Clipping do dia

As matérias para serem lidas e comentadas. 

Nesta seção entrarão as sugestões de artigos ou reportagens trazidas por vocês – e publicadas em outros veículos – que servirão enriquecidas com as discussões e comentários dos leitores.

Luis Nassif

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  1. Maioria dos brasileiros acha

    Maioria dos brasileiros acha que publicidade trata a mulher como objeto

    Sexismo

    Pesquisa realizada pelo Data Popular e Instituto Patrícia Galvão também revela que 70% da população defende punição aos responsáveis por propagandas ofensivaspor Intervozes * Por Bia Barbosa

    A pesquisa “Representações das mulheres nas propagandas na TV”, realizada pelo Data Popular e Instituto Patrícia Galvão e lançada nesta segunda-feira (30), em São Paulo, revela que uma das principais bandeiras do movimento feminista e dos defensores da democratização da mídia agora também é abraçada pela maioria da população brasileira. O estudo, que ouviu 1.501 homens e mulheres maiores de 18 anos, em 100 municípios de todas as regiões do país, mostrou que 56% dos brasileiros e brasileiras não acreditam que as propagandas de TV mostram a mulher da vida real. Para 65%, o padrão de beleza nas propagandas é muito distante da realidade da nossa população, e 60% consideram que as mulheres ficam frustradas quando não conseguem ter o corpo e a beleza das mulheres mostradas nos comerciais.

    A pesquisa mostrou ainda que 84% da população – 84% dos homens também! – acham que o corpo da mulher é usado para promover a venda de produtos. Para 58%, as propagandas de TV mostram a mulher como um objeto sexual, reduzida a bunda e peito. Um dos dados mais interessantes do estudo, no entanto, é o que aponta que 70% da população defendem algum tipo de punição para os responsáveis por propagandas que mostram a mulher de forma ofensiva. Ou seja, de maneira semelhante ao dado da pesquisa da Fundação Perseu Abramo, que revelou que 71% dos brasileiros e brasileiras defendem a regulação dos meios de comunicação de massa, agora, percentual equivalente também defende a regulação da propaganda, com responsabilização pela veiculação de conteúdos machistas e que violem os direitos das mulheres.

    Na avaliação da diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão, Jacira Melo, a pesquisa será uma ferramenta importante para levar este debate ao conjunto da população do país. “Uma coisa são nossos argumentos, do movimento feminista. Outra é uma pesquisa que mostra uma percepção contundente e coerente da população sobre este tema”, disse.

    No Brasil, a regulação da publicidade cabe ao CONAR, conselho de autorregulação do setor, que atua com base no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.O Código, em seus artigos 19 e 20, afirma que “toda atividade publicitária deve caracterizar-se pelo respeito à dignidade da pessoa humana” e que “nenhum anúncio deve favorecer ou estimular qualquer espécie de ofensa ou discriminação racial, social, política, religiosa ou de nacionalidade”. As críticas à atuação do CONAR, no entanto, são inúmeras, da lentidão à não aplicação efetiva do Código.

    É por isso que países como a França e a Inglaterra adotam mecanismos de corregulação da publicidade. Ou seja, se a autorregulação não funciona, o Estado – através da aplicação de leis e do funcionamento de órgãos reguladores – tem o direito e o dever de agir. E a pesquisa do Data Popular/Instituto Patrícia Galvão é a prova de que as mulheres seguem sendo desrespeitadas nas propagandas de TV no Brasil.

    Falta diversidade

    A pesquisa lançada nesta segunda-feira também apresenta uma série de dados que mostram a brutal ausência de diversidade na representação da mulher nos comerciais de televisão. Na percepção da sociedade, as mulheres nas propagandas são majoritariamente jovens, brancas, magras e loiras, têm cabelos lisos e são de classe alta. O problema é que não é assim que as mulheres querem se ver representadas.

    Enquanto 80% consideram que as propagandas na TV mostram mais mulheres brancas, 51% gostariam de ver mais mulheres negras. Não coincidentemente, a população negra no Brasil é muito próxima deste percentual. Enquanto 73% consideram que as propagandas na TV mostram mais mulheres de classe alta, 64% gostariam de ver mulheres de classes populares nas propagandas. Enquanto 87% veem mais mulheres magras nas propagandas na TV, 43% gostariam de ver mais mulheres gordas. Enquanto 78% veem mais mulheres jovens, 55% gostariam de ver mais mulheres maduras.

    Há quem possa argumentar: “mas a publicidade nunca trabalhou com representação; sempre vendeu um determinado padrão”. A novidade é que isso não está mais colando!

    Para Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular, a pesquisa mostra que há uma crise de identidade na publicidade e uma incompetência do mercado em relação à mulher. Enquanto as mulheres querem se ver e se reconhecer nas propogandas, os comerciais continuam trabalhando com um padrão aspiracional. “A questão é que a lógica da frustração não serve mais para vender produtos no Brasil. A mulher quer algo que está ao seu alcance, e não o impossível”, afirma.

    Ou seja, nem com toda a overdose massacrante dos padrões de beleza, que transformaram o Brasil no país da cirurgia plástica e dos lucros bilionários da indústria dos cosméticos, a mulher brasileira deixou de considerar importante se sentir representada na TV. Isso ficou muito claro na pesquisa. E certamente será um importante instrumento de luta para deixar a televisão brasileira com a nossa cara.

    A partir dos dados da pesquisa, o Instituto Patrícia Galvão lançará um concurso de vídeos que discutam o tema da imagem da mulher na publicidade. A íntegra do estudo pode ser acessada aqui.

    * Bia Barbosa é jornalista, membro do Conselho Diretor do Intervozes e militante feminista.

    http://www.cartacapital.com.br/blogs/intervozes/maioria-dos-brasileiros-acha-que-publicidade-trata-a-mulher-como-objeto-sexual-1821.html     

     

  2. Mídia esconde devassa em Andrea, o faz tudo do PSDB

    Mídia esconde devassa em Andrea, o faz tudo do PSDB

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    Segundo vereador mais votado de São Paulo e do Brasil, com 117 mil votos, titular da Secom e embaixador do Brasil em Roma no governo Fernando Henrique, de quem foi tesoureiro da campanha à reeleição, secretário de Energia de Mario Covas, chefe das Subprefeituras com José Serra e secretário de Cultura de Geraldo Alckmin; largo currículo do polivalente Andrea Matarazzo não foi suficiente para que seu nome fosse destacado pela mídia tradicional na notícia da quebra, pela Justiça, de seus sigilos bancário e fiscal sob suspeita de envolvimento no escândalo de corrupção Alstom-Siemens; Veja.com, após o surgimento do fato, optou por tratar de assunto econômico (acima); seria como informar que a AP 470 tem 42 réus, sem lembrar que os famosos José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, do PT, estão entre eles; dá para entender de onde Andrea retira toda essa influência para proteger-se?; investigação formal, agora, vai ajudar a responder esta e outras interrogações

     

    30 de Setembro de 2013 às 21:02

    247 – Por que o vereador Andrea Matarazzo tem tanta força na mídia tradicional?

    O que fez dele um homem tão forte, desde o início de sua carreira política, na mais alta cúpula tucana?

    Como ele conseguiu começar por cima sua carreira na vida pública, em 1991, e cumprir uma trajetória ascendente, ininterrupta e repleta de poder, nos últimos 22 anos, em todas, sem exceção, as administrações tucanas no plano federal (Fernando Henrique), estadual (governos paulistas de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin) e municipal (gestões Serra e Gilberto Kassab)?

    Por ser sobrinho-neto do histórico conde Francesco Matarazzo?

    Ou por ser repositário de segredos bem guardados no ninho tucano paulista, ao menos até o estouro das denúncias do escândalo Alstom-Siemens, de desvio de verbas e corrupção no sistema de transportes públicos em São Paulo?

    Estas e outras interrogações poderão ser mais precisamente respondidas a partir de agora.

    Nesta segunda-feira 30, a Justiça determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Matarazzo, além de dez outros suspeitos de envolvimento no escândalo que abala o moral dos tucanos paulistas. A maioria dos nomes é de gente desconhecida do público brasileiro (lista abaixo), entre os quais executivos das duas multinacionais envolvidas no esquema. Há, além deles, o nome do ex-presidente do Metro José Fagali Neto.

    Mesmo sendo o personagem, disparado, de maior peso nesta turma da pesada, como prova da influência de Matarazzo na mídia tradicional seu nome ficou de fora dos títulos de destaque dos portais UOL, IG e G1.

    Essas fontes noticiaram o fato, na tarde desta segunda 30, após a informação, levantada pelo jornalista Fausto Macedo, ter sido dada em primeira mão no Estadão.com.

    Registre-se: na própria página virtual do jornalão paulista, porém, o nome de Matarazzo igualmente foi poupado do devido destaque.

    Do ponto de vista jornalístico, noticiar, com a máxima discrição possível, a devassa que está para ser iniciada na vida financeira e tributária de Andrea Matarazzo não se justifica, seja qual for o ângulo pelo qual se examine a questão. Afinal, ele mesmo foi saudado, pela mesma mídia, no final do ano passado, como o segundo vereador mais votado de São Paulo e do Brasil, graças aos mais de 117 mil votos na eleição paulistana do ano passado.

    Entre os tucanos, Matarazzo sempre foi o campeão. Um verdadeiro faz tudo. Além do feito político de, em sua primeira tentativa, bater todos os outros concorrentes do partido, Matarazzo é um polivalente do setor público tucano: foi secretário de Energia e presidente da estatal Cesp no governo Mario Covas, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Fernando Henrique, do qual também foi embaixador em Roma, secretário municipal de Serviços, primeiro, e das Subprefeituras, em seguida, na gestão de José Serra na Prefeitura paulistana, e, ufa!, secretário estadual de Cultura na gestão de Geraldo Alckmin.

    Constaria de qualquer manual de jornalismo que uma notícia do porte da quebra de sigilos de um tucano como Matarazzo, dentro do pacote do rumoroso escândalo Siemens-Alstom, deveria ser um chamariz de leitura. Mas, do ponto de vista de sintonia com os tucanos, é, de fato, melhor que ele não apareça tanto quanto deveria. Não pega bem…

    Para efeito de comparação, seria como se todos esses portais da mídia tradicional noticiassem que a Ação Penal 470, em julgamento no Supremo Tribunal Federal, analisa o envolvimento em corrupção de 42 réus. E não, como aconteceu, dos ex-presidente do PT José Dirceu e José Genoíno, e do ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.

    Qual é a notícia mais forte: 42 réus são julgados na AP 470 ou Dirceu, Genoíno, Delúbio e outros 39 são réus no Supremo?

    A resposta é óbvia.

    Há, ainda, uma agravante. Assim como Delúbio foi tesoureiro do PT, Matarazzo foi apresentado, na campanha de reeleição de Fernando Henrique, em 1998, também como tesoureiro da campanha tucana. Ele nunca teve receio de arrecadar dinheiro para seu partido.

    A quebra de seu sigilo bancário fornecerá informações importantes sobre sua eventual participação no escândalo Alstom-Siemens. Mas não apenas. Poderá esclarecer muito sobre o modus operandi do partido no poder.

    Além de todos os cargos, Matarazzo desfruta da intimidade dos mais emplumados tucanos. Com Mario Covas, de quem era difícil divergir, o atual vereador foi um secretário de Energia e presidente da Cesp que privatizou a companhia por um modelo muito criticado na ocasião, inclusive com críticas do próprio governador. Considerada a estatal mais bem estrutura do Estado, a Cesp foi fatiada em 11 partes, sendo arrematada pelo mercado a preços que poderiam ser bem maiores do que os valores apurados no encerramento das operações que liquidaram a estatal, segundo especialistas do setor.

    Diante do anti-tabagista militante José Serra, Matarazzo deu impressionantes mostras de segurança ao, em diferentes ocasiões, baforar a fumaça de seus cigarros sobre o rosto do ex-ministro da Saúde. Quem poderia fazer isso sem medo de uma reprimenda humilhante?

    O pai de Andrea, Giannandrea Matarazzo, morto em 2011, foi presidente do Conselho Administrativo do colégio Dante Aliguieri, talvez o mais tradicional de São Paulo, e da sua associação de ex-alunos. Durante sua gestão neste último cargo, surgiram denúncias de desvios de verbas. O caso foi noticiado pelo jornal Folha de S. Paulo num dia e, em seguida, nunca mais apareceu em sua páginas. Nova prova de forte influência do tucano que poderá ser melhor compreendida a partir de agora.

    A seguir, lista dos 11 nomes cujos sigilos bancário e fiscal foram quebrados pela Justiça nesta segunda 30:

    Andrea Matarazzo, Eduardo José Bernini, Henrique Fingerman, Jean Marie Marcel Jackie Lannelongue, Jean Pierre Charles Antoine Coulardon, Jonio Kahan Foigel, José Geraldo Villas Boas, Romeu Pinto Júnior, Sabino Indelicato, Thierry Charles Lopez de Arias e Jorge Fagali Neto, (ex-presidente do Metrô).

    http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/116353/Mídia-esconde-devassa-em-Andrea-o-faz-tudo-do-PSDB.htm

     

  3. Clipping do Dia

       

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    Brasília – A inflação baixa e estável não é uma panaceia, mas contribui para o crescimento sustentável do país. A avaliação é do diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo. Para ele, a inflação baixa não resolve todos os males …

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    7. Aécio diz que Lula foi “pouco criterioso” em nomeações

    O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), classificou como “surpreendente” a declaração do ex-presidente Lula, que afirmou em entrevista que seria mais criterioso hoje para fazer indicações de ministros para o Supremo Tribunal …

    8. Barbosa critica influência política no Judiciário: ‘Deixa o juiz em paz’

    O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, criticou nesta segunda-feira a falta de um mecanismo no País que possibilite ao juiz ascender na carreira sem precisar “sair com um pires na mão”, ou seja, se submeter à influência das …

    9. País não precisa mais superávit ‘amplo’, avalia banco

    Em relação à trajetória do endividamento, BC afirmou que percentuais próximos aos resultados fiscais que têm sido obtidos são suficientes para garantir a solvência

    10. BC projeta IPCA mais alto e indica que juros podem subir mais

    O Banco Central reviu para cima as suas projeções para a variação do IPCA neste e nos próximos anos

     

    http://www.cloudnews.com.br

  4. O atual Modelo Energético

    O atual Modelo Energético Brasileiro
     

    Atualmente, quem controla a energia é o capital internacional especulativo, são transnacionais que controlam o setor elétrico nacional e se apropriam dos resultados

    Gilberto Cervinski,

    O conceito de Modelo Energético tem significados diferentes para atores situados em polos antagônicos. Para nós, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), “modelo” significa a Política Energética necessária ao desenvolvimento das forças produtivas que sirva ao conjunto da nação, com respeito ao meio ambiente e à soberania nacional. No entanto, para os setores que controlam a energia no Brasil, Modelo Energético refere-se às fontes/matrizes de produção da energia, porque esses setores já têm clara a finalidade da energia: responder à demanda do mercado, à voracidade das grandes corporações que controlam a indústria de eletricidade, à indústria eletrointensiva e no aumento da produtividade a qualquer preço.

    É inegável que a energia é a locomotiva do desenvolvimento das forças produtivas e que o resto é vagão. Sua importância estratégica está relacionada à produção de valor na sociedade capitalista. Na sociedade atual, a energia é central para reprodução do capital, pois é utilizada como forma de acelerar a produtividade do trabalho dos trabalhadores.

    Há concordância que a energia é necessária na geração da riqueza, que a cadeia produtiva de energia cria empregos e que a energia possibilita o bem estar das pessoas. Também é evidente que a produção de energia pressupõe fontes para a sua geração e que hoje, nas atuais condições de produção, a hidro tem sido a tecnologia “mais eficiente” quando comparada com as demais fontes de produção de eletricidade. Ao ressaltar esses argumentos, no entanto, aqueles que controlam o setor omitem para quê e para quem ele é planejado.

    O atual modelo energético, de padrão e herança autoritária, tecnocrática e neoliberal, está a serviço das corporações transnacionais e seu modelo de desenvolvimento. O bem público serve aos interesses de uma minoria, com predomínio do setor financeiro e seus mecanismos. Esse modelo afeta enormemente as populações, na cidade e no campo, além de precarizar o trabalho no setor (terceirização), utilizar os trabalhadores das obras na condição de semiescravidão, repassar toda conta às residências e produzir impactos socioambientais no nível local, regional e até internacional.

    A energia é vista como mercadoria e não como bem público. Assim se produzem graves injustiças. Essa lógica, que persiste na geração, transmissão e distribuição da energia, não se preocupa com a sustentabilidade social e ambiental, apenas com o “progresso” econômico medido pelo rendimento final e fantasiado na renda per capita que esconde quem se apropria da riqueza. Mais: a atual política energética, em nome do desenvolvimento, avança sobre um patrimônio que pertence também às futuras gerações, pois exportar nossos recursos a países ricos é eticamente um assalto às novas gerações.

    Atualmente, quem controla a energia é o capital internacional especulativo, são transnacionais que controlam o setor elétrico nacional e se apropriam dos resultados. Corporações mundiais como a Suez Tractebel, AES, Odebrecht, Queiroz Galvão, Iberdrola, Vale, Alcoa, Billiton, Alstom, Siemens, etc. Este controle veio a partir das privatizações dos anos 90 e segue nos dias atuais. Atualmente, até mesmo as estatais estão nas mãos do capital privado: 60% da Eletrobrás; 80% da CEMIG; 65% da Cesp.

    As estruturas de Estado estão capturadas pelas empresas privadas. As agências reguladoras, Ministério de Minas e Energia, Empresa de planejamento e até as estatais estão à serviço dos empresários. Foram criadas várias leis e estruturas de Estado que tentam despolitizar o debate da energia, como se fossem questões “técnicas e neutras”. A ANEEL, agência reguladora de finalidade e comportamento questionáveis, é parte de uma estratégia e instrumento para servir aos empresários. É o centro onde se legaliza o modelo.

    O BNDES é o principal financiador das usinas, repassando dinheiro público para as transnacionais, enquanto que estatais são proibidas de ter a maioria das ações nas usinas. Dessa forma, as estruturas de Estado se comportam contra os interesses sociais.

    A mercantilização da energia, através do modelo privado, transformou a energia no principal negócio dos setores privados. Foi implementado um sistema de tarifas que simula uma falsa concorrência. As tarifas foram internacionalizadas, os preços da eletricidade brasileira passaram a ser vinculados ao custo da energia térmica. Nossas tarifas foram elevadas a patamares internacionais, longe da realidade dos custos de produção de nosso país. Atualmente a energia no Brasil é 25% mais cara que na França, onde 76% da matriz é nuclear, ou seja, com custo de produção muito mais alto.

    A venda da energia elétrica se transformou no principal negócio deste setor, porque agora o lucro dos empresários que controlam a energia não vem só da exploração dos eletricitários, mas de 60 milhões de residenciais. As residências pagam a conta. Enquanto isso, os grandes consumidores (livres) recebem energia barata, para produzir eletrointensivos e exportar, sem pagar imposto algum, porque são isentos pela lei Kandir. Para mudar o modelo, é necessário mudar o sistema de tarifas.

    Os trabalhadores do setor são altamente produtivos e explorados. Para se ter uma ideia, os trabalhadores da AES Tietê produziram em 2012, cerca de R$ 2,3 milhões de lucro/trabalhador.

    Está em curso uma intensificação da exploração sobre os eletricitários. As empresas privadas e estatais estão buscando rebaixar os ganhos dos trabalhadores aos patamares mais baixos mundialmente. Está ocorrendo um intenso processo de reestruturação do trabalho para aumentar a produtividade, através de demissões, terceirizações, precarizações e aumento de jornada, além da incorporação de novas tecnologias que aceleram a obsolescência programada. Isso reflete diretamente na qualidade dos serviços de energia.

    A riqueza extraordinária gerada na energia, nas diferentes áreas, não tem sido revertida em benefício prioritário ao povo brasileiro. O que constatamos são remessas cada vez maiores de lucro aos acionistas, enquanto o serviço púbico e a situação dos trabalhadores se deteriora cada vez mais. Os lucros são extraordinários e tudo é enviado através de remessas de dividendos (100%). A AES Tietê tem lucro médio de 43,5%. Cinco empresas (AES Eletropaulo e Tietê, Suez Tractebel, Cemig e CPFL) tiveram, nos últimos 7 anos, lucro total de R$ 45,7 bi e remeteram R$ 40,7 bi a seus acionistas.

    Os rios são o território mais desejado e disputado pelas transnacionais que controlam a indústria de eletricidade. Como a energia hídrica é a tecnologia mais rentável comparada às demais fontes, aumenta a disputa mundial para controlar os melhores locais e extrair os excedentes. Nosso território é foco de disputa internacional do capital, pois concentra as principais reservas estratégicas de “base elevada de produtividade natural”. O Brasil possui as maiores e melhores reservas de rios e água para geração de eletricidade, 260 mil MW de potência, dos quais só 30% foram utilizados até agora. A América Latina tem potencial de 730 mil MW.

    Entendemos que o problema central na energia é a política energética. O modelo energético. Não queremos discutir somente a matriz, apesar de sua importância. Atuar na política energética pressupõe incidir decisivamente no planejamento, na organização e controle da produção e distribuição da energia, da riqueza gerada e no controle sobre as reservas estratégicas de energia de base de elevada produtividade natural.

    O Lema do Encontro Nacional do MAB, “Água e energia com soberania, distribuição da riqueza e controle popular”, representa a síntese do projeto que defendemos para a energia.

    http://www.brasildefato.com.br/node/26104

  5. A chantagem na infraestrutura

    A chantagem na infraestrutura

    Para enfrentar a chantagem na área de infraestrutura, o estado brasileiro precisa sair da dependência institucional da iniciativa privada. A retomada de grandes obras públicas, com a parceria entre estatais brasileiras e de países emergentes pode provar que existem alternativas para promover o crescimento.

    Funcionários do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – entraram em greve há dois meses, atrasando diversas licitações. Os empresários – nacionais e estrangeiros – buscam maximizar seus ganhos exigindo menores taxas de financiamento público, absoluto controle dos negócios e retorno de até 7,5%, em um mercado no qual, em alguns países, como Japão ou a Alemanha, o juro referencial do Banco Central está entre 0% e 0,5%.

    E, finalmente, a grande mídia aperta alegremente os torniquetes, exagerando o que ela aponta como “fracassos”, e subestimando e desvalorizando eventuais acertos, como ocorreu com o seminário “Oportunidades em Infraestrutura no Brasil” realizado esta semana em Nova Iorque, pelo governo brasileiro.

    O evento, ironizado por parte dos “analistas” de plantão, reuniu 350 fundos e investidores estrangeiros de grande porte, que controlam recursos da ordem de três trilhões de dólares.

    Certa emissora de televisão reúne regularmente equipes de “especialistas” e jornalistas próprios e alheios, para desancar, quase todos os dias, a atuação do governo nesse contexto, torcendo, abertamente, para que os leilões de concessão não tenham sucesso, influenciando o resultado das eleições do ano que vem.

    Como já dizia James Carville, estrategista eleitoral de Bill Clinton na campanha contra o primeiro Bush, “é a economia, estúpido!”. Se a situação melhorar, crescem as chances de Dilma Roussef se reeleger. Mas os sucessivos entraves que vem sendo colocados às obras de infra-estrutura – greves, decisões judiciais, a hidrelétrica de Telles Pires paralisada pela terceira vez – e a sabotagem da mídia, não prejudicam apenas o atual governo.

    Como muitas são obras de longo prazo, elas afetam qualquer tendência, mesmo que de oposição, que venha a assumir o comando da Nação. E isso não apenas devido à persistência dos gargalos de infraestrutura, que prejudicam a competitividade nacional, mas também com relação às contas públicas. No final da história, depois de tantas paradas, há obras que duplicam o prazo de entrega e que triplicam de preço, e, aí, parcela da opinião pública – como a que se manifestou em junho – tende a acreditar que isso se deve à corrupção, e não vai querer saber se o culpado foi o governante que deu início à obra, ou aquele que a irá inaugurar.

    Para resolver o problema, o estado precisa desmascarar alguns mitos – verdadeiros paradigmas – fabricados pela mídia, a ponto de gente do próprio governo neles acreditar.

    O principal é o de que a infra-estrutura só pode ser tocada pela iniciativa privada e com financiamento público majoritário do governo brasileiro, e que se não houver um retorno acima da média, os investidores irão debandar para outros países.

    Se o Brasil não estivesse atraente para o investidor internacional, não seria o quarto destino do mundo em Investimento Estrangeiro Direto. No ano passado foram 65 bilhões de dólares, mais de cinco vezes o que recebeu, por exemplo, o México, que tem sido apresentado pelos mesmos setores da grande mídia como o novo queridinho dos mercados neste momento.

    Aportes como o do Santander, de 7,5 bilhões de dólares para investimento em infra-estrutura no Brasil, são quase simbólicos. Principalmente quando se considera que, apenas nesta semana, o banco de Emilio Botin anunciou o envio de dois bilhões de euros – faturados no mercado brasileiro – como “benefícios extraordinários” para seus investidores na Espanha.

    O leilão de Libra, mesmo que equivocado – o melhor seria entregar 100% do projeto à Petrobras – pode mostrar que nos países emergentes existem parceiros estatais e com capital suficiente para cooperar na implantação de qualquer grande projeto brasileiro. E isso, mesmo sem a presença de grandes corporações norte-americanas.

    O valor total do programa de investimentos em infra-estrutura do governo, por exemplo, não chega a 8% do que a China possui hoje, em reservas internacionais.

    Como exemplo de como atuam nessa área, os chineses pretendem construir, apenas no setor rodoviário, 88.500 quilômetros de rodovias até 2020, mais do que a distância total do sistema interestadual dos EUA, que, em 2004, tinha aproximadamente 74.650 quilômetros, segundo a Federal Highway Administration.

    Para enfrentar a chantagem na área de infra-estrutura, o estado brasileiro precisa sair da dependência institucional da iniciativa privada. A retomada de grandes obras públicas, com a parceria entre estatais brasileiras e de países emergentes – que contam com recursos e know-how avançado no setor – pode provar, definitivamente, que existem alternativas para promover o crescimento e destravar o progresso da infra-estrutura em nosso país.

  6. Mulheres são proibidas de dirigir

    Mulheres são proibidas de dirigir para não “danificar ovário”, diz conservador saudita

     

    Sheik Saleh al Lohaidan é um dos líderes religiosos mais influentes do país e forte crítico às reformas pró-mulheres empreendidas pela monarquia

    do Opera Mundi

    Um dos principais clérigos da ala mais conservadora da Arábia Saudita tentou justificar a proibição às mulheres de dirigir alegando que elas correm o risco de “danificar seus ovários” e, consequentemente, gerar filhos com problemas clínicos. Desde o início de 2011, durante a explosão da Primavera Árabe, aumentaram os protestos pelos direitos da mulher, incluindo a permissão para conduzir automóveis.

    Segundo o sheik Saleh al Lohaidan, “se uma mulher dirige um carro, que não seja em caso de pura necessidade, isso poderá ter impactos fisiológicos negativos. Estudos médicos e fisiológicos mostram como isso afeta automaticamente os ovários e empurra a pélvis para cima “, disse o líder religioso em entrevista ao site Sabq.org. “É por isso que encontramos naquelas mulheres que dirigem regularmente filhos com problemas clínicos em diferentes níveis”, completou.

    Com essa declaração, ele respondeu a ativistas que organizam um ato de desrespeito à lei marcado para o dia 26 de outubro, que se espalhou pelo país e ganhou publicamente apoio de várias mulheres. Nesse domingo (29), porém, o site da campanha foi bloqueado no país.

    Na entrevista, o sheik advertiu às mulheres que querem participar do protesto para colocarem “a razão à frente de seus corações, emoções e paixões”. O sheik, no entanto, não é formado em medicina nem especificou as fontes dos estudos a que ele se referiu.

    Lohaidan foi ex-ministro da Justiça do país e é um dos 21 membros do Conselho Superior Judiciário de Religiosos do país, únicos a terem o direito de redigir éditos religiosos (fatwas). É assessor direto do governo e possui grande número de seguidores entre conservadores influentes. Trata-se de um dos mais ferrenhos opositores à série de reformas empreendidas pelo rei Abdullah para aumentar os direitos das mulheres.

    O Conselho não tem poder de deliberar leis na Arábia Saudita, poder compartilhado exclusivamente pelo rei Abdullah, mas uma oposição do órgão às reformas pode significar um freio às reformas empreendidas pelo poder real.

    Não existe uma lei no país que proíba as mulheres de dirigir, mas as licenças de motoristas são concedidas unicamente aos homens. Na última semana, o sheik Abdulatif al Sheik, chefe da “polícia moral”, disse à agência de notícias Reuters não existir qualquer restrição na sharia que proíba as mulheres de dirigir.

    Charge: Latuff/2011

    http://www.brasildefato.com.br/node/26097

     

  7. “Show do mensalão é pura distração”

    Adendo ao artigo “Show do mensalão é pura distração”

    Diante do questionamento de leitores sobre defender ou não os réus do mensalão, achei que é meu dever reforçar aspectos da argumentação exposta no artigo anterior. 

    Hamilton Octavio de Souza

    O STF cumpre o objetivo de distrair a sociedade com o julgamento do mensalão. Distrair é desviar a atenção do principal para o secundário. A alta corte tenta passar para o público uma visão positiva e justa do Poder Judiciário que não corresponde à prática do aparelho Judiciário disponível na sociedade.

    Cotidianamente o Judiciário funciona como instrumento das classes dominantes: protege os ricos, famosos e poderosos e pune duramente os pobres e os grupos sociais criminalizados. Os crimes dos ricos são ignorados ou tratados com especial cuidado. Os crimes dos pobres e discriminados são amplamente reprimidos, com a ação violenta da polícia e com o massacre comunicacional da grande mídia.

    O caso do mensalão tem permitido ao STF construir uma imagem favorável ao Poder Judiciário, de maneira a reforçar perante a sociedade a falsa ideia ou a ilusão de que o Judiciário está aí para promover a Justiça para todos, mas na realidade o Judiciário é apenas mais um dispositivo de controle e demarcação classista.

    É evidente que os crimes praticados por dirigentes do PT, em conluio com banqueiros, publicitários e lideranças de partidos conservadores, são passíveis de processo, julgamento e punição. Os autores devem ser punidos não apenas por desvios penais (uso de dinheiro público para compra de apoio), mas também por desvios éticos e políticos (adoção de práticas burguesas, de direita, em um partido de esquerda nascido no seio dos trabalhadores). Poderiam ser punidos, de imediato, pelos próprios companheiros de partido. Em seguida, pelo Estado, em nome da sociedade, se existisse um Judiciário que não fosse conivente com os crimes dos ricos, poderosos e famosos.

    A questão principal não é saber se o julgamento do STF vai condenar ou não os réus do mensalão. Milhares de pessoas estão presas no Brasil por condenações sumárias do Judiciário, e em grande parte por crimes menos graves (ou menos danosos à sociedade) do que os crimes do mensalão.

    Da mesma forma, milhares de crimes praticados cotidianamente por empresários, banqueiros, latifundiários, altos executivos e funcionários do Estado, mais graves do que os crimes do mensalão, são relegados, ignorados ou simplesmente colocados em banho-maria nos escaninhos da burocracia judiciária.

    No entanto, apesar de o Judiciário agir sempre com dois pesos e duas medidas, conforme sua visão de classe, a opinião pública, habilmente conduzida pela grande mídia, está sendo levada a acreditar que a Justiça (aquela que reina igualmente para todos) existe efetivamente no Brasil e será feita no caso do mensalão, independentemente da prisão ou não dos réus.

    Essa crença, na verdade, tão somente reforça o papel do Judiciário enquanto instrumento de poder, o que interessa bastante para as elites dominantes, especialmente porque tira qualquer foco sobre a atuação discriminatória do Judiciário que existe na vida real para a grande maioria do povo brasileiro.

    Note-se que as torcidas pendem para uns e outros juízes e para uns e outros argumentos, conforme suas convicções e posições ideológicas, mas não rechaçam o STF em si. Até mesmo o PT tem referendado a supremacia do STF, o que significa defender a ordem estabelecida – mesmo que o resultado do julgamento seja contrário ao grupo dirigente. Afinal, por que o povo deveria ter alguma crença no STF do espetáculo ou no Judiciário que discrimina, persegue e pune sem o circo midiático? Ambos não fazem parte do mesmo sistema de poder?

    Em resumo: a condenação dos réus do mensalão, merecidamente ou não, não muda a natureza do Judiciário brasileiro, na medida em que as várias instâncias desse poder vão continuar punindo severamente e prioritariamente os pobres, os desprotegidos e os discriminados; e o STF não deixará de ser o mesmo antro reacionário de sempre.

    É preciso não ter ilusões nesse julgamento espetacular, pois, qualquer que seja o resultado nada muda no tratamento dado pelo Estado, inclusive pelo Poder Judiciário, aos trabalhadores e ao povo. O pior que pode acontecer é existir a crença de que o Judiciário é mesmo capaz de fazer alguma Justiça. Puro engano. É preciso assumir compromisso com a perspectiva de outra sociedade verdadeiramente justa, democrática e igualitária, na qual o Judiciário não seja expressão das elites, mas da grande maioria do povo.

    Hamilton Octavio de Souza é jornalista e professor.

    http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=6296

  8. Irracionalidade partidária

    “Ou o Brasil acaba com o festival de legendas ou as legendas acabam com o Brasil.”

    Irracionalidade partidária

    Há um processo de esgotamento político em curso. A perda da essência da atividade política. Já não se busca o bem comum. Muito menos a preservação da República.

    Cada um por si. Os outros que se danem. A criação contínua de partidos políticos leva a uma deplorável situação. A atomização de pólos confunde a cidadania.

    Hoje, grosso modo, todas as legendas apresentam idênticos programas. As diferenças são pontuais. Já não se destacam, entre si, as agremiações partidárias.

    Uma geleia real partidária foi concebida e, em momento seguinte, aprovada pela Justiça Eleitoral. Esta examina os aspectos formais dos processos de criação de novos partidos. Tudo certo, limita-se a homologar.

    Não podia ser ao contrário. A lei estaria sofrendo violação. Há plena liberdade de concepção de novos partidos. Aqui a grande interrogação. Pode este processo permanecer?

    A Constituição admite – e preserva – o pluripartidarismo. O Supremo Tribunal Federal, em acórdão histórico, se opôs a clausula de barreira. Esta permitiria a criação de partidos.

    Só estariam, porém, no parlamento as agremiações que atingissem determinado número de votos entre os eleitores. Buscavam os autores da cláusula de barreira conferir racionalidade à Administração Pública.

    Esta lei – meramente ordinária – aprovada pelo Congresso Nacional foi julgada inconstitucional. Esta decisão permitiu a explosão do nascimento de partidos.

    Hoje, tornou-se um bom investimento constituir um partido político. A pessoa jurídica, com objetivo partidário, é isenta de tributos e, ainda, recebe parcelas do fundo partidário.

    Se tanto não bastasse, contando com deputados federais, passa a participar do horário gratuito eleitoral nas campanhas e nos períodos de entre safra, ou seja, nos anos sem eleições, com espaço no rádio e na televisão para expressar seus programas.

    É um barato. Só levam vantagens os dirigentes partidários. Fazem um esforço para a criação da agremiação e, depois, colhem as benesses. Entre estas o monopólio – ou reserva de mercado – para oferecer legendas aos interessados em concorrer nos pleitos eleitorais.

    Não há, pois, atividade mais gratificante e repleta de salvaguardas na coletividade. Sem ônus e riscos. Nenhuma penalização pelo mau desempenho em suas funções.

    Já é tempo dos parlamentares elaborarem uma efetiva reforma política. A questão não é o sistema de votação: o proporcional confere representatividade à sociedade. O problema esta na proliferação dos partidos políticos.

    Todas as ideologias já foram contempladas. É hora, com fundamento no princípio da racionalidade, colocar um basta neste carnaval de legendas. No passado se dizia: O Brasil acaba com saúva ou a saúva acaba com o Brasil.

    É tempo de repetir a velha frase, hoje, superada. Agora, seria oportuno afirmar: O Brasil acaba com o festival de legendas ou as legendas acabam com o Brasil.

    É ingovernável um País que convive com tantos partidos sem definição doutrinária ou ideológica. É de enlouquecer qualquer um. É surrealista a realidade política nacional. Mais que isto: irracional.

    http://terramagazine.terra.com.br/blogdoclaudiolembo/blog/2013/09/30/irracionalidade-partidaria/

  9. O calote americano

    ,Coisas da Política

    Hoje às 06h00

    O calote americano

    Mauro SantayanaVez ou outra, os jornais, com base em cálculos astronômicos, anunciam que, em tal dia e a tal hora, um determinado asteroide irá passar raspando a órbita da Terra, e que todos podem ficar tranquilos, porque não há perigo de ele ser atraído pela gravidade terrestre e acabar com o mundo.

    Essas declarações, no entanto, não costumam servir para afastar o receio. Muitos, mesmo depois de ler os jornais e ver as entrevistas de astrônomos na televisão, terminam indo dormir com um aperto no coração. E rezam para que no dia seguinte tudo amanheça bem e o sol brilhe de novo, até que chegue o momento da aproximação de um novo corpo celeste da órbita terrestre.

    Pois bem, no dia 17 de outubro uma espécie de asteroide financeiro passará por Washington, e não temos como antecipar se ele irá ou não cair sobre as nossas cabeças. Nesse dia, se esgotará o prazo de aplicação das medidas excepcionais que estão sendo empregadas pelo tesouro dos Estados Unidos para evitar o défault — ou a inadimplência do país — no pagamento de seus compromissos.

    Os EUA devem, hoje, em valores correntes, quase 16 trilhões e 700 milhões de dólares. Uma quantia tão alta que ultrapassou o limite máximo definido pela legislação. Com isso, o governo precisa, agora, aprovar uma lei que lhe permita aumentar o orçamento e o teto da dívida — que já é a maior do mundo — para poder contrair novos empréstimos e continuar funcionando.

    Os EUA devem, hoje, em valores correntes, quase 16 trilhões e 700 milhões de dólares

    A decisão, no entanto, não é da Casa Branca. Hoje, primeiro de outubro, começa um novo ano fiscal, e o Congresso, dominado pela oposição, vem postergando, desde maio, uma decisão a respeito do assunto. Os republicanos chantageiam Obama, e exigem, entre outras coisas, para sair do impasse, o fim da reforma do sistema de saúde, aprovado em 2010, que entraria em vigor em 2014.

    Na maioria dos países do mundo — ou naqueles em que prevalece o bom-senso e os interesses da população — a questão já teria sido resolvida, por meio da negociação entre o Executivo e os deputados e senadores. Nos Estados Unidos, no entanto, com uma oposição conservadora cada vez mais radical, e manipulada por movimentos fundamentalistas como o Tea Party, tudo pode ocorrer. Caso se chegue a uma situação de défault, o mundo assistiria a uma crise econômica sem precedentes. Que afetaria a maioria das nações e, principalmente, a China e o Brasil, que são, neste momento, o primeiro e o terceiro maiores detentores de títulos da dívida do tesouro norte-americano.

    Boa parte dos problemas que estão sendo vividos pelos EUA e pela Europa — com exceção da Alemanha — derivam, justamente, do fato de se querer manter, nesses países, um padrão de vida maior que o do resto do mundo, com base no endividamento dos governos, das empresas e da população.

    A crise fiscal norte-americana agravou-se, nos últimos anos, com as pesadas dívidas exigidas  para custear guerras injustas — e inúteis — em países como o Iraque e o Afeganistão, e pela “guerra contra o terror”, que inclui agências de inteligência como a NSA, ao custo de bilhões de dólares por dia.

    Desde que Nixon abandonou a conversibilidade do dólar com relação ao ouro, no início da década de 70, que tinha sido estabelecida em Bretton Woods, os EUA têm vivido, direta ou indiretamente, à custa do resto do mundo.

    A questão da dívida norte-americana está exigindo — definitivamente — um esforço coordenado para que se acabe com essa situação, com a reformulação das trocas monetárias e do próprio sistema financeiro internacional.

    Os Brics têm tentado substituir o dólar em suas trocas e criar instituições que possam servir de alternativa

    Os Brics têm feito tímidas tentativas no sentido de substituir a moeda dos Estados Unidos em suas trocas e de criar instituições que possam, paulatinamente, servir de alternativa — principalmente para as nações emergentes — ao FMI e ao Banco Mundial.

    Mas continuam, paradoxalmente, a manter boa parte de sua riqueza investida em títulos dos EUA, quem sabe, pela vontade de marcar, também, com essa atitude, as mudanças que estão ocorrendo nos últimos anos no panorama geopolítico mundial.

    As moedas romanas serviam não apenas para armar suas legiões mas também para cunhar em ouro, prata e bronze os símbolos do poder imperial. É preciso tirar dos Estados Unidos a possibilidade de exprimir sua soberba e de  continuar armando seus soldados com meros pedaços de papel.

     

  10. Querem fazer a massa de otária!!! Não vive sem a política, mas n

    Querem fazer a massa de otária!!! Não vive sem a política, mas não a entende…

    Publicado em outubro 1, 2013 por Caio Hostilio

    palhaçoVejam o que a greve dos bancários está causando aos cidadãos brasileiros? Que falta de respeito com o povo, haja vista que é obrigatório manter ao menos 30% dos serviços a ser prestado. A massa desconhece tudo isso e os falsos sindicalistas não atendem essa obrigatoriedade, pois sabe que o fechamento por completo é o artifício para forçar os banqueiros a aceitar suas exigências (muitas mirabolantes). Qual sua arma principal? A massa, que vai se irritando e acha que tudo é culpa do governo, quando deveriam manter 30% em funcionamento e lutar por seus direitos.

    Aí eu vejo muito incauto querer tirar proveito de um acidente de avião com o neto do senador Sarney… Quanta baboseira!!!

    Passo a ver os atos mais esdrúxulos de manifestações pelo país afora. Em Recife, quebraram uma estação do metrô… Ora bolas!!! Que coisa arquitetada mais idiota essa para atingir o Eduardo Campos!!!

    No Rio de Janeiro a coisa não é diferente, pois utilizam a greve dos professores municipais, usando diversos baderneiros para fazer o quebra-quebra… A quem querem atingir? O PMDB carioca… Tudo pelo poder.

    Depois escuto o deputado Rubens Junior falar em falta de água em São Luís, porém não sugere porra nenhuma e sequer sabe que o Rio Itapecuru está assoreando e que jamais conseguirá abastecer uma cidade com mais de 1 milhão de habitantes. Esse debate não é politiqueiro, mas sim voltado para salvar um rio que o próprio ser humano o destruiu…

    O que posso dizer sobre tudo isso? Sei lá… Mas tenho o seguinte pensamento:

    Não tem como imaginar isso… Por isso fico o imortal Machado de Assis: “Que é a política senão obra de homens?”

    O povo diz sempre que não se discute política, religião e futebol… Mas por onde ando vejo as pessoas debatendo exatamente sobre esses assuntos. Ele muda de acordo com a elevação dos ânimos. Seriamos masoquistas inveterados? Esses são os assuntos prediletos, seja em rodas de amigos, em páginas de relacionamentos na internet.

    Na verdade, o povo repugna a política, mas não vive sem ela, seja partidária, empresarial, dogma religioso, social e até numa simples pelada de futebol de final de semana. Então, é certo a firmar que os seres humanos são políticos por natureza?

    Mas é a política partidária que mais traduz um sentimento de repugnância quando lesado em seus direitos sociais… Esse mesmo povo abomina a política, mas é governado pelos que dela vivem; pouco entende desse sistema neoliberal, mas é a principal vítima dos desequilíbrios da economia.

    Tolhido em sua dignidade, tenta compreender o processo de condução do país e a genialidade de seus representantes no ato da manipulação e na defesa de seus interesses eleitoreiros.

    Será que foi o conceito de Aristoteles “Política é a arte ou a ciência do governo”, que levou o homem a se engalfanhar pelo poder? Eu acho que não!!! Isso é mais antigo… Segundo um pensador, a política é a arte que visa a ordem pública e o bem social das populações… Ele está certo? Meu pensamento termina com a impressão que política é a coisa mais banal que alguém possa imaginar. É que, ao fazer-se uma retrospectiva da nossa mais recente história política – desde o fim da didatura até o presente momento, observa-se que as tomadas de posição dos atuais políticos tem um lado doentio!!!

  11. A leitura que eu faço é que

    A leitura que eu faço é que  empresários querendo mais lucro “convenceram” ao governo que deveriam aumentar o teto para financiamento da casa própria. Uma olhada em preços de imóveis nos EUA e Canada mostram que os nossos, não bastasse a qualidade pior, estão “ligeiramente” mais caros.

    Governo eleva teto de preço do imóvel para compra com FGTS para até R$750 mil
     

    BRASÍLIA, 30 Set (Reuters) – O governo brasileiro elevou o limite do valor do imóvel que pode ser adquirido com o uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), atendendo a pedidos do setor de construção e das instituições financeiras, em uma medida que pode contribuir para a queda do custo dos financiamentos habitacionais e aumento das vendas de imóveis.

    O limite foi elevado de 500 mil reais para 750 mil reais nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Distrito Federal, de acordo com voto aprovado nesta segunda-feira pelo Conselho Monetário Nacional. Nos demais Estados, o valor subiu para 650 mil reais.

    Apesar de ter sido ampliado em 50 por cento em alguns Estados, o governo não espera que a medida impulsione os preços dos imóveis porque esse percentual é inferior à valorização dos imóveis acumulada desde 2009, ano em que o teto para aquisição da casa própria com recursos do FGTS subiu de 350 mil para 500 mil reais.

    “Não tememos aumento dos preços dos imóveis. Os preços subiram bem fortemente alguns anos atrás e agora estão estabilizados e crescem em ritmo moderado e adequado à economia brasileira”, disse o chefe-adjunto do Departamento de Normas do Banco Central, Júlio Carneiro.

    Segundo ele, esses limites ainda não recuperam totalmente o preço médio dos imóveis no mercado imobiliário.

    A medida vale a partir de 1o de outubro deste ano e não é retroativa a contratos já assinados no âmbito do Sistema Financeiro Habitacional (SFH).

    “Isso era esperado, porque o limite de 500 mil reais tinha sido definido há alguns anos e tem havido muita discussão sobre isso… Em tese, os compradores dos apartamentos nessa faixa de preço terão um custo menor, então talvez impulsione as vendas, que foram boas no segundo trimestre apesar da fraqueza da economia”, disse o analista Eduardo Silveira, da Espirito Santo Investment Bank.

    O CMN manteve a regra que determina que o financiamento não pode ultrapassar 90 por cento do valor do imóvel caso o contrato seja feito pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) –que diminui a dívida mais rapidamente no início do contrato. Nas demais modalidades de financiamento, o limite é de 80 por cento do valor do imóvel.

    Com essas alterações, o BC avalia que deverá haver uma pequena redução das taxas de financiamento cobradas pelas instituições financeiras que não fazem parte do SFH.

    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/governo-eleva-teto-de-preco-do-imovel-para-compra-com-fgts-para-ate-r750-mil-10207691#ixzz2gTRqxoL1 
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  12. A Operação do MPF/PF contra a Construtora Delta

    Para quem estava com saudade do Cachoeira:

    Para quem estava com saudade do Cachoeira:

    Construtora Delta é alvo de Operação da PF

    Agentes cumprem mandados em empresa que foi investigada em CPI por ligação com Cachoeira; Cavendish também é investigado pelos federais

    – Fausto Macedo – O Estado de S.Paulo

    Operação conjunta da Polícia Federal e do Ministério Público Federal cumpre mandados de busca e apreensão na sede e em filiais da construtora Delta, na manhã desta terça-feira, 1º, em cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. A empresa é a mesma citada em Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, instaurada em 2012 no Congresso, para investigar suposto esquema de desvio de recursos de obras públicas e a ligação de agentes públicos com o contraventor Carlinhos Cachoeira. 

    A ação, batizada de Saqueador, mobiliza 100 agentes e delegados. O dono da empresa, Fernando Cavendish, também é investigado. A PF está convencida de que o crime de lavagem de dinheiro está comprovado diante da existência de fortes indícios de “transferências milionárias de recursos da empresa de engenharia para sociedades de fachada”.

    A comprovação de que houve desvio de dinheiro público será feita por perícia contábil financeira. Os peritos da PF vão analisar toda a documentação apreendida na Operação Saqueador.

    A Delta passou a ser investigada após a prisão de Carlinhos Cachoeira, em fevereiro de 2012, na Operação Monte Carlo, que desarticulou esquema de jogo do bicho em 4 Estados e no Distrito Federal. Escutas da Polícia Federal mostraram que Cachoeira pediu ajuda ao então senador Demóstenes Torres para beneficiar Fernando Cavendish, que era presidente da Delta. Segundo a PF, havia indícios de que parte dos recursos da Delta era transferida para empresas fantasmas ligadas a Cachoeira.

    Em abril, foi instalada a CPI do Cachoeira para investigar o caso. Maior empreiteira do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) até surgir o caso Cachoeira, a Delta foi considerada pela Controladoria-Geral da União “inidônea” em junho. Em dezembro, a CPI do Cachoeira foi encerrada sem apontar responsáveis. Em razão do escândalo, Cavendish deixou o conselho de administração da empresa.

    Procurada, a assessoria de imprensa da Delta disse que ainda não tem informações sobre a operação da PF. / Colaborou Adriano Barcelos

     

  13. Zonas especiais

    Zonas especiais econômica

     

    AUTOR: 

     

     

    France Presse

    29/09/2013 09p5 – Atualizado em 29/09/2013 10p3

    China abre zona de livre comércio em Xangai para testar reformas  Na zona não haverá restrições ao investimento estrangeiro.
    Zona dá ênfase a setor de serviços, como exigido por muitos economistas. 
     Carlos Barria/Reuters)   Vista geral da zona livre de comércio de Xangai, no distrito de Pudong, neste domingo (29) (Foto: Carlos Barria/Reuters)

    China lançou neste domingo (29) uma zona de livre comércio em Xangai, onde testará reformas econômicas para estimular a segunda maior economia mundial.

     

    “O estabelecimento de uma zona de livre comércio em Xangai é uma importante decisão para a China, que deseja se adaptar às novas tendências da economia e do comércio mundial e implementar uma estratégia de abertura mais ativa”, declarou em comunicado o ministro do Comércio, Gao Hucheng, que participou da cerimônia de abertura.

    A zona, que abrange 29 quilômetros quadrados, começou a funcionar neste domingo e será “um teste da dinâmica de liderança chinesa para aprofundar as reformas orientadas para o mercado e estimular o fortalecimento econômico”, diz.

    As reformas implementadas na zona servirão para testar as alterações estruturais na economia do país para lidar com a diminuição do crescimento econômico registrada nos últimos anos.

    O governo vai experimentar com a livre convertibilidade do iuan e taxas de juros sujeitas ao mercado, duas reformas que os analistas acreditam ser fundamentais para reformar o modelo econômico chinês, indicou na sexta-feira o Conselho de Estado, o órgão máximo do poder executivo chinês.

    Na zona não haverá restrições ao investimento estrangeiro e controles em 18 setores de serviços serão reduzidos, incluindo nas finanças, navegação e cultura.

    Vários bancos, entre eles o Citibank e os quatro principais bancos chineses, e as empresas Microsfot e Porsche, estarão presentes na zona, segundo o “Oriental Morning Post”.

    Impulsionar o setor de serviços
    O anúncio foi recebido com entusiasmo por parte dos investidores, com o aumento das ações negociadas na bolsa de valores de Xangai e crescentes preços dos imóveis nas áreas próximas a Xangai, segundo a imprensa local.

    Analistas consultados pela agência AFP são, porém, mais cautelosos. ‘A zona de livre comércio mostra que o governo quer fazer reformas’, diz Stefan Sack, vice-presidente da Câmara de Comércio Europeia na China. ‘Veremos que tipo de regulamentação será realmente aplicada. Mas uma única zona de livre comércio em Xangai não mudará a maneira de fazer negócios na China’, acrescentou.

    Ao contrário de outras zonas de livre comércio lançadas pelo governo chinês, baseadas na exportação de produtos manufaturados, a de Xangai dá ênfase ao setor de serviços, como exigido por muitos economistas.

    A China quer mudar a orientação de sua economia, passando de um modelo fortemente dependente de grandes investimentos e das exportações, para um baseado no crescimento do consumo interno.

    O projeto foi lançado pelo primeiro-ministro Li Keqiang, nomeado em março, com o objetivo de servir como um modelo para futuras reformas no país, segundo analistas e funcionários do governo.

    Espera-se que Li, que tem apelado repetidamente para um papel maior do setor privado na economia, anuncie novas reformas nacionais na Assembleia Geral do Partido Comunista, em novembro.

    Mas os analistas temem que elas sejam limitadas por causa da pressão dos grupos que se beneficiam do modelo atual.

    A economia chinesa cresceu 7,7 % em 2012, seu mais fraco aumento nos últimos 13 anos. Em 2013, o crescimento anual no primeiro trimestre foi de 7,7%, caindo para 7,5% no segundo.

     

    FONTE (URL): 

     http://g1.globo.com/

     

    1. Acorda, Dilma!

      Ninguém vai dar autorização para o Brasil fazer igual ou melhor, é decisão nossa, soberana, pela nossa independência econômica.

      Acorda, Dilma!

  14. A chantagem na Infraestrutura

    Carta Maior

     

    Por Mauro Santayana 

     

    Data: Segunda-feira, 30 de Setembro de 2013, 17:32

     A chantagem na infraestrutura

     

    Para enfrentar a chantagem na área de infraestrutura, o estado brasileiro precisa sair da dependência institucional da
     iniciativa privada. A retomada de grandes obras públicas, com a parceria entre estatais brasileiras e de países
     emergentes pode provar que existem alternativas para promover o crescimento.Mauro Santayana   Nas últimas semanas, tem aumentado a pressão de diferentes setores, sobre o Estado, na questão da infraestrutura. Aproveitando-se da necessidade do setor público viabilizar os diferentes programas de concessão de ferrovias, rodovias, portos,
     aeroportos, energia – no valor de 240 bilhões de dólares – para acelerar o crescimento da economia, todo
     mundo pressiona ou chantageia o governo.
     
    Funcionários do DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – entraram em greve há dois
     meses, atrasando diversas licitações. Os empresários – nacionais e estrangeiros – buscam maximizar
     seus ganhos exigindo menores taxas de financiamento público, absoluto controle dos negócios e retorno de até 7,5%, em um mercado no qual, em alguns países, como Japão ou a Alemanha, o juro referencial do Banco Central está
     entre 0% e 0,5%.
     
    E, finalmente, a grande mídia aperta alegremente os torniquetes, exagerando o que ela aponta como
     “fracassos”, e subestimando e desvalorizando eventuais acertos, como ocorreu com o seminário
     “Oportunidades em Infraestrutura no Brasil” realizado esta semana em Nova Iorque, pelo governo
     brasileiro.
     
    O evento, ironizado por parte dos “analistas” de plantão, reuniu 350 fundos e investidores estrangeiros de
     grande porte, que controlam recursos da ordem de três trilhões de dólares.
     
    Certa emissora de televisão reúne regularmente equipes de “especialistas” e jornalistas próprios e
     alheios, para desancar, quase todos os dias, a atuação do governo nesse contexto, torcendo, abertamente, para que os
     leilões de concessão não tenham sucesso, influenciando o resultado das eleições do ano que vem. 
     
    Como já dizia James Carville, estrategista eleitoral de Bill Clinton na campanha contra o primeiro Bush, “é a
     economia, estúpido!”. Se a situação melhorar, crescem as chances de Dilma Roussef se reeleger. Mas os
     sucessivos entraves que vem sendo colocados às obras de infra-estrutura – greves, decisões judiciais, a
     hidrelétrica de Telles Pires paralisada pela terceira vez – e a sabotagem da mídia, não prejudicam apenas o
     atual governo. 

    > Como muitas são obras de longo prazo, elas afetam qualquer tendência, mesmo que de oposição, que venha a assumir o comando da Nação. E isso não apenas devido à persistência dos gargalos de infraestrutura, que prejudicam
     a competitividade nacional, mas também com relação às contas públicas. No final da história, depois de tantas
     paradas, há obras que duplicam o prazo de entrega e que triplicam de preço, e, aí, parcela da opinião pública
     – como a que se manifestou em junho – tende a acreditar que isso se deve à corrupção, e não vai querer
     saber se o culpado foi o governante que deu início à obra, ou aquele que a irá inaugurar.
     
    Para resolver o problema, o estado precisa desmascarar alguns mitos – verdadeiros paradigmas – fabricados pela
     mídia, a ponto de gente do próprio governo neles acreditar. 
     
    O principal é o de que a infra-estrutura só pode ser tocada pela iniciativa privada e com financiamento público
     majoritário do governo brasileiro, e que se não houver um retorno acima da média, os investidores irão debandar para
     outros países.
     
    Se o Brasil não estivesse atraente para o investidor internacional, não seria o quarto destino do mundo em
     Investimento Estrangeiro Direto. No ano passado foram 65 bilhões de dólares, mais de cinco vezes o que recebeu, por
     exemplo, o México, que tem sido apresentado pelos mesmos setores da grande mídia como o novo queridinho dos mercados neste momento. 
     
    Aportes como o do Santander, de 7,5 bilhões de dólares para investimento em infra-estrutura no Brasil, são quase
     simbólicos. Principalmente quando se considera que, apenas nesta semana, o banco de Emilio Botin anunciou o envio de
     dois bilhões de euros – faturados no mercado brasileiro – como “benefícios extraordinários” para seus
     investidores na Espanha. 
     
    O leilão de Libra, mesmo que equivocado – o melhor seria entregar 100% do projeto à Petrobras – pode mostrar
     que nos países emergentes existem parceiros estatais e com capital suficiente para cooperar na implantação de
     qualquer grande projeto brasileiro. E isso, mesmo sem a presença de grandes corporações norte-americanas. 
     
    O valor total do programa de investimentos em infra-estrutura do governo, por exemplo, não chega a 8% do
     que a China possui hoje, em reservas internacionais. 
     
    Como exemplo de como atuam nessa área, os chineses pretendem construir, apenas no setor rodoviário, 88.500
     quilômetros de rodovias até 2020, mais do que a distância total do sistema interestadual dos EUA, que, em 2004, tinha
     aproximadamente 74.650 quilômetros, segundo a Federal Highway Administration.
     
    Para enfrentar a chantagem na área de infra-estrutura, o estado brasileiro precisa sair da dependência institucional
     da iniciativa privada. A retomada de grandes obras públicas, com a parceria entre estatais brasileiras e de
     países emergentes – que contam com recursos e know-how avançado no setor – pode provar, definitivamente, que
     existem alternativas para promover o crescimento e destravar o progresso da infra-estrutura em nosso país.
     
    Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e
     correspondente na Península Ibérica e na África do
     Norte.  http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=6295

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