentados pela mídia consegue conquistar os corações e mentes dos brasileiros. Durante todo o julgamento o povo agiu com sobriedade, formando seu convencimento na urna à revelia da mídia e do espetáculo grotesco fornecido à mesma pelo STF. Esta prova de maturidade política sugere que o grande ganhador do julgamento foi o povo e não a oposição, a mídia ou o Judiciário.

    Leia mais: http://jus.com.br/artigos/25862/findo-o-processo-do-mensalao-quem-ganhou-e-quem-perdeu#ixzz2kzBZwPrL

     

  9. Juíza do caso da morte de blogueiro Décio de Sá é ameaçada

    Juíza diz que está ameaçada de morte pelo bando que assassinou Décio Sá

    A juíza Alice de Souza Rocha relatou nesta quinta-feira pela manhã, no Tribunal de Justiça do Estado, após a solenidade de posse do desembargador Marcelino Ewerton, que sua cabeça, bem como a do também juiz Osmar Gomes e do promotor de Justiça Luís Carlos Duarte, todos envolvidos nas investigações da morte do jornalista Décio Sá, foram colocadas a prêmio de R$ 300 mil pelos acusados do crime.

    A informação, segundo ela, teria chegado ao conhecimento do juiz Osmar Gomes pelo relato de um policial, que teria testemunhado a discussão desta trama. Estão presos como mandantes do assassinato do repórter e blogueiro do Sistema Mirante (fato ocorrido em abril de 2012), Glaúcio Alencar, o seu pai, José de Alencar Miranda, e José Raimundo Sales Júnior, o Júnior Bolinha.

    A juíza Alice Rocha foi quem primeiro recebeu as denúncias do Ministério Público sobre este caso, mas saiu das investigações depois de ter sido transferida para a Vara Cível. Ela disse que quando saiu do caso não havia tomado ciência de nenhuma ameaça contra sua vida, apesar disto ter sido denunciado em alguns blogs. Nesta quinta-feira, porém, ela foi informada pelo próprio juiz Osmar Gomes da descoberta da trama. O caso vai ser investigado, a fim de ser comprovada ou não a veracidade da informação.

    Visivelmente emocionada com esta informação, Alice Rocha chegou a pedir apoio do desembargador Paulo Velten, logo após a solenidade de posse do novo membro da cúpula da Magistratura, e este se prontificou a ajudar nas investigações, ponderando que isso precisa ser analisado com muito cuidado, haja vista a onda de boatos sobre este crime que a todo hora brotam na imprensa local.

    (Site Maranhão Hoje)

    http://jornalpequeno.com.br/edicao/2013/11/15/juiza-diz-que-esta-ameacada-de-morte-pelo-bando-que-assassinou-decio-sa/

     

  10. TVs comunitárias relatam dificuldades para criar o Canal

    TVs comunitárias relatam dificuldades para criar o Canal da Cidadania

     Agência Senado 18.11.2013 – 15p8 | Atualizado em 18.11.2013 – 15p3

    Apenas 145 dos mais de 5 mil municípios brasileiros já fizeram ao Ministério das Comunicações pedido de outorga para receberem o Canal da Cidadania, que integrará numa só rede emissoras mantidas por órgãos públicos e por instituições comunitárias. A inserção das TVs comunitárias nesse novo modelo foi tratada pela Comissão de Direitos Humanos em audiência pública nesta segunda-feira (18), quando os convidados destacaram a necessidade de divulgar nas prefeituras a importância de se pedir a outorga.

    Leia mais notícias no canal Tecnologia

    O Canal da Cidadania fará parte do conjunto de canais explorados por entes da administração pública dentro do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). Com isso, poderá usar a multiprogramação possibilitada pela TV digital, com uma faixa de conteúdo específica para os poderes municipais; uma para os estaduais; e duas para associações comunitárias, responsáveis por veicular programação local.

    “Trata-se de um canal aberto, dado, e as prefeituras terão prioridade até 18 de junho de 2014, quando a preferência passa aos estados. Por enquanto só os prefeitos podem pedir. É um direito dos municípios”, afirmou Carlos Des Essarts, assessor técnico da liderança do PT no Senado e responsável por elaborar uma cartilha informativa para as prefeituras.

    Recursos

    De acordo com o jornalista Paulo Miranda, presidente da Associação Brasileira de Canais Comunitários, o Canal da Cidadania vai permitir a democratização das TVs comunitárias, hoje restritas a serviços por assinatura.

    “Ainda estamos restritos aos guetos, presos ao cabo, mas estamos prestes a sair para a TV aberta, com a chegada do mundo digital”, afirmou.

    O acesso das TVs Comunitárias ao modelo de TV Digital – garantido pela Portaria 489/2012 do Ministério das comunicações – foi “uma grande vitória”, segundo Paulo Miranda.

    Todavia, diz ele, os canais enfrentam sérios problemas financeiros, o que dificulta colocar a programação no ar. Ele defendeu a criação do Fundo Nacional de Apoio e Desenvolvimento das TVs Comunitárias.

    Otimismo

    Apesar do baixo número de requisições por parte das prefeituras, o diretor da Secretaria de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações, Octávio Pieranti, disse estar otimista.

    “Estamos viabilizando alternativa para um procedimento mais célere de outorga, mas o tempo de tramitação do pedido depende muito do município, que tem que apresentar toda a documentação de forma ágil. Há previsão de que em poucos anos um número significativo de cidades tenham o recurso. Estamos num momento de transição do analógico para a digital. Um novo tempo se abre, com a entrada da comunidade na televisão digital aberta no país. Temos que aproveitar a oportunidade”, afirmou.

    Responsabilidade é dos prefeitos

    No fim da audiência, a presidente da CDH, senadora Ana Rita (PT-ES) informou que a comissão apoiará a causa das TVs Comunitárias e vai oficiar o Conselho Nacional de Comunicação do Congresso para que contemple as mídias alternativas com um assento no órgão.

    Ela informou também que a CDH vai se corresponder com todos os prefeitos brasileiros para sensibilizá-los e alertá-los sobre o prazo do pedido de outorga.

    “Os prefeitos são os principais atores deste processo e, se não abrirem essa porta, nenhuma associação poderá fazê-lo. Eles têm a responsabilidade de abrir a porta lá no município”, afirmou.

    A reunião da CDH nesta manhã fez parte do Fórum Brasil 2013 – TVs Comunitárias em Primeiro Lugar, que termina amanhã em Brasília.

    Direitos autorais: Creative Commons – CC BY 3.0http://www.ebc.com.br/tecnologia/2013/11/tvs-comunitarias-relatam-dificuldades-para-criar-o-canal-da-cidadania

     

  11. A diverticulite passou…

    Postei ontem aqui um comentário sobre a ausência de FHC à cerimonia de chegada dos restos mortais do presidente João Goulart à Brasília. O unico presidente ausente aliás. A diverticulite que o “impediu” de comparecer já passou…

    Da Época Negócios

     

    ‘A JUSTIÇA COMEÇA A SE FAZER’, DIZ FHC SOBRE O MENSALÃO

     

    O SENADOR AÉCIO NEVES (PSDB-MG), PROVÁVEL CANDIDATO DO PSDB À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, LAMENTOU, A PRISÃO DE MEMBROS DO PT

    O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou, nesta segunda-feira, 18, os condenados do mensalão, durante ato do PSDB em Poços de Caldas (MG). “Hoje vejo que a Justiça começa a se fazer. Aqueles que foram alcançados por ela tentaram transformar a Justiça num instrumento de sua própria história de uma revolução que não fizeram e, em nome de ideais que não cumpriram, querem descumprir a Constituição”, afirmou, sem citar nomes nem mesmo a prisão de lideranças do partido adversário.

    O ex-presidente continuou os ataques dizendo que “aqueles que hoje exercem o papel maior da República não souberam honrar a confiança que o povo depositou, transformaram-se em negocistas e em nome de transformar o Brasil, transformam suas próprias vidas”.

    Aécio Neves
    O senador Aécio Neves (PSDB-MG), provável candidato do PSDB à Presidência da República, lamentou, nesta segunda-feira, 18, a prisão de membros do PT condenados pelo mensalão, mas não poupou críticas aos adversários políticos. “Nenhum de nós comemora prisões, o sofrimento de qualquer um que seja, por mais radical adversário que seja”, disse ele antes de um ato do partido em Poços de Caldas (MG).

    O senador, que preside nacionalmente o PSDB, disse lamentar que o presidente nacional do PT, Rui Falcão, tenha considerado as prisões como políticas. “Lamento que o presidente do PT confunda decisão da Suprema Corte com decisão política. Não contribui para a democracia um partido querer transformar esse caso em fato político”, afirmou.

    Na resposta, no entanto, Aécio rebateu apenas Falcão e evitou comentar a pergunta de jornalistas sobre a avaliação dele da afirmação do ex-ministro José Dirceu que, ao ser preso, pediu um julgamento semelhante para o mensalão mineiro.

    Para o senador, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de prender os condenados no mensalão “vai ao encontro de grande expectativa da sociedade brasileira, sobre o qual tinham provas definitivas”, afirmou. “O que nos preocupava era o sentimento de impunidade, era o adiamento dessas decisões, mas, felizmente, as instituições são sólidas”, concluiu.

    Ao deixar o local reservado para entrevistas, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse, ao Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, que subscrevia o que Aécio tinha dito sobre as prisões. Já o governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), também em informação ao BP, afirmou que “decisão judicial se cumpre” e também evitou se aprofundar sobre as eventuais implicações ao PSDB, no julgamento do mensalão mineiro. “Não é questão político-partidária; é institucional”, frisou. 

  12. Após prisões, procura por filiações ao PT aumenta mais de 2.000%

    Após prisões, procura por filiações ao PT aumenta mais de 2.000%

    Portal Terra Publicidade 

    A prisão de José Genoino e José Dirceu, duas lendárias personalidades do Partido dos Trabalhadores, condenadas por envolvimento no escândalo do mensalão, neste final de semana, fez com que o interesse por filiações ao partido aumentasse mais de 2.000%.

    Não se trata da filiação, mas sim de um formulário no qual a pessoa expressa seu interesse em se filiar, uma espécie de pré-cadastro, que é concretizado junto aos diretórios locais. De acordo com o partido, entre sexta-feira e domingo, foram feitos 392 preenchimentos, 2.613% mais que os 15 registrados no final de semana anterior.

    A procura, no entanto, foi praticamente espontânea, incentivada apenas por algumas pessoas em redes sociais como o Twitter. “A única maneira de enfrentar a direita, a mídia conservadora e a injustiça da Justiça, é filiação em massa ao PT”, dizia um internauta, enquanto outros completavam que o Supremo Tribunal Federal (STF) “fez surgir a maior campanha de filiação ao PT”.

    Em seu site, o partido apenas divulgou uma nota assinada pelo presidente da legenda, Rui Falcão, na qual classificou a determinação da prisão dos condenados como “casuísmo jurídico” que “fere o princípio da ampla defesa”.

    Já no Facebook, durante todo o final de semana, foram divulgadas mensagens de mobilização e apoio aos presos.

    http://www.jb.com.br/pais/noticias/2013/11/18/apos-prisoes-procura-por-filiacoes-ao-pt-aumenta-mais-de-2000/

  13. Kerry defende união EUA-AL e diz que intervenção é passado

    O secretário de Estado americano, John Kerry, em discurso na sede da OEA:

    -“O verdadeiro desafio do século 21 nas Américas será como usaremos nossos governos democráticos para alcançar desenvolvimento, superar a pobreza e melhorar a inclusão social.”

    http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2013/11/18/kerry-defende-uniao-eua-al-e-diz-que-intervencao-e-passado.htm

    será que os ‘homens de bem’ da avenida paulista ficaram órfãos?

     

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